sexta-feira, 10 de junho de 2016

QUAL ORGÃO DO GOVERNO QUE DÁ LUCRO? - APESAR DAS TARIFAS SEREM ALTÍSSIMAS



Sem caixa, Correios vão precisar de financiamento para pagar salários

Estadão Conteúdo 



Operando no vermelho, os Correios vão precisar recorrer a um empréstimo neste ano para conseguir honrar seus compromissos, incluindo salários de empregados e encomendas de fornecedores. As projeções são de que o dinheiro no caixa da empresa termine no segundo semestre. No ano passado, as indicações são de que a empresa tenha terminado com prejuízo de R$ 2,1 bilhões - o balanço ainda não foi publicado. Este ano, até maio, a perda já chega a R$ 700 milhões.

Mais de dez anos após ser o palco inaugural do escândalo do mensalão, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ainda sofre, segundo quem acompanha o dia a dia da companhia, as consequências do aparelhamento político-partidário a que foi submetida nos últimos anos.

A atual direção, composta na maior parte por indicados do PDT, partido do ex-presidente Giovanni Queiroz e do ex-ministro das Comunicações André Figueiredo, tem apenas um membro que é funcionário de carreira, com experiência em logística.

O valor de R$ 2,1 bilhões de perda em 2015 já passou pelo crivo do conselho de administração da estatal, mas ainda não é oficial porque tem de ser submetido a uma assembleia geral ordinária, que não tem data para ocorrer. Procurados, os Correios disseram apenas que "adotam as melhores práticas de governança corporativa" e que só iriam se manifestar sobre o balanço após a aprovação pela assembleia.

Tarifas

Fontes consultadas pela reportagem apontam o represamento do preço das tarifas de serviços, para evitar impactos na inflação, como um dos principais fatores desse prejuízo recorde. Mesmo com o reajuste de 8,89% dado pelo governo em dezembro de 2015 para as tarifas de entrega de cartas e telegramas, a defasagem retirou cerca de R$ 350 milhões dos Correios no ano passado.

Apesar do reajuste, os cálculos são de que as tarifas ainda continuam defasadas em torno de 8%, o que retira R$ 40 milhões, em média, do caixa da empresa todo mês. O aumento deste ano, previsto para abril, ainda não foi autorizado.

As despesas dos Correios crescem em ritmo superior às receitas. Em 2015, enquanto as despesas aumentaram 18,3%, as receitas cresceram 6,5%, abaixo da inflação. Só as despesas médicas dos funcionários subiram mais de R$ 500 milhões. A Postal Saúde, plano de assistência médica dos funcionários, foi criada para reduzir as despesas com assistência médica, hospitalar e odontológica. Mas o resultado foi o contrário.

Antes de apresentar os prejuízos de R$ 313 milhões em 2013, de R$ 20 milhões em 2014 e de R$ 2,1 bilhões em 2015, os Correios fecharam 2012 com R$ 6 bilhões em aplicações. Mas os resultados deficitários dos anos seguintes e os fortes repasses de dividendos para o Tesouro Nacional, para ajudar no fechamento das contas do governo, fizeram com que os recursos investidos fossem minguando nos anos seguintes. No ano passado, fechou em menos de R$ 2 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

GOVERNO TEMER NÃO É CASA DA MÃE JOANA



Temer diz em reunião que governo dele não é 'ação entre amigos'

Estadão Conteúdo




"Meu governo não é uma ação de amigos." Foi com essa frase que o presidente em exercício Michel Temer negou interferências do governo no processo de cassação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de acordo com o líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM).

O parlamentar amazonense se reuniu com Temer na manhã desta quinta-feira, 9, ao lado dos líderes do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), do PSB, Paulo Foletto (ES), e do vice-líder do PPS, Arnaldo Jordy (PA). O encontro aconteceu no Palácio do Planalto e foi solicitado pelos líderes da antiga oposição.

"Ele disse que não há qualquer interferência do governo na questão Cunha com o Legislativo. Disse que o governo dele não é uma ação entre amigos", afirmou Pauderney em entrevista após o encontro. Segundo o líder do DEM, Temer disse que a Câmara vai decidir seu destino sem interferência do Palácio do Planalto.

Mais cedo, o líder do PSB na Câmara, deputado Paulo Foletto, também foi na mesma linha de Pauderney. "Ele disse que não ia se meter. Ele deixou claríssimo que a Câmara tem tamanho e autoridade para resolver isso", afirmou Foletto ao Broadcast Político.

Nos últimos dias, opositores de Cunha acusam o Planalto de atuar sobre o PRB, que possui cargos na Esplanada dos Ministérios, para convencer a deputada Tia Eron (PRB-BA) a votar a favor do peemedebista no Conselho de Ética. O voto dela é considerado decisivo para aprovar a cassação de Cunha.

Além de favoráveis a cassação do mandato do presidente afastado da Câmara, PSB, DEM, PSDB e PPS querem apoio de Temer para aprovar o regime de urgência para projeto de Resolução que declara vago o cargo de presidente da Câmara. A proposta é de autoria do deputado Roberto Freire (SP), presidente nacional do PPS.

Para que o requerimento de urgência da proposta seja apresentado, os partidos precisam de assinaturas de líderes que representem 171 deputados. Até o momento, porém, apenas os líderes dos quatro partidos assinaram. PT, PMDB e partidos do Centrão, aliados de Cunha, resistem a apoiar a proposta.

