sábado, 18 de abril de 2015

ROUBO DE INFLUÊNCIA POLÍTICA



Documentos revelam que Palocci recebeu R$12 mi de empresas quando coordenava a campanha de Dilma em 2010
Não há comprovação de qualquer serviço e ocorreu até contrato de boca

THIAGO BRONZATTO E FILIPE COUTINHO

 


Em 3 de dezembro de 2010, a petista Dilma Rousseff, eleita havia poucas semanas para seu primeiro mandato como presidente da República, mandou anunciar o nome do ministro mais poderoso de seu governo. Dali a dias, Antonio Palocci ex-ministro da Fazenda, ex-deputado federal, ex-prefeito de Ribeirão Preto e hoje alvo ilustre da Operação Lava Jato – assumiria a chefia da Casa Civil. Era a improvável ressurreição política de Palocci, ceifado do governo Lula anos antes, quando, após resistir a toda sorte de acusações de corrupção, acabou por não resistir ao escândalo da quebra dos sigilos do caseiro Francenildo. Perdeu o cargo, mas não a influência. Palocci ressurgiu na eleição de Dilma. Coordenou a campanha e atuou como arrecadador informal da petista, ao lado do tesoureiro do PT, João Vaccari, hoje preso. A nomeação para a Casa Civil, na qual sucederia a Erenice Guerra, premiava seus bons serviços na campanha. Nas palavras de Dilma, Palocci fora “um dos artífices da jornada vitoriosa” que a elegera. Estava claro quem mandaria em Brasília no terceiro mandato petista.
No mesmo dia do anúncio, Palocci recebeu R$ 1 milhão do escritório do criminalista Márcio Thomaz Bastos, segundo documentos da empresa do petista, em poder do Ministério Público Federal (MPF) e obtidos por ÉPOCA. MTB, como era conhecido o advogado, morreu no ano passado. Em 2010, após uma longa passagem pelo Ministério da Justiça do governo Lula, na qual fez muitas tabelinhas com Palocci, resistia como principal conselheiro jurídico da cúpula do PT. O dinheiro foi repassado sem que houvesse sequer contrato formal. Era um contrato de boca. Duas semanas depois, Palocci recebeu mais R$ 1 milhão de MTB. Os R$ 2 milhões somavam-se aos R$ 3,5 milhões repassados durante a campanha e a pré-campanha de Dilma. No total, 11 pagamentos. Sempre sem contrato. Sempre em valores redondos – R$ 500 mil, no auge das eleições, e R$ 250 mil, antes. Sempre depositados, segundo o próprio Palocci, na conta da Projeto, a empresa de consultoria criada por ele após deixar o governo Lula.
No dia em que foi anunciado como ministro de Dilma, Palocci recebeu R$ 1 milhão em sua consultoria
Qual a origem do dinheiro? O Pão de Açúcar, dizem os advogados de Palocci e do escritório de MTB. Por que o Pão de Açúcar pagaria uma pequena fortuna a Palocci? Para que o petista, um médico sanitarista que passava aqueles dias de 2010 na intensa faina de uma campanha presidencial, ajudasse na fusão entre o grupo de Abilio Diniz e as Casas Bahia. Não se sabe como Palocci poderia ser tão valioso numa negociação dessa natureza – nem por qual razão o Pão de Açúcar não o contratara diretamente. Mas ele prestou algum serviço? A renomada consultoria Estáter, contratada de forma exclusiva pelo Pão de Açúcar para tocar a fusão, informou ao MPF que, por óbvio, não – Palocci não prestou qualquer serviço, o que despertou suspeitas entre os investigadores. Fontes que participaram das negociações confirmaram a ÉPOCA que Palocci não participou de qualquer reunião, conversa informal ou troca de e-mails durante o negócio. Em ofício ao MPF, o Pão de Açúcar disse que “em função da relação de confiança desenvolvida” é comum que os “serviços de assessoria jurídica sejam contratados de modo mais informal”. Palocci não é advogado. Procurado por ÉPOCA, o Pão de Açúcar informou que não vai se pronunciar.
Palocci não tardou a cair novamente. Pouco após assumir a Casa Civil, o jornal Folha de S.Paulo revelou que ele comprara um apartamento avaliado em R$ 6,6 milhões, antes de voltar a Brasília. Palocci, que não tem herança e sempre foi político, se recusou a explicar a origem do dinheiro. Disse apenas que provinha dos clientes que contratavam a Projeto, sua empresa de consultoria. Preferiu deixar a Casa Civil a revelar os nomes deles – e a declinar para que fora exatamente contratado. Agora, ÉPOCA teve acesso a documentos internos da empresa de Palocci, a uma investigação sigilosa do MPF sobre ela e a uma lista com 30 nomes de empresas que pagaram o ex-ministro. Os papéis oficiais, assim como a investigação dos procuradores, revelam que a prosperidade da empresa de Palocci coincidiu com o momento em que ele assumiu as tarefas de coordenar a campanha de Dilma – e de arrecadar para ela.
Em 2010, Palocci recebeu, ao menos, R$ 12 milhões em pagamentos considerados suspeitos pelo MPF. Além dos pagamentos do escritório de Márcio Thomaz Bastos, supostamente em nome do Pão de Açúcar, os procuradores avaliaram como suspeitos os pagamentos do frigorífico JBS e da concessionária Caoa. Eles somam R$ 6,5 milhões. São suspeitos porque, na visão do MPF, Palocci, mesmo depois de ouvido, não conseguiu comprovar que prestou serviços às empresas – ou foi desmentido por quem estava envolvido, como no caso da consultoria Estáter e do Pão de Açúcar. Ademais, para o MPF, a inexistência de contratos para muitos dos pagamentos reforça os indícios de que as consultorias foram, na verdade, de fachada. Por que grandes empresas gastaram tanto com Palocci? E qual o destino final do dinheiro? Ninguém sabe ainda.
A investigação à qual ÉPOCA teve acesso corre em Brasília, mas será requisitada por procuradores que trabalham nos dois maiores casos de corrupção sob investigação no país: a Lava Jato. No petrolão, a Procuradoria-Geral da República abriu inquérito para apurar a acusação de que o petista arrecadou R$ 2 milhões – para a mesma campanha de Dilma em 2010. A denúncia foi feita pelo delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Como Palocci não tem foro privilegiado, o processo contra ele corre no Paraná, sob a guarda do juiz Sergio Moro. Com base no trabalho dos procuradores de Brasília, a Força-Tarefa de Curitiba espera avançar mais rapidamente no rastro do dinheiro que circulou pelas contas associadas ao ex-ministro. Eles preparam o pedido de quebra dos sigilos de Palocci, entre outras medidas.




