domingo, 7 de agosto de 2016

MORRE UM DOS MELHORES CIRURGIÕES PLÁSTICOS DO MUNDO



Cirurgião mineiro Ivo Pitanguy morre aos 90 anos no Rio

Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo Horizonte



Cirurgião plástico Ivo Pitanguy

O cirurgião plástico Ivo Pitanguy faleceu neste sábado (6) aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Pitanguy estava em casa, quando sofreu uma parada cardíaca, e não houve tempo para socorro.
A cremação será amanhã (7), às 18h, no Memorial do Carmo, no Caju. O corpo será velado a partir das 13h, em uma cerimônia reservada à família e amigos próximos.
O médico Ivo Hélcio Jardim de Campos Pitanguy nasceu em Belo Horizonte (MG), no dia 5 de julho de 1926 e, com o passar dos anos, se tornou um dos mais renomados cirurgiões plásticos do mundo. Professor e escritor, foi membro da Academia Nacional de Medicina e imortal da Academia Brasileira de Letras.
Filho de Maria Stael Jardim de Campos Pitanguy e do médico-cirurgião Antônio de Campos Pitanguy, Ivo Pitanguy cursou medicina na Universidade Federal de Minas Gerais até o 4º ano. Sem interromper os estudos, transferiu-se para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para servir no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, onde atuou na Cavalaria dos Dragões da Independência.
Sua formação cirúrgica começou no Hospital do Pronto-Socorro do Rio de Janeiro, atual Hospital Souza Aguiar. Como sua vocação era a cirurgia plástica, o jovem Pitanguy se inscreveu em concurso organizado pelo 'Institute of International Education', e ganhou uma bolsa de estudos como cirurgião residente do Serviço do Professor John Longacre, no Bethesda Hospital, nos Estados Unidos.
Após estágio em outros serviços de cirurgia plástica norte-americanos, retornou ao Brasil, onde foi convidado pelo professor Marc Iselin, que visitava o Hospital do Pronto-Socorro do Rio de Janeiro, para ser seu assistente estrangeiro em Paris. Permaneceu durante dois anos na capital francesa, antes de dar seguimento à sua formação profissional no Reino Unido.
Ali, percebeu a importância de transmitir os conhecimentos adquiridos, lembrando sempre da importância social da especialidade, que começava a surgir no Brasil. Pitanguy criou o Serviço de Queimados do Hospital do Pronto-Socorro e o primeiro serviço de cirurgia de mão e de cirurgia plástica reparadora da Santa Casa.
Foi professor de cirurgia plástica da Universidade Católica do Rio de Janeiro e do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas. Em 1961, com a colaboração de médicos residentes, atuou no atendimento às vítimas do incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, o que deu visibilidade à importância social da especialidade. A tragédia matou mais de 500 pessoas e deixou mais de 800 feridos com sequelas por queimaduras.
Inaugurou a Clínica Ivo Pitanguy em 1963, que se transformou em referência nacional e internacional para a cirurgia plástica. Em 2014, lançou sua biografia Viver Vale a Pena, na qual relembra fatos e pessoas que tiveram destaque em sua vida.
Em sua página na internet, a jornalista Hildegard Angel ressaltou dois traços do caráter do cirurgião plástico brasileiro Ivo Pitanguy: a compaixão pelo próximo e a solidariedade. “O que particularmente faz de Ivo Pitanguy objeto de minha admiração é sua longa vida de dedicação ao próximo. Um homem de sua projeção e importância poderia ser indiferente ao mundo à sua volta, arrogante com os demais. Não é o seu caso. Sua sensibilidade o levou a se dedicar durante toda sua trajetória profissional a uma enfermaria na Santa Casa da Misericórdia, promovendo ali operações gratuitas. Corrigindo defeitos de nascença ou anomalias adquiridas em acidentes ou por doenças, em pessoas que não poderiam arcar com intervenções de alto custo”, mencionou.
A elogiada e reconhecida carreira de Ivo Pitanguy sofreu um baque em agosto de 2015, quando seu filho, o empresário Ivo Nascimento de Campos Pitanguy, foi preso por atropelar e matar o operário José Fernando Ferreira da Silva, de 44 anos, na Rua Marquês de São Vicente, na Gávea, zona sul da cidade. O operário trabalhava nas obras de expansão do metrô da zona sul à Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O empresário acabou beneficiado com liberdade provisória após pagar fiança de R$ 100 mil e foi indiciado por homicídio doloso.

