quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O GOLPE DA DILMA



  

Marcio Doti 


A presidente Dilma está falando de olho no espelho quando encaixa em seus pronunciamentos uma espécie de recado aos que querem fazer da crise um golpe. Ninguém trabalhou mais contra si do que a presidente, que não viu os ratos passando debaixo da mesa quando presidiu o Conselho Deliberativo da Petrobras. De igual forma, quando mentiu tanto nos palanques eleitorais sem perceber que tudo aquilo voltaria, como voltou, contra si mesma. E de igual modo, ensaiou um golpe quando serviu à imensa plateia de um parlamento que estava já um tanto hostil, um orçamento recheado, inclusive de prejuízo. Ou seja, uma confissão de malfeito: vou gastar mais do que temos. E, por último, apresentou aos mesmos críticos esse “Plano Corte” que se não é uma sabotagem, uma provocação, é uma teimosia suicida. A “Pátria Educadora” quer tirar 30% de dinheiro, hoje destinado ao ensino especializado, do Sistema S, a título de enxugar as contas públicas.

Num país em que a política é praticada com tanto respeito aos cidadãos, a presidente conseguiu atrair governadores para assumirem sua proposta de voltar com o imposto do cheque, tendo prometido a eles uma parte do bolo e o mesmo para prefeitos. O desespero por dinheiro é tão grande que lá foram eles, de porta em porta, pedindo o empenho dos parlamentares, ainda que contra a vontade do povo, mas em favor de seus cofres e de seus resultados eleitoreiros. Mas como? Resultados eleitoreiros? Sim, o povo esquece! Perdoa. Vota nas obras.

Nossa presidente e os seus poucos seguidores pertencem a uma categoria política que se acostumou a fazer malabarismos com as palavras para inverter situações. Isso deu certo durante um bom período, no tempo dos palanques, da oposição, da fartura do dinheiro produzido pelo Plano Real. Mas, agora, o dinheiro acabou, a inflação está aí, os preços lá em cima, os empregos sumindo e, ainda por cima, uma crise jamais vista na política. Pelas dificuldades cada vez maiores fica fácil perceber que se tem alguém praticando um golpe, atentando contra sua indiscutível posição de eleita, esse alguém é a própria Dilma, de tanto que tem dado vez, voz e argumentos aos seus opositores. Diante de um povo que já disse com todas as letras que rejeita mais impostos, custos e sofrimento, é uma temeridade que ao invés de rever excessos o governo insista na defesa desse plano desengonçado.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

SACO DE MALDADES




Editorial Jornal Hoje em Dia

Após uma reação otimista em relação ao pacote de medidas do governo federal para tentar superar sua crise financeira, os analistas do mercado voltaram a ficar céticos nesta terça-feira (15), em função das dificuldades que o Executivo certamente enfrentará para aprová-las no Congresso Nacional. O real teve a maior perda frente ao dólar em comparação com as 32 principais moedas do mundo. No dia anterior, o real havia se valorizado.

Em meio à persistente crise política e a aproximação das eleições municipais do ano que vem, provavelmente tudo que os parlamentares vão querer é aprovar medidas impopulares, sobretudo aquelas que implicam mais impostos para os contribuintes. Somente com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, o Planalto espera arrecadar a fantástica quantia de R$ 32 bilhões.

Esse valor representa a metade do volume total de recursos que o pacote abarca, de R$ 64 bilhões, entre cortes nos gastos e maior arrecadação. Ou seja, o fardo maior será custeado pelos trabalhadores e empresários. Em uma economia em crise, com redução das atividades no comércio e na indústria, isso deverá agravar o quadro recessivo.

Por isso parece fazer sentido que a única associação mais expressiva da iniciativa privada que manifestou otimismo com as medidas tenha sido a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). As instituições financeiras serão as responsáveis por movimentar os bilhões de recursos arrecadados com a CPMF.

Ainda ontem, em plena discussão sobre as medidas econômicas, um grupo de deputados de seis partidos ligados ao governo, capitaneados pelo PT, lançaram um manifesto em defesa da presidente da República e de repúdio ao seu impeachment, arquitetado pela oposição. Para eles, o principal entrave ao reequilíbrio das contas públicas é o clima político deteriorado. Ou seja, jogaram nas costas do Parlamento a culpa por tudo.