O procurador da República Frederico Paiva, responsável pela investigação e coordenador do núcleo de combate à corrupção no Distrito Federal, não quis dar entrevista, porque o caso corre sob sigilo. Com o avanço em Palocci, que também está sob investigação em outras frentes da Lava Jato, a Força-Tarefa do Paraná atinge a tríade responsável pela arrecadação de dinheiro no PT desde a queda de Delúbio Soares. Além de Palocci, a tarefa cabia ao ex-ministro José Dirceu e ao tesoureiro João Vaccari. No caso de Vaccari, já preso, as evidências de participação no esquema são abundantes (leia mais na coluna de Ruth de Aquino). Os procuradores também abriram uma investigação específica para Dirceu. À semelhança de Palocci, Dirceu enriqueceu como consultor, após sair do governo em desgraça. Ele é suspeito de forjar contratos de consultoria para receber propina das empreiteiras. Ele e as empresas negam. No total, José Dirceu recebeu como consultor pouco mais de R$ 29 milhões entre 2006 e 2013. “Uma das principais sistemáticas para o pagamento de propina para agentes públicos era justamente a celebração de contratos simulados com empresas de consultoria. Há suspeita de que a JD assessoria tenha sido utilizada para essa finalidade”, escreveram os procuradores ao pedir a quebra de sigilo da empresa de Dirceu. O ano de 2010, quando Dilma foi eleita, também foi próspero para o petista. Sua empresa de consultoria faturou R$ 7,2 milhões. Para os procuradores, as operações de Dirceu e Palocci são siamesas no método e, suspeitam, na finalidade.
Há uma proliferação de consultorias petistas. Também preso na Operação Lava Jato, o ex-deputado André Vargas é mais um deles. Valeu-se de contratos de consultoria de fachada para ganhar dinheiro. Por meio da empresa Limiar, ele recebeu R$ 200 mil da JBS em agosto de 2010, às vésperas da eleição. Questionada sobre o repasse, a empresa afirmou que contratou em 2010 os serviços de “consultoria de marketing” prestados por Vargas, técnico de nível médio em administração de empresas. Não colou. No despacho que decretou a prisão de Vargas, o juiz Sergio Moro disse que “há prova de que a empresa teria recebido remuneração por serviços não prestados”.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