Conselho de Ética

O líder do DEM também anunciou a troca de membros suplentes do partido no Conselho de Ética. O deputado Mandetta (MS) substituirá Onyx Lorenzoni (RS), que viajará em missão oficial. Segundo Pauderney, a troca não alterará votos no caso Cunha, pois Mandetta também é favorável à cassação do peemedebista.

TODOS VÃO FALAR O QUE SABEM POR MEDO DA PRISÃO



Todos têm alguma coisa a contar pelo “bem do Brasil”
Orion Teixeira



De uma hora para outra, todos podem, vão querer, ou ainda, serão “incentivados” a falar. O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para se defender antes de ter o pedido de prisão julgado. Sua mulher, Cláudia Cruz, virou ré pelos crimes de corrupção passiva e outros na 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, cujo titular é o temido juiz Sérgio Moro. O ex-presidente do PSDB mineiro Nárcio Rodrigues teve decretada a prisão por tempo indeterminado, após a provisória, pela Justiça estadual. Será que a mulher de Cunha e o tucano vão suportar prisões sem nada falar?

Acuado, o ex-presidente José Sarney, o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, e o presidente nacional interino do partido, senador Romero Jucá, também devem ter algo a dizer. Alguém consegue imaginar até onde poderia ir uma delação de Sarney, que começou como colaborador do regime militar e acabou conselheiro do PT, período no qual foi presidente da Arena, do PDS, presidente da República, senador e presidente do Senado?

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve ter mais do que aquelas gravações divulgadas para pedir a prisão da cúpula do PMDB; caso contrário, correria o risco de desmoralização. Alguém tem dúvida de que os políticos e as diversas acusações que os acompanham seriam só intrigas da oposição e do poder?

Todos os dias somos bombardeados com notícias, denúncias, falsas ou não, relacionadas à atividade política e de quem dela se aproxima. Se temos algo além do denuncismo e de delações premiadas sob encomenda, feitas por redução de pena, está na hora de passar o país a limpo e que as pedras rolem. Falem Cláudia, Nárcio, Sarney e Renan pelo bem do Brasil.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

INDIGNADOS ESTÃO QUIETOS



Indignados, com e sem voto

Clóvis Rossi  




Timothy Garton Ash, um dos intelectuais mais instigantes da Europa, conta, em "El País", que muitos de seus alunos da Universidade de Oxford lhe dizem que "se o voto mudasse as coisas, seria abolido".
Esse desencanto com um instrumento essencial da política parece universal. Se é encontrado em um centro de excelência como Oxford, nada mais natural que surja também em ambientes menos privilegiados como é o caso da Nicarágua.
Sofía Montenegro, diretora do Centro de Investigações da Comunicação, fez uma pesquisa sobre os chamados jovens pós-revolução [a Sandinista, vitoriosa em 1979], aqueles nascidos entre 1992 e 2000.
Constatou a socióloga Elvira Cuadra, que fez comentários sobre a pesquisa, que "esses jovens cresceram escutando os relatos de seus pais, tios, avôs e demais familiares sobre a ditadura, a Revolução e a era democrática; escutaram como, uma e outra vez, disseram para que serviu derramar tanto sangue e tantos mortos, que não vale a pena"¦".
É o relato de Álvaro Navarro para "Confidencial", interessante publicação nicaraguense. Aí, o desencanto é com o voto e também com outros instrumentos de luta política, como a via armada.
Aposto que professores de todas as universidades brasileiras terão, em algum momento, ouvido expressões de desalento com a política, em particular nestes muitos meses em que o noticiário político é ocupado por ocorrências policiais.
O que surpreende é que os brasileiros, jovens ou não, não tenham procurado saídas fora dos partidos tradicionais. Os mais cínicos ou conformados dirão que é melhor a passividade de que correr para os braços, por exemplo, de um insuportável Donald Trump, como estão fazendo muitos norte-americanos.
Mas há exemplos, em países europeus, de que a rejeição aos partidos tradicionais conduz à busca do novo (o que não quer dizer que o novo seja necessariamente bom ou melhor que o velho).
Sem juízo de valor, limito-me a constatar dois exemplos recentíssimos de como os partidos tradicionais estão apanhando.
Primeiro, a Espanha. As duas prin­ci­pa­is for­ças po­lí­ti­cas caíram, somadas, de quase 84% dos vo­tos em 2008 a 50,7% em dezembro pas­sa­do, a mais recente eleição (a ser repetida dia 26, porque não permitiu a formação de um governo minimamente estável).
Mais: o centenário PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), uma dessas forças, acaba de perder o segundo lugar nas pesquisas, desbancado por uma nova coligação.
O Podemos, partido surgido do movimento dos indignados, aliou-se à tradicional esquerda pós-comunista, e tem 25,6% das intenções de voto, atrás apenas do conservador Partido Popular, com 28,5%. O PSOE ficou com 20,2%, mais longe do Podemos do que este do PP.
Na Itália, os indignados locais deram origem ao Movimento Cinco Estrelas, que acaba de fazer uma especular eleição municipal. Sua candidata, Virginia Raggi, ficou em primeiro lugar em Roma, a complicada mas cosmopolita capital do país.
No Brasil, os indignados que saíram às ruas em 2013 voltaram para casa. Depois, reclamam.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...