segunda-feira, 8 de agosto de 2016

TEMPESTADE NO MÉXICO



Tempestade tropical Earl deixa 40 mortos no México

AFP








Ao menos 40 pessoas morreram, e várias seguem desaparecidas em deslizamentos de terra e desabamentos nos estados mexicanos de Puebla (centro) e Veracruz (leste) decorrentes da já dissipada tempestade tropical Earl - informaram as autoridades neste domingo (7).

Em nota, o governo de Puebla ampliou o número de óbitos de 28 para 29 pessoas, entre elas 15 menores, na serra norte. Vários moradores foram soterrados em deslizamentos. Já o governo de Veracruz elevou para onze os óbitos em circunstâncias similares em seu estado.

As autoridades socorreram cerca de 200 desabrigados em albergues e esperam atender a mais 300 moradores.

As chuvas torrenciais também causaram deslizamentos em estradas, duas pontes sobre o rio Necaxa foram danificadas, e algumas comunidades sofreram corte de energia, descreveu o governo de Puebla.

O governador do estado, Rafael Moreno Valle, seguiu para Huauchinango para coordenar as tarefas de resgate e pediu ao governo federal que declare estado de emergência.

Depois de chegar à categoria de furacão, o Earl perdeu força ao tocar a costa de Belize. Entrou pelo estado de Tabasco, no sul do México, na noite de quinta, já como tormenta tropical, terminando no mesmo dia.

Neste domingo, formou-se no Pacífico a tempestade tropical Javier. Às 21h GMT (18h de Brasília), Javier se encontrava 140 km ao sul de Corrientes, Jalisco (oeste), e a 245 km de Manzanillo, Colima (oeste).

Javier se afastava da costa mexicana na direção oeste-noroeste a 22 km/h com ventos máximos sustentados de 75 km/h e rajadas de até 95 km/h, informou o Serviço Meteorológico Nacional (SMN).

O IMPEACHMENT DE DILMA CONTINUA AMANHÃ DIA 09/08/2016



Entenda como será a próxima votação do processo de impeachment

Agência Brasil 



Dividindo as atenções com os Jogos Olímpicos do Rio, começa nesta terça-feira (9), no plenário do Senado, a fase de pronúncia, a segunda do processo de impeachment contra a presidenta afastada Dilma Rousseff. As regras foram definidas entre senadores e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, que vai presidir a sessão.
Rito
Prevista para começar às 9h, a cada quatro horas haverá intervalo de uma hora. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abrirá a sessão e passará o comando a Lewandowski.
No primeiro momento, o ministro responderá às questões de ordem que deverão ser apresentadas em até cinco minutos apenas por senadores. Os parlamentares contrários à questão de ordem também terão cinco minutos para se manifestar. Feito isso, Lewandowski decidirá sobre as demandas apresentadas, sem possibilidade de contestação dos senadores.
O passo seguinte é a leitura de um resumo do parecer elaborado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), o mesmo aprovado na Comissão Especial do Impeachment na última quinta-feira (4). Ele terá 30 minutos para isso. Em seguida, cada um dos 81 senadores poderá, em até dez minutos, discutir o relatório. A ordem será definida de acordo com a lista de inscrição que estará aberta 24 horas antes, ou seja, nesta segunda-feira (8).
Encerrada  essa etapa, já na madrugada de quarta-feira (10) os autores da denúncia contra Dilma Rousseff  terão até 30 minutos para reforçar seus argumentos. Em seguida, pelo mesmo tempo, será a vez de o advogado de  defesa, José Eduardo Cardozo, subir à tribuna do Senado para fazer as suas alegações.
Votação
A partir daí, os senadores começarão a se organizar para a votação. Já é dado como certo que haverá pedido das bancadas que apoiam Dilma Rousseff para que a votação da fase de pronúncia seja destacada. Assim, o painel de votação poderá ser aberto cinco vezes, uma para um dos quatro decretos que ampliaram a previsão de gastos no Orçamento sem a autorização do Congresso Nacional e outra pelas chamadas pedaladas fiscais no Plano Safra, programa de empréstimo a agricultores executado pelo Banco do Brasil.
Na prática, a presidenta afastada só se salvaria de um julgamento final e teria o processo arquivado, podendo retomar o mandato, se fosse absolvida de todas as acusações. Se fosse considerada inocente em um ou outro ponto, o julgamento final seria realizado em clima mais leve e defensores da petista acreditam que assim poderiam conseguir mais votos a favor dela.
Antes da votação de cada um dos crimes dos quais Dilma é acusada, será concedida a palavra, por até cinco minutos, na fase de encaminhamento, para a manifestação de, no máximo, dois oradores favoráveis e dois contrários às conclusões do parecer do relator.
Na manhã de quarta-feira, ao final dos encaminhamentos, os senadores poderão votar, por meio do painel eletrônico. Para tornar Dilma Rousseff ré e levá-la a julgamento são necessários votos de metade mais um dos senadores presentes à sessão (maioria simples). Desde que o processo chegou ao Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros, disse que não pretende votar.
Julgamento final
Caso o parecer não atinja o mínimo de votos necessários, o processo é arquivado e a presidenta afastada retoma o mandato. Mas, se tiver apoio da maioria simples dos votos, a denúncia segue para julgamento final. A acusação terá até 48 horas para apresentar o chamado “libelo acusatório” e um rol de seis testemunhas. Na prática, o documento consolida as acusações e provas produzidas.
Os autores da denúncia, os juristas Miguel Reale Júnior, Hélio Bicudo e Janaína Paschoal, já adiantaram que entregarão o libelo acusatório em 24 horas.
A defesa terá  então 48 horas para apresentar uma resposta, a contrariedade ao libelo, e também sua  lista com seis testemunhas. José Eduardo Cardozo, advogado de Dilma, já disse que usará todo o prazo.
Todo o processo será encaminhado ao presidente do Supremo que, respeitando um prazo mínimo de dez dias, poderá marcar a data para o julgamento e intimar as partes e as testemunhas.
O presidente do Senado defende o início da fase final no dia 25 de agosto e que o julgamento, que pode durar até uma semana, não seja interrompido nem no fim de semana. A data será fixada por Ricardo Lewandowski, somente após a fase de pronúncia, se for o caso. Embora não tenha se manifestado oficialmente sobre o assunto, a previsão do ministro é de que o julgamento comece no dia 29. Por enquanto, o magistrado já disse ao presidente da Comissão do Impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), que não pretende marcar sessões no fim de semana.