sábado, 6 de agosto de 2016

FESTA MARAVILHOSA NA ABERTURA DAS OLIMPÍADAS NO RIO DE JANEIRO



Simplicidade e emoção marcaram a cerimônia da Olimpíada do Rio
Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte









Simplicidade e emoção marcaram a cerimônia da Olimpíada do Rio, na noite desta sexta-feira, no estádio do Maracanã. Como anteciparam os organizadores, a festa teve menos efeitos especiais, apostando mais na gambiarra para divulgar uma mensagem de diversidade social e na necessidade de se preservar a natureza. Cerca de 50 mil pessoas assistiram ao espetáculo, alternando aplausos emocionados (para a atacante Marta, o cestinha Oscar e os carregadores da tocha olímpica, Gustavo Kuerten, Hortência e Vanderlei Cordeiro de Lima) com vaias vigorosas (para a delegação da Argentina e o presidente em exercício Michel Temer).
A diversidade cultural e social do Brasil foi lembrada já no início, quando uma estampa do artista Athos Bulcão foi projetada no palco, símbolo da reinvenção das tradições de arte geométrica indígena, dos padrões de estampas africanas e da azulejaria portuguesa. A proposta era clara: as diferenças devem estimular a união e não provocar guerras.
O tom de preservação pacífica foi traduzido logo no início da cerimônia quando, depois da contagem regressiva, o palco do Maracanã foi tomado por cerca de mil pessoas, que formaram uma enorme figura com o formato do símbolo da paz. Suspenso, o objeto foi girado até se transformar na representação de uma árvore. A mensagem foi clara: ao transformar o símbolo da paz no de uma árvore, o Brasil concilia dois elementos essenciais para a preservação da vida.
Simplicidade e talento, marcas que acompanham a carreira do cantor e compositor Paulinho da Viola, responsável pela belíssima execução do Hino do Brasil, ao som apenas de cordas. Foi a deixa para começar a representação da história do País, inicialmente habitado apenas por índios e, com a chegada dos portugueses, introduzido no chamado mundo conhecido. Novamente, os recursos de gambiarra permitiram uma encenação de forte apelo visual, com as naus dos europeus representados por aparelhos formados apenas por ferro.
A transformação das florestas em campos de cultivo de agricultura foi o motivo para a coreógrafa Deborah Colker, diretora de movimento da cerimônia, exercitar seu talento em coreografias que desafiam a gravidade - dançarinos ocuparam o palco em rodas gigantes movimentadas apenas pelo peso de seus corpos, simbolizando os escravos africanos. Era o momento de começar a mostrar a diversidade que marca a sociedade brasileira, com bandeiras vermelhas representando a onda de imigração vindas do Oriente Médio e Ásia.
A cerimônia de abertura de uma Olimpíada é essencialmente um espetáculo criado para a televisão, que não apenas tem a vantagem do foco como dos efeitos especiais. Foi o que aconteceu no segmento seguinte, quando é retratada a grande urbanização nacional: a imagem dos bailarinos saltando de um prédio para outro só foi visível no telão do Maracanã. Também momento seguinte, um dos mais emocionantes da cerimônia, contou com o uso da tecnologia: quando o avião 14-Bis, comandando por Santos Dumont deixou o palco do Maracanã para, em belas imagens, sobrevoar o Rio.
O Rio que foi delineado, então, em curvas físicas, como as da modelo Gisele Bündchen, que desfilou pelo palco (e não foi alvo de uma tentativa de assalto) e também curvas melódicas, na apresentação do clássico Garota de Ipanema, tocante momento para se lembrar (e homenagear) do maestro mestre Tom Jobim. E, como o Rio não é formado apenas pela Zona Sul, o morro surge na voz do samba de Zeca Pagodinho assim como no funk de Cristian do Passinho, verdadeira febre no Rio.
Morro e Zona Sul se uniram, em seguida, no carnaval, a mais autêntica festa coletiva do Brasil, personalizada em Jorge Ben Jor interpretando seu clássico País Tropical. A festa se espalhou pelas arquibancadas com os voluntários fantasiados saindo pelas laterais.
A diversidade estava bem revelada, mas faltava reforçar o outro pilar da cerimônia: a preocupação com o futuro do planeta com a extinção de rios e florestas. No telão, o adensamento de cidades tão distintas como Rio e Amsterdã revelou a extensão da problema em todo o mundo. Um problema tão grave revelado por imagens de destruição exibidas no telão. A trilha sonora, porém, era conhecida: a que marcou o filme Central do Brasil, de Walter Salles. Era a senha para se ouvir a voz poderosa de Fernanda Montenegro que, em parceria com também poderosa atriz Judi Dench, declamou os versos de A Flor e a Náusea, de Carlos Drummond de Andrade, anunciando caminhos da esperança por meio do reflorestamento.
Caminhos formados pelos atletas que vieram ao Brasil e que, naquele instante, iniciavam seu alegre desfile, iniciado, como de costume, pela Grécia, país onde nasceram os jogos olímpicos, e encerrado pelos anfitriões nacionais. Causou enorme comoção a chegada de atletas refugiados de seu país, um exemplo da força do esporte acima das diferenças políticas. Também emocionante foi a ovação que recebeu o grupo de países independentes. E a pregação da tolerância sofreu apenas um revés, com a poderosa vaia dirigida ao atletas argentinos. Apupos que incomodaram o presidente Mauricio Macri, em imagem exibida pelo telão.
Pela primeira vez em uma abertura olímpica, os competidores receberam uma semente e um recipiente para colocá-la. Torres de espelho foram montadas com espaços onde cada recipiente foi guardado, somando cerca de 2 mil sementes que formarão a Floresta dos Atletas, no Parque Radical, em Deodoro.

