SE NÃO TEM CRISE NO CONGRESSO POR QUE TEM QUE TER COM A
POPULAÇÃO
Câmara dos Deputados quer construir quatro novos prédios por R$ 1 bilhão
Um dia
depois de anunciar um “pacote de bondades” para os deputados, a Câmara Federal
lançou outro projeto polêmico: quer construir quatro outros prédios, que irão
abrigar novo plenário e até shopping center. O custo disso tudo pode
comprometer pelo menos R$ 1 bilhão.
A
previsão de novos gastos vai contra as medidas de economia e corte de despesas
que o governo federal está implementando. As obras visam dar mais conforto para
os deputados e assessores. No orçamento, ainda não aprovado, a construção do
“Anexo V” tem dotação de apenas R$ 5 milhões.
O que
ainda não está esclarecido é de onde virão os recursos para as construções. O
presidente da Câmara tem se esforçado para que seja realizada uma parceria
público-privada, ideia vetada pela presidente Dilma Rousseff, mas, segundo
Cunha, já acertada com o Planejamento.
A
intenção do presidente é que empresas particulares invistam no empreendimento
em troca de explorá-lo comercialmente no futuro, por meio restaurantes e
estacionamentos pagos. Se esse plano não der certo, Cunha disse que a despesa
pode ser coberta com recursos públicos. Parte da verba, já estaria disponível e
foi obtida com a “venda” da folha de pagamento para instituições bancárias.
Como o contrato deve ser renovado em breve, mais recursos entrarão no caixa.
Se as
obras forem executadas, a Câmara deve ganhar quatro novos prédios, construídos
na área ao lado do anexo IV, usada hoje como estacionamento. No projeto
arquitetônico, um dos prédios terá estacionamento subterrâneio para os
deputados, outro, vários gabinetes, uma praça e um prédio comercial, além de um
plenário com 675 lugares.
Sendo
assim, o novo plenário inutilizará o antigo, que compõe um dos símbolos mais
emblemáticos de Brasília, o convexo do Congresso ao fim da Esplanada dos
Ministérios.
Segundo o
presidente da Câmara, além de criar novas áreas, é preciso reformar os prédios
que têm problemas de estrutura, anexo III e IV. “Isso aqui é uma cidade, e tem
que ser tratada como tal: com condições de oferecer não só todos os serviços,
mas de trabalho para o parlamentar. Se nós não modernizarmos, o custo acaba
ficando muito mais caro. A modernização implica, a médio e longo prazo, uma
racionalização do custo”, afirma.
O
presidente da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco, diz que a Câmara deveria
reduzir o número de funcionários. Hoje, cada deputado pode ter até 25
assessores. “A Câmara funcionaria da mesma forma se tivéssemos a metade ou
talvez um terço desses funcionários. Nesse momento em que o país passa por
dificuldades, o razoável seria diminuir a quantidade de funcionários e não
aumentar os prédios para ter ainda mais espaço para abrigá-los. A maioria dos
servidores dos gabinetes fica no estados, atuando como cabos eleitorais”,
afirma.
Constante
transformação
A Câmara
de Deputados nasceu com apenas um anexo, há cinco décadas, e ao longo do tempo,
ganhou mais três e alguns puxadinhos. A adaptação mais conhecida foi realizada
com a arte de Althos Bulcão.
Onde
antes eram janelas com vista para a área externa, fez-se um painel do artista
e, atrás dele, gabinetes para abrigar lideranças partidárias. O salão de beleza
que existia na Casa, para atender e deixar os funcionários e representantes na
estica, foi a última mudança realizada. Foi fechado para dar lugar a mais um
partido.
Outras
obras
Sem a nova
obra, promessa da campanha à presidência de Eduardo Cunha, a construção,
ampliação e reforma de prédios já custam mais de R$ 100 milhões por ano. Para
2015, por exemplo, R$ 141,5 milhões devem ser aplicados em empreendimentos da
Casa (confira matéria). Em 2014, o montante previsto para o setor foi de R$
177,4 milhões.
Ao todo,
a Câmara dos Deputados custa R5$ 5,3 bilhões ao ano, o que equivale a R$ 14,6
milhões por dia aos cofres públicos. Se os gastos foram somados ao orçamento
autorizado do Senado Federal, o custo diário do Congresso Nacional chega a R$
25,4 milhões.
Farra das
passagens
A compra
de passagens para familiares um dia depois de anunciar um “pacote de bondades”
para os deputados, a Câmara Federal lançou outro projeto polêmico: quer
construir quatro outros prédios, que irão abrigar novo plenário e até shopping
center. O custo disso tudo pode comprometer pelo menos R$ 1 bilhão.
A
previsão de novos gastos vai contra as medidas de economia e corte de despesas
que o governo federal está implementando. As obras visam dar mais conforto para
os deputados e assessores. No orçamento, ainda não aprovado, a construção do
“Anexo V” tem dotação de apenas R$ 5 milhões.
O que
ainda não está esclarecido é de onde virão os recursos para as construções. O
presidente da Câmara tem se esforçado para que seja realizada uma parceria
público-privada, ideia vetada pela presidente Dilma Rousseff, mas, segundo
Cunha, já acertada com o Planejamento.
A
intenção do presidente é que empresas particulares invistam no empreendimento
em troca de explorá-lo comercialmente no futuro, por meio restaurantes e
estacionamentos pagos. Se esse plano não der certo, Cunha disse que a despesa
pode ser coberta com recursos públicos. Parte da verba, já estaria disponível e
foi obtida com a “venda” da folha de pagamento para instituições bancárias.
Como o contrato deve ser renovado em breve, mais recursos entrarão no caixa.
Se as
obras forem executadas, a Câmara deve ganhar quatro novos prédios, construídos
na área ao lado do anexo IV, usada hoje como estacionamento. No projeto
arquitetônico, um dos prédios terá estacionamento subterrâneio para os
deputados, outro, vários gabinetes, uma praça e um prédio comercial, além de um
plenário com 675 lugares.
Sendo
assim, o novo plenário inutilizará o antigo, que compõe um dos símbolos mais
emblemáticos de Brasília, o convexo do Congresso ao fim da Esplanada dos
Ministérios.
Segundo o
presidente da Câmara, além de criar novas áreas, é preciso reformar os prédios
que têm problemas de estrutura, anexo III e IV. “Isso aqui é uma cidade, e tem
que ser tratada como tal: com condições de oferecer não só todos os serviços,
mas de trabalho para o parlamentar. Se nós não modernizarmos, o custo acaba
ficando muito mais caro. A modernização implica, a médio e longo prazo, uma
racionalização do custo”, afirma.
O
presidente da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco, diz que a Câmara deveria
reduzir o número de funcionários. Hoje, cada deputado pode ter até 25
assessores. “A Câmara funcionaria da mesma forma se tivéssemos a metade ou
talvez um terço desses funcionários. Nesse momento em que o país passa por
dificuldades, o razoável seria diminuir a quantidade de funcionários e não
aumentar os prédios para ter ainda mais espaço para abrigá-los. A maioria dos
servidores dos gabinetes fica no estados, atuando como cabos eleitorais”,
afirma.