sexta-feira, 4 de março de 2016

PÁ DE CAL NO GOVERNO DILMA




  Eduardo Costa




Lembram que no dia 7 de dezembro do ano passado publiquei texto neste mesmo espaço com o título “Não haverá impeachment de Dilma”. A convicção não existe mais, depois do que já se conhece das 400 páginas de delação premiada do senador Delcídio do Amaral. Ele trouxe para a rinha as evidências que faltavam de participação direta da presidente Dilma e de seu padrinho Lula na safadeza que as instituições estão apurando sob o nome de ‘Lava Jato’. Continuo lembrando que o PT não inventou a corrupção; estou apavorado porque não vejo entre os caciques da política brasileira – especialmente os que têm efetivas chances de vitória – gente com folha corrida que recomende a sucessão, mas, não sei se por incompetência ou sede demais de ir ao pote, o PT deixou as pegadas, as provas estão aparecendo e dá uma tristeza danada em qualquer brasileiro... De forma especial ao repórter que entrevistou Lula desde os tempos em que ele pedia pelo amor de Deus algum espaço, torceu por ele, o aplaudiu em políticas sociais, se emocionou ao vê-lo tratado como estadista lá na China e, agora, descobre que o operário que teve chance de desbancar as elites foi amestrado por elas.
Sempre me perguntei por que famílias comandam o país desde que ele foi descoberto, por que mais da metade dos deputados que estão em Brasília são filhos, netos ou bisnetos de caciques; sempre sonhei com um sujeito vindo de baixo, destronando os chefes, destruindo as amarras, abrindo os ouvidos para o lamento do pobre. Lula era uma grande esperança. E como me iludi com ele! Agora, sabe-se, é mais um que, em se aproximando do banquete, tratou de catar as sobras, de forma sorrateira e sair de fininho para continuar posando de gente boa.
Não podem dizer que Delcídio não merece credibilidade. Ele é da cozinha. Ele negociou com um desembargador federal (ah, o nosso Judiciário!), que, se este fosse nomeado, ia cuidar de tirar da cadeia os presidentes das duas maiores construtoras da América Latina. O “ministro” até que se esforçou, mas, os colegas o venceram, Delcídio foi flagrado com a boca na botija e, como é da natureza dos bandidos, decidiu levar Lula e Dilma com ele.
Também não me venham com essa conversa de que a delação premiada não pode fazer do bandido um santo. A gente sabe que não. A delação é a única arma que o país tem para colocar todos os seus ratos poderosos num só porão e deixar que se comam... E é por isso que, várias vezes, disse da confiança de que o sofrimento de tantos não pode ser em vão – um dia, como sonhou Tiradentes, vamos fazer desse país uma grande Nação.

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VAMOS APSSAR O PAÍS A LIMPO!




Orion Teixeira




Dias piores virão por aí após a queda de mais uma bomba, nitroglicerina pura, detonada pelo vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT), ex-líder do Governo no Senado. Homologada ou não pelo Supremo Tribunal Federal (STF), suas revelações expõem, diretamente, a presidente da República e o ex-presidente Lula, especialmente, pelo fato de o governo e o PT estarem fragilizados e desarticulados na atual crise política. Envolvido na Lava Jato, Delcídio está em prisão domiciliar negociou com a justiça para evitar condenação maior.
Por outro lado, o vazamento cortará como faca de dois gumes. Se agrava a situação do governo e a crise política, pode afetar também o instituto da delação premiada. Afinal, o senador decidiu fazer a delação, sob sigilo até que o STF a homologue ou outro prazo, o acordo teria que ser respeitado para não cair em descrédito nem comprometer as investigações. Ainda assim, alguém ali preferiu vazar e colocar mais fogo no país.
Hora de apagar o incêndio
Como presidente da Assembleia Legislativa e uma das maiores lideranças do PMDB mineiro, o ponderado Adalclever Lopes (PMDB), tem alertado seus colegas de partido para tomada de consciência diante da crise. Por conta de insatisfação com o governo, que prepara cortes e reforma administrativa, Adalclever tem lembrado a todos que o PMDB, queiram ou não, é governo e tem um vice-governador. “Somos governo”, diz ele, advertindo que não é hora botar fogo, mas ajudar a apagar o incêndio.
Mesmo assim, o governo também, por sua vez, não envolve nem confia nos aliados, fechando-se em seu núcleo duro em vez de debater as medidas que todos terão que apreciar, no plenário, quando estiverem prontas.
Derrota de Lacerda 1
Por pressão das galerias da Câmara Municipal, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), sofreu, nesta quinta (3), uma derrota maiúscula, ou absoluta, da qual participou até mesmo seu líder, Wagner Messias, o Preto (DEM). Todos os vereadores, nenhum voto a favor, derrubaram dois vetos do prefeito: um deles proibia extensão de reajuste a servidores (administrativos) da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), comandada pelo secretário Josué Valadão, pré-candidato a prefeito. O segundo veto, proibia a presença de doulas (acompanhantes de parto profissionais) em hospitais, maternidades e casas de parto da capital. Em ambos os casos, a pressão veio forte das galerias, mas há quem veja efeito político na votação em função do momento eleitoral.
Derrota de Lacerda 2
Na véspera, dia 2, os vereadores, entre eles o presidente da Casa, Wellington Magalhães (PTN), manifestaram-se totalmente contra outro projeto do prefeito de BH, o que privatiza os cemitérios públicos.
Aécio vem aparar arestas
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, volta a BH na próxima segunda-feira para tentar apagar o incêndio entre seus aliados por conta da escolha do candidato a prefeito da capital nas eleições deste ano. Oito dos nove partidos de seu campo estão contra as articulações de Marcio Lacerda, que, segundo eles, prefere nome técnico a político. Na última terça (1º), eles mandaram recado aos dois, afirmando que não aceitam candidato do “bolso do colete”, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2014.

