sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

FEBRE AMARELA CONTAMINA MINAS GERAIS



Casos suspeitos de febre amarela em Minas se aproximam de mil em apenas 40 dias

Renato Fonseca 








Nada menos que 995 notificações de febre amarela foram feitas em Minas em pouco mais de um mês. A média é de quase 25 suspeitas por dia, ou uma a cada hora. Desse total, 216 registros tiveram a confirmação da doença e 57 foram descartados.
Até o momento, 76 pessoas perderam a vida após serem infectadas. Quase 90% das mortes são de homens. Outros 93 óbitos ainda estão sendo investigados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
A guerra declarada contra o mosquito transmissor da enfermidade, que tem resultado em seguidas derrotas para o povo mineiro, começou em 8 de janeiro, quando os primeiros pacientes apresentaram sintomas da doença em cidades do Leste do Estado.
De lá para cá, as notificações se espalharam para outras regiões do território. Nesta semana, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte informou que cinco moradores da capital foram internados com suspeita de febre amarela.
No entanto, as possíveis infecções não teriam ocorrido na capital. O órgão trabalha com a hipótese de contágio em municípios do interior, já que todos eles apresentaram sintomas depois de viajarem para a área mais atingida pelo surto.
Após as suspeitas, novas medidas foram anunciadas, como a ampliação de postos volantes para a imunização dos belo-horizontinos. A preocupação com uma possível transmissão do vírus em BH aumentou depois que um macaco encontrado morto na cidade teve resultado positivo para a febre amarela.
Outras duas cidades da região metropolitana, Contagem e Betim, também tiveram confirmação da doença em animais que foram a óbito e outros cinco municípios possuem investigações em curso ou rumores de falecimento de primatas.
Dentre as ações feitas para conter o avanço do doença estão a contratação de leitos extras em hospitais das regiões afetadas, reforço com ambulâncias e transporte aeromédico, distribuição de medicamentos e ações de conscientização junto à população. Comunidades quilombolas residentes em áreas rurais e indígenas também estão sendo mapeadas.
Até o momento, mais de 5,3 milhões de doses de vacina foram distribuídas em todo o Estado, conforme consta no boletim da SES. Além de Minas, Espírito Santo e São Paulo também confirmaram casos da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, doses extras da imunização foram enviadas a Estados com casos suspeitos de febre amarela, além de outros localizados na divisa com áreas de risco. No total, 12,7 milhões de vacinas contra a doença foram distribuídas.

VOCÊ DEVE FALAR O QUE PENSA OU NÃO?



Vale a pena calar para evitar conflitos?

Simone Demolinari 






Muitas pessoas se deparam com o seguinte impasse: devo falar o que penso ou devo calar para evitar o conflito?
Nessa hora, muitas questões são levadas em consideração. Uma delas é o número de vezes que já se discutiu sobre o mesmo tema.
Há situações onde já se falou tanto sobre o assunto que a opção de se calar vem mais por desânimo do que para evitar o conflito. O indivíduo sabe que tudo que for dito não surtirá efeito, serão palavras em vão.
Esta é uma situação muito comum nas relações conjugais. É curioso perceber que o parceiro afetivo, mesmo sabendo onde dói o calo do outro, não se preocupa em poupá-lo. Ao contrário, alguns são taxativos em afirmar que não irão mudar. E não me refiro a questões complexas que necessitam de grandes concessões. Geralmente são situações simples, como por exemplo esquecimento de datas. Um, sabendo que o outro faz questão que uma determinada data seja lembrada, não se preocupa em anotar para atender o pleito do(a) parceiro(a). Situações simples que poderiam ser evitadas com um pouco de boa vontade.
Ninguém tem o direito de exigir nada de ninguém. Muito menos de quem ama. Porém temos a responsabilidade de expor, com clareza, aquilo que nos incomoda. Se o outro quiser nos agradar, de certo evitará tais comportamentos que nos entristece. Numa relação saudável há um acordo tácito, onde um, sem perder sua essência, se esforça ao máximo para zelar pela integridade emocional do outro. Se isso não ocorre, fica claro o descaso com o bem estar do par amoroso.
Outro motivo pelo qual as pessoas evitam falar o que estão sentindo deriva do medo. Temem se posicionar e perder a relação. Alguns percebem nitidamente essa dificuldade, já outros acabam por mentirem para si. Usam como justificativa o fato de não querer magoar o outro ou se dizem “sem graça” para tocar no assunto. O que não é verdade. Se calam por temerem as consequências de uma conversa franca. Preferem engolir a seco o que lhes incomodam a correr o risco de não ser mais desejado. Dessa forma acabam se tornando permissivos demais, passam por cima de valores primários, convivem com situações aviltantes, prisioneiros do próprio medo. Eurípides, um poeta grego, tem uma frase clássica que ilustra bem isso: “Não dizer o que pensa. Essa é a condição de um escravo”.
Muitas vezes nos calamos frente ao problema e fazemos muitas concessões para não ter que arcar com a consequência do enfrentamento. Tememos o abandono. Preferimos abrir mão daquilo que consideramos menor, em prol de algo maior. Entretanto, após um período, a soma dessas concessões forma um conjunto de revolta e mágoa que torna insustentável a relação.
Mais cedo ou mais tarde a fatura chega. Nossa natureza fala mais alto e a voz do inconsciente não silencia até ser ouvida.
É preciso refletir com muita responsabilidade se vale a pena afastarmos de nós mesmos para nos aproximarmos do outro.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

