sexta-feira, 22 de maio de 2015

CHANCES DE CRESCIMENTO PERDIDAS



  

Paulo Paiva    
                                                                                          
Desde os anos 80 a economia brasileira apresenta crescimento lento, produtividade estagnada e baixa competitividade no contexto internacional, principalmente por questões relacionadas ao governo: excessiva burocracia no setor público, deficiência de infraestrutura, alta carga tributária, baixo nível de escolaridade e ambiente difícil para negócios.
Essa tendência contrasta-se com aquela das três décadas anteriores (1950-1980), quando a economia brasileira cresceu a uma taxa média anual de 7%, com expansão de sua indústria e de sua produtividade.
Os ciclos da economia brasileira estão relacionados às condições do ambiente externo e, para melhor entender o comportamento de seu crescimento, vale a pena examinar as respostas do governo às crises internacionais.
Dois exemplos de estratégias equivocadas parecem-me relevantes para se entender o pífio crescimento brasileiro, a partir dos anos 80.
O primeiro foi no final da década de 70, quando o chamado “milagre econômico brasileiro” foi confrontado com a crise da economia internacional.
No início dos anos 70, os Estados Unidos abandonaram unilateralmente a paridade do dólar com o ouro, criando enorme instabilidade nos mercados de câmbio. Em seguida, os preços do petróleo e as taxas de juros dispararam.
Enquanto todas as economias do mundo se ajustaram ao novo ambiente hostil, o Brasil, ao contrário, optou por ignorá-lo, admitindo ser “uma ilha de prosperidade”. O governo Geisel (1974-1979), então, lançou um programa arrojado de investimentos públicos sem recursos assegurados.
Perdeu-se, à época, a oportunidade para abrir a economia ao comércio externo, privatizar empresas públicas e deixar o capital privado participar da execução dos projetos do II PND.
O segundo foi o equívoco do governo petista em não ter entendido corretamente a profundidade da crise internacional, que não é mais apenas do sistema financeiro privado, mas de toda a economia global. Particularmente, por acreditar que o aumento nos preços de commodities seria permanente.

Que “marolinha” que nada. 

No ciclo de expansão dos preços de commodities, perdeu-se a oportunidade para fazer reformas necessárias ao ajuste estrutural das contas públicas, como da Previdência Social, e para adequar o modelo de concessão da infraestrutura estimulando a participação do capital privado. Ademais, para se ter uma política de comércio exterior mais pragmática.
Vê-se que as semelhanças do governo petista com o governo Geisel são também nos erros cometidos: um acreditando no “Brasil grande” e outro, no “Brasil maior”. Ambos apostando no consumo interno ilimitado, sem considerar as restrições da economia. Ambos acreditando em suas próprias propagandas.
Autoengano que está custando caro ao país.
Se essas oportunidades não fossem perdidas, certamente a economia brasileira estaria em outro patamar.

Professor da Fundação Dom Cabral, foi ministro do Trabalho e do Planejamento e Orçamento no governo FHC
 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

TRANSGÊNICOS





Luiz Carlos Louzano

Desde que o mundo é mundo é natural que uma nova tecnologia seja vista com receio pela sociedade e combatida pelos céticos ou mal informados. Por exemplo, em 1904 aconteceu no Rio de Janeiro a Revolta da Vacina. A manifestação popular teve como causa principal a obrigatoriedade da vacinação associada ao uso de métodos violentos para a realização do procedimento, gerando medo e incredulidade na população quanto às propriedades científicas da vacina contra a varíola. Outra celeuma se deu com a fertilização in vitro na década de 70. O procedimento foi referenciado na época como uma transgressão às leis naturais. Entretanto, após algumas décadas, essa tecnologia permitiu o nascimento de cerca de cinco milhões de bebês, segundo a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.
Embora levado à mesa de milhões de pessoas há mais de 20 anos, o alimento produzido a partir de grãos transgênicos ainda é visto por alguns consumidores como algo inapropriado, que pode causar malefícios à saúde e uma ameaça ao meio ambiente. Vale lembrar que já faz muito tempo que não comemos mais as plantas do jardim do éden. A domesticação (melhoramento) das plantas começou na pré-história e não parou mais. Em outras palavras, a nossa dieta é composta por plantas que foram selecionadas e geneticamente melhoradas num processo contínuo. Neste sentido, a moderna engenharia genética e a técnica da transgenia são ferramentas nesse processo. Como consumidores devemos muito ao domínio e evolução da agricultura que possibilitou o melhoramento ininterrupto das plantas, adequando-as às demandas. Do contrário não teríamos chances de sobrevivência.
Então qual a diferença entre a agricultura na pré-história e a moderna agricultura? Hoje a engenharia genética permite que as plantas sejam melhoradas. No jargão científico significa transformada pelo uso de métodos precisos que conseguem, por exemplo, inserir um ou mais genes na espécie agrícola de interesse. A agricultura moderna tem um desafio colossal: segundo dados da agência da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), até 2050 será necessário aumentar em 60% a produção de alimentos. A engenharia genética ou biotecnologia vegetal coloca-se entre as principais tecnologias que ajudarão os agricultores nessa jornada. Um exemplo evidente é o das plantas resistentes a temperaturas mais elevadas ou à seca, que já estão nos laboratórios e irão contribuir de maneira significativa para minimizar os possíveis impactos gerados pelas mudanças climáticas.
Há de se levar em consideração que as principais academias de ciências do mundo e instituições como a FAO e a Organização Mundial da Saúde se preocupam com a segurança alimentar dos alimentos produzidos a partir de plantas transgênicas e fazem análises constantes de dados científicos. As conclusões são unânimes: as plantas transgênicas aprovadas são equivalentes às convencionais. Portanto, não representam risco para o consumidor ou para o meio ambiente.
Muitos ignoram o fato de que os organismos geneticamente modificados (OGMs) são regulados por legislações específicas e que a análise de risco é feita caso a caso, ou seja, cada produto é examinado separadamente. No Brasil, a regulação é de responsabilidade da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), composta por especialistas de diversas áreas do conhecimento científico, que avalia estudos sobre a segurança dos OGMs e recomenda ou não seu uso comercial. Nosso marco regulatório, reconhecido mundialmente, segue os princípios de equivalência nutricional e é relativamente funcional. Contudo, há uma sobrecarga de procedimentos burocráticos. O Brasil deveria ser um dos protagonistas nas discussões internacionais sobre os processos de aprovação de transgênicos, já que estamos entre os maiores produtores de alimentos. Com isso, teríamos mais chances de evitar os entraves internacionais que dificultam ou impedem as exportações dos grãos produzidos em terras brasileiras.
Agrônomo, diretor de Biotecnologia da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para a América Latina
 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

