quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ECONOMIA



O BRASIL NÃO É UM MAR DE ROSAS COMO QUER DEMONSTRAR A PRESIDENTA CANDIDATA À REELEIÇÃO. OS DESAFIOS LISTADOS ABAIXO MOSTRAM O QUE IREMOS ENFRENTAR APÓS AS ELEIÇÕES.

Veja 5 desafios que próximo governo enfrentará na economia

PT e PSDB podem divergir em muitos temas, mas a desaceleração do crescimento parece ter criado um certo consenso de que a economia está em uma encruzilhada

BBC BRASIL.com

Seja quem for o vencedor da votação deste domingo, dia 26, este terá de tomar decisões-chave sobre questões que afetam o seu bolso.
PT e PSDB podem divergir em muitos temas, mas a desaceleração do crescimento parece ter criado um certo consenso de que a economia está em uma encruzilhada.
Como os tucanos costumam enfatizar, a expectativa oficial é que o País cresça só 0,9% este ano e analistas do mercado são ainda mais pessimistas, estimando uma expansão de menos de 0,3%.
Por outro lado, como ressaltam os petistas, o desemprego tem se mantido em patamares historicamente baixos, o que tem evitado que a população seja duramente afetada - embora não esteja claro por quanto tempo esse cenário positivo no mercado de trabalho pode ser mantido sem uma retomada.
Economistas de diversas linhas teóricas concordam que impulsionar a economia depende tanto de uma agenda de curto prazo, que inclui o controle da inflação e ajuste das contas públicas, quanto de uma de longo prazo, ligada a reformas estruturais.
Confira abaixo os seis desafios que, na opinião deles, o novo governo deve enfrentar na área econômica:

1) Inflação

Boa parte dos brasileiros já sente o peso da alta de preços no bolso e caberá ao próximo governo evitar um descontrole nessa área.
Aécio Neves, do PSDB, diz que perseguirá uma meta de 3% de inflação e a presidente Dilma Rousseff, do PT, garante que será "duríssima" contra o problema.
Espera-se que a alta de preços deste ano fique próxima do teto da meta do Banco Central – de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
Para muitos economistas, porém, a meta só será alcançada com o adiamento dos reajustes de preços administrados (definidos ou influenciados por órgãos públicos).
"Em 2015, será difícil evitar a recomposição de alguns desses preços, o que deve ser um desafio a mais no controle da inflação", diz o conselheiro senior e ex-vice presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto.
Entre os que podem subir estão o preço da energia, as tarifas de ônibus e combustíveis.
Canuto explica que, em 2015, uma possível desvalorização do real também pode ter um impacto inflacionário adicional (em função da alta dos importados).
"Caberá a nova gestão achar uma solução para a questão da inflação, que até pode ser via política monetária. Mas, como os juros já estão relativamente elevados, o ideal seria que se tentasse uma política fiscal mais retraída", opina.

2) Investimentos

O consumo interno e o estímulo ao crédito estiveram entre os principais motores do crescimento brasileiro nos últimos anos.
Os investimentos, porém, não acompanharam essa expansão (e caíram do patamar de 20% para 17% do PIB), o que contribuiu para a freada.
Economistas veem diferentes razões para tal descompasso.
Alguns culpam a falta de reformas para amenizar problemas como a complexa burocracia do País, as deficiências de infraestrutura e gargalos de mão de obra – que inibiriam investimentos.
Outros criticam o governo por supostos erros de gestão que teriam atrasado projetos importantes (como o pré-sal) e afastado empresários de parcerias na área de infraestrutura.
Há certo consenso de que a falta de investimentos também estaria ligada a "expectativas negativas".
Para o governo, porém, esse "pessimismo" seria politicamente motivado e intensificado pela crise internacional. Já consultorias econômicas o atribuem a incertezas relacionadas à condução da política econômica.
Sem destravar os investimentos é difícil pensar que a economia possa voltar a crescer no patamar dos 4% da década passada.
"Por isso, impulsionar os investimentos privados na produção e em infraestrutura será um dos principais desafios do novo governo", diz o economista André Biancarelli, da Unicamp.