Imprensa internacional elogia beleza da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte


BBC exaltou a beleza da cerimônia de abertura dos Jogos do Rio

O show de luzes, cores e criatividade do Brasil ao receber o mundo para a 31ª edição dos Jogos Olímpicos mereceu elogios da imprensa em todo o mundo. Se havia o temor de que o orçamento mais baixo comprometesse o espetáculo e deixasse a desejar na comparação com as edições mais recentes (Londres e Pequim), aos olhos do mundo o Maracanã recebeu um momento mágico, mesmo para quem teve antes a honra de sediar a Olimpíada. E as redes sociais se encheram de elogios de quem olhava com desconfiança.
"Não sei quanto a você, mas nós estamos bastante impressionados com a festa de abertura do Rio-2016. Uau!", exaltou no Twitter a inglesa BBC. Para a Gazzetta dello Sport, a parte inicial da cerimônia foi "intensa" e ajudou a "afastar medos e tensões no templo do futebol". O espanhol Marca falou num "tremendo espetáculo de luzes e sons em que brilhou a beleza de Gisele Bündchen.
E se os vizinhos argentinos, tradicionais rivais esportivos, poderiam demonstrar algum ciúme por verem o Brasil ser o primeiro país sul-americano a receber uma Olimpíada, esteve longe de ser o caso. "O Rio vibrou com uma festa repleta de música, cores e esporte. Foi um início à altura da Cidade Maravilhosa. Houve ritmo e beleza a cada passo no mítico palco do Maracanã", estampou a capa da edição digital do Clarín.


