quinta-feira, 8 de outubro de 2015

EMPREENDORISMO 2



Resumo do Livro Pai Rico, Pai Pobre de Robert Kivosaki

RESUMO DE Pai Rico, Pai Pobre Conta a história de Robert Kiyosaki e seu amigo Mike. Robert era filho de um professor universitário, que tem o privilégio de ter a orientação de dois pais, um rico e outro pobre. O pai rico que chamamos é pai de seu amigo Mike, e o pai pobre é seu pai, um homem muito instruído e inteligente. Ambos homens influentes e bem sucedidos em suas carreiras, embora um sempre com dificuldades financeiras. Os dois acreditam na educação, mas com visões diferentes. Um dizia: "O amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal" o outro "A falta de dinheiro é a raiz de todo o mal". Um dos pais recomendava "Estude arduamente para poder trabalhar em uma boa empresa" o outro falava "Estude arduamente para comprar uma empresa". Através dessas opiniões tão divergentes Robert teve a oportunidade de optar por qual dos pais iria dar ouvidos, sendo assim resolveu seguir os conselhos do pai rico. Robert e seu amigo Mike estudaram em uma escola pública onde todas as crianças dessa escola eram filhos de pessoas ricas. Foi então que Robert começou a indagar seu pai, como ele poderia ficar rico, seu pai não soube lhe explicar. No dia seguinte Robert propôs a seu amigo Mike uma sociedade para ambos ficarem ricos. Infelizmente seu primeiro negócio foi um fracasso. O pai de Robert reconheceu o esforço dos meninos, foi em tão que ele aconselhou à eles que fossem pedir conselhos sobre como ficar rico com o pai de Mike "Pai rico". Foi a partir desse momento que Robert e Mike começaram a trabalhar e estudar como o pai rico, que lhes ofereceu um emprego em uma de suas lojas. O pai rico mostra a importância de termos objetivos e persistência, e que devemos fazer com que o dinheiro trabalhe para nós ao invés de trabalharmos para o dinheiro. E não importa o quanto se ganha, mas sim o quanto se guarda. Para construir um grande império, um sonho, devemos planejar e construir em bases sólidas. Sem construirmos sem planejarmos, assim como muitas pessoas o fazem, esse império não vai durar muito tempo. Muitos se preocupam em ter, não em saber, para um dia ser uma pessoa rica. A diferença entre o Ativo e o Passivo é: • O Ativo coloca dinheiro no seu bolso, • O Passivo tira dinheiro do seu bolso. O dinheiro só acentua o padrão de fluxo de caixa que está na sua mente. Se seu padrão for gastar tudo o que ganha, o mais provável é que um aumento de dinheiro disponível, apenas resulte em um aumento de despesas. O que falta na educação não é saber como ganhar dinheiro, mas como gastá-lo, o que fazer com ele depois de tê-lo ganho. Os ricos compram ativos, os pobres só tem despesas e a classe média compra passivos, pensando que são ativos. Para o autor os vários reais que devemos adquirir são agrupados em várias categorias: Se tiver que trabalhar nos negócios, não é negócio; • Ações; • Títulos; • Fundos Mútuos; • Imóveis que geram renda; • Promissória; Compre ativos que goste, pois o que você gosta, você cuida. Nos Estados Unidos, os impostos que originalmente foram criados para que houvesse uma taxação sobre os mais ricos, com o passar do tempo começaram a incidir sobre a classe média e daí para baixo, penalizando assim quem os aprovou mediante votação. Sendo assim faz-se necessário o conhecimento do sistema legal, juntamente com a contabilidade para que se possa adequar os investimentos à menor incidência de impostos. E nesse aspecto a sociedade anônima constitui uma excelente ferramenta. Pois além de proteger os ativos sob um manto de artifícios legais, faz com que os impostos incidam sobre o saldo do faturamento menos todos os gastos, enquanto que para uma pessoa física o desconto do imposto dá-se na fonte de sua renda. Todos os indivíduos possuem uma gama de atributos para que possam tornar-se empreendedores bem sucedidos. E, por que isso não ocorre? A principal causa á a falta de autoconfiança, pois no mundo fora dos centros de informação (escolas) são exigidas habilidades que lá não foram desenvolvidas, tais como garra, ousadia, coragem, audácia, esperteza e tenacidade, entre outras. Por isso precisamos desenvolver nossa capacidade de avaliar e assumir riscos administrando-os em cada oportunidade que nos aparece, pois a tendência natural é a busca da segurança que geralmente não é a melhor escolha para sermos bem sucedidos em nossos empreendimentos. Os empreendedores encontram oportunidades onde a grande maioria não