3) Contas públicas

Analistas calculam que as contas públicas fecharão 2014 com um "déficit nominal" superior a 4% do PIB – o pior resultado em mais de uma década.
O calculo de tal déficit contabiliza receitas e despesas do governo, além do pagamento dos juros da dívida pública.
O governo se comprometeu a poupar 1,9% do PIB para pagar esses juros, mas há dúvidas sobre se atingirá a meta.
Para Otto Nogami, do Insper, a expansão dos gastos e deterioração das contas públicas têm tido um impacto negativo na inflação, além de abalar a credibilidade do País frente a investidores.
Muitos economistas também vêm denunciando que, em uma tentativa de se aproximar da meta, o governo teria lançado mão de uma "contabilidade criativa" - manobras contábeis que fariam parecer que se estaria economizando recursos, quando isso não ocorreria.
"Para colocar as contas públicas em dia, o novo governo poderia adotar basicamente duas estratégias: aumento de impostos ou corte de gastos", explica Lourdes Sola, professora da USP especialista em economia política.
A primeira seria extremamente impopular. A segunda precisaria ser planejada com cautela - cortar em gastos sociais e investimentos, por exemplo, poderia ser um "tiro no pé".
"A questão das metas fiscais é uma discussão de curto prazo, mas não podemos perder de vista seu objetivo de longo prazo, que é tornar o Estado mais eficiente para investir no que interessa", diz Biancarelli.

4) Inclusão social

O aumento da renda dos trabalhadores, a formalização do trabalho e programas sociais ajudaram milhares de pessoas a cruzar a linha da pobreza nos últimos anos.
Mas se o País se mantiver com um nível de crescimento baixo, em algum momento o emprego pode ser afetado, colocando em risco esses ganhos.
A campanha do PT tem defendido que o partido seria o mais apto a impedir retrocessos - "protegendo o emprego" e investindo no social.
Já a campanha do PSDB acabou na defensiva, repetindo à exaustão que não pretende cortar gastos sociais ou fazer um ajuste drástico, ao custo de uma escalada do desemprego.
Nogami admite que de fato é possível que um ajuste, ainda que gradual, tenha algum efeito sobre o nível de emprego.

"A questão é que ele é inevitável e, ao adiar essas reformas, também podemos estar aumentando seus custos", opina.
"O grande desafio não é simplesmente crescer, mas sim crescer com estabilidade e emprego", resume Carlos Melo, cientista político do Insper.

5) Problemas estruturais

Há certo consenso de que, para garantir o crescimento da economia no médio e longo prazo, é preciso atacar os problemas estruturais que afetam a competitividade das empresas no País.
Entre eles estão a complexa burocracia e sistema tributário brasileiro e as deficiências de infraestrutura.
"Trata-se de uma agenda de médio e longo prazo, mas que precisa começar a ser colocada em prática o quanto antes", diz Canuto.
O objetivo seria ampliar o chamado PIB potencial do País, que leva em consideração a sua capacidade instalada para estimar quanto ele pode crescer sem que sejam criadas pressões inflacionárias (por falta de oferta).
"O próximo governo precisará fazer reformas estruturais para realmente mudar o ambiente de negócios no Brasil, porque só isso lançará as bases para um crescimento sustentado", diz Canuto.

