quinta-feira, 8 de setembro de 2016

TER MEDO DE TUDO É DOENÇA



Filosofia do medo

Simone Demolinari 



O medo de tomar decisões deriva da insegurança. Quanto mais inseguro, mais medrosa é uma pessoa. Medo de errar, medo de perder, medo de fracassar, medo do desconhecido. Vários medos envolvem a tomada de decisão.
Biologicamente, sentimos medo como reação natural de preservação da vida. Este medo que nos protege é considerado um “medo bom”, visto que a ausência dele nos deixa expostos à condição de risco. Entretanto, quando ele ocorre de forma exagerada ou irracional, pode nos paralisar, acovardar e roubar nossa liberdade de escolha.
Escolher é, por vezes, um processo desconfortante, uma vez que a decisão implica numa renúncia. E nessa hora estamos sós. Amigos, cônjuge e família podem dar suas opiniões, às vezes contribuindo, outras vezes atrapalhando.
Por medo que lhes são próprios, algumas pessoas acabam desencorajando as outras, através de crítica, pessimismo, previsões futurísticas que mais amedrontam que motivam. E não é por culpa delas. De uma maneira geral, as pessoas são treinadas mais para sentirem medo do que para sentirem coragem.
Certa vez, soube de uma moça que tinha um alto posto de trabalho num jornal americano. Um emprego dos sonhos de muita gente. Bom salário, uma aparente estabilidade, ótimos benefícios e o respeito conquistado pelos anos de dedicação. Contudo, mesmo com esse contexto favorável, ela não se sentia mais feliz e decidiu que não queria mais viver longe do seu país. Depois de quase 15 anos morando nos EUA, queria voltar para o Brasil. Ela já estava certa de que pediria demissão, porém sua maior dificuldade era convencer sua família e amigos da sua decisão. Para eles, o fato de ela não estar mais feliz não era o bastante. Recebeu duras críticas da família que repetia diuturnamente: “emprego bom igual a esse você nunca mais vai achar”.
Algo semelhante acontece no campo sentimental, quando se relaciona com alguém considerado como uma “pessoa boa”. Este foi o caso de Inês, uma moça que namorava um rapaz trabalhador, bem empregado, bonito, educado, bom caráter e apaixonado por ela. Contudo faltava “apenas” amá-lo, o que ela tentou anos a fio e não conseguiu. Todas as vezes que ensaiava um término, ela ouvia: “namorado bom igual a este você nunca vai achar”. O medo de terminar o namoro fez com que ela insistisse por seis anos numa relação que ela não sentia firmeza.
A filosofia do medo – “igual a este você nunca vai achar” – pode até ser bem intencionada, mas não deixa de ser perversa, uma vez que vem embalada de preocupação e desmerece o estado emocional do outro.
Ficar prisioneiro do medo é uma forma limitada de levar a vida. Ao nos depararmos com uma situação de insegurança é bom refletirmos à luz da sabedoria do escritor americano Mark Twain: “coragem não é a ausência do medo, e sim o enfrentamento dele”.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

CIUME DOS CALÇADISTAS BRASILEIROS



Calçadistas reagem a sapato chinês de Temer

Estadão Conteúdo






Em visita à China, Temer visitou um shopping para comprar um par de sapatos, produto que, atualmente, representa a crise brasileira
Pivô de reclamações dos calçadistas brasileiros, devido à concorrência considerada desleal, o sapato chinês foi parar nos pés de Michel Temer. Em visita à China, o presidente comprou um par do produto chinês e fez sucesso naquele país com fotos publicadas nas redes sociais, mas indignou os fabricantes brasileiros.

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) pretende presentear o presidente com uma sapato nacional, sem lhe cobrar nada, "para que ele possa verificar a qualidade", disse seu presidente Heitor Klein.

Michel Temer foi a um shopping chinês no sábado (3) à tarde para comprar dois produtos que simbolizam a crise da indústria brasileira: sapatos e brinquedos. Em sua primeira viagem internacional, o peemedebista gastou o equivalente a R$ 389 em um par de calçados e R$ 195 em um cachorro eletrônico que fala chinês.

Na loja de sapatos Satchi, a vendedora se surpreendeu ao saber que havia atendido o presidente do Brasil e pediu para tirar uma foto ao lado dele. A marca é sediada em Guangdong, província do sul do país que foi o destino de várias fábricas de calçados que deixaram o Rio Grande do Sul nos 1990, em um dos principais exemplos de transferência de tecnologia e de empregos do Brasil para a China. Até então, o país asiático não tinha know-how de produção de sapatos de couro.

O site do jornal oficial chinês publicou uma foto do presidente brasileiro experimentando um par de sapatos de couro.

A visita de Temer ao território chinês tinha, entre os objetivos, o de justamente ampliar o mercado nacional e aumentar a visibilidade do produto "made in Brazil". Por isso mesmo, a compra do sapato acabou não pegando bem.

