quinta-feira, 4 de agosto de 2016

PESSOA VIRTUAL



Eu sou uma farsa!

Simone Demolinari 



“Não sou tudo aquilo que as pessoas pensam”; “os outros me veem mais do que eu realmente sou”; “todos me acham muito inteligente, mas na verdade eu sou uma fraude”. Essas e outras afirmações são típicas de pessoas que não acreditam possuir o potencial atribuído pelos outros, sentindo-se um farsante.
Apesar desse comportamento não ser uma desordem catalogada oficialmente, tem sido chamado pelos estudiosos de “Síndrome do Impostor” – não importa quão reconhecida seja a carreira profissional da pessoa, ela sempre terá a sensação de ser um blefe, atribuindo seu sucesso ao acaso.
Em torno de 1978, um estudo realizado pela psicóloga Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que esse problema é mais comum do que podemos imaginar, visto que ele atinge em menor ou maior grau cerca de 70% dos profissionais bem-sucedidos.
Um caso que ficou famoso foi o de Emma Watson, uma das grandes estrelas de “Harry Potter” que declarou: “Parece que quanto melhor eu me saio, maior é o meu sentimento de inadequação, porque penso que em algum momento, alguém vai descobrir que eu sou uma farsa e que eu não mereço nada do que conquistei”. Outra famosa que assumiu ter o mesmo problema foi a premiadíssima atriz inglesa Kate Winslet, que disse: “Eu acordava de manhã e antes de ir para uma gravação pensava ‘não posso fazer isso. Eu sou uma fraude’”.
Na síndrome do impostor não importa a notoriedade do trabalho, os elogios da crítica especializada ou até mesmo os troféus conquistados, a angústia é interna e deriva do fato de, no íntimo, o indivíduo não conseguir reconhecer-se digno dos seus próprios méritos.
É importante ressaltar que, apesar da maior manifestação do problema ser no campo profissional, ele também se estende para a vida pessoal e amorosa.
Vejamos alguns critérios para avaliação da síndrome:
– Dificuldade em aceitar elogios de forma natural ou genuína;
– Sentir que outra pessoa com as mesmas habilidades está mais qualificada que você;
– Proferir discursos autodepreciativos;
– Tender a fugir de situações onde é colocado no centro das atenções;
– Necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho;
– Perfeccionismo a ponto de sofrer com o mínimo detalhe;
– Medo de encarar novos desafios acreditando não ser capaz;
– Usar o carisma e a simpatia para aumentar sua significância;
– Tendência a tornar-se um workaholic para compensar a suposta inaptidão;
– Reação desproporcional à crítica construtiva;
– Medo constante de que os outros percebam a sua incapacidade (medo de ser descoberto).
Viver tendo convicção do nosso próprio valor já não é simples, visto que, em meio a tantas competições, precisamos impor nosso talento, imagina viver se considerando um impostor imaginário?
É preciso procurar ajuda profissional para livrar-se desses fantasmas que estão aliados à baixa autoestima, sensação de menos valia e inadequação – uma prisão silenciosa e cruel.
Viver com o “eu” sob suspeita é uma forma desonesta consigo de se colocar no mundo.