EMPREENDORISMO



Mais do que o empreendimento em si o empreendedorismo deve ser entendido como qualquer tentativa de criação de um novo empreendimento, como, por exemplo: uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente.
Devemos levar em consideração os fatores críticos que contribuem ou inibem a iniciativa empreendedora e a evolução das variáveis tais como: a relação oportunidade/necessidade e a motivação para empreender.
                                                                                     Veja 15 mitos e verdades sobre abrir o próprio negócio

A ideia de trabalhar no negócio próprio, sem precisar prestar contas ao chefe e com a possibilidade de ter grandes ganhos, é atraente para muita gente, mas a vida de um empreendedor não é feita apenas de sucessos. Achar que vai trabalhar menos e ganhar mais do que quando era empregado, por exemplo, é um erro comum, segundo Cynthia Serva, coordenadora do Centro de Empreendedorismo e Inovação do Insper, e Tales Andreassi, coordenador do GVCENN - Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

- Empreendedores nascem empreendedores. MITO: segundo Cynthia Serva, do Insper, há características que são desejadas quando se quer empreender, como foco, capacidade de automotivação e disposição para assumir riscos, mas elas podem ser desenvolvidas e aprimoradas se a pessoa estiver disposta a aprender. "Ninguém nasce pronto para empreender, é necessário se preparar, estudar e ter habilidades técnicas, além das comportamentais", afirma Thinkstock.
- É necessário ter muito dinheiro para começar um negócio. MITO: atualmente, existem modelos de negócio que não exigem grande capital, além de haver no mercado investidores em busca de boas ideias e executores. "Muita gente começa do zero. A escassez de recursos, muitas vezes, é importante para fazer o indivíduo pensar mais e se desdobrar para achar soluções", diz Tales Andreassi, da FGV.
- Abrir uma empresa no Brasil é demorado. VERDADE: de acordo com o Banco Mundial, leva-se 107 dias, em média, para abrir uma empresa no Brasil, enquanto nos EUA a espera é de cinco dias. "Se o negócio exigir certificados ou regulamentações específicas, como no ramo de alimentação, a demora é ainda maior", declara Tales Andreassi, da FGV.  
- É preciso ter uma ideia inovadora para abrir uma empresa. PARCIALMENTE VERDADE: uma inovação irá ajudá-lo a se diferenciar da concorrência e a se destacar no mercado, mas não é necessário descobrir a nova roda para começar. "Mais importante do que uma ideia inovadora é ter pessoas dispostas a pagar pelo seu produto ou serviço", afirma Cynthia Serva, do Insper.
- Quanto mais jovem começar a empreender, melhor. MITO: de acordo com Tales Andreassi, da FGV, há vantagens e desvantagens ao se empreender muito jovem. "Por um lado, o jovem ainda não formou família, não tem dependentes e pode correr mais riscos. Por outro lado, ele não tem experiência e poderá ter mais dificuldades na implantação do negócio.  
- Só quem faz o que gosta tem sucesso. VERDADE: para Cynthia Serva, do Insper, essa deve ser a principal motivação para empreender. "A pergunta inicial a se fazer é: o que eu gosto e sei fazer? A partir disso, vamos identificar as oportunidades de mercado. O dinheiro é consequência".
- Empreendedores não têm chefe e trabalham menos. MITO: Cynthia Serva, do Insper, diz que o empreendedor tem os dois piores chefes que existem: o cliente e ele próprio. "O empreendedor tem que cuidar de todo o negócio, ele não tem horário de trabalho porque precisa estar disponível o tempo todo, não pode tirar férias quando quer e, muitas vezes, não ganha de acordo com sua dedicação".
- Vou ganhar mais dinheiro sendo dono de uma empresa. MITO: os ganhos dependem da oportunidade de negócio identificada e podem variar bastante se o mercado de atuação tiver sazonalidade. "Há muitos casos de pessoas que deixaram bons cargos para empreender e hoje ganham menos, mas estão mais realizadas profissionalmente", diz Cynthia Serva, do Insper.
- Empreendedores precisam ser bons vendedores. VERDADE: segundo Cynthia Serva, do Insper, o empreendedor precisa saber vender sua ideia para possíveis investidores, sócios, fornecedores e potenciais clientes. "Mais do que vender um produto ou serviço, ele precisa vender seu sonho, convencer os demais a confiarem no seu projeto", diz.  
- Ter um plano de negócios é fundamental para começar uma empresa. PARCIALMENTE VERDADE: para negócios tradicionais, como um restaurante, ele pode ser útil, mas para modelos inovadores, como start-ups, ele pode não funcionar. "O plano de negócios ainda é uma ferramenta importante, principalmente para pedir recursos financeiros, mas não precisa ser feito no início do negócio, necessariamente", diz Tales Andreassi, da FGV.  
- Empreendedores correm riscos altos. MITO: bons empreendedores correm riscos calculados. "Riscos sempre existem, mas é necessário minimizá-los. Monitorar a concorrência, analisar o mercado, avaliar o impacto das ações que pretende tomar, considerar cenários negativos e positivos são maneiras de se fazer isso", diz Tales Andreassi, da FGV.
- É possível começar um negócio em casa, sem planejamento. VERDADE: de acordo com os especialistas, é possível começar assim, mas o planejamento será necessário se desejar crescer. "É importante conhecer os concorrentes, saber o que oferecem e os preços que praticam para se aprimorar se quiser sobreviver no mercado", diz Cynthia Serva, do Insper .
- Ter sócios não é bom. MITO: os sócios devem ter objetivos em comum para a empresa e perfis complementares em conhecimento e comportamento para dividir as responsabilidades do negócio. "Além de um sócio suprir as deficiências do outro, eles se apoiam mutuamente, pois muitas vezes o empresário pode pensar em desistir", diz Cynthia Serva, do Insper.  
- Os impostos no Brasil são complicados e caros. VERDADE: Embora exista o Simples, que facilitou o pagamento dos impostos, ele atende a apenas uma parcela das empresas. "A grande dificuldade é para a média empresa. A grande tem benefícios fiscais, a pequena pode estar no Simples. Tem empresa que evita crescer muito porque não consegue sobreviver quando muda o regime tributário", diz Tales Andreassi, da FGV.
- Empreendedores têm sorte. MITO: assim como qualquer profissional, empreendedores precisam se preparar se quiserem ter sucesso. "Eles não têm sorte, eles têm espírito inovador, buscam oportunidades onde há problemas, enxergam além do que outras pessoas", diz Tales Andreassi, da FGV.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

