Relator rejeita incluir
delação de Sérgio Machado em impeachment
Folhapress
Hoje em Dia - Belo
Horizonte
Anastasia estima
queda de arrecadação do ICMS de R$ 500 milhões
O relator do processo de impeachment da presidente afastada Dilma
Rousseff, senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), rejeitou nesta quinta-feira
(2) o pedido da defesa da petista para incluir dentre os documentos de
produção de provas a delação premiada do ex-presidente da Transpetro
Sérgio Machado e gravações de suas conversas com lideranças do PMDB.
"Os fatos indicados são totalmente estranhos ao objeto deste
processo, além do mais, essa matéria se encontra devidamente esclarecida",
destaca Anastasia na manifestação que apresentou na comissão nesta quinta. Para
o ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo,
responsável pela defesa de Dilma no processo, a decisão do tucano impede o
direito de defesa da presidente afastada. Ele argumenta que os áudios
envolvendo o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente José Sarney
provam que o impeachment foi deflagrado para barrar a operação Lava Jato.
"Vossa Excelência indeferiu provas que são o elemento central da
defesa, a tese central é o desvio de poder. Querem cercear o direito da
presidente de provar a sua inocência. Indeferir o conjunto probatório central é
matar de morte a possibilidade de construir a nossa defesa",
argumentou.
Anastasia também rejeitou o pedido de oitiva de especialistas e a
realização de uma perícia e auditoria econômico-financeira e contábil feita por
uma consultoria internacional nos decretos de crédito suplementar e nas
pedaladas fiscais.
"Oportuno lembrar que esta comissão poderá indeferir as provas
consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias, assim como desistir
da inquirição de qualquer testemunha arrolada. É o plenário deste colegiado que
decide sobre o melhor andamento da instrução", afirma Anastasia em
sua manifestação, dizendo ainda que algumas diligências requeridas "se
mostram irrelevantes e impertinentes em face dos fatos que devem ser
apurados".
Em sua manifestação, o tucano indicou a oitiva de 21 pessoas, dentre
elas a presidente afastada Dilma Rousseff, que deve ser ouvida em 20 de junho.
No rol de testemunhas estão o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, e o
procurador do Ministério Público junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira,
além de técnicos do Tesouro Nacional, Tribunal de Contas da União, Ministério
da Agricultura e do Planejamento, Banco do Brasil, entre outros.
A comissão ainda precisa votar sobre a manifestação de Anastasia. A
sessão do colegiado foi suspensa por duas horas no início desta tarde para que
o relator possa analisar cerca de 13 requerimentos que ainda precisam de seu
aval. Mais cedo, a comissão reduziu em 20 dias o prazo para a tramitação do
processo contra Dilma Rousseff no colegiado do Senado. Dessa forma, a votação
final do caso pode acontecer ainda em julho. A defesa da petista irá recorrer
da decisão ao Supremo
Tribunal Federal.
O presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), acredita que até a próxima terça-feira (7) o presidente do STF Ricardo Lewandowski responderá e os senadores poderão votar o calendário. Nesta fase do processo, cabe ao ministro decidir sobre os recursos apresentados na comissão.
O presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), acredita que até a próxima terça-feira (7) o presidente do STF Ricardo Lewandowski responderá e os senadores poderão votar o calendário. Nesta fase do processo, cabe ao ministro decidir sobre os recursos apresentados na comissão.
Cardozo afirmou que, caso o colegiado acate as manifestações de
Anastasia, tais como apresentadas até o momento, irá recorrer ao presidente do
STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, responsável pelo processo
de impeachment.