domingo, 23 de outubro de 2016

CONGRESSISTAS NÃO APROVAM AS REFORMAS



Crise política e ajuste fiscal deixam reformas importantes emperradas no Congresso

Filipe Motta 




Com a crise política que se arrasta e a prioridade do governo Michel Temer em aprovar medidas de austeridade econômica, muitas outras reformas que tramitam há anos no Congresso seguem sem previsão de apreciação e voto. E o quadro deve se manter pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2017.
A ampliação das discussões das reformas tributária e do pacto federativo, além da aprovação do novo código penal não devem acontecer tão cedo, avaliam deputados e senadores. Já aprovação do novo código da mineração e de uma versão condensada da reforma política até se encontram nos planos de parte dos parlamentares, mas não ocupam lugar privilegiado na longa lista de pendências do governo federal com o Congresso.
Esses dois projetos só devem se desenrolar após o término da votação da PEC 241, do teto dos gastos, que ainda precisa ser aprovada em segundo turno na Câmara e ir para o Senado.
Ano que vem, quem sabe
Para 2016, o Congresso também precisa bater o martelo sobre a Lei Orçamentária Anual de 2017, fato que pode ser marcado pelo risca faca do atual quadro de contenção de gastos, alertam os oposicionistas.
“Ano que vem, talvez seja possível a discussão de algumas das reformas, mas o primeiro semestre será intenso com a discussão da Reforma da Previdência. Vai consumir bastante”, afirma o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG).
Código penal
O novo código penal é um dos projetos fora da lista do ajuste econômico que se encontra com tramitação mais avançada e ilustra o quadro de abandono pela qual passaram alguns projetos. Ele tramitava em regime de urgência na pauta do Senado até o final ano passado. No entanto, ficou sem relator entre fevereiro e setembro deste ano e não tem perspectiva de voltar à pauta tão cedo.
O projeto reúne pontos polêmicos, como a inclusão da corrupção no rol de crimes hediondos, e recebeu inúmeras sugestões externas que ainda precisam ser analisadas pelo relator recém-escolhido, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG). Diante de incertezas, o projeto não é visto como prioridade pelo governo, que deve apostar em pequenos ajustes na legislação penal.
Pacto federativo
Já a reforma do pacto federativo, com projetos que propõem ajustes na redistribuição de impostos entre Estados e a União, além de descentralização legislativa, permitindo que Assembleias Legislativas deliberem sobre temas hoje restritos ao Congresso, como algumas questões de trânsito. A possibilidade de perda de poder político, no entanto, afugenta parlamentares.
Reforma tributária
“No caso da Reforma Tributária, o conselho dos secretários estaduais de Fazenda tem discutido muito o problema, fazendo com que ele não seja esquecido. Mas numa situação de penúria, nenhum Estado quer abrir mão de nada”, aponta o deputado federal Rodrigo de Castro (PSBD-MG). Ele diz, no entanto, que sinalizações do governo podem ajudar em avanços. “Qualquer proposta, para ser aprovada, depende de vontade de governo”, lembra.
Qualquer chance de avanço, porém, podem evaporar com as reverberações das possíveis delações de Eduardo Cunha e integrantes da Odebrecht na Operação “Lava Jato”.
Pressão de governadores pode ajudar, avaliam parlamentares
Alguns parlamentares próximos a governadores que buscam alternativas para melhorar a arrecadação tentam mostrar otimismo com a possibilidade de votação de projetos que garantam alguns tostões a mais para os seus Estados.
“A necessidade faz o tempo. Minas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro... Todos os Estados estão em situação financeira muito ruim. Isso pode fazer com que governadores mobilizem parlamentares para aprovar medidas que auxiliem solução financeiras dos Estados”, afirma o deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG).
Código da Mineração
É o caso do Código da Mineração, cuja votação na Câmara chegou a ser anunciada diversas vezes no início de 2016, mas foi sufocada pelos ecos da tragédia da Samarco, em Mariana, pelas polêmicas da gestão Eduardo Cunha e pela tramitação do impeachment.
Além da transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) numa agência reguladora, o projeto prevê, dentre outros pontos, o aumento dos royalties pagos pelas mineradoras a estados e municípios, além da incidência da cobrança sobre o lucro bruto das empresas (hoje ela recai sobre o líquido). Diante do impasse sobre o aumento da alíquota dos royalties, parlamentares e o próprio governo têm sugerido a votação fracionada do projeto, deixando divergências para apreciação futura.
Reforma política
A estratégia de votar projetos reduzidos também se aplica a uma nova versão de reforma política que parte da base que o governo busca avançar. Relatada pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-MG) e anunciada para uma possível votação em novembro, a mini-reforma busca acabar com a coligação de partidos em eleições proporcionais (vereadores e deputados) e instaurar uma cláusula de barreira (votação mínima para o partido se viabilizar).
É ponto pacífico que o texto possa ser aprovado no Senado, mas como a cláusula de barreiras ameaça o funcionamento de pequenos partidos, é provável que, na Câmara, a matéria seja barrada pelo “Centrão”.




