domingo, 9 de outubro de 2016

CRISE NÃO COMBINA COM O AUMENTO DE ENERGIA



Médios e grandes consumidores já podem comprar diretamente de quem gera

Tatiana Moraes 









SATISFAÇÃO - Flávio Roscoe, da Colortêxtil: previsão de retorno do investimento realizado em quatro meses
Crise não combina com aumento do preço da energia. Mas é isso que acontece hoje. Com vendas e faturamento em queda em todos os setores, as empresas mineiras ainda enfrentam aumento de 60% no preço da energia somente em 2015.
Mas existe a alternativa da compra de energia diretamente da fonte, sem passar pelas distribuidoras, ainda pouco conhecida no mundo corporativo. Na compra direta, o preço é negociado diretamente com fornecedores, fugindo das tarifas estabelecidas pelo governo.
Segundo especialistas, o novo sistema pode gerar redução no preço entre 15% e 20%, que para uma cota média de energia de R$ 100 mil mensais significa uma economia ao ano de até R$ 240 mil.
Os “Consumidores Especiais”, como são chamados, devem consumir mensalmente entre 500 quilowatts (kW) e 3 megawatts (MW). Mas, para verificar que o sistema é vantajoso frente ao consumo, é necessário contratar um estudo de viabilidade econômico financeira.
“Normalmente, empresas com contas a partir de R$ 100 mil já se habilitam. Geralmente, um prédio comercial de 30 andares se enquadra. Um shopping também”, afirma o diretor-executivo da Safira Energia, Mikio Kawai Junior.
Alteração
Ele explica que a migração é simples. Basta fazer a análise econômico financeira da alteração, notificar a distribuidora da mudança – a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), no caso dos mineiros – e trocar o medidor de energia. Segundo Kawai Junior, a análise econômico financeira é realizada por consultorias ou comercializadoras de energia.
O proprietário da Colortêxtil, fábrica de tecidos, e presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis, de Malhas de Minas Gerais (Sindimalhas), Flávio Roscoe, aderiu ao modelo especial há pouco tempo em uma de suas três fábricas. Após uma avaliação, ele não optou pelo preço mais baixo disponível, mas por aquele que permitia um volume de compra flexível. Na ponta do lápis, o resultado surpreendeu. Segundo o empresário, a redução mensal na conta de luz foi de, aproximadamente 16%. Como o medidor instalado fica por conta do interessado, há um custo. Mas o investimento, de acordo com ele, compensa.
“Em quatro meses, o que investi será pago e, a partir daí, a redução na conta de luz será real”, comemora. Na avaliação do proprietário da Colortêxtil, que possui duas unidades em Minas Gerais e uma no Nordeste, a possibilidade de escolher o fornecedor de energia dá fôlego às indústrias nacionais. No caso de Minas Gerais, em que o ICMS da energia é de 30% e é cobrado “por dentro”, se transformando em 42%, a economia costuma ser maior.
Incentivada
“A migração para este mercado é feroz. Além de reduzir a conta de luz eles incentivam a geração de novas fontes de energia”, ressalta o gerente de Gestão de Clientes do grupo Delta, Reinado Ribas.
Afinal, a energia comprada pelos consumidores especiais deve ser de fonte incentivada, como solar, eólica, biomassa e Pequena Central Hidrelétrica (PCH), por exemplo.
Potencial da compra direta representa 40% do consumo nacional de energia
O número de consumidores que poderiam se enquadrar na categoria de “especiais”, aqueles com contas superiores a R$ 100 mil, aproximadamente, registrou um salto superior a 60% em 2016. Em janeiro, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), eram 1.253 clientes. Em julho, subiram para 2.019.
Na CMU Comercializadora de Energia, o movimento foi ainda melhor. Conforme o proprietário da empresa, Walter Fróes, o número de clientes especiais conquistados em 2016 mais do que dobrou este ano. E, de acordo com ele, ainda há muito espaço para crescer.
“Muitas empresas que poderiam se encaixar como consumidores especiais, ou no mercado livre, não sabem disso. É um mercado muito novo. Hoje, 28% do mercado de energia é livre ou especial. Temos potencial para chegar a 40%”, diz Fróes. E, em Minas Gerais, o potencial é ainda maior do que no restante do país. O Estado, com grande vocação industrial, detém 12,3% do mercado de energia livre.
O especialista do setor destaca que no Mercado Livre o volume de energia contratada deve ser superior a 3 megawatts. Neste caso, entram grandes indústrias, grandes shoppings e outros. “Diferente dos consumidores especiais, que deve ser comprada de fonte incentivada, no mercado livre a energia contratada pode ser de qualquer tipo de energia”, explica. Por mês, cerca de 120 adesões do mercado livre são registradas na CCEE.