as vê, assumem riscos baseando-se em conhecimentos financeiros contábeis e jurídicos capazes de tornarem estes riscos calculáveis e então entrar no "jogo" do mercado para sonhar, e se fracassarem sabem que isso faz parte da busca do sucesso e usam isso para tornarem-se mais atentos na próxima oportunidade e assim vão cumulando ativos ao longo da vida ao passo que as pessoas que não desenvolveram esta inteligência financeira passaram o tempo inteiro fazendo contas de como saldar suas dívidas, reclamando do patrão e do governo, quando na verdade o que poderia mudar sua situação financeira seria uma mudança de atitude frente às oportunidades, passando da acomodação à ação. Robert diz que um profissional deve se preocupar em apreender, em ampliar seus conhecimentos, independente do ramo de negócios que venha escolher. Não devemos trabalhar pensando exclusivamente em um salário melhor ou em um emprego mais estável, mais duradouro, porque se nos especializarmos em uma única área ficaremos dependente deste mercado, e por tanto, vulnerável profissionalmente. Devemos desenvolver habilidades e conhecimento gerais que nos servirão para administrar o nosso negócio. Algumas habilidades como vendas e entendimento de organização são básicas para que qualquer atividade possa ter sucesso. Se você aprender a vender bem a sua idéia, independente de qual seja, terá sucesso. Se você aprender a administrar bem o seu negócio, na área financeira, pessoal, independente de qual seja, terá sucesso. Quanto melhor você se comunicar, negociar a administrar mais sucesso terá. Devemos aprender que também devemos ser eternos alunos e eternos professores, que devemos dar para poder receber. Mesmo as pessoas alfabetizadas financeiramente, podem ter problemas para sua independência financeira. Algumas razões são: Medo - Não existe nada de errado em perder dinheiro, o importante é ter a coragem de encarar o medo e o risco. "Se você odeia risco e preocupação .... comece cedo" Nunca encontraremos um vencedor que nunca passou por perdas e fracassos. Para os vencedores o fracasso é uma inspiração, para os perdedores uma derrota. Se você for do tipo que não aceita perder, fique com a segurança. Se quiser enfrentar o fracasso, vá a luta, ache seu foco e encare as perdas como fonte de inspiração. Superar o Ceticismo - Existem aquelas pessoas pessimistas que procuram a todo o momento razões para achar que algo não vai dar certo, influenciando negativamente a si e aos que o rodeiam. Idéia com esta fazem pessimistas andarem para traz, pois escolhem ficar com a segurança, enquanto que os ricos que não dão ouvidos ao medo, encaram os desafios. Preguiça - Preguiça não é o nome que se da para aquelas pessoas que não gostam de trabalhar. Muitos profissionais ocupados demais, muitas vezes com a desculpa de excesso de trabalho estão é fugindo de algo mais, de encarar algo novo, do desafio. Isto também chamamos de preguiça. Podemos lutar contra essa forma de preguiça, desenvolvendo dentro de nós uma ambição, positiva é claro, que nos faz parar de dizer frases como "Isso eu não posso comprar" e nos faz com que digamos "O que tenho que fazer para comprar isto?" Maus Hábitos - Nossa vida é um reflexo de nossos hábitos de nossa educação. O empresário dito como correto sempre paga primeiro suas obrigações e depois se sobrar paga a si próprio. Se pagarmos a nós em primeiro lugar, teremos que trabalhar mais, pois nossas obrigações somos obrigados a pagar, com isso, teremos criado uma nova fonte de motivação. Arrogância é ego mais ignorância - O que sei, me faz ganhar dinheiro, o que não sei me faz perder. Muitas pessoas usam a arrogância para disfarçar sua ignorância sobre determinado assunto. Quando você for ignorante sobre determinado assunto não se acomode, não se envergonhe, busque algo ou alguém que lhe de este conhecimento. Em cada um de nós reside um gênio financeiro, para algumas pessoas este gênio está adormecido, pois nossa cultura nos ensina que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Nossa cultura nos ensina a trabalhar pelo dinheiro e não o dinheiro a trabalhar para nós, nos ensina a não nos preocupar com o futuro financeiro. Devemos definir os "não quero" e os "quero" na vida, ou seja, não quero perder dinheiro, não quero trabalhar a vida inteira, não quero ser empregado, os "não quero", eles criam os "quero", exemplo, quero ser livre para viajar por todo o mundo e viver o estilo de vida que gosto, quero controlar meu tempo e minha vida. Acredite que você é capaz, vá atrás de seus sonhos, realize-os. Para tanto, segundo o autor existem 10 passos importantíssimos para se seguir: 1° Encontrar razão maior que a realidade, tenha um objetivo, algo motivador, escolha o que você quer! Pessoas arrogantes e críticas são muitas vezes, pessoas com baixa auto-estima, que têm medo de assumir riscos. 