terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUEM VIVER VERÁ



Empresa planeja elevador que abre atalho para o espaço
BBC BRASIL.com

Uma empresa do Canadá patenteou uma ideia que pode simplificar as viagens espaciais do futuro: um elevador para a estratosfera. Do alto de uma torre inflável de 20 quilômetros de altura, astronautas teriam um caminho consideravelmente mais curto até o espaço.


A torre é inflada e guiada a partir de sua base, 20km abaixo
Foto: THOTHX.COM

A ideia da Thoth Technology Inc. patenteada na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos poderia economizar até 30% do combustível usado em viagens espaciais, segundo a empresa. "Astronautas subiriam 20 quilômetros de elevador elétrico. Do alto da torre, aviões espaciais poderiam ser postos em órbita em um estágio único, retornando para o alto da torre para reabastecer e voar novamente", afirmou o inventor do sistema, Brendan Quine.

Propulsão
A grande inovação do elevador espacial é a eficiência com que seria possível chegar até altitudes extremas, acima de 50 quilômetros.
Atualmente, para superar a gravidade, é necessária uma enorme propulsão, que apenas foguetes que expelem massa em alta velocidade são capazes de produzir.
Quine diz que o elevador precisaria de muito menos energia para isso, já que não precisaria transportar esta massa de combustível usada como propulsão por foguetes.


Para permitir viagens espaciais no futuro, a empresa aposta no desenvolvimento de novas formas de voo
Foto: THOTHX.COM

Com a torre, a maior parte do voo vertical necessário para uma viagem espacial seria eliminada. A partir dos 20 quilômetros de altitude, seria necessário apenas voar na horizontal para entrar em órbita.
Embora o conceito de usar torres como atalho para o espaço não seja novo, ele sempre esbarrava na falta de materiais capazes de suportar o próprio peso em tamanha altitude.
O projeto de Quine elimina este problema ao utilizar uma estrutura leve, inflável e pressurizada. Ela seria guiada a partir da sua base e poderia, segundo a empresa, ser usada para geração de energia eólica e comunicações.
A presidente da Thoth Technology, Caroline Roberts, afirmou que a torre, aliada a novas tecnologias de foguetes em desenvolvimento por outras empresas, vão revolucionar o conceito de viagem espacial.
"Pousar em uma balsa no nível do mar é um grande feito, mas pousar 12 milhas (20 quilômetros) acima do nível do mar vai tornar viagens espaciais cada vez mais parecidas com viagens de avião."

GOVERNO E POVO NÃO SE ENTENDEM



  

Orion Teixeira



Ao contrário do que disse ontem, do pouco que o governo federal conseguiu falar após os protestos de domingo, por meio do ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, a situação brasileira de hoje, de insatisfação apontada pelas pesquisas e confirmada nas ruas, não se resume ao pessimismo. Trata-se de uma reação legítima e natural de quem vive uma realidade da qual não foi avisado e que, agora, não vê nem ouve qualquer sinalização do que vem por aí, se recuperação ou desastre maior, nem de como sair da crise. Ninguém fala nada nem aponta caminhos, do governo à oposição.

Todos viram as ruas das capitais, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro, lotadas de gente gritando ‘fora Dilma’, ‘fora PT’, ‘fora Lula’, como também ficaram sabendo que o governo passou o dia reunido para avaliar os protestos e que, ao final, decidiu nada falar. Saíram todos pelos fundos para evitar falar com a imprensa, como se estivessem acuados ou fossem culpados. O governo está preocupado em se poupar e salvar o mandato da presidente Dilma. O cidadão quer saber como sair das crises econômica, política e ética. Na falta de caminhos, pede a saída da presidente.

Da mesma forma, a oposição, liderada pelo PSDB do senador Aécio Neves, chega mais uma vez atrasada, quase que pegando carona no movimento que está nas ruas e lá chegou sem a iniciativa das lideranças políticas que deveriam representá-lo. Falta sintonia e ousadia à atual geração de políticos, do governo à oposição. Não foi falta de aviso. Desde 2013, quando todos foram “perdoados” ao serem surpreendidos pelas grandes manifestações de rua, cobrando e reclamando de tudo, especialmente da falta de representatividade e de participação, nada mudou. Tudo continuou como se nada tivesse acontecido.