AUMENTOS FORA DE ORA



CCJ do Senado aprova aumento de até 78% para servidores do Judiciário
Projeto de lei agora será submetido à votação no plenário do Senado.
Se aprovado, reajuste será escalonado, de julho de 2015 a dezembro de 2017.
Lucas Salomão
 
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado  aprovou nesta quarta-feira (20) projeto de lei que concede reajuste salarial escalonado para servidores do Judiciário. Com a aprovação, o projeto será submetido, em regime de urgência, à votação no plenário da Casa.
O reajuste – que varia de 53% a 78,56%, será concedido de acordo com a função exercida por cada servidor. Se aprovado, o aumento nos salários será escalonado, de julho de 2015 até dezembro de 2017, quando os servidores terão os vencimentos dobrados em relação aos atuais. O pagamento será feito em seis parcelas.
Nesta terça (19), o Supremo Tribunal Federal enviou ao Executivo federal um documento em que defendia a aprovação do reajuste para os servidores do Judiciário. O aumento, segundo o Ministério do Planejamento, custará R$ 25,7 bilhões nos próximos quatro anos.
A nota técnica da Suprema Corte contestou diversos apontamentos feitos pelo ministério sobre aumentos recentes dados à categoria. ainda de acordo com o texto, os servidores do Judiciário não tiveram reajuste entre 2009 e 2012, ao contrário de outros servidores de formação equivalente em órgãos como Polícia Federal e Receita.
Atualmente, um analista judiciário, com nível superior, recebe inicialmente R$ 8.803,97; um técnico judiciário, de nível médio, recebe R$ 5.365,92.
De acordo com o projeto, o aumento dependerá de dotação orçamentária e autorização específica na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Como contrapartida ao aumento salarial, os órgãos do Judiciário terão de se esforçar para reduzir gastos com funções de confiança no prazo de um ano.
Há duas semanas, a votação do projeto na CCJ foi adiada por pedido de vista do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS). Na ocasião, o parlamentar petista argumentou que seria necessário fazer um ajuste orçamentário para que o texto não comprometesse as contas públicas.

COMENTÁRIO:
Não é possível que este pedido esdrúxulo seja aprovado depois da derrama de impostos para a população pagar imposta pelo governo.
Enquanto um professor com curso superior e com pós-graduação ganha míseros R$ 1.500,00 um funcionário do judiciário com ensino médio irá ganhar em torno de R$ 12.000,00, é um absurdo.
Existem outros órgãos do governo que Engenheiros com mestrado ganham menos de R$ 10.000,00 mensais com funções muito mais importantes.
Onde está a economia do governo com cortes de gastos? Será que o governo está com medo do STF julgar os malfeitos dos seus membros se não houver o aumento dos salários?


NO BRASIL TUDO É POSSÍVEL



Presidente da CPI da Petrobras diz que pedirá exumação de Janene
Deputado Hugo Motta disse haver indício de que ex-deputado esteja vivo.
Suspeito de ser operador da Lava Jato, José Janene morreu em 2010.
Laís Alegretti

O presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), afirmou nesta quarta-feira (20) que pedirá a exumação do corpo do ex-deputado paranaense José Janene, morto em 2010. Segundo as investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), Janene teria sido um dos operadores do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
 

Motta relatou a jornalistas que a viúva do ex-líder do PP disse aos parlamentares que não viu o corpo do marido após a morte dele, em 14 de setembro de 2010. De acordo com o presidente da comissão, a viúva contou que o caixão de Janene estava lacrado no velório realizado em Londrina.
Um dos réus do processo do mensalão do PT, José Mohamed Janene morreu aos 55 anos, depois de ter ficado internado mais de um mês no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo. À época, a instituição de saúde informou que o ex-parlamentar estava inscrito, havia três meses, em uma fila de espera para fazer um transplante de coração.
Ainda conforme Hugo Motta, haveria indícios de que o ex-deputado do PP poderia estar vivendo atualmente na América Central.
“Informações que chegaram até nós falam sobre incerteza de que o deputado faleceu. A própria viúva não conseguiu vê-lo morrer, o caixão chegou lacrado. Existe forte indício de que José Janene possa estar vivo”, disse Motta antes do início da sessão desta quarta-feira da CPI da Petrobras.
“A suspeita das informações que chegam é que ele [Janene] pode ter fraudado essa morte, como ele tinha contas no exterior com Alberto Youssef, e possa ter ficado com grande parte desse dinheiro e possa estar vivendo na América Central”, complementou o presidente da comissão
Na avaliação de Motta, é "estranho" que Janene não tenha sido visto no caixão. “Isso é uma coisa muito estranha. Como médico, posso falar que uma pessoa falece de infarto e é muito comum que o corpo possa ser visto pelos familiares. Muito estranho a viúva não ter podido ver o corpo”, enfatizou.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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