VAMOS TAPAR OS BURACOS DA POLÍTICA - REFORMAS JÁ!



Reforma política urgente!

Frei Betto 





Nossa legislação eleitoral é um verdadeiro queijo suíço, cheia de buracos. Foi um avanço proibir doações de bancos e empresas a candidatos. Porém, ainda levam vantagem os candidatos mais ricos e amigos dos ricos.
João Dória (PSDB), candidato a prefeito de São Paulo, investiu na campanha R$ 2,4 milhões. Ou seja, o fator financeiro favorece os candidatos que dispõem de mais recursos. Houve até candidato, na disputa pela prefeitura de Curitiba, como Rafael Greca (PMN), aquele que vomita quando encontra pobre, que doou R$ 600 mil à própria campanha, embora seu patrimônio pessoal não chegue a tanto...
O caixa dois infelizmente não foi extinto e se constataram casos de utilização indevida de CPFs alheios. Parte dessa dinheirama veio do crime organizado. Nossa política se transforma em caso de polícia.
Uma reforma política deveria proibir candidatos de investirem recursos próprios em suas campanhas. E as contribuições de seus amigos e eleitores serem limitadas a um teto que evite o lobby que permite a certos candidatos concorrerem como o coelho na disputa com a tartaruga.
É preciso também adotar a isonomia das candidaturas no tempo de aparição na TV, o mais poderoso cabo eleitoral. Não faz sentido a atual proporcionalidade de representação partidária. O candidato de um pequeno partido pode ser melhor gestor que o candidato de um grande partido. Portanto, todos deveriam ter igual visibilidade, em iguais condições de expor aos eleitores suas propostas e projetos, como ocorre nas eleições do segundo turno.
A Justiça Eleitoral deveria se encarregar de analisar melhor a vida pregressa dos candidatos, de modo a impedir que narcotraficantes, milicianos, corruptos e bandidos se apresentem para ocupar funções públicas. A Lei da Ficha Limpa precisa ser ampliada.
Enfim, 35 partidos disputaram a eleição municipal deste ano. A maioria, partidecos que nasceram de interesses corporativos, nem sempre voltados ao bem comum. A falta de alfabetização política do povo brasileiro se reflete neste dado preocupante: em nove capitais (Rio, São Paulo, Belém, Aracaju, Porto Alegre, Cuiabá, Campo Grande, Belo Horizonte e Curitiba), o número de votos brancos, nulos e de eleitores que não votaram superou o número de votos obtidos pelo candidato que ficou em primeiro lugar.
João Doria se elegeu prefeito de São Paulo no primeiro turno com 3.085 milhões de votos. Perdeu apenas para os eleitores que não compareceram às urnas ou votaram branco ou nulo. Eles somam 3.096 milhões!Um Brasil melhor exige, urgente, profunda reforma política!



sábado, 8 de outubro de 2016

REFORMAS PROFUNDAS AJUDAM ATRAIR CAPITAL EXTERNO PARA O BRASIL



Meirelles avalia que concessões podem atrair dezenas de bilhões de dólares

Estadão Conteúdo 




O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que em conversas esta semana com investidores nos Estados Unidos notou interesse forte pelos projetos de infraestrutura no Brasil e que acredita que o país pode receber "dezenas de bilhões" de dólares com as concessões que vão a leilão nos próximos meses.

"Serão volumes substanciais de investimento, principalmente porque o programa de concessões é realista. Existe enorme oportunidade de investimento no Brasil", disse o ministro a jornalistas nesta sexta-feira, 7." Na avaliação de Meirelles, um dos principais fatores para os estrangeiros é que as regras sejam estáveis e que durem o tempo das concessões.

Outro fator importante é que prevaleça a maior competição possível nos leilões, para que se tenha certeza que o melhor vai levar o projeto. "Vamos deixar de ter essa posição intervencionista do governo de querer tomar a decisão não só em nome da população, mas também dos investidores."