MAIS DO QUE INTELIGÊNCIA PRECISAMOS DE AFEIÇÃO E DOÇURA



O mundo pós-Chaplin

Manoel Hygino 






O mundo mudou desde o nascimento do cinema e mudou imensamente com ele. A sétima arte é uma espécie de fronteira cronológica: antes e depois. Mas, nesta era tormentosa que enfrentamos, não podemos esquecer personalidades que se tornaram glória na sétima arte.
Entre elas, certamente Charles Chaplin, um inglês nascido em abri (meses antes de o Brasil em 1889 transformar-se em República), para falecer 88 anos após, em dezembro de 1977. Quarenta anos decorridos e jamais esquecidos! Quanto aconteceu nestas décadas, vividas intensamente pelo ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, comediante, dançarino, roteirista e músico, que superou os limites do século XXI.
Notabilizado pelo uso da mímica e da comédia-palestão, inspirou e incentivou cineastas posteriores, sendo mais do que grande por ter-se consagrado gigantesco, como escreveu Martin Sieff, em prefácio de livro. Viveu a tragédia das duas primeiras grandes guerras e sensibilizou um mundo dilacerado pelos conflitos, trazendo o dom da comédia, de risos e alívio, enquanto ele próprio se multiplicava como homem e como artista.
Durante mais de cinco décadas, através da Grande Depressão e da ascensão de Hitler, permaneceu inabalável no ofício. Foi maior do que qualquer um. Não se acredita que algum outro indivíduo tenha propiciado mais entretenimento e prazer a tantos seres humanos, exatamente quando eles mais precisavam.
Na Primeira Grande Guerra, na Segunda Grande Guerra, no início da Guerra Fria, e prevaleceu a forte personalidade de um homem que sofreu com os problemas dos pais: mãe internada em um manicômio, pai alcoólatra. Dividiu pesadamente as alegrias e as dores do mundo e pairou sobre eles. Transmitiu imagens e sentimentos de solidariedade, de amor ao próximo, de oposição aos que se opunham às expressões de liberdade.
No mundo dilacerado deste segundo decênio do século vinte e um, somos atraídos a buscar em seus textos alguns momentos para meditação, colhidos em seu belo filme “O Grande Ditador”, supostamente longínquo do precursor “Em busca do Ouro” e de “Luzes da Cidade”.
Na película do cinema falado, explica-se: “Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos. Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros?
Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades. O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... Levantou no mundo as muralhas do ódio... E tem-se feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido”.

O CAMARADA NO CARGO PÚBLICO PODE ROUBAR QUE NADA VAI LHE ACONTECER



Jucá coleta 29 assinaturas para PEC que pode blindar comando no Congresso

Estadão Conteúdo









O senador Romero Jucá (PMDB-RR)


O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou nesta quarta-feira a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pode blindar os membros da linha sucessória da presidência da República. Jucá reuniu 29 assinaturas para protocolar a matéria no plenário - duas a mais do que as 27 necessárias.

O peemedebista negou que haja intenção de proteger alvos da Operação "Lava Jato" com a proposta. A Constituição já determina que o presidente da República não pode ser investigado por atos anteriores ao mandato. Na PEC, Jucá amplia essa prerrogativa para todos os ocupantes da linha sucessória.

O projeto beneficiaria diretamente os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Ambos são citados em delações premiadas no âmbito da "Lava Jato". A iniciativa de Jucá ocorre dias após a homologação da delação da Odebrecht e na eminência da quebra de sigilo dos acordos.

"Todo momento é momento para colocar os pontos nos i's e deixar as coisas claras", disse Jucá. "Eu não quero blindar a 'Lava Jato', nós não estamos querendo parar a operação. Qualquer informação nesse sentido é um absurdo", continuou o peemedebista.

Ele destacou que "não é democrático" que o presidente possa "ser sacado" da linha sucessória "pela vontade" do PGR. "É assim que vamos atuar? Vamos diminuir poder Legislativo ou Judiciário por conta de uma pseudo proteção à 'Lava Jato'?", questionou. Jucá considera que, caso um dos presidentes seja alvo de denúncia, só poderá ser investigado e julgado após o término do mandato de dois anos no cargo.

Jucá defende que é "legítimo" dar o mesmo tratamento aos presidentes dos três poderes para garantir maior "equilíbrio" às instituições. "Os presidentes não podem ficar suscetíveis a sair do cargo por conta de uma decisão pessoal do procurador-geral da República. Acho que isso não é consistente com a harmonia dos poderes." Segundo o líder do governo, a sua proposta apenas "defende o que determina a Constituição".

Com a apresentação da PEC, o texto deve ser encaminhado inicialmente para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovada, irá para apreciação no plenário do Senado. "Vamos ao debate. Aqueles que quiserem votar, votarão. Os que não quiserem votar, se agacharão, e tirarão a responsabilidade e a representatividade do Senado e da Câmara. Por mim, isso não acontecerá", declarou Jucá.


Confira a lista de senadores que assinou o apoiamento para protocolar a PEC:

Romero Jucá (PMDB-RR)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Aloysio Nunes (PSDB-SP)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Antonio Carlos Valadares (PSB-BA)
Benedito de Lira (PP-AL)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Hélio José (PMDB-DF)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Garibaldi Alves (PMDB-RN)
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Flexa Ribeiro (PSDB-PB)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Benedito de Lira (PP-AL)*
Edison Lobão (PMDB-MA)
Lasier Martins (PSD-RS)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Zezé Perrella (PMDB-MG)
Roberto Muniz (PP-BA)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Otto Alencar (PSD-BA)
José Aníbal (PSDB-SP)
Vicentinho Alves (PR-TO)
José Agripino (DEM-RN)

* O senador Benedito de Lira assinou o apoiamento duas vezes

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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