CANDIDATO FICHA SUJA PODE FICAR FICHA LIMPA NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES



A inelegibilidade dos candidatos fichas sujas e a nova decisão do STF

Marcelo Gurjão Silveira Aith 





As campanhas para as eleições municipais de 2016 já estão preparadas para sair às ruas. Entretanto, uma série de candidatos aos cargos de prefeitos e vereadores estão envolvidos em problemas com a Justiça. Muitos são considerados “fichas sujas”. E uma decisão recente do ministro Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal (STF) provocou uma nova polêmica, pois considerou que não se aplicará a Lei da Ficha Limpa aos casos anteriores a sua publicação.
Em sua decisão o ministro Barroso considerou que para os candidatos punidos antes de 2010, quando entrou em vigor a Lei da Ficha Limpa, não caberá a inelegibilidade de oito anos. Estes candidatos estariam, então, liberados para o pleito municipal, pois antes da nova regulamentação o candidato ficava inelegível por três anos. Ou seja, a decisão abre uma brecha para aqueles que foram impedidos antes de 2010.
O ministro do STF indeferiu o pedido formulado pelo Procurador-Geral da República Rodrigo Janot, o qual pleiteava a aplicação dos efeitos da decisão proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 4.578/DF.  O Supremo naquela oportunidade reconheceu a aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa aos casos anteriores a sua publicação, ao fundamento de que não há direito adquirido ao regime jurídico eleitoral.
A decisão do ministro “se choca frontalmente” com o veredito do STF sobre a Lei da Ficha Limpa. Isso porque a Justiça Eleitoral tem pré-requisitos que precisam ser preenchidos pelos candidatos. Um deles é justamente não ser inelegível.
E se choca porque a ilegibilidade já foi objeto de decisão pelo STF, o qual expressamente consignou que não é uma pena imposta, mas sim um regime jurídico que o candidato deve se adaptar. Na verdade, você não impõe uma penalidade ao candidato. O candidato que precisa se adequar à lei que está em vigor no momento da eleição. E hoje, é a Lei da Ficha Limpa, que alcança não só o que foi decidido pelo STF na ADI, mas também nos demais artigos, inclusive no artigo 22.
Assevere-se ainda que decisão do ministro Barroso é monocrática. Ou seja, não é definitiva, pois depende de ratificação dos demais ministros no plenário do STF, que deverão manter a decisão sobre a constitucionalidade da Ficha Limpa nas eleições deste ano. Além disso, a decisão, com todo respeito, está em evidente descompasso à decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 4.578/DF, a qual, por sua natureza, tem efeitos vinculantes sobre todas as decisões proferidas no território nacional.
Importante ressaltar que para quem pretende ser candidato a cargo eletivo (prefeito, vereador, etc.) deve preencher as condições previstas nas normas em vigor na época do registro da candidatura.
E para a eleição de 2016 condições de elegibilidade são: a) nacionalidade brasileira; b) pleno gozo dos direitos políticos; c) alistamento eleitoral; d) domicílio eleitoral na circunscrição; e) filiação partidária; f) idade mínima e; g) não incorra nas hipóteses de inelegibilidades previstas na Lei da Ficha Limpa.
Conforme estabelece a Lei da Eleições as “condições de elegibilidade e as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da candidatura, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade”.
Portanto, os candidatos que preencherem estes requisitos não terão qualquer problema. No entanto, aqueles que ainda estiverem com alguma pendência deverão se valer desta nova decisão para concorrer a vaga na próxima eleição, mesmo sem uma decisão final sobre a aplicabilidade ou não da Lei da Ficha Limpa para casos anteriores. E, obviamente, correrão o risco de terem suas candidaturas cassadas em meio a corrida eleitoral.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

IMPEACHMENT DE DILMA PRÓXIMO DO FINAL



Por 14 votos a 5, Comissão aprova parecer a favor do impeachment de Dilma

Estadão Conteúdo
Hoje em Dia - Belo Horizonte






A Comissão Especial do Impeachment no Senado aprovou por 14 votos a 5 o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), favorável ao afastamento da presidente Dilma Rousseff. O resultado já era esperado devido à configuração do colegiado. O parecer segue agora para apreciação do plenário do Senado, onde deve ser votado na próxima terça-feira, 9. O julgamento da presidente está previsto para o fim de agosto.