Mas, fazendo uma contabilidade básica, se forem contados os parlamentares que compõem essa bancada, chega-se ao número de 228 votos. Para que a emenda constitucional restaurando a CPMF seja aprovada na Casa, o governo precisará de, no mínimo, 308 votos.

Por aí vê-se que não a empreitada não será nada fácil para o Palácio do Planalto.

PRECISAMOS DE UM ESTADISTA



  

Márcio Doti


A corda arrebenta no lado mais fraco. A gente já sabe. Mas, neste momento, qual é o lado mais fraco? Normalmente é o povo, mas depois da apresentação deste plano já não estou tão certo. Parece ser o governo. Voltamos, mesmo, ao tempo dos planos econômicos. Digamos que este agora é o “Plano Cortes”, que já nasce fracassado. Ele vem depois do “Plano Déficit”, aquele rejeitado em que o orçamento já vinha com prejuízo. Mesmo que a presidente Dilma Rousseff consiga passar o imposto do cheque no Congresso, algo muito difícil, porque a situação só tem 200 dos 513 votos da Câmara, mesmo assim, não quer dizer que são garantidos esses dois centos de votos favoráveis à volta da CPMF.

E precisamos considerar que cada ponto do “Plano Corte” mexe com um setor da política e dos movimentos mais barulhentos. Todos queixosos porque vai faltar dinheiro. Sabemos bem que todo mundo é favorável ao endireitamento da economia desde que isso não tire mais dinheiro dos seus bolsos. E o resultado desse plano é esse, aliás, o seu propósito é esse: tirar dinheiro dos bolsos.

O governo já vem experimentando queda na arrecadação, produto da crise há muito instalada e de seu progressivo descontrole. Os mais entendidos consideram que o plano vai cortar ainda mais a arrecadação porque ao descobrir essas formas de aumentar a receita da União, os ideólogos do “Plano Corte” se esqueceram de que esse nome cai perfeitamente nessa tentativa de conserto da economia. Ao cortar em alguns setores e aumentar a ordenha em outros, o resultado é mais desaquecimento e menos arrecadação. E não me cobrem mais explicações porque isso foi tirado de “experts”.

Então, quer dizer que estamos nos encaminhando para o impeachment? Pior que isto, estamos nos encaminhando cada vez mais para uma grande confusão. Não tenho a menor simpatia por impeachment, a menos que o governo chegue a quadro tal que a presença de um “desgoverno” constituído acabe por representar ameaças à nossa vida institucional. Disso tenho medo. Depois de passar por décadas de um governo revolucionário, ser julgado, acusado de infringir a Lei de Segurança Nacional e por fim inocentado. Nunca fui guerrilheiro, ativista, nunca fui nada disso que acabou formando alguns péssimos brasileiros. Apenas era responsável por uma programação jornalística e o que dissessem ali era debitado a mim.

O Brasil tem que seguir seu curso, precisa reencontrar aquele ponto em que paramos lá atrás, quando o Plano Real instalou ambiente de prosperidade. Chegamos a ter o real empatado com o dólar, mas isso depois virou um argumento eleitoreiro. Naquela época, logo após a eleição, a correção foi feita e ficou na boca aquele gostinho de traição. Muito menos do que esse deixado com as mentiras no palanque da então candidata e presidente Dilma. É preciso que não fique qualquer dúvida sobre as mentiras e que os responsáveis sejam completamente identificados. Os culpados pelos escândalos, desfalques e pela gastança que deram nesse imenso descontrole econômico, indo de Lula a Dilma. Quem vem em seguida, só Deus sabe. Mas a gente precisa, a todo custo, construir um estadista. Já chega de desastrados fogueteiros.

