Quatro dos seis grandes
macacos do mundo estão em risco
Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo
Horizonte
No últimos 20 anos houve redução de 70% da espécie Gorila oriental
Quatro dos seis grandes macacos do mundo estão criticamente ameaçados de
extinção, de acordo com a nova lista vermelha de espécies ameaçadas, divulgada
neste domingo (4), pela União Internacional para a Conservação da Natureza
(IUCN), durante o Congresso Internacional para a Conservação, que é realizado
em Honolulu, Havaí.
Este é o nível mais alto de ameaças a que espécies estão submetidas -
último passo antes de serem consideradas extintas na natureza. "Estamos
exterminando nossos parentes mais próximos", declarou Inger Andersen,
diretora-geral da IUCN.
O caso mais simbólico é o do gorila oriental (Gorilla beringei), que na
última versão da lista, em 2012, era considerado em perigo, agora passa a ser
criticamente ameaçado, com a detecção de que houve uma redução de mais de 70%
da população nos últimos 20 anos, principalmente por causa da caça ilegal.
Estima-se que menos de 5 mil indivíduos de duas subespécies estejam na
natureza.
Também em situação criticamente ameaçada estão o gorila ocidental e os
orangotangos de Bornéu e de Sumatra. Chimpanzé e bonobos, os animais mais
próximos dos seres humanos na linha evolutiva estão na categoria em perigo.
A mais abrangente lista deste gênero avaliou em sua mais recente edição
as condições em que se encontram 82.954 espécies de animais e plantas no mundo
- 23.928 delas estão em algum grau de
ameaça. Segundo os organizadores, apesar de haver alguns casos de sucesso em que o nível de ameaça foi reduzido após ações de conservação, como combate à caça e recuperação dos hábitats
naturais, a situação geral é de piora.
ameaça. Segundo os organizadores, apesar de haver alguns casos de sucesso em que o nível de ameaça foi reduzido após ações de conservação, como combate à caça e recuperação dos hábitats
naturais, a situação geral é de piora.
De acordo com Carlos Rondinini, coordenador da parte de mamíferos do
levantamento, hoje há dez vezes mais espécies chegando perto da extinção do que
aquelas que tiveram uma melhora de sua situação. "Ações de conservação
funcionam, é claro, mas têm sido insuficientes. Precisam ser substancialmente
aumentadas."
A boa notícia vem de um animal altamente icônico: o panda gigante
(Ailuropoda melanoleuca), que na lista anterior constava como em perigo agora
aparece como vulnerável. O mérito, dizem os
organizadores da lista, é do governo chinês, que promoveu ações para o controle da caça e recuperação de florestas de bambu, o alimento preferencial do animal.
organizadores da lista, é do governo chinês, que promoveu ações para o controle da caça e recuperação de florestas de bambu, o alimento preferencial do animal.
Brasil
Do país, o destaque do levantamento é negativo. O cágado-de-hegei, ou
cágado-da-Paraíba (Mesoclemmys hogei), que recebe esse nome justamente por ser
endêmico do Rio Paraíba, foi
classificado como criticamente ameaçado (na última análise ele estava em perigo).
classificado como criticamente ameaçado (na última análise ele estava em perigo).
Segundo o relatório, dez das 18 subpopulações conhecidas desapareceram
nos últimos 40 anos. Ele habita áreas baixas do rio, entre o Rio de Janeiro e o
Sul de Minas, mas vem sendo afetado pela destruição de hábitat.