2° O poder da escolha, você escolhe as opções que colocam você mais próximo de seus objetivos. 3° Escolha seus amigos, não somente por sua situação financeira, mas sim, pelo que essa pessoa possa lhe transmitir de ensinamentos e conhecimentos, bons ou ruins, bons para que você possa fazer o mesmo e ruins para que você nunca faça. 4° Domine uma fórmula de fazer algo cada vez melhor e mais rápido, isto serve também para ganhar dinheiro. 5° Autodisciplina, ou seja, pague primeiro a si mesmo, mesmo sem dinheiro, pague a si mesmo primeiro, porque a partir daí você usará a cobrança de seus credores como motivação e determinação para conseguir o quer. 6° Pague bem as pessoas que trabalham para você, principalmente aquelas que lhe ajudam a ganhar dinheiro. 7° Sempre que emprestar, solicite de volta, sempre observe o retorno sobre o investimento: são os ativos que você obtém de graça depois que você recebe seu dinheiro de volta. Isso é inteligência financeira. 8° Ativos compram supérfluos, ou seja, concentre-se em como ganhar dinheiro fazendo o dinheiro trabalhar por você, coloque seu desejo de consumir para motivar seu gênio financeiro a investir. 9° A necessidade de heróis, temos a necessidade de nos espelhar em alguém positivo, pessoas bem sucedidas como exemplo, porque se eles conseguiram nós também conseguiremos. 10° Doe antes de receber, sempre que puder doe algo a alguém principalmente conhecimento. Isto é uma ação, e toda a ação tem uma reação. Há muita gente que quer fazer, em lugar de pensar, e há gente que pensa mas não faz. As duas formas juntas são ótimas, devemos adorar idéias e adorar agir. Pare de fazer o que não funciona e procure algo novo para fazer. Não desista de uma idéia antes de tentar, compre livros, faça cursos, busque novas idéias, converse com alguém que já tenha feito o que você quer fazer, peça dicas. Quando estiver comprando faça ofertas mínimas, sem a vergonha e o medo, e quando estiver vendendo sempre peça o máximo possível. Quando algo envolve dinheiro seja profissional, esperto, queira só ganhar. Pessoas que pensam pequeno não conseguem grandes oportunidades, comece pensando grande e termine pensando maior ainda. Você precisa agir antes de poder receber recompensas financeiras. Aja agora! Pai Rico Pai Pobre Pai Rico, Pai Pobre conta à história do norte-americano Robert Kiyosaki. Ele conseguiu ser um investidor de sucesso e conquistar a independência financeira. A alfabetização financeira de Robert começou aos nove anos, com lições do pai de um amigo, a quem o autor passou a chamar de "Pai Rico". Foi dele que Robert recebeu as primeiras noções sobre o valor do dinheiro. Conselhos bem diferentes dos dados por seu verdadeiro pai, a quem chama de "Pai Pobre". O objetivo deste livro é o de partilhar percepções quanto à maneira como uma maior inteligência financeira pode ser empregada para resolver muitos dos problemas comuns da vida. Sem treinamento financeiro, freqüentemente recorremos a fórmulas padronizadas para levar a vida, como trabalhar com afinco, poupar, fazer empréstimos e pagar impostos demais. Segundo o autor, cada indivíduo tem o poder de determinar o destino do dinheiro que chega às mãos. A escolha é de cada um. A cada dia, a cada nota, decidimos ser rico, pobre ou classe média. Dividir este conhecimento com os filhos é a melhor maneira de prepará-los para o mundo que os aguarda. Ninguém mais o fará. No livro há comparações entre o pai rico e o pai pobre, tendo como principal diferença a Inteligência financeira. Uma combinação de várias habilidades e talentos, que necessitam também de sólidos conhecimentos em quatro grandes áreas: Contabilidade (capacidade de ler e entender demonstrações financeiras, permitindo identificar os pontos fortes e fracos de qualquer negócio), investimento, conhecimento da lei (como utilizar vantagens tributárias) e entendimento dos mercados. Segundo o autor, a educação formal não prepara as crianças para a vida real, e boas notas e formação não bastam para garantir o sucesso de alguém. A diferença está entre ter o controle do próprio destino ou não. O livro traz lições para controlar o destino e tornar-se bem-sucedido.

