terça-feira, 18 de agosto de 2015

PRA ONDE VAMOS?



  

Márcio Doti



As respostas podem variar em muitos aspectos. Se for um petista de olho no seu emprego ou no seu cargo ou simplesmente na manutenção do poder, a resposta pode ser que esse movimento vai esfriar na medida em que o tempo passar, que a festa dos coxinhas acabou, quem sabe agora essa turma sossega e deixa a Dilma governar. Se for um petista daqueles da primeira hora, que sonhou com um outro país construído na base da seriedade, do esforço, das conquistas sociais, esse deve ter ficado em casa, corado de vergonha ao ver o seu grande ídolo retratado em boneco, desfilando pelas avenidas, vestido de presidiário, justamente porque fez tudo ao contrário do que era o discurso, o sonho, a bandeira e o ideal. Ainda há uma outra hipótese: estão indignados aqueles que não estão enxergando nada do que está desfilando nos diversos noticiários, tendo como fonte a Operação “Lava Jato” no que diz respeito ao escândalo da Petrobras e também o noticiário econômico, mostrando desemprego, comércio fechando portas, salários cada vez mais impotentes diante do alto preço dos produtos essenciais. Esses acham, certamente, que o passo seguinte é esperar passar essa crisezinha de nada, logo o país estará festejando os novos moradores da classe média, sem miséria, com muita justiça social.

Para os tantos da iniciativa privada, gente que põe o próprio dinheiro na roda, produzindo, fazendo circular o dinheiro nas vendas, gerando empregos, impostos, esses estão aflitos. Diferentemente dos que se alinham numa ou noutra trincheira, do governo ou da oposição, esses querem é ver as engrenagens da economia girando porque lhes interessa produzir, vender, fazer o lucro, crescer os seus ganhos. E não pode ser outra a posição do homem sério, cidadão que depende do trabalho, do exercício de sua profissão para cuidar da sua família. Esse sonha com um país organizado, onde exista segurança, escola de qualidade, hospitais e ambulatórios habilitados ao bom atendimento médico para a família. Esse cidadão provavelmente anda meio perdido no emaranhado de fatos e notícias que não sinalizam com a tal luz do fim do túnel. Dizem os entendidos que essa crise só está no começo, que vai muito mais longe se todas as providências forem tomadas para segurar a inflação, para reduzir os gastos públicos, equilibrar as contas e desse modo fazer a roda andar, a famosa roda que vai girando e faz imposto, faz emprego, faz salário, faz o país prosperar.

Com todos esses ângulos, lados, circunstâncias, o passo seguinte, de verdade, deveria ser o uso de uma fortíssima dose de bom senso. Quanto mais o país caminhar da forma como está indo, mais tempo e mais sacrifícios serão necessários para o conserto. Para quem acha que está tudo bem, basta olhar em volta para ver que não está. Para quem julga que estamos no rumo, é preciso que levem em conta as manhas da política, os vícios, as incríveis dificuldades diante de um governo enfraquecido pelo descontrole na política e pelas consequências terríveis de uma economia desarrumada. O passo seguinte não está em nenhum manual, nenhum roteiro que possa ser seguido com a certeza do sucesso. O grande desafio de descobrir qual deverá ser o passo seguinte é algo muito delicado e grave porque nessa incerteza, nessa indefinição, em tudo isso está o nosso futuro, pintado por enquanto com cores muito feias porque somos hoje uma nau sem rumo certo, com uma porção de timoneiros, cada um pior do que o outro.

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