domingo, 7 de agosto de 2016

VAMOS AMAR A VIDA

A vida não é descartável

Antonio Anastasia 



O mundo acompanhou chocado, nessa última semana, a repercussão de mais um atentado ocorrido, dessa vez, em Orlando, nos Estados Unidos. Se engana quem pensa que aquele ataque – ainda sob investigação das autoridades – foi apenas uma violência contra uma casa noturna, um grupo ou a um país específico.
Foi um ataque à sociedade livre, plural e tolerante. Uma demonstração de ódio e extremismo. Ficamos nos sentindo ainda mais pequenos quando assistimos cenas como essa. Tristes ao vermos a troca de mensagens entre as vítimas e seus familiares, momentos antes da tragédia. Impotentes, pensando que qualquer solução pontual – por maior que seja – ainda será pequena para evitar outros casos desse tipo que, infelizmente, tornam-se cada vez mais frequentes.
Da mesma forma, nos indignamos quando observarmos a realidade brasileira. O alto índice de violência que hoje assola nossa Nação é espantoso e desumano. Só no ano passado foram mais de 58 mil vítimas de mortes violentas. Números que podem ser comparados aos da Guerra Civil na Síria e mesmo ao Conflito de Darfur, de extermínio étnico. Além disso, foram registrados mais de 47 mil casos de estupros só em 2014 em nosso país. É vergonhoso, triste, chocante.
Por algumas vezes já utilizei esse espaço para falar das intervenções que o Estado brasileiro pode começar a adotar para que vejamos essa curva da violência diminuir. Ações que envolvam a atitude firme e planejada do Governo Federal. Nesse sentido, tem sido positiva a sinalização do novo ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, que já se reuniu com secretários de Segurança Pública dos Estados e tem demonstrado preocupação e articulação a fim de que a União assuma suas responsabilidades e lidere um Plano Nacional para redução da violência.
Da mesma forma, é positivo o debate que envolve – em âmbito mundial – a redução do número de armas, com a proibição da sua comercialização livremente. Não acredito que possa ser normal se vender armas como se vende água. Da mesma forma, é aplaudível e necessária a criminalização da homofobia, o aumento da inteligência dos órgãos de segurança, o combate efetivo ao tráfico de drogas, o aumento de pena para crimes de estupro... ações essenciais.
O mais importante em toda essa discussão, no entanto, e sei da dificuldade – uma quimera, quase uma utopia, mas que precisa ser nossa obsessão –, é adotarmos uma nova cultura de paz. Uma cultura de valorização do outro como ser humano, que tem o direito de viver e de ser respeitado como indivíduo. De tolerância. De diálogo.
A vida não é descartável. Precisa ser valorizada no Brasil, nos Estados Unidos, na Síria, na Ucrânia, no Sudão, em todo o mundo. Desculpo-me pela pieguice. Mas quero terminar com uma estrofe daquele que considero ser o “hino mundial da paz”. Porque acredito fielmente que essa mudança para uma cultura mundial da paz começa por cada um. Na reflexão e na tomada de atitude individual, em ações do nosso dia a dia, na relação com os outros em todos os ambientes que frequentamos. Em casa, no trabalho, nas praças, no bar, no trânsito... na vida.
“Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Espero que um dia você junte-se a nós. E o mundo viverá como um só” – John Winston Ono Lennon (1971). Bom Domingo.



