quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

TRAGÉDIA DA SAMARCO MG



  

Eduardo Costa


Nós, da mídia, somos pagos para apontar defeitos, sugerir correções e cobrar providências. Tudo isso, claro, em trabalho de reportar (lembrar) e transmitir (propagar) os fatos. Penso que a contrapartida que devemos oferecer à sociedade é estar minimamente informado para contribuir no debate dos temas, sem caluniar ou ofender, e sempre atentos a atos e omissões para admitir também as nossas faltas. Assim é que, hoje, quero assumir a minha parcela, como repórter, no rol de erros que resultaram na tragédia da Samarco em Mariana.
E faço isso no dia em que a Rádio Itatiaia comemora 64 anos para deixar bem clara a distinção entre os interesses econômicos da empresa e a minha liberdade de trabalhar. Aquela frase dita em 20 de janeiro de 1952 por Januário Carneiro – “Nós vendemos espaço, não vendemos opinião” – segue sendo um lema da casa e quero reiterá-lo.
Nos 30 anos em que nela estou como colaborador, nunca fui impedido de tratar de um assunto apenas porque o patrão não queria. Há, sim, ponderações, boa vontade com os parceiros, freios de arrumação quando o assunto, apesar de render ibope, pode significar riscos à integridade de terceiros, enfim, situações que exigem responsabilidade. Censura, não! E posso encher a boca para dizer que também não acontece na Rede Record e no Hoje em Dia.
A culpa que tenho como profissional de mídia é não ter encontrado tempo e disposição para, nas últimas décadas, ser mais incisivo na cobrança em relação a critérios de licenciamento e comportamento da mineração. Deveria, em 2007, ter discutido com o governo do Estado a construção da barragem de rejeitos de Fundão sem projeto definitivo.
Devia ter ido qualquer dia a Bento Rodrigues para denunciar a proximidade daquelas vidas com o monte de lama; devia ter ouvido especialistas sobre a possibilidade de um rompimento como aquele resultar em contaminação de todo um rio da grandeza do Doce; devia ter perguntado à polícia, ao Ministério Público e a ao Judiciário sobre punições a outras empresas por desastres semelhantes, de menor repercussão, mas também graves.
Posso apresentar a “des” culpa da falta de tempo, ritmo alucinante da rotina diária, falta de estrutura das empresas nas quais trabalho e muito mais. Prefiro, no entanto, assumir a culpa de não ter feito. E questionado meus superiores, afinal, se agora temos tantas equipes para cobrir a lama, por que não conseguimos uma para prevenir?
Ainda hoje, muitas perguntas estão no ar, em relação à Samarco e toda a mineração. Faço minhas as palavras do grande Apolo Heringer Lisboa: “A tragédia da Samarco é fruto de um tempo em que mineradora manda na Federação das Indústrias, pauta governos e ganha mais aplausos que questionamentos da mídia”.

COMO ACABAR COM A INFLAÇÃO SE O PRÓPRIO GOVERNO É QUE A PRODUZ COM AUMENTOS DE IMPOSTOS E COMBUSTÍVEIS?



  