Na avaliação de Meirelles, o Brasil não só está aproveitando o bom cenário externo no momento para fazer as reformas, como destacou mais cedo o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, mas também uma "janela de oportunidade" no mercado doméstico. "É o momento em que o Congresso, a população, os consumidores, os empresários estão cada vez mais conscientes de que é preciso tirar o Brasil da crise", disse ele, frisando que o fator principal para provocar a recessão brasileira foram causas internas e não externas.

Na apresentação que fez para investidores em Washington em evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, Meirelles falou de fatores que levaram a uma das maiores recessões da história do Brasil e mencionou que o gasto público brasileiro vem crescendo de forma continuada na gestão dos três últimos presidentes. Mesmos os que foram reeleitos deixaram despesa maior para seus próprios governos. "Algumas questões domésticas existem há décadas. Algumas mudanças que estamos propondo na Constituição prevalecem desde a aprovação de 1988."

Meirelles disse que as medidas mais estruturais, incluindo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que fixa um limite para o aumento do gasto público, extrapolam a questão de governos e levam em conta o longo prazo. Nesse cenário, não se encerram após as eleições presidenciais de 2018.

"Nos últimos anos, as despesas do governo assumiram trajetória insustentável", disse o ministro na apresentação, que reuniu cerca de 250 pessoas, entre empresários, investidores e economistas. O novo governo apresentou propostas que podem mudar as regras do jogo e já trazem resultados. As expectativas de inflação apontam para convergência para a meta do BC e a economia está perto de retomar crescimento.


CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE ANDAM JUNTAS



'Decisões do STF dão esperanças de que Brasil superará corrupção sistêmica', diz Moro

Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo Horizonte






Sérgio Moro é o responsável por conduzir a operação "Lava Jato"

O juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), disse nesta sexta (7), no Rio de Janeiro,  que algumas das decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF) dão esperanças de que o Brasil poderá superar os esquemas de corrução sistêmica. Moro citou como exemplo a proibição de doações de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais e a manutenção de entendimento definido pela própria Corte, em fevereiro deste ano, que permitiu a possibilidade de prisão após condenação por colegiado de segunda instância. Ele participou da aula inaugural do curso de direito penal e processual penal da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj), no Tribunal de Justiça (TJRJ), centro da cidade.
Moro disse que para pôr fim à corrupção, é necessário que a impunidade também tenha fim, a partir da rigorosa aplicação da lei penal, que puna também os mais poderosos. Ele salientou, porém, a necessidade de que ocorram reformas mais amplas, como as que “estão vindo do STF”. No entender do juiz, as instituições públicas e privadas devem agir da mesma forma, denunciando e combatendo esquemas corruptos.
O magistrado citou o caso dos Estados Unidos, em particular, que embora ainda apresente problemas de corrupção no momento, no século 20 “era um país extremamente corrupto”, envolvendo agentes públicos, parlamentares e monopólios econômicos. “Mas o quadro mudou”, disse. “A corrupção hoje é bem menor do que anteriormente”.
Um dos fatores que propiciou a mudança foi a chegada de Theodore Roosevelt à Presidência da República (1901 - 1909), diz Sergio Moro. Roosevelt adotou uma postura rigorosa contra essa prática, com aplicação da lei penal. O presidente norte-americano conseguiu aprovar uma lei importante para prevenir a corrupção, limitando doações para campanhas eleitorais. Palavras proferidas por Roosevelt foram citadas por Moro como aplicáveis também ao Brasil e a qualquer outro país que deseje combater a corrupção sistêmica: “a punição da corrupção pública é uma honra para a nação”.

Publicidade das operações
Moro disse que tanto o pagador de propina como o corrompido ou beneficiário afetam a própria sociedade. Ele acrescentou que a publicidade, no caso de operações como a Lava Jato, é importante para que o povo possa acompanhar o caso e o julgamento de pessoas envolvidas em crimes contra a administração pública. A decisão é tornar públicos todos os fatos, desde que não ponham em risco o andamento do processo.
Para Moro, a corrupção sistêmica “tem um custo enorme”, o custo imediato da propina, porque afeta os recursos públicos, e custos indiretos, traduzidos pelas obras com superfaturamento. Além disso, a corrupção sistêmica afasta investidores internos e externos. “Acima do custo econômico, a corrupção sistêmica é um problema moral que afeta a qualidade da democracia”. As pessoas, disse o juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), perdem a fé nas leis. Moro foi aplaudido de pé por autoridades, alunos e professores da Emerj  tanto quando foi anunciado para compor a mesa, como em sua saída do auditório.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

  Brasil e Mundo ...