TEM CANDIDATOS FICHA SUJA CANDIDATANDO



A hora da Ficha Limpa

Manoel Hygino 



Em recente artigo, o desembargador Rogério Medeiros Garcia de Lima, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, prestou homenagem ao ministro Carlos Mário da Silva Velloso, ex-presidente do TSE, ex-membro do Supremo Tribunal Federal e seu ex-presidente. Lembrou o desembargador que foi Velloso o responsável pela implantação, em 1996, das urnas eletrônicas no país. São decorridos, pois, vinte anos.
O eleitor percebe que votar se tornou mais fácil e, além de tudo, o sufrágio mais seguro, numa “inovadora tecnologia que operou histórica revolução no sistema eleitoral brasileiro”, segundo o articulista. Mas, o magistrado Rogério focalizou também Paulino José Soares de Souza, o Visconde do Uruguai, filho de um médico mineiro de Paracatu (terra natal de Joaquim Barbosa), que viveu naquele país, no tempo do nosso Império. O jovem Paulino foi estudar na França, para se tornar uma das expressões maiores da inteligência brasileira, exercendo importantes cargos em ministérios e no Legislativo, embora presentemente tão esquecido.
O historiador José Murilo de Carvalho, sobre a singular personalidade de Paulino se manifestou: “Avesso a conflitos, um estudioso por natureza. Dele disse Cotegipe que “era capaz de valsar sobre uma mesa repleta de cristais, sem tocar numa peça”.
Autor do “Ensaio sobre direito administrativo”, já nomeado Visconde, afirmou ali: “A liberdade política é essencial para a felicidade de uma nação, boas instituições administrativas apropriadas às suas circunstâncias e convenientemente desenvolvidas não o são menos. Aquela sem estas não pode produzir bons resultados”.
Nesta antevéspera de eleição municipal, evocar Paulino é plenamente justificável. Não bastaria a urna eletrônica para sanar os desvios. Veio a Lei da Ficha Limpa, isto é, a Lei Complementar nº 135, de 2010, antecedida pela Lei de Inelegibilidade, Lei Complementar nº 64, que é de 1990. É imprescindível aplicá-la em 2016, mais do que nunca, evitando a vexação vergonhosa que ora se registra no preenchimento de cargos públicos, até nos mais altos escalões da República.
Depreende-se, comparando as situações de antanho e de agora, que o Brasil não evoluiu como necessário em termos éticos desde os tempos do Visconde. Tanto que o historiador José Murilo relaciona velhas mazelas que persistem hoje e são poderosas: “Muitos dos males apontados por Uruguai relativos à política nacional, como a distância entre governo e povo, a burocracia absolutista e ineficaz, a mania de esperar tudo do Estado, o sufocamento dos municípios, a inadequada distribuição de responsabilidade entre municípios, províncias e governo central, o empreguismo, o empenho, o clientelismo, o patronato, o predomínio dos interesses pessoais e de facções, a falta de espírito público, a falta de garantias dos direitos individuais, continuam na ordem do dia, posto que atenuados”.
Atenuados, parece-me, não ser o adjetivo apropriado, se se considerar os sucessivos e muitos escândalos que se repetem. Aliás, esta a opinião do desembargador Rogério Medeiros: “Ao longo da sua história como jovem nação, o Brasil registra inúmeros episódios de corrupção nos campos da política e da administração pública. A chaga da improbidade espraia-se pelas diversas unidades federativas e esferas do poder”. Mais do que nunca, portanto, a Lei Ficha Limpa precisa prevalecer.


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

IMPEACHMENT DE DILMA PROSSEGUE



Parecer de Anastasia é a favor da acusação e julgamento de impeachment

Estadão Conteúdo 





Anastasia

Os senadores ainda discutem requerimentos na Comissão Especial do Impeachment na tarde desta terça-feira (2) mas o resultado do parecer do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) já é conhecido: favorável ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O senador acolheu as denúncias da acusação e considerou em seu relatório que a presidente cometeu crime de responsabilidade ao editar três decretos de crédito suplementares sem autorização do Congresso Nacional e ao realizar operações de crédito com o Banco do Brasil relativas ao Plano Safra, as chamadas pedaladas fiscais.

"Instaurou-se um vale-tudo orçamentário e fiscal que trouxe sérias consequências negativas para o País", argumenta Anastasia na conclusão de seu parecer. O relator defende ainda que o processo não trata dos índices de impopularidade ou rejeição pública da presidente, tampouco de uma revisão biográfica da presidente, mas tão somente das questões técnicas fiscais.
Créditos suplementares

Anastasia rebateu os argumentos da defesa de que os decretos de crédito suplementares tenham sido compensados por decretos de contingenciamento. "Decretos de contingenciamento em nada alteram as autorizações orçamentárias. Embora possam passar a falsa impressão de que representam instrumentos de 'corte' orçamentário, na realidade não reduzem as dotações orçamentárias. Não têm o efeito inverso das suplementações orçamentárias e, portanto, não têm o condão de 'neutralizá-las'", argumenta o relator.

No relatório, o tucano também aponta o impacto dos créditos suplementares sobre o resultado primário. De acordo com Anastasia, os créditos suplementares, e não apenas sua execução, devem ser compatíveis com a obtenção da meta fiscal. O senador usa como exemplo um único decreto, de R$1,7 bilhão, que afetou negativamente o resultado primário.

"O próprio Poder Executivo, ao final do primeiro semestre, registrou em documento oficial de publicação obrigatória, que previa arrecadar, em 2015, cerca de R$ 110 bilhões a menos do que inicialmente estimado na lei orçamentária anual para receitas primárias. Diante disso, seria razoável ampliar o volume de despesa primária autorizada? Certamente, não", argumenta.

Pedaladas

O relator não seguiu a perícia do Senado, que, apesar de identificar as operações de crédito, inocentou a presidente de ação nas pedaladas fiscais. "O fato de haver lei que autorize a concessão de subvenções no âmbito do Plano Safra não afasta a responsabilidade da Presidência da República", argumentou. O relator ainda acusa Dilma de omissão.

Contrariando os argumentos da defesa, o relator entendeu os atrasos de pagamento relativos ao Plano Safra como operações de crédito. Anastasia também minimizou a decisão do Ministério Público Federal que pediu o arquivamento da denúncia contra a presidente relativa às pedaladas fiscais por entender que não há crime na atuação.