EMBALSAMENTO DE LÊNIN



Como o corpo de Lênin aperfeiçoou as técnicas de embalsamento
Do UOL, em São Paulo 




Técnicas de embalsamento usadas no corpo de Lênin promoveram avanços no setor

Já faz quase um século que cientistas russos trabalham para preservar o corpo do líder soviético Vladimir Lênin, morto em janeiro de 1924. E, para quem observa hoje os restos mortais dele, expostos no Mausóleu Lênin, em Moscou, a sensação é de que seu falecimento não aconteceu há mais de 91 anos. Isso se deve porque a técnica de embalsamento utilizada busca a preservação da forma física dos corpos - entre eles a aparência, forma, peso, cor, flexibilidade dos membros e maleabilidade.
Porém a técnica não busca preservar necessariamente a matéria biológica. "Isso faz o processo ser muito diferente de tudo feito no passado, como a mumificação, em que o foco era preservar a matéria original enquanto a forma do corpo mudava", disse Alexei Yurchak, professor de antropologia social da Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos, à revista "Scientific American". Para ele, a técnica de embalsamento usada é "semibiológica".
"Eles têm que substituir algumas partes da pele e da carne por plástico ou outros materiais. Então, em termos de matéria biológica, o corpo é cada vez menos o que costumava ser", explica o pesquisador. Isso tem causado polêmicas na Rússia - estima-se que o corpo exposto no mausoléu tenha mantido apenas entre 10 e 20% do corpo original do líder soviético, como citou Yurchak em um artigo recente.
O corpo de Lênin é reembalsamado uma vez a cada ano, em um processo que envolve submergir o corpo em soluções, separadas, de glicerol, formaldeído, acetato de potássio, álcool, peróxido de hidrogênio, ácido acético e acético de sódio. Cada sessão dura cerca de um mês e meio, segundo a revista.
À parte dessa discussão, o pesquisador lembra que o objetivo do embalsamento de Lênin é manter a forma física do líder soviético. Por isso, modificações podem ser feitas no corpo. Um exemplo são as sobrancelhas de Lênin, que foram danificadas durante os primeiros procedimentos de embalsamento: elas foram substituídas por outras, artificiais. O pesquisador está escrevendo um livro sobre a história do corpo de Lênin e da ciência que surgiu em torno dele.
Até a pele do pé do líder soviético não é mais a mesma. Pesquisadores tiveram de desenvolver peles com manchas artificiais porque, em 1945, a original simplesmente sumiu. O nariz, a face e outras partes do corpo de Lênin também chegaram a serem esculpidas para que tivessem semelhança com o corpo de Lênin vivo, segundo a publicação americana.
Problemas
O trabalho para embalsamar o corpo do líder soviético de forma próxima à real começou logo após a morte do líder. O primeiro problema que surgiu foi decorrente da ação do médico responsável pelo trabalho de necrópsia. Ele já havia cortado a maior parte das artérias e veias quando decidiu-se pelo embalsamento. Um sistema circulatório intacto teria ajudado a espalhar os fluidos do embalsamento pelo corpo.
Isso fez com que pesquisadores desenvolvessem técnicas de microinjeção para distribuir os fluidos do embalsamento a certas partes do corpo, principalmente em locais em que havia cortes e cicatrizes de tratamentos anteriores. Eles também criaram uma roupa de borracha de camada dupla para manter uma fina camada de fluido cobrindo o corpo de Lênin durante a exibição pública; as roupas normais ficam sobre ela.
Desenvolvimento
Durante a pesquisa para o livro que está escrevendo, Yurchak descobriu que os esforços para o embalsamento de Lênin levaram à criação de subprodutos de recursos médicos. Uma técnica, por exemplo, influenciou o desenvolvimento de um equipamento especial usado para manter a corrente sanguínea pelos rins do doador durante o transplante.
Em outro caso, no final da década de 1980, o veterano pesquisador do laboratório, Yuri Lopukhin, e outros colegas desenvolveram um "teste não-invasivo de três gotas" para medir o colesterol no tecido da pele. A invenção russa acabou recebendo patente em 2002 e foi comercializada pela companhia canadense PreVu como "o primeiro e único teste não-invasivo de colesterol na pele" para pacientes de atendimento domiciliar. Tudo isso, de certa forma, por causa do embalsamento de Lênin.

O PROBLEMA DO GOVERNO É O EMPREGUISMO


AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...