Joaquim Barbosa: governo
mente ao dizer que combate a corrupção
Em palestra sobre
ética e administração em Santa Catarina, ex-presidente do STF diz que mérito
por ações é da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça
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Aposentado desde
agosto do ano passado, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa criticou duramente o PT e o governo Dilma durante palestra
sobre ética e administração em Santa Catarina ontem (16) à noite. Joaquim
afirmou que o governo mente ao dizer que nunca, como na atual gestão, combateu-se
tanto a corrupção. “Quem está combatendo é o Ministério Público Federal, a
Polícia Federal e a Justiça. Eles não têm nada a ver com isso. Nunca se
combateu tanto a corrupção, mentira”, afirmou o ex-ministro, segundo relato de O
Globo.
Ele criticou
mudanças feitas pelo governo na regulamentação da chamada Lei Anticorrupção,
que endureceu as punições a empresas condenadas por corrupção. Joaquim disse
que não poderia quantificar se os desvios aumentaram ou diminuíram desde a
chegada do PT ao Planalto, em 2003. Mas chamou de “cínica” a forma com que o
partido do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, na visão dele, trata o
assunto. “Eles alegam ‘nós não inventamos a corrupção, sempre houve corrupção
na vida brasileira’ ou seja, é como se tivesse chegado a vez dele”, disse à
platéia em Florianópolis.
O ex-ministro
reafirmou que votou em Lula e Dilma para presidente, mas que acredita que o PT
falhou ao não “expurgar” da sua cúpula pessoas que se utilizaram da filiação ou
de sua posição de poder para enriquecer e se corromper. Joaquim Barbosa
descartou a possibilidade de disputar a eleição de 2018. “Vocês acham que uma
pessoa que pensa como eu pode ter sucesso?”
Briga entre PF(Polícia Federal) x PGR (Procuradoria Geral da República)
Historicamente, o
Ministério Público e a Polícia Federal travam uma guerra em relação a
competências e atribuições para investigar casos. No caso da Lava Jato, os
policiais reclamam do fato de o Ministério Público autorizar, por exemplo, que
os investigados escolham o local dos interrogatórios.
Segundo
procuradores, o Ministério Público recorreu ao STF para frear as apurações numa
tentativa de “retomar as rédeas” do caso e mostrar força. Os procuradores
ficaram incomodados com a ação da PF para marcar depoimentos e decidir quem
seria ouvido, sem consulta prévia ao Ministério Público. A medida foi
interpretada como uma movimentação dos investigadores da PF de buscar
autonomia.
Numa contraofensiva
o Ministério Público teria oferecido a políticos que fossem ouvidos por
procuradores. Janot, segundo o que foi apurado, teria recebido queixas sobre o
tratamento dispensado pelos delegados.
Já investigadores da
PF sustentam que os procedimentos estariam irritados com as articulações da
categoria para conquistar autonomia funcional e orçamentária.
Ao todo 48 políticos
de sete partidos: PT, PMDB, PP, PTB, PSDB, PSB e Solidariedade e dois Operadores
são investigados pelo Supremo.
A PF revela desgaste
com a cúpula do Ministério Público Federal sobre o rumo das investigações de
políticos acusados de corrupção na Petrobras e a intervenção de Janot criou uma
divergência nos bastidores e gerou até crítica dos ministros do STF.
Esta cizânia põe em
risco o andamento das investigações sobre o escândalo de corrupção na
Petrobras.
O governo federal está
fazendo de tudo para atrapalhar as investigações da Lava Jato numa tentativa
que tudo possa acabar em pizza.
No feriado de carnaval
com o congresso em recesso, o governo elaborou, votou e aprovou a instrução
normativa N74, que na pratica, retira da Policia Federal o poder de negociar a
delação premiada e a transfere ao CGU (Controladoria Geral da União) subordinada
ao governo e muito interessada em livrar a cara das empreiteiras, que já
ameaçavam jogar no ventilador do governo as suas “maracutaias” caso não fossem
socorridas. Então o governo está na verdade, combatendo a operação lava jato e
protegendo as empreiteiras.
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