Eu sou uma farsa!
Simone Demolinari
“Não sou tudo aquilo que as pessoas pensam”; “os outros me veem mais do
que eu realmente sou”; “todos me acham muito inteligente, mas na verdade eu sou
uma fraude”. Essas e outras afirmações são típicas de pessoas que não acreditam
possuir o potencial atribuído pelos outros, sentindo-se um farsante.
Apesar desse comportamento não ser uma desordem catalogada oficialmente,
tem sido chamado pelos estudiosos de “Síndrome do Impostor” – não importa quão
reconhecida seja a carreira profissional da pessoa, ela sempre terá a sensação
de ser um blefe, atribuindo seu sucesso ao acaso.
Em torno de 1978, um estudo realizado pela psicóloga Gail Matthews, da
Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que esse
problema é mais comum do que podemos imaginar, visto que ele atinge em menor ou
maior grau cerca de 70% dos profissionais bem-sucedidos.
Um caso que ficou famoso foi o de Emma Watson, uma das grandes estrelas
de “Harry Potter” que declarou: “Parece que quanto melhor eu me saio, maior é o
meu sentimento de inadequação, porque penso que em algum momento, alguém vai
descobrir que eu sou uma farsa e que eu não mereço nada do que conquistei”.
Outra famosa que assumiu ter o mesmo problema foi a premiadíssima atriz inglesa
Kate Winslet, que disse: “Eu acordava de manhã e antes de ir para uma gravação
pensava ‘não posso fazer isso. Eu sou uma fraude’”.
Na síndrome do impostor não importa a notoriedade do trabalho, os
elogios da crítica especializada ou até mesmo os troféus conquistados, a
angústia é interna e deriva do fato de, no íntimo, o indivíduo não conseguir
reconhecer-se digno dos seus próprios méritos.
É importante ressaltar que, apesar da maior manifestação do problema ser
no campo profissional, ele também se estende para a vida pessoal e amorosa.
Vejamos alguns critérios para avaliação da síndrome:
– Dificuldade em aceitar elogios de forma natural ou genuína;
– Sentir que outra pessoa com as mesmas habilidades está mais qualificada que você;
– Proferir discursos autodepreciativos;
– Tender a fugir de situações onde é colocado no centro das atenções;
– Necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho;
– Perfeccionismo a ponto de sofrer com o mínimo detalhe;
– Medo de encarar novos desafios acreditando não ser capaz;
– Usar o carisma e a simpatia para aumentar sua significância;
– Tendência a tornar-se um workaholic para compensar a suposta inaptidão;
– Reação desproporcional à crítica construtiva;
– Medo constante de que os outros percebam a sua incapacidade (medo de ser descoberto).
– Dificuldade em aceitar elogios de forma natural ou genuína;
– Sentir que outra pessoa com as mesmas habilidades está mais qualificada que você;
– Proferir discursos autodepreciativos;
– Tender a fugir de situações onde é colocado no centro das atenções;
– Necessidade constante de reavaliar o próprio trabalho;
– Perfeccionismo a ponto de sofrer com o mínimo detalhe;
– Medo de encarar novos desafios acreditando não ser capaz;
– Usar o carisma e a simpatia para aumentar sua significância;
– Tendência a tornar-se um workaholic para compensar a suposta inaptidão;
– Reação desproporcional à crítica construtiva;
– Medo constante de que os outros percebam a sua incapacidade (medo de ser descoberto).
Viver tendo convicção do nosso próprio valor já não é simples, visto
que, em meio a tantas competições, precisamos impor nosso talento, imagina
viver se considerando um impostor imaginário?
É preciso procurar ajuda profissional para livrar-se desses fantasmas
que estão aliados à baixa autoestima, sensação de menos valia e inadequação – uma
prisão silenciosa e cruel.
Viver com o “eu” sob suspeita é uma forma desonesta consigo de se
colocar no mundo.