HORÁRIO DE VERÃO



ESTAMOS EM TEMPO DE MUDANÇAS PARA O BRASIL QUE QUEREMOS QUE SE CONCRETIZE NO PRÓXIMO DOMINGO COM A ELEIÇÃO DE AÉCIO NEVES E APROVEITAMOS ESTE EMBALO PARA REIVINDICAR A ABOLIÇÃO DO ABOMINÁVEL HORÁRIO DE VERÃO QUE PREJUDICA A TODOS OS BRASILEIROS E NÃO TRAZ ECONOMIA NENHUMA COMO É PROPALADO.

Ele voltou!
Eduardo Costa (Jornalista)
O horário de verão está de volta. Sei que pode soar ultrapassado discutir sua utilidade; afinal, existe entre nós há décadas e foi inspirado em experiências ao redor do mundo. Além do mais, embora esteja entre os trabalhadores obrigados a sair da cama antes de 5 da madrugada não tenho embates com o saudável vento das manhãs. O problema é que, todo ano, me incomoda muito a argumentação do governo. De novo, estão querendo economizar em até 4,5 por cento o consumo de energia entre 18 e 21 horas, o equivalente a mais ou menos 278 milhões.

Embora o número de dias este ano seja maior – 126 – a economia deve ser 31 por cento menor que a do ano passado, em razão da falta de chuvas e, consequentemente, maior uso das usinas térmicas, que são mais caras do que a energia de hidrelétricas. Por aí já começam meus questionamentos. Será que, se houvesse o mínimo de planejamento, para que não precisássemos usar tanto as térmicas, não seria o bastante para a tal da economia? Outra coisa: Todo dia a gente não ouve falar de mais um escândalo, quase sempre jogando no ralo dinheiro público em montante superior ao economizado?

