Você já 'pleonasmou' hoje?
Autor: "Anônimo
Desconhecido”. Já é o primeiro pleonasmo.
Todos os brasileiros, ou quase todos sofrem de "pleonasmite",
uma doença para a qual não tem vacinas nem antibióticos. Não tem cura, mas
também não mata. Mas, quando não é controlada, chateia quem convive com o
paciente. Aqui vão quatro exemplos óbvios: "Subir para cima",
"descer para baixo", "entrar para dentro" e "sair para
fora".
Já se reconheceu como paciente ou ainda está em fase de negação? Olhe
que tem muita gente que leva uma vida a pleonasmar sem se aperceber que
pleonasma a toda a hora. Vai dizer-me que nunca "recordou o passado"?
Ou que nunca está atento aos "pequenos detalhes"? E que nunca partiu
uma laranja em "metades iguais"? Ou que nunca deu os "sentidos
pêsames" à "viúva do falecido"?
Logo à noite, experimente ligar o telejornal e "verá com os seus
próprios olhos" a pleonasmite atacando.
Um repórter vai dizer que a floresta "arde em chamas". Um
treinador de futebol vai reclamar dos "elos de ligação" entre a
defesa e o ataque. E um "político da nação" vai pedir um
"consenso geral" para sairmos juntos desta crise.
E por falar em crise! Quer apostar que a próxima manifestação vai juntar
uma "multidão de pessoas"?
Ao contrário de outras doenças, a pleonasmite não causa "dores
desconfortáveis" .
E por isso podemos "viver a vida" com um "sorriso nos
lábios".
Mas como falei no início, o descontrole da pleonasmite pode ser chato
para os que o rodeiam e nocivo para a sua reputação.
Por isso, tente cortar aqui e ali, um e outro pleonasmo. Vai ver que não
custa nada. E "já agora" siga o meu conselho: não "adie para
depois" e comece ainda hoje a "encarar de frente" a pleonasmite!
Ou então esqueça este texto.
Porque afinal de contas eu posso estar só "maluco da cabeça".