Homem sobrevive a voo de
11h em trem de pouso
Avião viajava de Johannesbugo a Londres; clandestino tem 24 anos e,
segundo comunicado, o estado dele é considerado grave
Da AFP noticias@band.com.br
Um clandestino que
foi encontrado escondido no trem de pouso de um avião que viajou de
Johannesbugo a Londres se encontra em estado crítico, enquanto as autoridades
suspeitam que outro ilegal caiu na cidade.
A polícia não
divulgou detalhes sobre o estado de saúde do clandestino que sobreviveu e
informou que está investigando se o corpo de um homem encontrado na
quinta-feira no teto de um shopping de Londres é o de outro imigrante que
viajava no mesmo avião.
As autoridades
acreditam que o homem encontrado com vida tem 24 anos. A polícia confirmou que
ele foi encontrado no trem de pouso, com pouca proteção dos 60 graus negativos
do lado externo da aeronave durante o voo.
"Sua condição é
considerada grave", afirma um comunicado.
Um porta-voz da
polícia disse à AFP que a possibilidade de que os dois tenham viajado na mesma
aeronave é "uma das linhas da investigação".
A polícia recebeu o
aviso da presença de um dos homens no avião às 8H28 e uma hora mais tarde foi
informada sobre a descoberta do corpo no teto de um shopping no caminho do
aeroporto de Heathrow.
A viagem entre
Johannesburgo e Londres tem quase 13.000 quilômetros e o voo dura 11 horas.
Este não é o
primeiro caso de morte na tentativa de viajar escondido em trens de pouso.
Em 2012, um homem de
Moçambique caiu em uma rua do bairro londrino de Richmond, perto de Heathrow,
de um avião que decolou de Angola.
A investigação
concluiu que o homem sobreviveu às reduzidas temperaturas em grande parte do
voo, mas que ao cair do avião estava praticamente morto.
Ocasionalmente,
alguém consegue sobreviver, como no caso do indonésio que viajou escondido em
um voo de uma hora entre Sumatra e Jacarta no mês de abril.
Especialistas explicam como jovem sobreviveu em trem de pouso de avião
Na madrugada da última segunda-feira, um adolescente entrou no compartimento do trem de pouso de um avião para voar como clandestino até o Havaí.
Um assunto intrigou todo mundo, durante a semana. A
história do adolescente que fugiu de casa e sobreviveu viajando escondido mais
de quatro horas no trem de pouso de um avião.
Quando pulou uma cerca, na madrugada da última
segunda-feira, e entrou no compartimento do trem de pouso de um avião para voar
como clandestino, o adolescente de 15 anos passou muitas vezes perto da morte.
Mas desembarcou vivo no Havaí, depois de cinco horas e meia no ar rarefeito e
com temperaturas muito abaixo de zero.
O Fantástico pergunta: como isso aconteceu?
O avião era igual ao Boeing-767 do vídeo acima.
Provavelmente o adolescente subiu como quem sobe na carroceria de um caminhão.
Foi se apoiando no local, subiu no pneu, se segurou nas barras e conseguiu
entrar por um buraco.
Nas fotos do avião da Hawaiian, a porta com aviso de “não
pise” está cheia de pegadas do garoto. A porta se abre repentinamente quando o
avião já decolou e ganhou altitude.
“O piloto comanda o trem pra subir: a primeira ação que
acontece é a porta abrir, então, vem o trem de pouso e entra nesse
compartimento”, destaca Ricardo Perez, mecânico de aeronaves.
Muitos passageiros clandestinos caem do avião em voo.
“Esse avião aqui decolando a quase 200 por hora, com porta
abrindo pra recolher o trem, turbulência de ar que acontece dentro do local é
medonha. Não dá nem pra imaginar está dentro num momento desse”, disse Ricardo
Perez.
Quando a porta se fecha de novo, o compartimento está
tomado pelo trem de pouso.
Ricardo Perez: As
rodas vão ficar mais ou menos nessa condição.
Sônia: Provavelmente ia se segurar em uma barra?
Perez: Sim, sim. Ou entrar nesse canto.
Sônia: Mas cabe uma pessoa?
Perez: Cabe com jeito dá pra passar. No local, seria uma forma de ficar até bem seguro. Voando abraçadinho nesse canto.
Sônia: E se ele desmaia, fica preso pelo próprio joelho.
Perez: Exatamente. Ele vai apoiar em cima desse braço e vai voar sentado.
Sônia: Provavelmente ia se segurar em uma barra?
Perez: Sim, sim. Ou entrar nesse canto.
Sônia: Mas cabe uma pessoa?
Perez: Cabe com jeito dá pra passar. No local, seria uma forma de ficar até bem seguro. Voando abraçadinho nesse canto.
Sônia: E se ele desmaia, fica preso pelo próprio joelho.
