sábado, 13 de junho de 2015

DIA DOS NAMORADOS



  

José Eutáquio de Oliveira



Tudo que eu queria neste dia era inventar uma noite muito, mas muito enluarada para a minha namorada. Daquelas – sabe? – que suscitam as mais primitivas emoções poéticas que é exatamente o estado como me sinto ao vê-las: a lua em noites de alumbramento e a namorada, meu eterno encantamento. Ninguém não faz ideia do que eu queria também. Conto agora. Queria ser diretor do departamento de milagres do firmamento, para desenhar um céu salpicado de estrelas para enfeitar a noite do meu bem. E já que estou com a mão na massa, mandarei colher nos quatro cantos do universo um monte de rosas colombianas, daquelas bem bacanas, para adornar nossas camas com o escarlate dos amores vulcânicos, ardentes; azuis, do meu amor eterno, forte e raro; amarelas, da felicidade que é amá-la; brancas, da paz que ela me traz; laranjas, de todo meu sentimento encanto; cor-de-rosa, dos carinhos que lhe farei depois do amor.

Sossega coração! Estou apenas começando cantigas piropos para a amada que é um desacato de bonita. E que, às vezes, briga comigo, fala mal do meu umbigo por alguma irrelevância qualquer. Então faz beicinho, sai pisando feio como que estreando sapato novo, desliga o telefone na minha cara, não lê os meus torpedos de arreglo. Me põe de molho a moça. Tem nada não. A dona que eu amo é assim mesmo, mas gosto de seu jeito de mulher, arredia e complicada como fugir num rabo de cometa. Abri mão de entendê-la. Descobrir os mistérios de uma mulher é como esperar caravelas impossíveis na beira do cais.

Contento-me em saber que minha amada é toda malícias e é feita de delícias. Ela é como ouvir Noel em Vila Isabel, emprenhar blues em New Orleans, escutar o som rascante, quase obsceno, do trompete do Miles Davis numa tarde de chuva. A mulher que manda em mim é jazz, hip-hop, fox-trote, samba e baião. Flor de maracujá, pé de manacá, cerejeira na primavera, cheiro de flor de laranjeira. Ela é meu vinho, aguardente dos meus sábados, champanhes em taça de cristal, licor exótico e sensual. Meu bem, meu mal.

Eita ferro! Café com pão, manteiga não, café com pão, manteiga não... Lá vai o trem do meu desejo apitando piu-iiiiiiií, piu-iiiiiiií mundo afora procurando a estação onde ela me espera para receber meu coração. Ah, se essa rua fosse minha. Em vez de ladrilhar seu leito, nela não deixava ninguém passar, a não ser a minha dona desnuda, apenas calçada de sapatinho de cristal com o qual pisará o chão do seu cantor destemperado. Toca a música Dj, mas toca ligeiro que não sei dançar tão devagar.

Hoje é o dia da minha namorada. Para ela comprei os anéis de Saturno, os colares de brilhantes da princesa Diana, encomendei ao Neruda versos galantes e apaixonados como os que o poeta seduziu as fêmeas de seu tempo, combinei com o Chico de ele me adiantar letras e músicas de deixar as mulheres de quatro. Mandei para a casa dela um café da manhã daqueles bem mineiros que só e mais uns docinhos, quindim, amor em pedaços. À noite, porém, o meu amor estará inteiro, moleque, faceiro, atento, sedento. Pronto para a minha namorada. Hoje é o dia.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

ESTÁ DIFÍCIL DESCOBRIR AS MARACUTAIAS



Itamaraty "protege" documentos que ligam Lula a empreiteira
De acordo com O Globo, ministério realizou "manobra" para evitar que alguns documentos sigilosos venham a público

O Ministério das Relações Exteriores realizou uma "manobra" para evitar que documentos que ligam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Odebrecht, empreiteira investigada na Operação Lava Jato, venham a público. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a publicação, um jornalista da revista Época, baseado na Lei de Acesso à Informação, solicitou ao Departamento de Comunicações e Documentação (DCD) do Itamaraty todos os telegramas e despachos reservados do ministério produzidos entre 2003 e 2010 que citam a empresa. Ele não teria feito nenhuma referência ao nome de Lula.
Ao receber o pedido, segundo o jornal, o ministro João Pedro Corrêa Costa, diretor do departamento, disparou um memorando interno sugerindo a reclassificação dos documentos citados de reservados (que perdem o sigilo em cinco anos, portanto já deveriam estar disponível para consulta) para “secretos” (que perdem o sigilo em 15 anos, portanto teriam mais 10 anos "às escuras"). 