COMO LIDAR COM O CHEFE




Anderson Coutinho

Seu chefe é o único capaz de fazer você crescer ou estagnar. Muitos profissionais até sabem disso, mas não agem de modo coerente com essa verdade. Por isso, vai aqui uma pequena lista de erros que você deve evitar com seu chefe. Ao receber uma solicitação específica dele, daquelas que fogem à rotina do dia a dia, priorize e deixe-o perceber que ele tem a preferência. Atenção, “deixe-o perceber”, não pode ser superficial, você não deve parecer dar prioridade. É preciso comprometer-se de dentro para fora efetivamente e espontaneamente.
Trabalhe para compensar as deficiências de seu chefe, nunca para apontá-las ou expô-las. Dificilmente ele chegou ao cargo por acaso e certamente haverá bons motivos para que ele se mantenha no mesmo. Expor suas deficiências é uma prática inútil, quando não prejudicial a você mesmo.
Ao ouvir um pedido de seu chefe, nunca diga que aquilo é difícil, muito menos que é impossível. Comprometa-se e faça! Se não ficar bem feito ou se não puder ser feito porque efetivamente é difícil ou impossível, mostre a ele que seu esforço não andou de mãos dadas com o desânimo. Quem faz e mostra que não deu certo de maneira colaborativa, ganha pontos.
Você não precisa ser amigo do seu chefe, nem precisa gostar dele, mas é indispensável que você o respeite, dentro e fora da empresa. Um chefe desrespeitado torna-se seu inimigo. Não minta. Esse é o mais grave erro que um colaborador poderá cometer com seu superior. A primeira mentira marca o início do fim da confiança. E acredite: chefes têm memória de “elefante” e jamais se esquecem. Portanto, se você errou, assuma. Se estiver diante de uma pergunta difícil, responda a verdade. Por pior que sejam as consequências de assumir uma falha, elas nunca serão mais graves do que uma mentira.
Entre demonstrar fidelidade ao seu chefe e aos seus colegas de trabalho, seja fiel ao chefe. Chefes detestam situações onde os colaboradores se protegem, evitando que erros sejam corrigidos e falhas sejam resolvidas. Não é o colega de trabalho que paga seu salário, nem será ele que te dará aumento, menos que protegerá sua imagem. Colaboradores que se mostram fiéis ao chefe criam merecimento para terem um chefe fiel a eles.
Relacionamento verdadeiro
O relacionamento com seu chefe deve ser verdadeiro, profundo e intenso. Não no sentido de se tornar amigo de seu chefe, pois alguns abominam essa possibilidade, mas no sentido de se mostrar verdadeiro, presente, proativo e interessado em prover soluções para os problemas do dia a dia. Não de fora para dentro, mas de dentro para fora.
Ao ser repreendido pelo chefe, nunca assuma posição de revide. Chefes irritados não o são por gosto, ou por prazer. Antes, são atormentados por pesados compromissos que você certamente nem conhece. Revidar uma chamada de atenção no momento do nervosismo do chefe é o mesmo que tentar apagar incêndio com gasolina.
Acate a ordem, assimile a repreensão e, depois, quando as coisas se acalmarem, peça desculpas sinceramente pela falha. Nesse momento você cria empatia, simpatia, confiança e solidez. Mas lembre-se: não pode ser algo forjado. Se não for sincero, fruto de uma reforma íntima, onde você vença o orgulho próprio em prol de um bem maior, não vai funcionar.
Apesar de parecer uma forma de ficar em uma zona de conforto, acredite: o puxa-saco não tem raízes. Você poderá fazer gentilezas, e até se propor auxiliar seu chefe em níveis pessoais, mas o faça pelo puro prazer de ver alguém, que você admira e respeita, satisfeito.
Não leve assuntos pessoais de seu chefe a ninguém. Vença aquela mórbida vontade de mostrar a todos que você tem o privilégio da confiança e proximidade do chefe. Exposições como “hoje vou almoçar na casa do chefe”, ou “o chefe me deixou dar uma volta no carro dele” não possuem absolutamente nada de proveitoso, nem para ele e menos ainda para você.

Consultor de planejamento estratégico da CH&TCR

PAREDÃO CONTRA TSUNAMI



Japão cria barreira 'desdobrável' para conter tsunamis
Estrutura vem sendo testada em diques convencionais.
Objetivo é evitar construções que mudem visual nas praias japonesas.



