segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O POVO CANSOU DE MANIFESTAR E NÃO ACONTECER NADA





Amália Goulart

Na terceira edição, as manifestações de rua contra a presidente Dilma Rousseff (PT) perderam fôlego e deram um “gás” novo ao governo. A expectativa de petistas era a de que os protestos fossem maiores que os registrados em março, quando 1,5 milhão de pessoas gritaram “Fora Dilma”. O público aquém do esperado foi um alívio para a presidente. Mas não representa tranquilidade e calmaria.

Na avaliação de governistas, a menor adesão foi um reflexo dos acontecimentos da última semana. Parte do PMDB, capitaneada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu apoiar Dilma e ajudá-la a manter-se no cargo. No Nordeste, região dominada por Renan, Sarney e aliados, a adesão às manifestações foi bem abaixo que o esperado.

Também na última semana houve um movimento de setores empresariais pela união do país. Parte da categoria acredita que a queda de Dilma pode abrir um fosso econômico maior que o sentido hoje. A instabilidade política concretizaria-se em perdas financeiras. A avaliação é a de que, independentemente do presidente, a melhora da economia não ocorrerá neste ano. Em tempo, se Dilma saísse entraria o vice, Michel Temer.




Movimento

Na semana que passou, a Fiesp e a Firjan - instituições expoentes do empresariado paulista e carioca - divulgaram nota defendendo a união do país e fizeram um apelo pela governabilidade.

Na mesma semana, o empresário João Roberto Marinho, controlador do sistema Globo de comunicação, reuniu-se com senadores e ministros para ouvir queixas e levar a preocupação com a atual situação política do país. Teria dito que não tem interesse na saída de Dilma. Também comentou do momento ruim para as empresas, com queda no faturamento. O pedido foi pela reversão da situação. Foi uma demonstração de que a principal rede de televisão do país não trabalhará pela queda da presidente.

Nos próximos dias, emissários de Dilma receberão ainda representantes da CNI (Confederação Nacional da Indústria), CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e CNT (Confederação Nacional dos Transportes). Será um movimento importante em um momento delicado.

Fôlego curto

Nos bastidores, o impeachment da presidente perde força e poderia ganhar combustível se o PMDB decidisse abandoná-la. Mas não apenas o PMDB de Eduardo Cunha, que deve reagir ao partido de Renan.

Como em política e em crise nada é previsível, os próximos capítulos podem reservar surpresas favoráveis ou indigestas para Dilma Rousseff. Está nas mãos do PMDB e do Tribunal de Contas da União (TCU) o mandato presidencial. O TCU julga em setembro se aceita ou não as “pedaladas” cometidas pelo governo. Há um movimento para que Dilma saia vitoriosa, sendo a culpabilidade recaindo apenas sobre Arno Augustin, titular do Tesouro Nacional.

Manifestações

Voltando aos protestos, o movimento oriundo das ruas, mesmo que aquém do esperado pela oposição, ainda preocupa pelo grande número de pessoas que aderiu. Tanto que a presidente chamou os principais auxiliares para discuti-lo.

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