sexta-feira, 12 de junho de 2015

PLANOS ECONÔMICOS



  

José Antônio Bicalho





Que estamos apenas no início de um ciclo ruim, isso todos já sabem. O que ninguém é capaz de responder é qual a profundidade do mergulho que estamos dando na recessão. Os sinais, porém, são todos muito ruins. 

Um dos principais saiu nesta quinta-feira (11). O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, divulgou a ata da reunião da semana passada, na qual a taxa Selic (o juro básico da economia) foi elevada para 13,75%. O tom do discurso está bem mais duro. 

A ata do Copom é sempre longa e de um economês enfadonho. No entanto, o raciocínio principal é simples. O comitê identifica as causas da inflação e analisa se elas são estruturais ou conjunturais. A partir daí, avalia o ambiente econômico no qual se dão as pressões sobre os preços (desempenho de emprego, consumo, crédito e ritmo da atividade econômica) para traçar uma tendência para a inflação, o que justificaria a intensidade do combate.

Mas, na leitura da ata, o principal não é entender as razões da última decisão sobre juro, e sim desvendar as senhas para o que será feito nas próximas reuniões. Dessa vez, ao usar palavras como “determinação” e “perseverança” no combate à inflação, o Copom sinalizou claramente que dará continuidade do ciclo de aperto monetário.

Então, preparem-se. O encolhimento da economia, que ao final de junho completará dois trimestres consecutivos, virá ainda mais forte.

Duração do aperto

E quanto tempo deverá durar o aperto monetário? Ao que tudo indica, muito. 

Nas economias maduras, quando a inflação ganha força, o aumento dos juros funciona com muita eficiência. Diminui-se a liquidez da economia (menos dinheiro em circulação por conta da redução do crédito), o que gera queda no consumo e, consequentemente, menos pressão de demanda sobre os preços, que voltam a se estabilizar.

Só que o Brasil não é uma economia madura. Pelo contrário, somos uma economia emergente, que recentemente agregou um enorme contingente de pessoas aos mercados de trabalho e consumo. Tudo isso é novo e faz com que as ferramentas macroeconômicas tradicionais nem sempre respondam da maneira esperada.

A inflação ainda não cedeu, apesar do aumento dos juros e da desaceleração da economia. Isso indica que a diminuição do crédito não foi suficiente para conter a pressão de demanda sobre os preços. Será preciso, portanto, que o país se arraste num período recessivo longo para que as inevitáveis demissões e a própria inflação minem o poder de compra dos trabalhadores e, assim, contenham a pressão sobre os preços.

Um cenário terrível que, por incrível que pareça, pode piorar. Nesta quinta-feira (11), li no jornal ‘Valor Econômico’ artigo que defende um endurecimento ainda maior da política econômica, com a redução do centro da meta de inflação, que está em 4,5% desde 2005, e o estreitamento dos intervalos aceitáveis (dois pontos percentuais para cima ou para baixo). Com isso, o governo mostraria firmeza e reduziria as expectativas de inflação. Cá pra nós, isso é hora para um descabimento desses?

COMENTÁRIO:
A inflação não vai acabar nunca, enquanto os preços administrados pelos governos não pararem de subir ou serem reajustados pela inflação passada. O que gera a inflação são os aumentos de impostos e principalmente as commodities administradas pelo governo federal: Petróleo, Energia e Água, por não terem concorrência, são reajustadas  ao bel prazer dos governantes,  com valores muito acima da inflação passada. É um círculo vicioso que nunca tem fim, é só o governo precisar de dinheiro e a melhor maneira de obtê-lo é o reajuste dessas commodities.
O país não pode entregar o seu destino para Economistas, como o que está fazendo o governo atual, não podemos depender de planos econômicos mirabolantes, como o que já vimos antes, ‘esperar o bolo crescer para partir”  e os de agora, (já vimos esse filme) e nem esperar soluções dos nossos políticos para os problemas atuais.
O Brasil precisa de estadistas com a capacidade de unir o técnico, o gestor e o político numa visão social e desenvolvimentista como o foi Juscelino Kubistchek, o único até agora que pôs o Brasil pra frente.  

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