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Fluxo de Caixa Pai Rico Pai Pobre

PLANOS


  

Simone Demolinari

 
“Me acho muito preguiçoso”, “deixo tudo para a última hora”, “não consigo realizar as coisas que planejo”, “não consigo fazer dieta”.
Queixas como essas geralmente vêm de pessoas que não estão satisfeitas com sua conduta. Fracassam nas metas que estipulam para si e embora saibam o que deveriam fazer, simplesmente não conseguem.
Para entender melhor o porquê desse comportamento, precisamos entender dois princípios descritos por Freud: prazer e realidade.
O princípio do prazer tem como propósito dominante a busca da satisfação imediata.
Indivíduos que são regidos por esse princípio têm dificuldade de suportar sacrifícios em prol da recompensa futura. São impulsivos. Fazem hoje e resolvem amanhã. Preferem prejudicar a saúde, o sono e as economias financeiras para não se privarem de um prazer momentâneo. São capazes de ficar numa festa até tarde mesmo sabendo que acordam cedo. Gastam dinheiro mesmo sabendo que precisam economizar. Planejam iniciar uma atividade física mas não conseguem acordar uma hora mais cedo. Querem emagrecer, mas não conseguem parar de comer. A dificuldade em tolerar o sacrifício é tão grande que acabam fracassando no primeiro obstáculo. Se auto-concedem prazeres colocando de lado o objetivo principal. É o famoso “eu mereço”: “comi uma caixa de chocolate porque estava na TPM”, “Fumei porque estou cheio de problemas”. As justificativas são intermináveis. O ponto interessante é que esse comportamento não significa uma preguiça propriamente dita, mas sim uma intolerância ao desprazer. Crianças também são assim, querem tudo na hora delas e sem contrapartida. Um mundo fantasioso.
Além de imediatista, quem vive governado pelo princípio do prazer costuma ser exímio procrastinador. Empurra a obrigação o máximo possível. Adia prazo, prorroga compromisso, deixa para o último minuto o que poderia ter feito com antecedência. O problema é tão grave que as vezes resulta em demissão e até separação conjugal. Para piorar, a procrastinação ocorre em relação às obrigações – o mesmo não acontece para ir a uma festa, por exemplo. O que deixa as pessoas com quem convive mais indignadas ainda.
Já o princípio da realidade tem como base a obtenção do prazer através do merecimento. São indivíduos mais maduros emocionalmente, com maior capacidade de tolerar o sacrifício em prol de um bem maior. Abrem mão do prazer imediato para ganhar lá na frente. São comedidos e estão sempre ponderando o custo/beneficio da situação. Carregam consigo o lema “plantar para depois colher”. Não são dados a excessos momentâneos. São consequentes e sabem que essa é a melhor forma de cuidar bem de si. Regem-se pela disciplina e posturas construtivas.
O princípio da realidade permite que o indivíduo conquiste seus objetivos encarando o mundo de forma real e serena, mesmo com suas mazelas e contradições. Já os que vivem no princípio do prazer, aparentemente são mais felizes, mas, no fundo, estão muito insatisfeitos com suas condutas autodestrutivas.