A MORTE ENGORDA O CAPITAL

A morte nutre o capital

Frei Betto 



Para preservar nossas vidas, os governos proíbem o fumo em locais públicos. Os maços de cigarro exibem estampas horrorosas dos efeitos letais do vício. “Fumar mata!”, adverte o Ministério da Saúde.
Há pouco, nos EUA, foi proibido o cigarro eletrônico. Por que, se apenas exala um vapor d’água inodoro e não contém substâncias químicas? Ora, os legisladores entendem que é um mau exemplo. O cigarro virtual pode induzir ao cigarro real...
Porém, o mesmo país joga no mercado global filmes com cenas de excessiva violência, e nem por isso a lei entende que crimes virtuais podem gerar assassinatos reais... E o comércio de armas goza de plena liberdade na maioria dos estados.
Dirigir em alta velocidade também mata. No Brasil, desde 2013, segundo o Datasus, 43.780 pessoas perderam suas vidas no trânsito. No entanto, o Ministério das Cidades não exige da indústria automotiva limitar o potencial de velocidade dos veículos. A lei e o Judiciário são condescendentes com essa forma de risco letal. Motoristas que ceifaram vidas sob as rodas de seus carros gozam de boa saúde, plena liberdade e... carteiras de motorista!
Ingerir álcool também é prejudicial à saúde. Mas, ao contrário do tabaco, as bebidas alcoólicas têm assegurados propaganda e consumo livres.
Sabemos que a agricultura brasileira é a campeã mundial de uso de agrotóxicos. O que se reflete na crescente incidência de câncer em nossa população. Contudo, não se proíbe o paradoxo: regar com veneno o alimento de que necessitamos para manter a vida! E certas substâncias químicas vetadas em outros países não são proibidas aqui. O Ministério da Agricultura deveria estampar na embalagem dos alimentos: “Comer é prejudicial à saúde!”
Não se sabe ainda qual é o real efeito dos transgênicos no organismo humano, embora sejam usados em larga escala. Nem mesmo a advertência ao consumidor de que tal alimento contém transgênico obtém a proteção da lei.
Por que dialogamos tão descaradamente com a morte? Primeiro, porque dá lucro, e a acumulação do capital rege o mercado que, por sua vez, dirige a economia, à qual se submete a política. Segundo, porque o risco de vida passou a figurar na pauta do mercado. Dá dinheiro. Vide a Fórmula 1, as lutas de MMA e certos esportes radicais, como base jump, sky surfing e o wing walking. À adrenalina dos esportistas se soma à do público, excitado como crianças no circo ao observar volteios de motos no globo da morte.
As drogas são proibidas por tornarem seus usuários irresponsáveis. As bebidas alcoólicas, ingeridas em grande quantidade, produzem o mesmo efeito. Atrás do volante, o motorista se torna um potencial suicida ou assassino. Ou as duas coisas. A Lei Seca tenta reduzir o abuso.
Porém, não se tem notícia de motoristas provocarem acidente por fumar ao volante. Por que essa política de dois pesos e duas medidas?
E as motos? São 12 mil mortos em acidentes de moto a cada ano no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, tais acidentes são responsáveis pelo aumento de 115% em internações em hospitais públicos!
Ora, tudo que engorda o capital é proibido proibir. De que viveriam as funerárias se as mortes não fossem tão facilitadas?


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...