sexta-feira, 17 de abril de 2015

LAVA JATO EM PERIGO



                                                                                                                                                                                
Joaquim Barbosa: governo mente ao dizer que combate a corrupção
Em palestra sobre ética e administração em Santa Catarina, ex-presidente do STF diz que mérito por ações é da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça




Aposentado desde agosto do ano passado, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa criticou duramente o PT e o governo Dilma durante palestra sobre ética e administração em Santa Catarina ontem (16) à noite. Joaquim afirmou que o governo mente ao dizer que nunca, como na atual gestão, combateu-se tanto a corrupção. “Quem está combatendo é o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça. Eles não têm nada a ver com isso. Nunca se combateu tanto a corrupção, mentira”, afirmou o ex-ministro, segundo relato de O Globo.
Ele criticou mudanças feitas pelo governo na regulamentação da chamada Lei Anticorrupção, que endureceu as punições a empresas condenadas por corrupção. Joaquim disse que não poderia quantificar se os desvios aumentaram ou diminuíram desde a chegada do PT ao Planalto, em 2003. Mas chamou de “cínica” a forma com que o partido do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, na visão dele, trata o assunto. “Eles alegam ‘nós não inventamos a corrupção, sempre houve corrupção na vida brasileira’ ou seja, é como se tivesse chegado a vez dele”, disse à platéia em Florianópolis.
O ex-ministro reafirmou que votou em Lula e Dilma para presidente, mas que acredita que o PT falhou ao não “expurgar” da sua cúpula pessoas que se utilizaram da filiação ou de sua posição de poder para enriquecer e se corromper.  Joaquim Barbosa descartou a possibilidade de disputar a eleição de 2018. “Vocês acham que uma pessoa que pensa como eu pode ter sucesso?”
Briga entre PF(Polícia Federal)  x PGR (Procuradoria Geral da República)
Historicamente, o Ministério Público e a Polícia Federal travam uma guerra em relação a competências e atribuições para investigar casos. No caso da Lava Jato, os policiais reclamam do fato de o Ministério Público autorizar, por exemplo, que os investigados escolham o local dos interrogatórios.
Segundo procuradores, o Ministério Público recorreu ao STF para frear as apurações numa tentativa de “retomar as rédeas” do caso e mostrar força. Os procuradores ficaram incomodados com a ação da PF para marcar depoimentos e decidir quem seria ouvido, sem consulta prévia ao Ministério Público. A medida foi interpretada como uma movimentação dos investigadores da PF de buscar autonomia.
Numa contraofensiva o Ministério Público teria oferecido a políticos que fossem ouvidos por procuradores. Janot, segundo o que foi apurado, teria recebido queixas sobre o tratamento dispensado pelos delegados.
Já investigadores da PF sustentam que os procedimentos estariam irritados com as articulações da categoria para conquistar autonomia funcional e orçamentária.
Ao todo 48 políticos de sete partidos: PT, PMDB, PP, PTB, PSDB, PSB e Solidariedade e dois Operadores são investigados pelo Supremo.
A PF revela desgaste com a cúpula do Ministério Público Federal sobre o rumo das investigações de políticos acusados de corrupção na Petrobras e a intervenção de Janot criou uma divergência nos bastidores e gerou até crítica dos  ministros do STF.
Esta cizânia põe em risco o andamento das investigações sobre o escândalo de corrupção na Petrobras.
O governo federal está fazendo de tudo para atrapalhar as investigações da Lava Jato numa tentativa que tudo possa acabar em pizza.
No feriado de carnaval com o congresso em recesso, o governo elaborou, votou e aprovou a instrução normativa N74, que na pratica, retira da Policia Federal o poder de negociar a delação premiada e a transfere ao CGU (Controladoria Geral da União) subordinada ao governo e muito interessada em livrar a cara das empreiteiras, que já ameaçavam jogar no ventilador do governo as suas “maracutaias” caso não fossem socorridas. Então o governo está na verdade, combatendo a operação lava jato e protegendo as empreiteiras.
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