Mas, de verdade, a economia não é minha bronca maior. Quero falar de aspectos humanos, a começar pela eterna discussão sobre os riscos à saúde com a mudança de hábitos agredindo nosso relógio biológico. Será que o dano eventualmente causado a muitos de nós não é maior que o tal benefício econômico? E as questões de segurança? Desde domingo, quando milhões de brasileiras estão indo para o ponto de ônibus durante a madrugada ainda está escuro, ambiente favorável aos ladrões que cada vez estão mais ousados e se valendo da mobilidade que as motocicletas permitem aos que querem furtar e fugir.

Enfim, mais e mais acredito numa convicção de minha mulher de que certas economias devem ser evitadas. Por exemplo, comprar um sapato de 50 reais; afinal, você sabe que não é de boa qualidade, mas, se insiste – sem ser necessário – está abrindo uma brecha para ficar com raiva; vê-lo acabar rapidamente e ter de comprar mais dois, enquanto se, ao contrário, tivesse optado, lá atrás, por um bom par de sapatos de 150 reais teria elegância, segurança e conforto.

Então, que fique clara minha adesão a qualquer iniciativa que resulte em economia de energia, pois, sou um dos brasileiros que percebem a escassez dos recursos naturais, sofre com o mau uso e prevê dias difíceis para as próximas gerações. O que quero é qualidade na economia, no gasto, no uso, no gerenciamento das ações. Algumas decisões governamentais me soam como o discurso do pai que, bebendo cerveja e discutindo, no bar, detalhes de mais uma viagem ao exterior, tenta explicar suas dificuldades em bancar um cursinho preparatório para o filho que sonha fazer faculdade. Ou, a defensora dos animais que me procurou no rádio para ajudar numa campanha de arrecadar ração para seus cães e, quando lhe perguntei se a mãe estava viva, respondeu: “Infelizmente...”

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

MENSALÃO 2



ESTE MENSALÃO 2  É DIFERENTE DO MENSALÃO 1. NESTE CASO, ESTÁ HAVENDO DENÚNCIAS E DENÚNCIAS GRAVES E NO CASO ANTERIOR O MARCOS VALERIO NÃO QUIS FALAR E POR ISSO PEGOU MAIS DE 40 ANOS E OS MENSALEIROS JÁ ESTÃO SOLTOS. SE O AÉCIO GANHAR, VAI DESCOBRIR TANTA “MUTRETA” QUE VAI ARREPIAR QUALQUER UM. ESTE CASO DE ROUBO NA PETROBRAS É MUITO PIOR QUE OS ATENTADOS E MORTES DA ÉPOCA DE GETÚLIO VARGAS.

Gleisi Hoffmann recebeu R$ 1 milhão de esquema da Petrobras 

Mesma quantia foi repassada a Paulo Bernardo, ministro das Comunicações do governo Dilma, segundo o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou ao Ministério Público que Gleisi Hoffmann recebeu R$ 1 milhão do esquema da Petrobras para sua campanha ao Senado petista em 2010, segundo informações do jornal Estado de S. Paulo. Gleisi se isentou do mandato no ano seguinte para ser ministra-chefe da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff.
O ex-diretor de Abastecimento da estatal afirmou ter recebido um pedido do doleiro Alberto Youssef - alvo da Operação Lava Jato, que investiga denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro dentro da Petrobras - para "ajudar na candidatura" da ex-senadora. O dinheiro, segundo a Polícia Federal, foi entregue em espécie a um "emissário" da campanha de Gleisi. 
De acordo com o ex-diretor, o valor era derivado de uma cota equivalente a 1% sobre o valor de contratos superfaturados da Petrobrás e era da "propina do PP", partido da base aliada do governo Dilma.
Costa contou também que o repasse para a campanha de Gleisi pode ser comprovado através da inscrição que ele lançou em sua agenda pessoal, apreendida pela Polícia Federal durante a operação Lava Jato. No caderno também constam anotações que, segundo o ex-diretor, atestam o repasse de R$ 1 milhão feito a outro membro do PT, Paulo Bernardo, que desde 2011 é ministro das Comunicações do governo Dilma.
Após fazer um acordo de delação premiada, Costa contou que o PT e o PMDB recebiam parcelas dos contratos de diretorias da Petrobras, e que, em alguns casos, 3% do valor ia pra o partido do governo. Construtoras também doaram milhôes a partidos da base parlamentar de apoio ao governo em 2010, segundo o ex-diretor.

