Relator pede cassação de
Eduardo Cunha ao Conselho de Ética da Câmara
Estadão Conteúdo
O relator do processo contra o deputado afastado Eduardo Cunha, deputado
Marcos Rogério (DEM-RO), pediu a cassação do mandato do parlamentar por quebra
de decoro. Em seu voto, lido nesta quarta-feira no Conselho de Ética, Rogério
afirma que “já há provas suficientes de que o deputado Eduardo Cunha usou do
cargo de deputado federal para receber vantagens indevidas”.
Para o relator, Cunha mentiu à Casa, na CPI da Petrobras, quando disse
não ter conta no exterior. "O deputado Eduardo Cunha mentiu à CPI,
pois soube e teve pleno conhecimento de que ele era o verdadeiro proprietário
do dinheiro", afirmou.
Rogério se refere tanto ao truste, que considera apenas um mecanismo
para Cunha ocultar e blindar patrimônio do peemedebista no exterior, como às
quatro contas no banco suíço Julius Baer ligadas ao deputado.
"Fica clara a existência de uma engenharia financeira montada para
permitir a fruição de patrimônio pelo representado sem que haja gastos e contas
oficialmente em seu nome. Tal contexto fica ainda mais evidente pelo fato de o
representado ser considerado o garantidor da conta individual de Claudia Cruz
(na Suíça). Afinal, o patrimônio, como afirmado pelo próprio banco (Julius
Baer), é todo dele e não da esposa."
Rogério citou o recebimento de vantagens indevidas por Cunha e disse que
delatores da Lava Jato comprovaram transferências bancárias de dinheiro oriundo
de propina ao parlamentar. O relator destacou ainda que, segundo dados obtidos
da Suíça, as contas tem uma relação "indissociável" com Cunha.
"As contas são efetivamente de Cunha."
Em relação ao truste, Rogério lembrou também que a própria constituição
suíça diz que o beneficiário deve ser considerado proprietário dos bens nas
contas do truste quando a figura do truste é revogável. "Fica evidente que
era Eduardo Cunha o titular da conta do Julius Baer e não o truste."
(Com Agência Câmara)
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