Editorial
Jornal Hoje em Dia



O dia dessa terça foi de agitação nos meios econômicos e financeiros, após a divulgação pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de relatório que aponta o Brasil em queda livre em termos de produção e consumo para este e o próximo ano. E como tudo que está ruim pode piorar ainda mais, o presidente do Banco Central, a autoridade máxima em termos financeiros, Alexandre Tombini, emitiu nota apontando como “significativas” as observações do FMI e afirmando que seriam levadas em consideração.
O problema é que, nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) está reunido para definir a nova taxa básica de juros, que até agora estava em 14,25%, já uma das maiores do mundo. É através da chamada taxa Selic que o governo tenta conter a inflação, reduzindo o crédito e o consumo. Mas, como até agora não vem surtindo o efeito desejado, a expectativa dos analista era de que houvesse um aumento de até 0,5 ponto percentual.
Com a manifestação de Tombini, passou-se a prever um aumento menor da taxa, ou até nenhum aumento. A decisão sai nesta quarta. Mas os analistas chegaram à conclusão de que pressões de membros do governo buscam tentar mexer o mínimo na Selic para apostar em uma retomada do crescimento através do consumo.
Entretanto, como estimular o crescimento e o consumo se o desemprego é, a cada dia que passa, a principal preocupação dos brasileiros? Reportagem nesta edição mostra que o trabalhador que perdeu o emprego tem demorado mais tempo para conseguir uma nova colocação. Cerca de 20% dos desempregados demoram mais de um ano para conseguir uma vaga, isso no país. Na Grande BH, a busca atinge 11%.
Outro fator que desarma a estratégia do governo é que o rendimento médio do trabalhador também vem caindo, passou de R$ 2.388 para R$ 2.177 em 12 meses. População com menos capital reforça a tendência de queda no consumo. Especialista ouvido pela reportagem aponta que mesmo aqueles com maior qualificação e nível de estudo, e maior poder aquisitivo, também enfrentam dificuldades, muitas vezes tendo que aceitar uma remuneração menor do que aquela que recebia.
O governo não conseguirá recuperar a economia com medidas cosméticas. E muito menos com aumentos de impostos, como quer a presidente, que colocou a volta da CPMF como a tábua de salvação da nação.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

O CUSTO BRASIL É O MAIS CARO DO MUNDO



Custo da energia fica mais em conta do que a gerada com diesel

Tatiana Moraes - Hoje em Dia 



A competitividade da energia nuclear chama a atenção. Enquanto o megawatt-hora (MWh) de uma usina movida a óleo diesel se aproxima de R$ 600, nas nucleares ele sai por aproximadamente R$ 250. Quase um terço do montante. Essa diferença reflete diretamente na conta do consumidor.

Afinal, quando os níveis dos reservatórios estão mais baixos é necessário acionar as térmicas, cujos combustíveis custam mais caro do que a água, que alimentam as hidrelétricas. Neste caso, é acionada a bandeira vermelha, que pesa no bolso do contribuinte. Sem contar os impostos (só de ICMS são 42%), a cada 100 KWh consumidos são cobrados R$ 4,50.

Em contrapartida, os custos de construção das usinas chegam a US$ 5 bilhões, o equivalente a R$ 20 bilhões, e demoram até 10 anos para ficar prontas, incluindo estudos, licenças e construção. “Mas compensa”, garante o chefe da Assessoria para Desenvolvimento de Novas Centrais Nucleares da Eletronuclear, Marcelo Gomes.

E depois?

As usinas nucleares têm vida útil de 40 anos. Devido à tecnologia, é possível prorrogar por mais 20 anos. Durante este período, a empresa cria um fundo de reserva para que a geradora seja desmontada no futuro. A área pode ser regenerada ou pode abrigar uma nova usina.

“Tudo ainda está na fase dos estudos. Assim que houver uma indicação certa de local, partiremos para a parte das discussões com a comunidade e governo”, ressalta Marcelo Gomes. Ele concorda que o assunto gera polêmica, mas garante que quanto mais se conhece sobre energia nuclear, maior é a aceitação por esse tipo de geração.

“As pessoas que trabalham nas usinas de Angra (RJ) moram e criam seus filhos nos arredores da usina. Acreditam na segurança de lá. É fundamental um diálogo para discutir os anseios e as angústias da população, mas, mais ainda, é necessário informação”, ressalta. Ele garante que a tecnologia utilizada é segura. Gomes comenta que até hoje, no mundo, foram registrados três acidentes graves.

Lixo radioativo

Uma das maiores preocupações é com relação aos rejeitos produzidos pelas nucleares. Os leves, são estocados próximo ao reator. O representante da Eletronuclear comenta que, por ano, o volume produzido é equivalente a uma Kombi. Os pesados, muito perigosos, são colocados em um prédio anexo ao reator, dentro de uma espécie de piscina.

