segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A ÚNICA CERTEZA PASSA A SER A INCERTEZA



Das incertezas e certezas americanas

Stefan Salej 





Na próxima terça-feira haverá eleições, aliás com a possibilidade de votação antecipada já em curso, nos Estados Unidos da América. No país mais desenvolvido, mais avançado tecnologicamente, mais forte militarmente e maior centro financeiro do mundo.
E mais: o exemplo de democracia ocidental com seus valores transportados aos quatro cantos deste planeta. E líder nas corrida espacial, conquistando Marte, Lua e não sei mais o quê. Em resumo: que manda no mundo de hoje.
Os quatro candidatos, dois de partidos tradicionais e fortes, democratas, cuja candidata é a esposa do ex-presidente Bill Clinton, Hillary, e republicanos cujo candidato é Donald Trump, empresário, hoteleiro.
Os dois candidatos são igualmente mais detestáveis, ou como se diz no linguajar eleitoral, tem maior índice de rejeição da história das eleições norte-americanas.
Em resumo, tem mais gente que não gosta deles, do que gente que admira, gosta e confia.
A campanha foi um terror em termos de acusações pessoais, de baixaria, de qualificações e desqualificações. Quase poderíamos dizer que se existisse alguma censura para esses tipos de debates, seria proibido para qualquer pessoas honesta, de bom senso e educada.
Falaram mais mal um do outro do que qualquer outra coisa, e olha que, na verdade, com razão os dois tem uma história de arrepiar cabelo quando se examina o que fizeram, deixaram de fazer ou pagar, ou como se comportaram.
Mas, o fato é que estão aí, e um deles será eleito o líder do mundo, como presidente dos Estados Unidos. As pesquisas balançam e, de fato, todas as previsões indicam imprevisibilidade de resultados.
A única certeza que temos é a total incerteza sobre o resultado de eleições, e mais o que de fato vai acontecer em seguida.
Nenhum dos eleitos terá a maioria a favor, sendo que estão em curso também as eleições para a Câmara dos Deputados e Senado. E elas vão indicar a governabilidade do novo presidente.
Se ganhar a democrata Hillary, mas a maioria republicana ganhar uma das duas casas legislativas, será um inferno para governar. E vice-versa, se ganhar Trump, também será.
Neste momento só nos cabe entender o nível de incertezas que nos cercam não só nas eleições, mas no período seguinte.
A única certeza passa a ser a incerteza. E temos que estar preparados para isso. Novo governo, novas ideias, novos tempos. E nós continuamos abaixo do Equador, paralelo 20, onde sempre estivemos.

domingo, 6 de novembro de 2016

SE NÃO HOUVER PUNIÇÃO SEVERA ESSAS IRREGULARIDADES NUNCA ACABAM

TCU vê 'irregularidades graves' em obras federais de R$ 34 bi

Estadão Conteúdo 





O Tribunal de Contas da União (TCU) julgará, na próxima terça-feira (8) em sessão extraordinária, o relatório de consolidação das fiscalizações de obras de 2016. Após aprovação, o documento será enviado ao Congresso. As informações foram divulgadas pelo TCU nesta sexta-feira (4).

O relatório vai subsidiar a Comissão Mista de Orçamento (CMO) na distribuição de recursos orçamentários para o próximo ano. O relator na Corte de contas é o ministro Raimundo Carreiro. Entre agosto de 2015 e setembro de 2016, foram realizadas 126 auditorias em obras públicas no âmbito do Fiscobras-2016.

Fiscobras é o plano de fiscalização anual que engloba um conjunto de ações do TCU com o objetivo de verificar o processo de execução de obras públicas financiadas total ou parcialmente com recursos da União. As dotações orçamentárias das obras auditadas somam aproximadamente R$ 34,7 bilhões.

"Há indícios de irregularidades graves em 94 das obras fiscalizadas, com recomendação de paralisação ou retenção parcial de recursos em 15 delas", informou o TCU.

As ações realizadas em 2016 pelo TCU poderão gerar benefícios de até R$ 2,89 bilhões. Entre os problemas identificados destacam-se sobrepreço, superfaturamento, projetos básicos e executivos deficientes e restrição de competitividade durante as licitações.

"Além de evitar o desperdício dos recursos públicos, a fiscalização do tribunal verifica se os materiais utilizados nos empreendimentos são compatíveis com os projetos, o que contribui para o aprimoramento da qualidade das obras, de forma a melhor atender às necessidades da população", informou o Tribunal de Contas da União. Em 2016, o TCU autuou 641 processos de fiscalização em obras públicas, como inspeções, levantamentos, representações e denúncias.



POPULAÇÃO PODE ESPERAR OS BANCOS NÃO



Papa Francisco condena uso de dinheiro para salvar bancos, mas não pessoas

Estadão Conteúdo 







O Papa Francisco condenou hoje a quantidade "escandalosa" de dinheiro que governos e instituições mundiais arranjaram para salvar bancos em crise, mas não fazem o mesmo para ajudar pessoas em sofrimento. Segundo o pontífice, essas políticas representam a "falência da humanidade".