Ainda neste ano, tivemos três grandes manifestações de rua – em março, abril e agosto – poucos meses depois da eleição, quando a presidente confirmou sua reeleição e a oposição bateu na trave a 3% de mudar a história do jogo. Apesar disso, governo e oposição não entenderam o recado das ruas. A retórica do governo e do PT foi repetida, acusando golpismo, como se o país se resumisse a petistas e tucanos; agora, diz que é onda de pessimismo. A oposição perdeu a conexão após a eleição e virou espectadora, com receio de ser associada a golpista, ignorando aqueles que a seguiram na eleição. Somente agora, os tucanos falam em apoiar o impeachment porque as ruas de domingo pediram. Lideram ou estão sendo liderados?

Mais uma vez, governo e oposição, juntos ou separados, não representam o sentimento que vai se formando por aí por uma razão simples. Não conversam, não dialogam com a sociedade e fazem apenas comunicação pelo marketing, que maquia a realidade, como se, do outro lado, houvesse apenas tolos.

Faça o que eu digo ...

Tão importante quanto os atos e fatos de domingo é a repercussão sobre eles. A mais forte veio do ex-presidente Fernando Henrique (PSDB) ao sugerir a renúncia de Dilma ante a cobrança das ruas. Como ela, FH viveu situação semelhante, em 2002, com o ‘fora FH’, liderado pelo PT. Ao contrário daquele, o pedido de agora está vindo das ruas, e o governo está mais frágil.

PRA ONDE VAMOS?



  

Márcio Doti



As respostas podem variar em muitos aspectos. Se for um petista de olho no seu emprego ou no seu cargo ou simplesmente na manutenção do poder, a resposta pode ser que esse movimento vai esfriar na medida em que o tempo passar, que a festa dos coxinhas acabou, quem sabe agora essa turma sossega e deixa a Dilma governar. Se for um petista daqueles da primeira hora, que sonhou com um outro país construído na base da seriedade, do esforço, das conquistas sociais, esse deve ter ficado em casa, corado de vergonha ao ver o seu grande ídolo retratado em boneco, desfilando pelas avenidas, vestido de presidiário, justamente porque fez tudo ao contrário do que era o discurso, o sonho, a bandeira e o ideal. Ainda há uma outra hipótese: estão indignados aqueles que não estão enxergando nada do que está desfilando nos diversos noticiários, tendo como fonte a Operação “Lava Jato” no que diz respeito ao escândalo da Petrobras e também o noticiário econômico, mostrando desemprego, comércio fechando portas, salários cada vez mais impotentes diante do alto preço dos produtos essenciais. Esses acham, certamente, que o passo seguinte é esperar passar essa crisezinha de nada, logo o país estará festejando os novos moradores da classe média, sem miséria, com muita justiça social.

Para os tantos da iniciativa privada, gente que põe o próprio dinheiro na roda, produzindo, fazendo circular o dinheiro nas vendas, gerando empregos, impostos, esses estão aflitos. Diferentemente dos que se alinham numa ou noutra trincheira, do governo ou da oposição, esses querem é ver as engrenagens da economia girando porque lhes interessa produzir, vender, fazer o lucro, crescer os seus ganhos. E não pode ser outra a posição do homem sério, cidadão que depende do trabalho, do exercício de sua profissão para cuidar da sua família. Esse sonha com um país organizado, onde exista segurança, escola de qualidade, hospitais e ambulatórios habilitados ao bom atendimento médico para a família. Esse cidadão provavelmente anda meio perdido no emaranhado de fatos e notícias que não sinalizam com a tal luz do fim do túnel. Dizem os entendidos que essa crise só está no começo, que vai muito mais longe se todas as providências forem tomadas para segurar a inflação, para reduzir os gastos públicos, equilibrar as contas e desse modo fazer a roda andar, a famosa roda que vai girando e faz imposto, faz emprego, faz salário, faz o país prosperar.