Perez: Exatamente. Ele vai apoiar em cima desse braço e vai voar sentado.
Confira no vídeo acima a descrição do que aconteceu.
O compartimento não é pressurizado. E quanto mais o avião
sobe, mais rarefeito fica o ar. No Instituto de Medicina Aeroespacial da Força
Aérea, uma série de laboratórios prepara aviadores para enfrentar situações de
emergência.
Na câmara do vídeo acima, é possível simular as condições
de ar rarefeito em diversas altitudes e ao mesmo tempo acompanhar as reações do
organismo nessas condições. Numa altitude de cruzeiro, por exemplo, a mais de
10 mil metros, se houver uma despressurização da cabine, a pessoa pode perder a
consciência muito rápido, desmaiar em menos de um minuto.
O teste do vídeo acima é de rotina. Na câmara os
tripulantes vão sentindo os efeitos da hipóxia, a falta de oxigênio no sangue.
Primeiro perdem a capacidade de responder a perguntas simples. Em seguida, a
consciência.
O voo da Hawaiian Airlines chegou aos 12 mil metros de
altitude, bem mais alto que o topo do Everest.
Na subida, os gases que estão na nossa corrente sanguínea
se expandem e podem provocar embolia.
Fantástico: E
isso pode matar?
“Dependendo do tamanho dessa bolha, pode matar. Ou se não
matar, produzir sequelas tipo um acidente vascular cerebral”, disse o Coronel
Marcos Leiros, diretor do Instituto de Medicina Aeroespacial.
Tadeu: Sônia, a
gente viu que esse garoto, de apenas 15 anos, enfrentou a situação de altíssimo
risco. Como ele sobreviveu?
Sônia: Segundo os especialistas, quando começou o frio mais intenso, ele já estava desmaiado. E isso elimina dois fatores de risco: que são o estresse e a descarga de adrenalina. Que deixa a pessoa mais agitada, pedindo mais oxigênio. Em vez disso, o que aconteceu? Ele foi esfriando E tudo no organismo foi ficando mais lento. Os batimentos cardíacos, a menos de 30 por minuto, quando o normal é ficar entre 60, 80; a respiração espaçada; e o cérebro demandando menos oxigênio. E o oxigênio era exatamente o que ele não tinha naquela altitude.
Tadeu: Ou seja, ele estava realmente igualzinho a um animal em hibernação.
Sônia: Exatamente.
Sônia: Segundo os especialistas, quando começou o frio mais intenso, ele já estava desmaiado. E isso elimina dois fatores de risco: que são o estresse e a descarga de adrenalina. Que deixa a pessoa mais agitada, pedindo mais oxigênio. Em vez disso, o que aconteceu? Ele foi esfriando E tudo no organismo foi ficando mais lento. Os batimentos cardíacos, a menos de 30 por minuto, quando o normal é ficar entre 60, 80; a respiração espaçada; e o cérebro demandando menos oxigênio. E o oxigênio era exatamente o que ele não tinha naquela altitude.
Tadeu: Ou seja, ele estava realmente igualzinho a um animal em hibernação.
Sônia: Exatamente.
Nos hospitais do Rio, o resfriamento de pacientes após
parada cardíaca é pratica comum. Mas fora da UTI, como garantir que essa
temperatura não caia demais provocando em vez de hibernação, a morte.
“Você tem que imaginar que outras coisas estavam
acontecendo. Ele tinha uma fonte de calor próxima ou a hipotermia que ele se
sujeitou não foi tão grande. Mas uma hipotermia grave por cinco horas é difícil
que a pessoa sobreviva”, disse o neurologista Bernardo Liberatto.
Sônia: Passa
algum tipo de calor por esses canos aí atrás?
Perez: Sim. No local, são tubulações hidráulicas. A gente tem calor, produzido pelo movimento do fluido dentro dos tubos. Além do próprio calor que vem do pneu e do freio.
Perez: Sim. No local, são tubulações hidráulicas. A gente tem calor, produzido pelo movimento do fluido dentro dos tubos. Além do próprio calor que vem do pneu e do freio.
Os pneus sobem tão quentes que a temperatura chega aos 50
graus no local. E vai esfriando na altitude, porque o ar fora do avião é de 60
negativo. Médicos espanhóis mediram a temperatura dentro do trem de pouso em
voo. E descobriram que depois de oito horas, ela ficou entre seis e dez
negativos. Frio, mas bem mais suportável do que os 60 negativos do lado de fora
do avião. Foi por isso que ele não morreu congelado.
O garoto ainda escapou de cair quando o trem se abriu,
quilômetros antes da aterrissagem.
O avião estava no chão há uma hora quando ele, já
aquecido, recobrou a consciência. Saiu sozinho do avião. Foi encontrado na
pista, desorientado.
Não foi preciso milagre para o menino sobreviver, mas uma
super dose de sorte.