Apenas o senador Wellington Fagundes (PR-MT), que foi vice-líder do governo Dilma no Senado, não participou da votação. Ele votou favoravelmente ao impeachment na primeira fase do processo e é o atual relator do orçamento de 2017, cargo concedido a ele já na gestão Temer. De acordo com a assessoria, o senador não pôde comparecer por questões particulares.

A sessão correu com tranquilidade, apesar das falas de caráter político. Os discursos seguiram ordem de inscrição, mas os senadores favoráveis ao impeachment foram os primeiros a falar. O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou que o Senado irá fazer justiça ao afastar definitivamente a presidente. "Dilma será afastada pelos gravíssimos delitos que cometeu. Os crimes foram cometidos em nome de um projeto de poder e configuram a maior fraude fiscal na história do Brasil, atestada pelos auditores do Tribunal de Contas da União (TCU)", afirmou.

O senador tucano pontuou os problemas econômicos que o País enfrenta atualmente e colocou sobre a presidente a responsabilidade pela dívida pública e o desemprego.

Em defesa da presidente Dilma, o senador Humberto Costa (PT-PE), ex-líder do governo da petista, colocou dúvidas sobre a legitimidade do processo e comparou o relatório de Anastasia à chave do golpe militar de 1964.

"Com todo respeito, o relatório de vossa excelência equivale a uma senha para o golpe. Ninguém consegue acreditar que se conseguiu prova que a presidente cometeu qualquer crime", disse Humberto.

Para o petista, o processo de impeachment usa tecnicidades jurídicas para tentar justificar o afastamento ilegítimo de Dilma Rousseff. Ele citou o resultado da perícia e de decisão do Ministério Público Federal, que isentaram a presidente de culpa pelas pedaladas fiscais.

"Isso é um mero formalismo. Estamos dando uma pedalada constitucional, passando por cima da Constituição para atender um projeto político. Há alguém que foi escolhido como criminoso e agora se inicia a buscar pelo crime cometido", afirmou.

Um pequeno desentendimento aconteceu em relação à retirada de termos dos discursos dos senadores das notas taquigráficas do Senado Federal. Assim como em outras ocasiões, o presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), mandou que fossem retiradas as expressões "relatório fraudulento", em referência ao parecer do relator, e "criminosa", em referência à Dilma. A iniciativa, entretanto, foi entendida como censura por alguns senadores.

O líder da oposição no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a presidente afastada, Dilma Rousseff, vai ser absolvida perante a história. Em pronunciamento na Comissão Especial do Impeachment, ele disse que não há crime de responsabilidade cometido pela petista e que os senadores que votarem pela condenação de Dilma vão ser considerados golpistas, assim como aqueles que apoiaram a ditadura militar em 1964.

Essa foi a 31ª e última reunião da Comissão Especial do Impeachment do Senado. Na abertura da sessão, Raimundo Lira fez um balanço das reuniões e do processo. De acordo com ele, o grupo de senadores ouviu 44 testemunhos, apreciou 135 requerimentos e os registros do processo no Senado já constam com mais de 13 mil páginas distribuídas em 31 volumes.

Próximos passos

O relatório de Anastasia precisa passar ainda pelo plenário do Senado. A votação, conhecida como pronúncia do réu, está prevista para a próxima terça-feira. Caso a maioria dos senadores seja favorável ao relatório, acontecerá um julgamento final da presidente.

O agendamento do julgamento cabe ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. O ministro divulgou nota no último fim de semana informando que a primeira data possível para o início do julgamento seria em 29 de agosto. Entretanto, houve movimentações para que essa data fosse antecipada. O próprio presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se posicionou pelo início do julgamento em 26 de agosto.

O julgamento deve durar, pelo menos, uma semana. Tanto defesa quanto acusação poderão indicar testemunhas a serem interrogadas pelo conjunto de senadores no plenário. A quantidade de depoimentos ainda não foi definida, mas Lewandowski demonstrou que deve seguir os moldes do Tribunal do Júri, com cinco testemunhas para a defesa e outras cinco para acusação.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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