Com todos esses ângulos, lados, circunstâncias, o passo seguinte, de verdade, deveria ser o uso de uma fortíssima dose de bom senso. Quanto mais o país caminhar da forma como está indo, mais tempo e mais sacrifícios serão necessários para o conserto. Para quem acha que está tudo bem, basta olhar em volta para ver que não está. Para quem julga que estamos no rumo, é preciso que levem em conta as manhas da política, os vícios, as incríveis dificuldades diante de um governo enfraquecido pelo descontrole na política e pelas consequências terríveis de uma economia desarrumada. O passo seguinte não está em nenhum manual, nenhum roteiro que possa ser seguido com a certeza do sucesso. O grande desafio de descobrir qual deverá ser o passo seguinte é algo muito delicado e grave porque nessa incerteza, nessa indefinição, em tudo isso está o nosso futuro, pintado por enquanto com cores muito feias porque somos hoje uma nau sem rumo certo, com uma porção de timoneiros, cada um pior do que o outro.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O MAIOR PROBLEMA DO BRASIL, ALÉM DOS POLÍTICOS


O POVO CANSOU DE MANIFESTAR E NÃO ACONTECER NADA





Amália Goulart

Na terceira edição, as manifestações de rua contra a presidente Dilma Rousseff (PT) perderam fôlego e deram um “gás” novo ao governo. A expectativa de petistas era a de que os protestos fossem maiores que os registrados em março, quando 1,5 milhão de pessoas gritaram “Fora Dilma”. O público aquém do esperado foi um alívio para a presidente. Mas não representa tranquilidade e calmaria.

Na avaliação de governistas, a menor adesão foi um reflexo dos acontecimentos da última semana. Parte do PMDB, capitaneada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu apoiar Dilma e ajudá-la a manter-se no cargo. No Nordeste, região dominada por Renan, Sarney e aliados, a adesão às manifestações foi bem abaixo que o esperado.

Também na última semana houve um movimento de setores empresariais pela união do país. Parte da categoria acredita que a queda de Dilma pode abrir um fosso econômico maior que o sentido hoje. A instabilidade política concretizaria-se em perdas financeiras. A avaliação é a de que, independentemente do presidente, a melhora da economia não ocorrerá neste ano. Em tempo, se Dilma saísse entraria o vice, Michel Temer.




Movimento

Na semana que passou, a Fiesp e a Firjan - instituições expoentes do empresariado paulista e carioca - divulgaram nota defendendo a união do país e fizeram um apelo pela governabilidade.

Na mesma semana, o empresário João Roberto Marinho, controlador do sistema Globo de comunicação, reuniu-se com senadores e ministros para ouvir queixas e levar a preocupação com a atual situação política do país. Teria dito que não tem interesse na saída de Dilma. Também comentou do momento ruim para as empresas, com queda no faturamento. O pedido foi pela reversão da situação. Foi uma demonstração de que a principal rede de televisão do país não trabalhará pela queda da presidente.

Nos próximos dias, emissários de Dilma receberão ainda representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria), CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e CNT (Confederação Nacional dos Transportes). Será um movimento importante em um momento delicado.

Fôlego curto

Nos bastidores, o impeachment da presidente perde força e poderia ganhar combustível se o PMDB decidisse abandoná-la. Mas não apenas o PMDB de Eduardo Cunha, que deve reagir ao partido de Renan.

Como em política e em crise nada é previsível, os próximos capítulos podem reservar surpresas favoráveis ou indigestas para Dilma Rousseff. Está nas mãos do PMDB e do Tribunal de Contas da União (TCU) o mandato presidencial. O TCU julga em setembro se aceita ou não as “pedaladas” cometidas pelo governo. Há um movimento para que Dilma saia vitoriosa, sendo a culpabilidade recaindo apenas sobre Arno Augustin, titular do Tesouro Nacional.

Manifestações

Voltando aos protestos, o movimento oriundo das ruas, mesmo que aquém do esperado pela oposição, ainda preocupa pelo grande número de pessoas que aderiu. Tanto que a presidente chamou os principais auxiliares para discuti-lo.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...