Youssef: para fazer obra para Petrobras, só pagando pedágio

Doleiro disse que não era mentor nem chefe do esquema, somente uma "engrenagem"


Roger Pereira 

Em depoimento na tarde de ontem na sede da Justiça Federal no Paraná, o doleiro Alberto Youssef disse que operava o sistema de propina na Petrobras desde setembro de 2005, através do ex-deputado José Janene. Ele disse que era responsável pela operação financeira do esquema que funcionava através do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, e que esse não era o único esquema dentro da companhia.
“Toda empresa que tinha uma obra na Petrobras, tinham que pagar 1% para a área de abastecimento e 1% para a área de serviços”, conta, dizendo que operava as propinas na área de abastecimento e que a área de serviços era operada por João Vaccari. O dinheiro desviado, segundo o doleiro, ia para “agentes políticos”.
Depondo na Justiça Federal do Paraná, Youssef foi orientado a não citar o nome de nenhum político com mandato por conta do foro privilegiado dos mesmos, referindo-se a todos apenas como agentes políticos. Apesar de ainda não ter acordo de delação premiado homologado, Youssef depôs como colaborador após concordância da promotoria, do juiz Sérgio Moro e de sua defesa de que o depoimento já poderia fazer parte do acordo que deverá ser confirmado nos próximos dias.
“Não sou mentor nem chefe desse esquema. Sou apenas uma engrenagem desse assunto que ocorria na Petrobras, tinha gente muito acima disso e acima, inclusive de Paulo Roberto Costa, agentes políticos, disse”.
Segundo o doleiro, em todos os contratos da Petrobras com empreiteiras ele recebia 1% do valor a título de propina. Desse total, 30% ia para Paulo Roberto Costa, 5% ficava com ele a título de comissão pelo serviço prestado e todo o restante era destinado a “agentes políticos”, ligados ao PP, ao PT e ao PMDB.

O doleiro exemplificou o esquema com o caso da Camargo Corrêa na obra da refinaria Abreu e Lima. “A Camargo usou a Sanko Sider como fornecedora de tubulação e fez o repasse através da emissão de notas de serviço. A Sanko realmente presatou o serviço à Camargo, mas o valor pago foi acrescido do valor para que o repasse aos agentes políticos pudesse ser feito”, disse. Segundo o doleiro OAS, Queiroz Galvão, Odebrecht, Mendes Junior, Andrade Gutierrez e UTC Engenharia, entre outras empresas adotavam a prática. “As empresas tinham muito claro que só conseguiam o contrato se pagassem o pedágio. Caso contrário, havia pressão política e interferência do Paulo Roberto para que elas perdessem o contrato. As empreiteiras, inclusive, loteavam previamente entre si qual pegaria qual obra”, disse, confirmando um cartel entre as empreiteiras.
Youssef deu nome de todos os diretores de empreiteiras com que tratou, geralmente presidentes, vice-presidentes ou diretores de óleo e gás. Ele disse que, enquanto operava o esquema para o PP, João Vaccari fazia o mesmo para o PT e Fernando Soares, para o PMDB.
Questionado pelo próprio advogado se tinha conhecimento de que, alguns meses antes de Costa assumir a diretoria de abastecimento, que foi retirado do cargo por não concordar em participar do esquema, Youssef negou, mas informou que, para que Paulo Roberto Costa assumisse a diretoria de abastecimento, os agentes políticos trancaram a pauta do Congresso durante 90 dias. “O presidente da época, Luiz Inácio Lula da Silva, ficou louco, mas teve que ceder e empossar Costa na diretoria”.
Outros réus no processo que também foram convocados a depor ontem, Esdra de Arantes Ferreira, Leandro Meirelles, Pedro Argese Júnior, utilizaram o direito de permanecerem calados e não responderam a nenhum questionamento.

