sexta-feira, 4 de março de 2016

VAMOS APSSAR O PAÍS A LIMPO!




Orion Teixeira




Dias piores virão por aí após a queda de mais uma bomba, nitroglicerina pura, detonada pelo vazamento da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT), ex-líder do Governo no Senado. Homologada ou não pelo Supremo Tribunal Federal (STF), suas revelações expõem, diretamente, a presidente da República e o ex-presidente Lula, especialmente, pelo fato de o governo e o PT estarem fragilizados e desarticulados na atual crise política. Envolvido na Lava Jato, Delcídio está em prisão domiciliar negociou com a justiça para evitar condenação maior.
Por outro lado, o vazamento cortará como faca de dois gumes. Se agrava a situação do governo e a crise política, pode afetar também o instituto da delação premiada. Afinal, o senador decidiu fazer a delação, sob sigilo até que o STF a homologue ou outro prazo, o acordo teria que ser respeitado para não cair em descrédito nem comprometer as investigações. Ainda assim, alguém ali preferiu vazar e colocar mais fogo no país.
Hora de apagar o incêndio
Como presidente da Assembleia Legislativa e uma das maiores lideranças do PMDB mineiro, o ponderado Adalclever Lopes (PMDB), tem alertado seus colegas de partido para tomada de consciência diante da crise. Por conta de insatisfação com o governo, que prepara cortes e reforma administrativa, Adalclever tem lembrado a todos que o PMDB, queiram ou não, é governo e tem um vice-governador. “Somos governo”, diz ele, advertindo que não é hora botar fogo, mas ajudar a apagar o incêndio.
Mesmo assim, o governo também, por sua vez, não envolve nem confia nos aliados, fechando-se em seu núcleo duro em vez de debater as medidas que todos terão que apreciar, no plenário, quando estiverem prontas.
Derrota de Lacerda 1
Por pressão das galerias da Câmara Municipal, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), sofreu, nesta quinta (3), uma derrota maiúscula, ou absoluta, da qual participou até mesmo seu líder, Wagner Messias, o Preto (DEM). Todos os vereadores, nenhum voto a favor, derrubaram dois vetos do prefeito: um deles proibia extensão de reajuste a servidores (administrativos) da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), comandada pelo secretário Josué Valadão, pré-candidato a prefeito. O segundo veto, proibia a presença de doulas (acompanhantes de parto profissionais) em hospitais, maternidades e casas de parto da capital. Em ambos os casos, a pressão veio forte das galerias, mas há quem veja efeito político na votação em função do momento eleitoral.
Derrota de Lacerda 2
Na véspera, dia 2, os vereadores, entre eles o presidente da Casa, Wellington Magalhães (PTN), manifestaram-se totalmente contra outro projeto do prefeito de BH, o que privatiza os cemitérios públicos.
Aécio vem aparar arestas
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, volta a BH na próxima segunda-feira para tentar apagar o incêndio entre seus aliados por conta da escolha do candidato a prefeito da capital nas eleições deste ano. Oito dos nove partidos de seu campo estão contra as articulações de Marcio Lacerda, que, segundo eles, prefere nome técnico a político. Na última terça (1º), eles mandaram recado aos dois, afirmando que não aceitam candidato do “bolso do colete”, a exemplo do que aconteceu nas eleições de 2014.

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