O GOVERNO ESTÁ CHEIO DE GARÇONS E DOS BONS



  

Paulo Haddad



Era uma vez um garçom que prestava serviços no gabinete do ministro da Fazenda de um país latino-americano. Num determinado sábado ele iria ser padrinho de casamento de um amigo de trabalho. Colocou o seu terno escuro e uma gravata mais clara e comunicou à esposa que antes de irem para a igreja ele deveria passar no gabinete do ministro pois iria chegar uma missão do FMI.
Estava no gabinete acertando os últimos detalhes, quando foi surpreendido pela entrada dos membros da missão do FMI. Sentiu-se elegante por receber visitantes tão ilustres. Acomodou-os em torno da grande mesa de reuniões e lhes disse as seguintes palavras: “Sejam bem-vindos. A equipe econômica deverá chegar daqui a pouco. Mas não se preocupem a situação econômica e financeira do país está absolutamente sob controle”.
E continuou repetindo as frases que monotonamente ouvia dos membros da equipe econômica durante as inúmeras reuniões a que servia: “Tivemos que elevar a taxa de juros ligeiramente porque as taxas de inflação estão subindo em virtude da crise de energia e da crise hídrica. Tudo por causa dessa inesperada mudança climática. A taxa de câmbio continua livre para flutuar, mas sempre acompanhada pela nossa equipe do Banco Central. O crescimento está baixo, mas com a volta da confiança dos consumidores e dos investidores a economia tende a crescer”. Não deixou também de utilizar algumas imagens que ouvia repetidamente: “Não vamos dar um tiro no pé... não estamos aqui para enxugar gelo...”.
E assim foi discorrendo sobre a conjuntura macroeconômica, sentindo-se inteligente por repetir com precisão o que ouvia em todas as reuniões da equipe econômica. Pediu licença por alguns minutos para ver se a equipe econômica havia chegado. Nesta hora, um membro da missão do FMI fez o seguinte comentário: “Esse ministro é dos bons”.
Essa narração alegórica foi escrita para caracterizar as limitações das políticas econômicas que vêm sendo adotadas pelo governo federal nos últimos anos. Políticas que se exprimem pobremente numa linguagem na qual são descritas no máximo em cerca de duzentas palavras e poucas estruturas formais.
Não se trata do desconhecimento da riqueza semântica da língua portuguesa por parte dos economistas. O que ocorre na verdade é um problema de concepção da própria política econômica, como também uma questão de natureza ideológica que a permeia.
A concepção da política econômica é dominada por uma overdose de análise macroeconômica de curto prazo, típica da que se processa recorrentemente nos relatórios diários dos mercados financeiros globais. Particularmente, em situações em que prevalecem déficits fiscais crônicos, inflação elevada e baixo crescimento, a sociedade inclina-se a apoiar políticas de austeridade fiscal e a considerar as políticas de médio e longo prazo como supérfluas e residuais. Não se trata pois, de saber apenas, se a política a curto prazo é necessária ou não.
Contudo, uma sequência quase interminável de políticas de estabilização de curto prazo como tem ocorrido no Brasil nos últimos anos, pode impactar sensivelmente a distribuição funcional e pessoal da renda nacional, a estrutura de oferta de serviços públicos tradicionais, os níveis de riscos e de incertezas dos investimentos diretamente produtivos, etc. Ou seja, de ajuste em ajuste, o que se pensava ser tão somente políticas explícitas de curto prazo vai se tornando políticas implícitas de médio e longo prazo. Por exemplo, o atual ajuste fiscal, uma política de curto prazo, está agravando as desigualdades sociais no Brasil, uma questão de médio e de longo prazo. Taxas de juros exorbitantes, taxas de desemprego em elevação, redução na oferta de serviços públicos essenciais para a população e taxas elevadas de inflação são a trajetória mais eficaz e rápida para aumentar as desigualdades sociais, como ocorre atualmente no Brasil.
A questão ideológica se coloca em torno das controvérsias sobre os limites da intervenção do Estado na economia. Se doutrinariamente, as autoridades econômicas acreditam que as forças de mercado desacorrentadas das regulamentações burocráticas e da presença leviatânica do Estado na formação de preços de produtos e de fatores de produção são o melhor regime para a economia brasileira, as soluções dos problemas de estrutura (desigualdades sociais e regionais de desenvolvimento, modernização da estrutura industrial do país, preservação, conservação e reabilitação dos ecossistemas, etc) ficariam condicionadas pelas soluções dos problemas de conjuntura (rigoroso ajuste fiscal e financeiro).
Essa distinção, contudo, tem sido superada pelas experiências históricas as quais mostram que um ajuste ou austeridade fiscal desacompanhado de políticas de desenvolvimento sustentável e implementadas num contexto de subdesenvolvimento político, tem vida curta por causa da avalanche de demandas fisiológicas sobre os recursos públicos e pela insatisfação dos movimentos sociais com a degradação dos indicadores econômicos e socioambientais.
Assim, enquanto prevalecer no país uma concentração de recursos humanos, institucionais e financeiros na busca da eficiência das políticas econômicas de curto prazo sem articulá-las com as políticas de desenvolvimento de médio e de longo prazo, não haverá espaço institucional e administrativo para se conceber e, principalmente, implementar políticas de desenvolvimento humano que tenham como escopo mitigar os impactos ecológicos, econômicos e sociais de uma sociedade que carrega em sua trajetória histórica as marcas das desigualdades sociais, do uso predatório dos recursos naturais e das práticas de extração do patrimônio público.
Enquanto isso, as políticas econômicas continuarão encurtando os seus objetivos e escopo; a população continuará desalentada com suas condições de vida; e o nosso garçom continuará cada vez mais feliz com o seu discurso preciso sobre a conjuntura econômica.