Também havia cartéis fora da Petrobras, diz ex-diretor

Paulo Roberto Costa disse que desvios seguiam para partidos da base governista


"A cartelização funcionava na Petrobras e fora da Petrobras. Funcionou, por exemplo, na Repar (Refinaria do Paraná). Em Angra dos Reis e nas hidrelétricas do Norte do País", disse Paulo Roberto Costa 

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
 
Em depoimento à Justiça Federal no Paraná, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que também havia influência de partidos políticos em outras empresas do governo federal além da petroleira, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo.
“A cartelização funcionava na Petrobras e fora da Petrobras. Funcionou, por exemplo, na Repar (Refinaria do Paraná). Em Angra dos Reis e nas hidrelétricas do Norte do País”, disse Costa.
O ex-diretor disse que empreiteiras que realizavam obras para a Petrobras pagavam propinas de 3% dos contratos para os partidos da base governista (PT, PP e PMDB). Segundo ele, as empresas temiam, em represália, ficar sem receber contratos em outras obras dos ministérios ou estatais.
“Primeiro, as empresas tinham interesses em outros ministérios, capitaneados pelos partidos políticos. As empresas que atuam na Petrobras são as mesmas que atuam em obras de ferrovias, rodovias, aeroportos, portos, usinas hidrelétricas, de saneamento básico, no Minha Casa Minha Vida. Ou seja, em todos os programas a nível de governo tem partidos políticos interessados”, afirmou Costa.

De acordo com informações da Folha de S. Paulo, Costa trabalhou para o senador Lindbergh Farias (PT) nas eleições deste ano para o governo do Estado do Rio de Janeiro. Uma de suas incumbências era pedir doações a empreiteiras em nome do candidato. Por meio de sua assessoria, o petista confirmou que Costa participou de três reuniões de sua campanha, mas somente para colaborar com a elaboração do programa de governa na área de óleo e gás.
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Paulo Roberto Costa fez acordo de delação premiada com procuradores da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. O acordo prevê uma pena menor em troca de informações. O ex-diretor da Petrobras deixou a carceragem da Polícia Federal no último dia 1º e está em prisão domiciliar em sua casa, no Rio de Janeiro.

Desvio na Petrobras financiou PT, PMDB e PP, diz ex-diretor

Dinheiro foi repassado para as campanhas políticas de 2010, segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa


Paulo Roberto Costa foi nomeado para o cargo em 2004, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e demitido em 2012 por Dilma Rousseff 

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
 
Em depoimento à Justiça Federal na quarta-feira, em Curitiba, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que recursos para obras da estatal foram desviados para financiar campanhas de três partidos nas eleições de 2010. De acordo com informações dos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o executivo se referia ao PT, PMDB e PP.
O dinheiro correspondia a 3% dos valores líquidos dos contratos. Esse percentual era dividido entre o próprio Costa e os partidos, segundo advogados que acompanharam o interrogatório.
Costa foi nomeado para o cargo em 2004, pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e demitido em 2012 por Dilma Rousseff. Ele foi indicado or sugestão do deputado José Janene (PP/PR), apontado pela Polícia Federal como parceiro do doleiro Alberto Youssef. O apoio do PT e do PMDB teria vindo depois.

A acusação sobre os desvios para campanhas em 2010 foi feita no primeiro depoimento à Justiça após Costa ter feito acordo de delação premiada com procuradores da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem de dinheiro. O acordo prevê uma pena menor em troca de informações. O ex-diretor da Petrobras deixou a carceragem da Polícia Federal no último dia 1º e está em prisão domiciliar em sua casa, no Rio de Janeiro.
Ele ainda disse que foi nomeado pelo cargo já sabendo que teria de levantar recursos ilícitos para os partidos. Além disso, teriam participado do esquema o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e três ex-diretores da estatal: Nestor Cerveró, Jorge Zelada e Renato Duque.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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