terça-feira, 2 de junho de 2015

BOA PERGUNTA



  

Malco Camargos


Um dos maiores problemas do funcionamento da política brasileira atualmente é o custo das campanhas eleitorais. Basta uma breve passada pelo site do TSE para observar que, na eleição de 2014, foram gastos R$ 5,1 bilhões pelos candidatos. Só para exemplificar, com este montante seria possível construir uma nova linha de metrô em Belo Horizonte ou 20 novos hospitais regionais em Minas. 

Os custos, que sobem a cada pleito, trazem cada vez mais dificuldades para estreantes na política. Para os que já estão e são detentores de mandato, os custos também são um problema, uma vez que é crescente a dependência da capacidade de arrecadação para manter-se no poder. 

Quando a reforma política entrou na pauta na Câmara dos Deputados, era grande a expectativa sobre mudanças no financiamento de campanha. O tema vem sofrendo alterações desde a eleição de Fernando Collor de Melo, em 1989.

Naquele pleito, marcado pela assimetria de recursos entre os candidatos, era vedada a contribuição de empresas a partidos políticos ou candidatos. Em 2006, foi vedada a doação por entidades esportivas e ONGs que recebessem recursos públicos. Em 2007, um retrocesso permitiu a doação de empresas e, em 2008, veio a proibição das doações de entidades religiosas. 

Apesar de ser bem restritiva, a legislação não conseguiu diminuir o aumento dos custos das campanhas. E mais, essa legislação nunca conseguiu evidenciar claramente qual a linha que une o interesse daqueles que financiam as campanhas com o daqueles que exercem funções eletivas. Linha esta que fica ainda mais difícil de ser estabelecida quando a doação vai para o partido político e não para o candidato. 

A solução para o problema estaria na limitação do valor máximo de doação de pessoas físicas ou jurídicas. Atualmente, o limite é proporcional ao faturamento: 10% do rendimento bruto para pessoas físicas e 2% da receita operacional para empresas, sempre do ano anterior às eleições. 

Essa proporcionalidade em relação à receita, em vez de nivelar a disputa, aumenta a assimetria, pois sabemos que a desigualdade de salários ou de faturamento é uma marca do Brasil e, infelizmente, o sistema político reproduz essa realidade.

A solução, então, vai além do que já foi discutido pelos deputados. Estaria na imposição de um teto nominal que deveria valer para pessoas físicas e jurídicas. Com esse mecanismo, o financiamento das campanhas não estaria garantido pela participação de poucas pessoas e empresas com capacidades de interferir diretamente no resultado de um pleito, mas ampliaria a necessidade da busca de uma maior quantidade de doadores e, por consequência, a construção de compromissos com um grupo maior de eleitores. 

Ademais, do ponto de vista das empresas, a diminuição do seu papel de agente capaz de levar ao sucesso ou fracasso de uma candidatura tornaria mais incerto seu “investimento” na arena política. Resta ainda uma esperança, porque a imposição de limites ainda vai ser discutida na Câmara, mas os sinais emitidos até agora pelos legisladores não vão na direção de atender à expectativa da opinião pública, mas de defender seus interesses.

GASTOS COM DIÁRIAS





MINISTRO PRESIDENTE DO STF RICARDO LEWANDOWSKI JÁ RECEBEU R$ 57 MIL EM DIÁRIAS DE VIAGENS EM 2015 



O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), visitará a Rússia no feriado de Corpus Christi, dando sequência a uma série de viagens internacionais. Somente neste ano, será o quarto país visitado a trabalho, sempre aproveitando datas de feriados. A primeira viagem do ano foi para a Itália e a Inglaterra e coincidiu com o Carnaval. A segunda foi para a China, na Páscoa. Somente em diárias, Lewandowski já recebeu R$ 57.277,93 em 2015. O valor corresponde ao pagamento pelas viagens internacionais e também a uma viagem a Belo Horizonte. 

Fonte: Jornal Hoje em Dia do dia 02/06/2015.




segunda-feira, 1 de junho de 2015

RECOMENDAÇÃO

RECOMENDAÇÃO 



VAMOS SAIR DA ZONA DE CONFORTO E BUSCAR DIFERENTES CAMINHOS.
“O ERRO É UMA LIMITAÇÃO QUE TODOS JÁ TÊM. JÁ O ACERTO É UM DESAFIO A SER ALCANÇADO”.

DITADURA DOS COMBUSTÍVEIS



  

Boris Feldman





Nenhum combustível brasileiro se enquadra nos padrões internacionais. Parece ter uma maldição pesando sobre eles, a começar pela gasolina. Ela foi, há algumas décadas, uma das piores do mundo. Fábricas na Europa que exportavam automóveis para o Brasil tinham que modificar o motor para não sofrer com nossa pobre e suja gasolina. Pobre em octanagem, suja pelo alto teor de enxofre. Nos últimos tempos, ela veio ganhando em qualidade, a octanagem subiu graças ao etanol, o teor de enxofre reduziu (S-10) e ela hoje poderia se comparar com as melhores do mundo. Mas perde pela “maldição”, o inexplicável excesso de etanol, que já está em absurdos 27%. Aliás, explicável: é o governo de Da. Dilma agradando aos usineiros, depois de ter quase quebrado o setor ao segurar por anos o preço da gasolina. E, se o prezado está (como eu) escandalizado com o percentual de 27%, saiba que a próxima demanda dos produtores de etanol será de subir para 30%. Não dá para acreditar? Dá sim: a Petrobras já testou a gasolina com este percentual de álcool. E, como tem o rabo preso com o governo, afirma não ter nenhum problema técnico... Aliás, a associação das fábricas (Anfavea) testou modelos importados (que só funcionam com gasolina) com os 27% e “concluiu” não haver problemas técnicos. Para evitar um previsível problema político...
Quanto ao etanol, ninguém foi capaz de explicar o porquê de não se adotar no Brasil a mesma solução inteligente de misturar 15% de gasolina ao álcool, como nos Estados Unidos. O chamado E85 evitou o famigerado tanquinho de gasolina para partida a frio nos carros movidos a etanol.
O diesel é outra aberração tupiniquim: automóveis no mundo inteiro (inclusive em nossos países vizinhos da América do Sul) rodam com este combustível, mas no Brasil a burrocracia governamental decidiu proibi-lo há alguns anos e proibido está. “Polui muito” diz um burrocrata do governo, sem ter noção de toda a modernização aplicada nos motores diesel. Ou sem ter ideia de que parte dele já é composta de biodiesel. “Por ser importado” diz seu colega na sala ao lado, sem ter ideia de que parte de todos nossos combustíveis é importada.
Não sabem o que dizem, mas para eles está reservado o reino dos céus ou dos réus.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...