sábado, 22 de outubro de 2016

A PEC 241 É A MAIS OUSADA E CORAJOSA MEDIDA JÁ TOMADA NO BRASIL



Tudo ou nada

Opinião Jornal Hoje em Dia 



Antônio Álvares da Silva*



 

A PEC 241, se for efetivamente aprovada, é a mais ousada e corajosa medida que se tomou na história jurídica, social e econômica do Brasil. Está certo o governo que, sentindo-se encurralado, partiu para a luta em vez de se recolher medroso diante dos grandes problemas que nos afligem.
O Estado brasileiro já está doente há muito tempo. Incapacidades sucessivas, soluções parciais, remédios insuficientes, gastos descontrolados tornaram-no um monstro combalido, que seguiu trôpego através da História. Nunca foi capaz de caminhar junto com a sociedade, administrando com eficiência os problemas sociais. Ficou sempre atrás na retaguarda, enquanto os fatos, como se sempre, tomaram a dianteira.
É preciso que todos tenham consciência do momento em que vivemos. Dias piores virão com toda força. Os problemas, que já se delinearam no horizonte, se tornarão monstros reais em pouco tempo e ainda não sabemos como dominá-los.
O leitor acompanha naturalmente o noticiário da imprensa e vive em sua própria pele os males da doença. A Universidade vai parar. A sociedade ficará sem a pesquisa científica. O progresso se estancará. Não haverá verba para o custeio de benefícios e serviços. Que faremos com os necessitados? A prestação do serviço público, que já é ruim, cairá para nível pior ainda.
O fato é que, com a contenção dos gastos, surgirá uma grande barreira à nossa frente. Então, chegaremos ao ponto máximo deste grande drama: ou suportaremos a carência geral de tudo e recomeçaremos praticamente do nada ou então uma crise sem limites varrerá o país, cujas consequências imprevisíveis desconhecemos. Se países menores como a Grécia e a Venezuela já causam tantos problemas entre as nações, imagine-se a força destrutiva de um país como o nosso.
Louve-se a coragem do presidente Temer e sua equipe. A hora da luta chegou. Não poderíamos continuar como sempre fomos, pondo panos quentes numa ferida que precisa de um tratamento definitivo. É hora da responsabilidade geral. Ou tudo ou nada. Resta saber para qual destas alternativas futuro nos levará.
(*) Professor titular da Faculdade de Direito da UFMG

 

O HOMEM DESCOBRIU O FOGO HÁ MILHARES DE ANOS



Humanos usaram calor para fazer ferramentas na África há 65 mil anos

AFP 








O fogo foi utilizado para fabricar ferramentas de forma sistemática na Europa ocidental há 11 mil anos
Os humanos que viviam na África usaram calor para quebrar pedras e fazer lâminas e machados milhares de anos antes de esta técnica surgir em outro lugar do planeta, revela um estudo publicado nesta quarta-feira.