Pesquisadores japoneses desenvolveram uma barreira litorânea desdobrável que se eleva automaticamente através da força das ondas, capaz de diminuir o impacto de grandes tsunamis sem a necessidade da construção de novas estruturas fixas que estragam as paisagens naturais do país.
Uma equipe da Universidade de Nagóia, em parceria com a Hitachi Zosen e outras entidades, realizou testes que provaram a efetividade do sistema, explicou nesta quinta-feira (16) à Agência Efe um porta-voz do grupo de pesquisadores.
Quando colocada em cima de um dique convencional, a estrutura se desdobra e proporciona uma altura adicional para a barreira já instalada, amortecendo o impacto das ondas. O sistema é acionado quando o nível do mar sobe e a força da água é suficiente para a formação do novo bloqueio.
Nos testes realizados até o momento, os pesquisadores utilizaram as barreiras desdobráveis sobre estruturas tradicionais de contenção das águas. Os muros construídos com esse objetivo no litoral japonês são eficazes para suportar ondas de até 10 metros.
Muitas cidades decidiram construir novas barreiras marítimas depois do terremoto que sacudiu o Japão em março de 2011, gerando um tsunami com ondas de mais de 15 metros e deixando cerca de 20 mil mortos e 470 mil desabrigados no país.
No entanto, os muros geraram certa rejeição da população, especialmente no nordeste do país, por causa do impacto sobre a paisagem.



LAVA JATO EM PERIGO



                                                                                                                                                                                
Joaquim Barbosa: governo mente ao dizer que combate a corrupção
Em palestra sobre ética e administração em Santa Catarina, ex-presidente do STF diz que mérito por ações é da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça




Aposentado desde agosto do ano passado, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa criticou duramente o PT e o governo Dilma durante palestra sobre ética e administração em Santa Catarina ontem (16) à noite. Joaquim afirmou que o governo mente ao dizer que nunca, como na atual gestão, combateu-se tanto a corrupção. “Quem está combatendo é o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça. Eles não têm nada a ver com isso. Nunca se combateu tanto a corrupção, mentira”, afirmou o ex-ministro, segundo relato de O Globo.
Ele criticou mudanças feitas pelo governo na regulamentação da chamada Lei Anticorrupção, que endureceu as punições a empresas condenadas por corrupção. Joaquim disse que não poderia quantificar se os desvios aumentaram ou diminuíram desde a chegada do PT ao Planalto, em 2003. Mas chamou de “cínica” a forma com que o partido do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, na visão dele, trata o assunto. “Eles alegam ‘nós não inventamos a corrupção, sempre houve corrupção na vida brasileira’ ou seja, é como se tivesse chegado a vez dele”, disse à platéia em Florianópolis.
O ex-ministro reafirmou que votou em Lula e Dilma para presidente, mas que acredita que o PT falhou ao não “expurgar” da sua cúpula pessoas que se utilizaram da filiação ou de sua posição de poder para enriquecer e se corromper.  Joaquim Barbosa descartou a possibilidade de disputar a eleição de 2018. “Vocês acham que uma pessoa que pensa como eu pode ter sucesso?”
Briga entre PF(Polícia Federal)  x PGR (Procuradoria Geral da República)
Historicamente, o Ministério Público e a Polícia Federal travam uma guerra em relação a competências e atribuições para investigar casos. No caso da Lava Jato, os policiais reclamam do fato de o Ministério Público autorizar, por exemplo, que os investigados escolham o local dos interrogatórios.
Segundo procuradores, o Ministério Público recorreu ao STF para frear as apurações numa tentativa de “retomar as rédeas” do caso e mostrar força. Os procuradores ficaram incomodados com a ação da PF para marcar depoimentos e decidir quem seria ouvido, sem consulta prévia ao Ministério Público. A medida foi interpretada como uma movimentação dos investigadores da PF de buscar autonomia.
Numa contraofensiva o Ministério Público teria oferecido a políticos que fossem ouvidos por procuradores. Janot, segundo o que foi apurado, teria recebido queixas sobre o tratamento dispensado pelos delegados.
Já investigadores da PF sustentam que os procedimentos estariam irritados com as articulações da categoria para conquistar autonomia funcional e orçamentária.
Ao todo 48 políticos de sete partidos: PT, PMDB, PP, PTB, PSDB, PSB e Solidariedade e dois Operadores são investigados pelo Supremo.
A PF revela desgaste com a cúpula do Ministério Público Federal sobre o rumo das investigações de políticos acusados de corrupção na Petrobras e a intervenção de Janot criou uma divergência nos bastidores e gerou até crítica dos  ministros do STF.
Esta cizânia põe em risco o andamento das investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.
O governo federal está fazendo de tudo para atrapalhar as investigações da Lava Jato numa tentativa que tudo possa acabar em pizza.
No feriado de carnaval com o congresso em recesso, o governo elaborou, votou e aprovou a instrução normativa N74, que na pratica, retira da Policia Federal o poder de negociar a delação premiada e a transfere ao CGU (Controladoria Geral da União) subordinada ao governo e muito interessada em livrar a cara das empreiteiras, que já ameaçavam jogar no ventilador do governo as suas “maracutaias” caso não fossem socorridas. Então o governo está na verdade, combatendo a operação lava jato e protegendo as empreiteiras.
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AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...