FUTURO SOMBRIO



  

Márcio Doti



Quem disser que sabe para onde estamos indo deve ser visto com muita reserva porque é maluco ou exageradamente pretensioso. Têm chegado algumas mensagens provocando o assunto e mais que isto, gente aflita querendo saber onde vamos parar. Não há quem saiba. Ainda agora, o Ministro Levy passou belo aperto porque havia acabado de proferir palestra na Fundação Getúlio Vargas, defendendo a implantação do imposto do cheque e demonstrando muita confiança nos resultados da economia no próximo ano. Nessa quarta, o FMI liberou relatório em que eleva para 3% a projeção de queda de nossa economia até o final do ano, o que é o dobro de sua própria previsão anterior, adiantando também que sua expectativa para 2016 é de no mínimo 1% negativo. Vem, em seguida, a Agência de Riscos Moody’s e anuncia seus temores de uma economia muito negativa até 2018, atribuindo tudo aos escândalos levantados pela Operação Lava Jato, pelo quadro político complicado e de difícil entendimento quanto a encaminhamentos e resultados.
O que dificulta a compreensão do cenário e a construção de projeções da nossa realidade futura é justamente a conjunção de fatores. A política vive momentos singulares e difíceis em que se juntam acusações graves contra o governo. A presidente Dilma enfrenta agora uma investigação minuciosa de seus atos em relação à eleição do ano passado e também está às voltas com o julgamento das pedaladas que será feito pelo Tribunal de Contas da União. Além de tudo isto, não se pode esquecer que mesmo fragmentada em alguns aspectos, a Operação Lava Jato segue em frente assim como a Operação Acrônimo, ambas às voltas com os milionários desvios de dinheiro da Petrobrás ou em torno dela e os financiamentos do BNDES a empreiteiras brasileiras para executar obras no exterior, havendo até suspeita de envolvimento do ex-presidente Lula na prática de lobby em favor das construtoras brasileiras.
Isso bastaria, mas ainda é preciso acrescentar a proximidade das eleições do ano que vem e daí, uma inevitável busca de recursos por parte de parlamentares que são candidatos ou se envolvem nas disputas para sedimentar o terreno em que vão se processar em seguida as suas próprias eleições estaduais e federais. Em função disso, não vamos esquecer que o governo da presidente Dilma se encontra entre dois fogos de uma mesma guerra, a guerra contra a inflação e os descontroles da economia. De um lado estão os que defendem a austeridade pregada e perseguida pelo ministro Levy que ainda de sobra defende a implantação do imposto do cheque, rejeitada com grande ênfase pela população brasileira que cobra do governo ações de enxugamento para reduzir os gastos e evitar o déficit público. Do outro lado estão os economistas do PT e a ala do partido que ainda acredita na prática demagógica do paternalismo, ainda que tais práticas do passado recente tenham sido responsáveis pelos graves descontroles da economia. É impossível
repetir a política de favores porque se já estamos às voltas com inflação teimosa, desaquecimento e carestia, pior ainda se seguirmos nessa direção.
Saber exatamente ou de modo abrangente o que acontecerá com o Brasil dos próximos 3 anos é algo impossível. Uma coisa está clara: será um tempo de sacrifícios e dificuldades que podem potencializar eleições e resultados. A única verdade há muito repetida aos quatro cantos é que quanto mais o brasileiro abre os olhos, quanto mais abre sua boca e faz valer a sua presença, mais perto estaremos de um desfecho que ponha de fato em primeiro plano o interesse público até aqui espezinhado, ignorado, desrespeitado por conta de ser fácil enganar com demagogias, mentiras e encenações.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...