Ainda assim, o presidente da Abicalçados tentou minimizar a situação. "Não há nenhum constrangimento, nenhuma sensação de tristeza nem mal-estar." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

"A DIGNIDADE NÃO CONSISTE GOVERNAR SOBRE MNDIGOS, MAS SOBRE HOMENS RICOS E FELIZES"



Políticos têm patrono




O número 72 do Jornal da Associação Nacional dos Escritores (ANE) traz interessante artigo de José Carlos Brandi Aleixo, da Academia Mineira de Letras, sobre Tomás More. Muito oportuno, aliás, pois corresponde ao quingentésimo (quinhentos anos) do aniversário de publicação de “A Utopia”, em Lovain, cidade belga, em 1516. O autor se refere ao fato de estar exatamente agora se registrando também o cinquentenário do filme “A Man for All Seasons (no Brasil, “O Homem que não Vendeu a Alma” ), de Fred Zinnmann, que ele considera excelente.
Filho de pais abastados, More formou-se advogado, casou com Jane Colt, de cuja união nasceram quatro filhos. Viúvo, esposou Lady Alice. Exemplar chefe de família, seu lar acolhia genros, noras, netos, amigos e jovens que precisavam de orientação. Elegeu-se ao Parlamento, recebeu o título de cavaleiro, tornou-se presidente da Câmara dos Comuns e foi escolhido por Henrique VIII para chanceler, admirado “pela integridade moral, competência, sutileza de pensamento, afabilidade e cultura ímpar”.
Participou em Flandres de negociações, em nome da Inglaterra, sobre tratados comerciais e diplomáticos, mais se aproximando do sábio Erasmo de Roterdam, de quem já era amigo, autor de “A Educação de um Príncipe Cristão”. Na Antuérpia, onde existia uma Feitoria portuguesa, aproximou-se do navegante lusitano Rafael Hitlodeu, que viajara com Américo Vespúcio. Uniram seus interesses aos dos autores helênicos e romanos que estudaram a organização política dos povos.
More somava experiências e convivia com o que havia de mais lúcido na intelectualidade europeia, mas não se curvava a interesses e desígnios do poder. Afastava-se, assim, de seu protetor, Henrique VIII, que pretendia assumir, como assumiu, a chefia da Igreja da Inglaterra, desafiando Roma. Não aprovando o divórcio do soberano, acontecimento decisivo naqueles meados do século XVI, demitiu-se Tomas da chancelaria. Encarcerado por mais de um ano na temível Torre de Londres, registrava suas dores e sacrifícios. Finalmente condenado à forca, não desanimou.
Escreveu: “Os homens fizeram os reis para os homens e não os homens para os reis, colocaram chefes à sua frente e para que pudessem viver comodamente ao abrigo das violências e dos ultrajes; o dever mais sagrado do príncipe é velar pela felicidade do povo antes de velar pela sua própria; como um pastor fiel,deve dedicar-se ao seu rebanho e conduzi-lo às pastagens mais férteis (...). A dignidade real não consiste em reinar sobre mendigos, mas sobre homens ricos e felizes”.
Dirigiu-se ao carrasco, ao ir à forca: “Ajuda-me a subir ao cadafalso porque para descer não darei trabalho”. Ainda: “Morro servidor fiel do rei, mas de Deus em primeiro lugar”.
Para epitáfio, deixou redigido: “Não odioso à nobreza, nem desagradável ao povo, mas temido por ladrões, assassinos e heréticos”.
Reverenciado, inclusive por Lênin, que lhe ergueu monumento próximo ao Kremlin, João Paulo II, em outubro de 2000, proclamou-o “Patrono dos governantes e dos políticos”. Seria bom que estes melhor o conhecessem.

OU VAI OU RACHA - REFORMA DA PREVIDÊNCIA



Temer enviará reforma da Previdência ao Congresso até o fim de setembro

FolhaPress




Presidente Michel Temer
Aconselhado pela área econômica e pela Casa Civil, o presidente Michel Temer decidiu encaminhar a proposta de reforma da Previdência para o Congresso ainda em setembro, antes do primeiro turno das eleições municipais. A decisão foi tomada nesta terça-feira (6), dia em que o peemedebista voltou de sua viagem à China.
O governo estava sendo pressionado por sua base aliada, com o apoio do ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), a adiar o encaminhamento para depois do pleito eleitoral para que as propostas mais rígidas de aposentadoria não fossem usadas como munição pela oposição contra candidatos governistas.
Até o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia se posicionado contra o envio da reforma previdenciária neste mês. Ele alega que, mesmo que a proposta de emenda constitucional seja enviada ao Legislativo, dificilmente ela começará a tramitar por causa das eleições, período em que a Câmara estará praticamente em recesso branco.
Enquanto Temer estava na China, assessores e aliados passaram a defender o adiamento do envio da proposta. Dentro do Palácio do Planalto, havia uma expectativa de que o presidente acatasse a posição de sua base aliada, preocupada em evitar que o tema da reforma contaminasse a eleição.
O presidente foi aconselhado, porém, no voo de volta pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a manter sua decisão de enfrentar o tema impopular da reforma da Previdência mesmo num período eleitoral.
O ministro Geddel Vieira Lima foi escalado pelo presidente para anunciar oficialmente a decisão tomada momentos antes no gabinete de Temer. "A decisão é irreversível. A Previdência não tem como se manter como está. O presidente avaliou que, simbolicamente, por tudo o que o Brasil atravessa neste momento, nós deveríamos mandar a reforma antes do processo eleitoral", afirmou Geddel.
O auxiliar de Temer disse que já conversou com os aliados de Temer, que estavam se colocando contra o encaminhamento da proposta neste momento, para avisá-los da decisão presidencial. Ele disse que novas reuniões serão feitas com a base aliada para alinhavar a tramitação da medida.

VÁRIOS RECADOS SOBRE O CONTROLE DAS BIG TECHS

  Big Techs ...