Lula discursa durante abertura do 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT 

 “Nos termos da Lei de Acesso, estes documentos já seriam de livre acesso público. Não obstante, dado ao fato de o referido jornalista já ter produzido matérias sobre a empresa Odebrecht e um suposto envolvimento do ex-presidente Lula em seus negócios internacionais, muito agradeceria a Vossa Excelência reavaliar a anexa coleção de documentos e determinar se há, ou não, necessidade de sua reclassificação para o grau de secreto”, diz o memorando, enviado especificamente à Subsecretaria-Geral da América do Sul, Central e do Caribe (Sgas).
Procurado pelo O Globo, o Itamaraty negou que tenha dado esse tipo de ordem. “Não há qualquer orientação formal nesse sentido”, disse, em nota. No caso dos documentos reservados produzidos entre 2003 e 2010, afirmou que “a orientação geral é a de que pedidos de informação que tratem de matéria cuja divulgação possa ainda prejudicar os interesses externos do país sejam reavaliadas”. O ministério ressaltou que “cumpre rigorosamente os dispositivos estabelecidos pela Lei de Acesso à Informação no que diz respeito às normas de classificação da informação oficial” e explicou que, desde a edição da lei, foram desclassificados 32.485 documentos, de um total de 85.992 produzidos desde 1983.

DIA DOS NAMORADOS



Com o Tempo



Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com  outra pessoa você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou mulher da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você.



PLANOS ECONÔMICOS



  

José Antônio Bicalho





Que estamos apenas no início de um ciclo ruim, isso todos já sabem. O que ninguém é capaz de responder é qual a profundidade do mergulho que estamos dando na recessão. Os sinais, porém, são todos muito ruins. 

Um dos principais saiu nesta quinta-feira (11). O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgou a ata da reunião da semana passada, na qual a taxa Selic (o juro básico da economia) foi elevada para 13,75%. O tom do discurso está bem mais duro. 

A ata do Copom é sempre longa e de um economês enfadonho. No entanto, o raciocínio principal é simples. O comitê identifica as causas da inflação e analisa se elas são estruturais ou conjunturais. A partir daí, avalia o ambiente econômico no qual se dão as pressões sobre os preços (desempenho de emprego, consumo, crédito e ritmo da atividade econômica) para traçar uma tendência para a inflação, o que justificaria a intensidade do combate.

Mas, na leitura da ata, o principal não é entender as razões da última decisão sobre juro, e sim desvendar as senhas para o que será feito nas próximas reuniões. Dessa vez, ao usar palavras como “determinação” e “perseverança” no combate à inflação, o Copom sinalizou claramente que dará continuidade do ciclo de aperto monetário.

Então, preparem-se. O encolhimento da economia, que ao final de junho completará dois trimestres consecutivos, virá ainda mais forte.

Duração do aperto

E quanto tempo deverá durar o aperto monetário? Ao que tudo indica, muito. 

Nas economias maduras, quando a inflação ganha força, o aumento dos juros funciona com muita eficiência. Diminui-se a liquidez da economia (menos dinheiro em circulação por conta da redução do crédito), o que gera queda no consumo e, consequentemente, menos pressão de demanda sobre os preços, que voltam a se estabilizar.

Só que o Brasil não é uma economia madura. Pelo contrário, somos uma economia emergente, que recentemente agregou um enorme contingente de pessoas aos mercados de trabalho e consumo. Tudo isso é novo e faz com que as ferramentas macroeconômicas tradicionais nem sempre respondam da maneira esperada.

A inflação ainda não cedeu, apesar do aumento dos juros e da desaceleração da economia. Isso indica que a diminuição do crédito não foi suficiente para conter a pressão de demanda sobre os preços. Será preciso, portanto, que o país se arraste num período recessivo longo para que as inevitáveis demissões e a própria inflação minem o poder de compra dos trabalhadores e, assim, contenham a pressão sobre os preços.

Um cenário terrível que, por incrível que pareça, pode piorar. Nesta quinta-feira (11), li no jornal ‘Valor Econômico’ artigo que defende um endurecimento ainda maior da política econômica, com a redução do centro da meta de inflação, que está em 4,5% desde 2005, e o estreitamento dos intervalos aceitáveis (dois pontos percentuais para cima ou para baixo). Com isso, o governo mostraria firmeza e reduziria as expectativas de inflação. Cá pra nós, isso é hora para um descabimento desses?

COMENTÁRIO:
A inflação não vai acabar nunca, enquanto os preços administrados pelos governos não pararem de subir ou serem reajustados pela inflação passada. O que gera a inflação são os aumentos de impostos e principalmente as commodities administradas pelo governo federal: Petróleo, Energia e Água, por não terem concorrência, são reajustadas  ao bel prazer dos governantes,  com valores muito acima da inflação passada. É um círculo vicioso que nunca tem fim, é só o governo precisar de dinheiro e a melhor maneira de obtê-lo é o reajuste dessas commodities.
O país não pode entregar o seu destino para Economistas, como o que está fazendo o governo atual, não podemos depender de planos econômicos mirabolantes, como o que já vimos antes, ‘esperar o bolo crescer para partir”  e os de agora, (já vimos esse filme) e nem esperar soluções dos nossos políticos para os problemas atuais.
O Brasil precisa de estadistas com a capacidade de unir o técnico, o gestor e o político numa visão social e desenvolvimentista como o foi Juscelino Kubistchek, o único até agora que pôs o Brasil pra frente.  

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...