ESTAMOS EM TEMPO DE
MUDANÇAS PARA O BRASIL QUE QUEREMOS QUE SE CONCRETIZE NO PRÓXIMO DOMINGO COM A
ELEIÇÃO DE AÉCIO NEVES E APROVEITAMOS ESTE EMBALO PARA REIVINDICAR A ABOLIÇÃO
DO ABOMINÁVEL HORÁRIO DE VERÃO QUE PREJUDICA A TODOS OS BRASILEIROS E NÃO TRAZ ECONOMIA
NENHUMA COMO É PROPALADO.
Ele voltou!
Eduardo
Costa (Jornalista)
O horário
de verão está de volta. Sei que pode soar ultrapassado discutir sua utilidade;
afinal, existe entre nós há décadas e foi inspirado em experiências ao redor do
mundo. Além do mais, embora esteja entre os trabalhadores obrigados a sair da
cama antes de 5 da madrugada não tenho embates com o saudável vento das manhãs.
O problema é que, todo ano, me incomoda muito a argumentação do governo. De
novo, estão querendo economizar em até 4,5 por cento o consumo de energia entre
18 e 21 horas, o equivalente a mais ou menos 278 milhões.
Embora o número de dias este ano seja maior – 126 – a economia deve ser 31 por cento menor que a do ano passado, em razão da falta de chuvas e, consequentemente, maior uso das usinas térmicas, que são mais caras do que a energia de hidrelétricas. Por aí já começam meus questionamentos. Será que, se houvesse o mínimo de planejamento, para que não precisássemos usar tanto as térmicas, não seria o bastante para a tal da economia? Outra coisa: Todo dia a gente não ouve falar de mais um escândalo, quase sempre jogando no ralo dinheiro público em montante superior ao economizado?
Mas, de verdade, a economia não é minha bronca maior. Quero falar de aspectos humanos, a começar pela eterna discussão sobre os riscos à saúde com a mudança de hábitos agredindo nosso relógio biológico. Será que o dano eventualmente causado a muitos de nós não é maior que o tal benefício econômico? E as questões de segurança? Desde domingo, quando milhões de brasileiras estão indo para o ponto de ônibus durante a madrugada ainda está escuro, ambiente favorável aos ladrões que cada vez estão mais ousados e se valendo da mobilidade que as motocicletas permitem aos que querem furtar e fugir.
Enfim, mais e mais acredito numa convicção de minha mulher de que certas economias devem ser evitadas. Por exemplo, comprar um sapato de 50 reais; afinal, você sabe que não é de boa qualidade, mas, se insiste – sem ser necessário – está abrindo uma brecha para ficar com raiva; vê-lo acabar rapidamente e ter de comprar mais dois, enquanto se, ao contrário, tivesse optado, lá atrás, por um bom par de sapatos de 150 reais teria elegância, segurança e conforto.
Então, que fique clara minha adesão a qualquer iniciativa que resulte em economia de energia, pois, sou um dos brasileiros que percebem a escassez dos recursos naturais, sofre com o mau uso e prevê dias difíceis para as próximas gerações. O que quero é qualidade na economia, no gasto, no uso, no gerenciamento das ações. Algumas decisões governamentais me soam como o discurso do pai que, bebendo cerveja e discutindo, no bar, detalhes de mais uma viagem ao exterior, tenta explicar suas dificuldades em bancar um cursinho preparatório para o filho que sonha fazer faculdade. Ou, a defensora dos animais que me procurou no rádio para ajudar numa campanha de arrecadar ração para seus cães e, quando lhe perguntei se a mãe estava viva, respondeu: “Infelizmente...”
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