O diretor de Relações Institucionais da Coppe e Mestre em Engenharia Nuclear Luiz Rosa Pinguelli ressalta que o destino do lixo radioativo é uma incógnita no mundo inteiro. Na Suécia, o rejeito é colocado em um depósito geológico profundo para que ele se desfaça em alguns milhares de anos. “Mas, e se houver algum deslocamento de placa tectônica? Tudo pode vir à tona”, alerta o especialista, referência internacional em energia nuclear.

Ainda de acordo com ele, construir uma usina nuclear às margens de um rio é um risco grande, haja visto o recente acidente ocorrido com a barragem Fundão, da mineradora Samarco, que afetou todo o rio Doce. “Imagina se fosse algo radioativo?”, diz Pinguelli. Ele comenta que a tecnologia utilizada em Angra 1 e Angra 2 é segura, de ponta, no entanto, toda tecnologia tem riscos.

SERÁ QUE TUDO ISSO É MENTIRA?



Propina de R$ 50 milhões abasteceu campanha de Lula, afirma Cerveró
Estadao Conteudo




Em documentação entregue à Procuradoria-Geral da República, anterior ao acerto de sua delação premiada, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, recebeu R$ 50 milhões em propina. O dinheiro teria saído de uma negociação para a compra de US$ 300 milhões em blocos de petróleo na África em 2005. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira, 18, pelo jornal Valor Econômico.

Cerveró atribui a informação a Manuel Domingos Vicente, que presidiu o Conselho de Administração da Sonangol, estatal petrolífera angolana. "Manoel (sic) Vicente foi explícito em afirmar que desses US$ 300 milhões pagos pela Petrobras a Sonangol, companhia estatal de petróleo de Angola, retornaram ao Brasil como propina para financiamento da campanha presidencial do PT valores entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões."

'Altos escalões'

Segundo o delator, que teve seu acordo firmado em novembro do ano passado, a negociação foi conduzida "pelos altos escalões do governo brasileiro e angolano, sendo o representante brasileiro o ministro da Fazenda Palocci".

Cerveró foi diretor da Petrobras entre 2003 e 2008. Após ser exonerado do cargo, ele assumiu a Diretoria Financeira da BR Distribuidora, subsidiária da estatal, onde ficou até 2014, por cerca de seis anos.

O delator afirmou no documento que soube da propina por meio de Domingos Vicente, que atualmente é vice-presidente de Angola.

"Nestor tinha uma relação de amizade com o Dr. Manoel (sic) Vicente (presidente da Sonangol), que em conversas mencionou textualmente a frase 'Porque nós somos homens do partido! Temos que atender as determinações do partido!'", diz o documento.

Cerveró não dá detalhes, nestes papeis, sobre a negociação da propina ou como o dinheiro teria chegado à campanha do PT. O delator afirma no depoimento que a costa angolana era conhecida pela capacidade de exploração de petróleo.

"Em 2005, houve uma oferta internacional de Angola, de venda de blocos de exploração em águas profundas, como se fosse um grande leilão", declarou Cerveró no depoimento.

Regime político

"O país era extremamente interessante para a Petrobras: tanto pelo regime político do país aliado do governo brasileiro, quanto pelo fato da companhia já operar e ter escritórios desde 1975 em Angola", afirmou o ex-diretor.

Defesas

O Instituto Lula informou que "não comentaria supostas delações, quanto mais supostos acordos de delação, vazados de forma seletiva, parcial e provavelmente ilegal que alimentam um mercado de busca por benefícios penais e manchetes sensacionalistas".

O advogado José Roberto Batochio, que defende Antonio Palocci, negou relação do ex-ministro com as afirmações do delator.

"Lava Jato ou Encheu o Jato? O ex-ministro Palocci nunca tratou de tal assunto, dele não teve conhecimento algum, e sequer sabia que existisse. Jamais conversou com o indigitado cidadão angolano Manuel Domingos Vicente, a quem não conhece nem se lembra de com ele haver estado, em qualquer época", disse em nota.

Batochio afirmou que esta é a "quinta ou sexta tentativa de ligar, a todo custo, o nome do ex-ministro Palocci à chamada operação Lava Jato". "Que na verdade já está precisando mudar de nome..."



AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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