TODO MUNDO SABE A VERDADE




Jornal Hoje em Dia




Até quando as estruturas do poder palaciano em Brasília resistirão aos sucessivos abalos? Até quando os amigos próximos, os não tão próximos, e os quase dissidentes ainda escondidos nas sombras das dúvidas defenderão a máquina partidária montada para um projeto de poder?
Estas e outras tantas perguntas permanecerão por algum tempo sem resposta. O que não pode ficar sem resposta é a perplexidade com que muitos brasileiros acompanham os fatos.
Mente o senador Delcídio? Se o faz, age em nome de quem? Mente em nome de seus próprios medos ou, como disse o ex-ministro Cardozo em coletiva na tarde de ontem, por pura retaliação? Vale lembrar que a pena para quem mente em delação premiada é a perda do direito ao prêmio obtido com a delação e a imputação de um crime de denunciação caluniosa, punida com pena de dois a quatro anos de prisão.
Por que razão o senador Amaral mentiria? Estaria ele disposto a pagar o preço de além de, se julgado e condenado pelos inúmeros crimes que o levaram à prisão, acrescer mais uma pena? Delcídio é da cozinha do poder palaciano, foi líder do governo do Senado até o dia de sua prisão e acaba de renunciar à presidência da Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara Alta da República. Ele é sabedor dos danos que sua delação causou e continuará causando, tanto à presidente quanto ao ex-presidente Lula e ao seu partido, o dos Trabalhadores.
Do outro lado da Praça dos Três Poderes Eduardo Cunha vê sua vida pública e privada se complicando. O STF, por 10 votos a zero, tornou o presidente da Câmara réu, acusado de receber US$ 5 milhões em propina oriunda da Petrobras. Triste vida, triste sina a do poeta de rapina. O tecido político brasileiro se esgarça visivelmente.
E para colocar mais uma pimenta nesse desandado caldo, no final da tarde de ontem, em nota, o senador Delcídio do Amaral afirmou não reconhecer o teor do documento divulgado pela Revista Isto É.
Tudo isso em um país que convive com a realidade de uma economia que fecha 2015 em queda. A retração, de 3,8% em relação a 2014, foi a maior da série histórica iniciada em 1996, o pior número dos últimos 19 anos.
Durma com um barulho desse. Se conseguir.

PEGARAM O BRAHMA O MOLUSCO ESCORREGADIO



Nesta fase serão cumpridos 44 mandados judiciais, em três estados - São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia -, sendo que nenhum deles é de prisão. Além de Lula, outras dez pessoas serão encaminhadas para depoimento, no cumprimento de mandados de condução coercitiva. A ação foi batizada de “Aletheia”.

PF deflagra 24ª fase da 'Lava Jato' no Instituto Lula e na casa do ex-presidente

                                          Soldados da PF realizam ação no Instituto Lula

A Polícia Federal realiza na manhã desta sexta-feira (4) a 24ª fase da Operação "Lava Jato" no prédio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu filho Fábio Luíz Lula da Silva - também conhecido como Lulinha. Essa fase da operação foi batizada de Aletheia.
Lula foi alvo de mandado de busca e apreensão e de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor). Os carros da PF chegaram às 6h à sua casa, em São Bernardo. Quatro carros entraram na garagem do prédio e cerca de dez agentes ficaram na portaria.
Cerca de 200 agentes da PF e 30 auditores da Receita Federal cumprem 44 mandados judiciais, sendo 33 mandados de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva no Rio de Janeiro, em São Paulo e na Bahia.
São investigados crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros, relacionados à Petrobras. A determinação da busca e apreensão é do juiz Sergio Moro, de Curitiba.
Moema
Na casa de Lulinha, em Moema, dois carros da PF e um da Receita Federal são usados na diligência. Os agentes chegaram ao prédio dele às 6h e não falaram com a imprensa.
Há também agentes da PF no Instituto Lula, no bairro Ipiranga, e na Odebrecht, na marginal Pinheiros. Há mandados para Atibaia e Guarujá, onde estão sítio e tríplex, respectivamente, além de Santo André e Manduri.
Delcídio
A ação é realizada um dia após ser revelado um acordo de delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS). O parlamentar revelou que Lula mandou comprar o silêncio de Nestor Cerveró e de outras testemunhas.
Detalhes do acordo foram veiculados pelo site da revista "IstoÉ", que publicou reportagem com trechos dos termos de delação. A informação de que Delcídio fechou acordo de delação premiada foi confirmada à Folha por pessoas próximas às investigações da "Lava Jato".
O senador também diz que Dilma Rousseff usou sua influência para evitar a punição de empreiteiros, ao nomear o ministro Marcelo Navarro para o STJ. O ministro Teori Zavascki, do STF, decidirá se homologa ou não a delação.



AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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