Segundo o trabalho, publicado na revista Plos One, os humanos que habitavam o sul da África há 65 mil anos aqueciam rochas para fazer lâminas e machados. Este é o  exemplo de piro-tecnologia - uso do fogo na transformação da matéria - mais antigo de que se tem conhecimento.

"Isto supõe um salto no conhecimento e nas habilidades para usar o fogo na transformação da matéria, o que representa um passo considerável na evolução tecnológica do homem, exclusiva desta região", disse à AFP Anne Delagnes, uma das autoras do estudo, realizado pelo Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) francês.

A investigação foi realizada em Klipdrift Shelter, um sítio da Idade da Pedra Média recentemente descoberto a sudeste da Cidade do Cabo, na África do Sul.

Os pesquisadores descobriram que 92% das amostras de rocha tinham sinais de aquecimento intencional, em um processo para quebrar a rocha, gerando peças afiadas para a confecção de lâminas e machados.

"O fogo quebra a pedra e elimina as impurezas internas, minimizando o risco de fratura durante o processo, uma técnica muito sofisticada", explicou Delangnes.

As análises sugeriram que as pedras foram aquecidas rapidamente em fogueiras com  temperaturas superiores a 450ºC.

Aparentemente, os humanos fabricavam pequenas ferramentas de pedra colocando lâminas curtas em hastes. Algumas destas ferramentas tinham várias lâminas, um ancestral da navalha suíça.

"Foi um período extremamente inovador no sul da África", disse Delagnes.

O achado demonstra o uso da piro-tecnologia na África há 65 mil anos, contra há 20 mil anos na Sibéria, e há 18 mil anos na Europa, onde também era usada para fabricar ferramentas.

O fogo foi utilizado para fabricar ferramentas de forma sistemática na Europa ocidental há 11 mil anos, durante el Neolítico, que marcou o início da civilização humana, com o surgimento da agricultura e da pecuária.



VAMOS PROTEGER OS ANIMAIS



'Declínio catastrófico' de gorilas no Congo, devastado pela guerra

AFP 




Estimativas apontam a existência de apenas 3.800 exemplares do Gorilla beringei graueri em estado selvagem

Uma espécie de gorila em perigo crítico na República Democrática do Congo, devastada pela guerra, perdeu mais de três quartos da sua população e corre o risco de desaparecer nos próximos cinco anos, alertaram pesquisadores na quarta-feira.

Hoje restam apenas 3.800 exemplares do gorila de Grauer (Gorilla beringei graueri) em estado selvagem, segundo um estudo publicado na revista científica PLOS ONE, que descreve o "declínio catastrófico" dos maiores primatas do mundo.

Antes da guerra civil que começou em 1996 no antigo Zaire, havia 16.900 destes gorilas.

"Embora nós soubéssemos que o gorila de Grauer estava em apuros, ninguém tinha percebido o quanto eles tinham diminuído", disse o autor principal do estudo, Andrew Plumptre, da Wildlife Conservation Society.

Com o conflito, que dificultou a contagem dos gorilas, mineiros armados começaram a caçar gorilas em busca da carne de animais selvagens.

Estes grandes macacos foram uma das duas subespécies de gorilas orientais que em setembro foram classificadas como em perigo crítico - a categoria de maior risco - na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).

A população da outra subespécie, conhecida como gorila do oriente (Gorilla beringei), caiu para 5.000 exemplares.

Algumas estratégias para salvar a espécie poderiam incluir a proibição da mineração em áreas protegidas e incentivar os militares a protegerem a vida selvagem, disseram os pesquisadores.

GOVER NO LULA NÃO CONCORDA COM AS REDES SOCIAIS LIVRES DE CENSURA

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