"De qualquer forma, a discussão em torno da natureza jurídica da operação é irrelevante. A operação, independentemente de sua formatação e conceituação jurídica, assume as características e produz os efeitos materiais de uma operação de crédito, ofendendo o bem jurídico protegido pela lei, que é o que importa", escreveu Anastasia.

O relatório, que será apresentado na Comissão Especial do Impeachment nesta tarde, só será discutido amanhã e votado pelo colegiado na quinta-feira, 4. Depois, o relatório segue para a análise do plenário do Senado Federal. Caso a maioria dos senadores concorde com o parecer de Anastasia, acontecerá um julgamento da presidente, que deve se iniciar em 29 de agosto e durar, pelo menos, uma semana.


MEDIDAS CONTRA A CORRUPÇÃO - SERÃO APROVADAS?



Comissão que estabelece medidas contra a corrupção aprova convite a Moro

Estadão Conteúdo 



Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que estabelece medidas de combate à corrupção aprovou nesta terça-feira (2) convite ao juiz federal Sérgio Moro. No planejamento inicial do relator Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e do presidente do colegiado, Joaquim Passarinho (PSD-PA), Moro deve abrir as oitivas da comissão nesta quinta-feira (4) pela manhã. Segundo o relator e o presidente, Moro já havia aceitado a data, porém eles vão consultar o juiz novamente para verificar a sua disponibilidade.

A data prevista em uma quinta-feira provocou controvérsia entre os parlamentares. Deputados como Paulo Teixeira (PT-SP) e Carlos Marun (PMDB-MS), pediram para que a agenda fosse alterada para garantir que o quórum da audiência pública seja elevado. Devido ao período de eleições municipais, o cronograma do colegiado acompanhará o funcionamento da Casa até o mês de outubro, com sessões apenas às segundas, terças e quartas-feiras para que os parlamentares possam participar das campanhas em seus Estados.

Também foi aprovado hoje o requerimento para a oitiva do procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena as investigações, ao lado de outros membros do MP que participam da operação. Ele deverá comparecer no próximo dia 9. No total, todos os 44 requerimentos da pauta foram aprovados pelos parlamentares. Entre os outros nomes que serão ouvidos, estão o Procurador-geral da República, Rodrigo Janot; o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa; e o procurador da República e ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão.

Inicialmente, estava prevista a leitura do plano de trabalho do relator, porém a ordem da pauta foi invertida para aproveitar a suspensão da sessão no plenário para votar os requerimentos. Nesta tarde, Lorenzoni lê o cronograma, que será votado na sequência. O relator já adiantou que quer realizar as oitivas durante os meses de agosto e setembro, para poder finalizar o seu parecer em outubro.

Comissão que avalia projeto anticorrupção abre trabalhos com depoimento de Moro

Agência Brasil 



A audiência pública com Moro está marcada para a manhã de 4 de agosto.

A comissão da Câmara dos Deputados que analisa o projeto de lei com as medidas de combate à corrupção começará seus trabalhos com um depoimento do juiz federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. A audiência pública com Moro está marcada para a manhã de 4 de agosto.
A participação de Moro foi definida nessa segunda-feira (25), em Curitiba, em reunião dos integrantes da comissão especial. “Nós nos reunimos com o juiz Sérgio Moro e acertamos a vinda dele para abrir a fase de oitivas da comissão especial que vai analisar as 10 medidas de combate à corrupção”, disse o relator do projeto, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Além de Moro, a comissão também ouvirá o procurador federal, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato. A audiência com Dallagnol ficou acertada para o dia 9.
Também serão colhidas contribuições de entidades da sociedade civil que atuam na temática contra a corrupção. “Os procuradores da Lava Jato se colocaram à disposição para colaborar com os trabalhos da comissão. A OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], a Receita Federal, a Polícia Federal... vamos buscar todos que possam contribuir para que o Brasil possa enfrentar essa guerra contra a corrupção”, afirmou Lorenzoni.
Segundo o relator, a intenção é colher o máximo de contribuições possíveis antes do encerramento dos trabalhos da comissão. Lorenzoni disse que entregará, no dia 2 de agosto, um cronograma para a tramitação do projeto. “O compromisso é fazer com que a comissão conclua seu trabalho até o final de outubro, ou no início de novembro, para que votemos em novembro no plenário o projeto.”
Elaborado pelo Ministério Público, o projeto com as medidas de combate à corrupção recebeu mais de 2 milhões de assinaturas e foi apresentado ao Congresso Nacional por representantes da sociedade civil em 29 de março deste ano.
O projeto prevê medidas como prisão de até oito anos para o funcionário público que tiver patrimônio incompatível com a renda; o aumento de penas para casos de corrupção e o enquadramento como crime hediondo no caso de altos valores; reforma no sistema de prescrição penal; responsabilização de partidos políticos e criminalização do caixa 2 em campanhas eleitorais.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...