Os comentários foram feitos durante uma reunião com um grupo internacional no Vaticano, que incluía ambientalistas, sindicalistas e ativistas dos direitos indígenas. Na plateia estava também o ex-presidente do Uruguai, Jose Mujica.

"O que acontece no mundo hoje é que quando um banco quebra, somas escandalosas de dinheiro aparecem imediatamente para salvá-lo, enquanto muito menos dinheiro não pode ser disponibilizado para salvar nossos irmãos que sofrem tanto", afirmou Francisco. Fonte: Associated Press.

A INDÚSTRIA PESADA BRASILEIRA VIVE DE INVESTIMENTOS DO GOVERNO



Nem Noel salva a indústria

Raul Mariano 







O setor de máquinas e equipamentos foi um dos mais afetados com a queda dos investimentos

No que depender da indústria, a retomada do crescimento econômico ainda vai demorar para acontecer. O setor registra perdas há pelo menos dois anos e a expectativa de recuperação no segundo semestre de 2016 não se confirmou, como previam os mais otimistas. Nem mesmo os pedidos do Natal, que eram a esperança de aquecimento no último trimestre e reduziram 10% na comparação com o ano anterior, foram suficientes para impedir o fechamento no vermelho. Pelo contrário, os índices de emprego, faturamento e utilização de capacidade instalada voltaram aos mesmos patamares de uma década atrás.
O receio generalizado de consumidores, lojistas e empresários da indústria diante de uma situação financeira já debilitada contribuem para que o setor continue rolando ladeira abaixo. Para especialistas, o nível de endividamento elevado atrapalha a tomada de decisão dos compradores mesmo com uma inflação em declínio. Da mesma forma, o comerciante e o industrial pisam no freio para evitar que estoques continuem elevados, completando o ciclo de estagnação.
Emprego
Os reflexos no emprego são evidentes. No acumulado dos 12 meses terminados em setembro a indústria da transformação fechou mais de 461 mil postos de trabalho no país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em todo setor produtivo, mais de 1,5 milhão de vagas foram extintas no mesmo período.
Para o economista Marcelo Azevedo, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), é pouco provável que a recuperação aconteça de forma acelerada. “A natureza dos problemas que temos enfrentado e a longevidade deles vai dificultar a recuperação. Ainda há ociosidade grande e o empresário não vai investir tendo um terço de suas máquinas paradas. O próprio índice de confiança que vinha melhorando muito, não melhorou tanto em outubro”, avalia.
Exportações
Com a valorização do real frente ao dólar, o aquecimento da indústria pela via das exportações também perde força, uma vez que os produtos brasileiros se tornam mais caros no mercado externo.
Em outubro, as vendas externas brasileiras alcançaram US$ 13,7 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve recuo de 10,2%, e de 8,8% em relação a setembro de 2016.
Em Minas, a capacidade produtiva da indústria despencou puxada principalmente pelos setores de máquinas e equipamentos, automotivo e extrativo mineral. No faturamento, o recuo nos últimos 12 meses já é de 14,3%, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
No acumulado do ano até setembro, o setor de veículos automotores registrou sozinho uma queda de 41,8%, a maior variação negativa do período seguindo uma tendência que se repete desde o mês de janeiro. No mesmo período, a retração no licenciamento de veículos foi de 22,8%.
Segmento ainda sofre com a falta de investimentos
Se os indicadores de queda da atividade industrial já são preocupantes, a situação é ainda pior quando considerada a ausência de investimentos no setor. Dados do Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (Ipea) apontam que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), indicador que funciona como termômetro da indústria, teve redução de 2,2% em setembro na comparação com o mês anterior. É o terceiro recuo mensal consecutivo.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a FBCF caiu 10,6%. Já no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, o investimento registrou redução de 9,9%.
“O recuo dos investimentos no terceiro trimestre reforça a expectativa de uma recuperação lenta da economia brasileira”, afirma o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Leonardo Mello de Carvalho, que pertence ao Grupo de Conjuntura do Instituto.
O setor de máquinas e equipamentos foi um dos mais afetados pelas perdas da indústria sobretudo pelo corte dos investimentos. A queda no faturamento real do segmento foi de 25,3% no acumulado do ano até setembro, ficando atrás apenas do setor automotivo.
O presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos em Minas Gerais (Abimaq-MG), Marcelo Veneroso, explica que a situação reflete a dependência do Estado de atividades como mineração e siderurgia, ambas atingidas pela queda nos preços internacionais das commodities.
Continuamos em queda, em proporção menor do que no ano passado, mas ainda registrando números negativos. Para esse resto de ano, não há nada que indique melhora. Houve um viés de otimismo com a troca de governo, mas o novo governo não tomou ainda nenhuma decisão que faça os investimento acontecerem para colocar novos pedidos na indústria de máquinas.



CRISE NO MERCADO DE BENS DE LUXO

  Brasil e Mundo ...