sábado, 7 de junho de 2014

NANOSATÉLITES



NANOSATÉLITES

Vocês sabem que existem nanosatélites? E que o nanosatélite brasileiro será lançado agora no mês de junho?
Mas, antes de falarmos sobre nanosatélites, vamos mostrar através de um ótimo artigo o que é “nanotecnologia”.

O que é nanotecnologia?

Hoje iremos falar de uma tecnologia que já faz parte da vida das pessoas há muito tempo: a nanotecnologia. Ela está presente em muitos componentes eletrônicos, desde computadores até aparelhos da medicina e outros tantos itens que possuem alta tecnologia. Se você ainda não conhece sobre esta tecnologia, talvez este artigo possa lhe esclarecer muito. Já para quem sabe a respeito da nanotecnologia, alguma coisa ainda pode ser novidade em nosso artigo.
O que é um nanômetro?
Na verdade, um nanômetro é uma medida como outra qualquer. Assim como você já deve conhecer o centímetro, o metro e o quilômetro, agora está na hora de ser apresentado ao nanômetro. Explicar com palavras o que é um nanômetro é simples, basta dizer que ele equivale a um bilionésimo de metro, mas isso não explica realmente o que é o nanômetro. Por isso, elaboramos uma imagem que dá uma ideia do quão pequeno é o nanômetro, confira.
Comparação entre grandezas
Bola de Futebol: 0,29 m (29 cm)
Lua: 3.474.800 m (3.474,8 km)
Moeda de cinco centavos: 0,012 m (1,2 cm)
Nanômetro: 0,000000001 m (1 nm)  
Imagine se pudéssemos aumentar medidas numa mesma proporção. Ao aumentar o nanômetro ele deveria ficar com o tamanho de uma bola de futebol. Em compensação, uma moeda de 1 centavo (que mede aproximadamente 1,7cm) seria maior do que a Lua. Ou seja, a relação entre um nanômetro e uma moeda de 1,2 cm, seria o mesmo que comparar uma bola de futebol com a Lua. Fantástico, não é mesmo?
Através desta comparação, fica bem claro o porquê da alta complexidade ao se trabalhar na escala de nanômetros. Essa tecnologia só existe em laboratórios e indústrias com equipamentos de alta precisão, afinal, são necessárias máquinas muito precisas para trabalhar com componentes tão pequenos, os quais são invisíveis aos nossos olhos.
Por que nanotecnologia?
Como é possível visualizar, o nanômetro não é uma partícula ou um componente da eletrônica, mas é apenas uma mera forma de medida. O nome nanotecnologia foi escolhido em decorrência do pequeno tamanho de vários itens utilizados para a construção de componentes inteligentes e de alta tecnologia. O nome nanotecnologia já foi citado há muito tempo atrás, quando os cientistas ainda estavam sonhando com algo de um tamanho tão minúsculo.
O termo “nanotecnologia” foi criado e definido pela Universidade Científica de Tóquio, no ano de 1974. Entre 1980 e 1990 muitas outras teorias foram elaboradas em cima da definição básica criada por um professor da Universidade de Tóquio. Finalmente, no ano de 2000 a nanotecnologia começou a ser desenvolvida em laboratórios e as pesquisas em cima desta tecnologia aumentaram significativamente, tanto que hoje ela é o centro das atenções em várias áreas da Ciência.
Como começou a nanotecnologia?
A primeira vez em que se falou em nanotecnologia já faz muito tempo. Um físico chamado Richard Feynman comentou em Dezembro de 1959 sobre um breve conceito desta tecnologia. Ele comentou a respeito do poder de manipulação de átomos e moléculas, algo que resultaria em componentes tão pequenos, que o homem nem poderia ver.
Onde é aplicada esta tecnologia?
Bem, a nanotecnologia é aplicada em mais de 800 produtos atualmente, contudo, vamos nos ater apenas aos que mais interessam. Como somos um site de tecnologia, não poderíamos deixar de falar do principal componente onde a nanotecnologia é utilizada: o computador. Os processadores de computador são, provavelmente, os componentes eletrônicos que mais se utilizam da nanotecnologia. No atual mercado encontram-se processadores de 45nm, os quais possuem uma tecnologia muito avançada para poder trabalhar em alta velocidade. Evidentemente, o processador não tem dimensões em nanômetros, mas as peças dentro dele são desta escala minúscula.
Além dos processadores, as placas de vídeo têm vários componentes nanoscópicos. Tanto NVIDIA como ATI possuem processadores gráficos (os famosos GPUs) elaborados com tecnologia nano. Vale frisar que cada novo modelo que sai, os GPUs ficam mais poderosos e ao mesmo tempo, tendem a utilizar uma tecnologia nano em menor escala. Algumas placas utilizam nanotecnologia de 90nm, já as placas mais modernas utilizam 55nm ou até menos.
Os vídeos games possuem tantos componentes internos, e tudo cabe em um espaço tão pequeno, que provavelmente se não fosse utilizada a nanotecnologia em vários desses componentes, eles seriam caixas enormes e pesadas. Graças aos componentes nanotecnológicos, os vídeo games tornaram-se incríveis e são verdadeiras plataformas de entretenimento.
A nanotecnologia continuará existindo?
Sem dúvida alguma esta tecnologia não deve desaparecer com facilidade, afinal, ela ainda não foi totalmente explorada. O Baixaki já divulgou inclusive dois artigos sobre futuros componentes que serão criados com nanotecnologia e que devem revolucionar a informática e a eletrônica.
Um dos artigos falava sobre o Memristor, o novo componente da eletrônica que deve utilizar a tecnologia para modificar totalmente o sistema de armazenamento e de memória dos computadores.
O segundo artigo mostrou o novo processador que a Intel está desenvolvendo, o qual deve trabalhar na escala de 22nm. Este novo processador ainda é apenas um projeto e está sendo desenvolvido aos poucos nos laboratórios da maior empresa de processadores do mundo. O novo CPU deve trazer 32 núcleos, um exagero no momento, mas certamente algo que será muito útil no futuro.
Em quais outras áreas a nanotecnologia pode ser útil?
Evidentemente, esta tecnologia não foi criada somente para ajudar na informática, mas para revolucionar de maneira geral em qualquer área onde fosse necessário. Atualmente, pode-se relatar a aplicação da nanotecnologia na Medicina, na Química, na Física quântica, nas indústrias que criam protótipos aeroespaciais, refinarias e muitas tantas outras áreas.
Na medicina, por exemplo, temos como exemplo aparelhos para diagnosticar determinadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas com base em sintomas e exames comuns. Além disso, a nanotecnologia é muito utilizada para criar remédios, afinal, trabalhar com componentes químicos de tamanho tão pequeno, exige uma tecnologia minúscula o suficiente.
Este artigo foi apenas uma introdução a nanotecnologia, pois caso fôssemos abordar o assunto com detalhes e explicações complexas, não caberia tudo em apenas uma página. Você já conhecia a nanotecnologia? Ficou maravilhado em saber sobre sua existência nos computadores? Comente a respeito, sua opinião é importante.
Agora vamos falar de nanosatélites através de vários artigos interessantes. 

José Monserrat Filho

A Era Espacial foi inaugurada por um pequeno satélite. O Sputnik-1, lançado pela ex-União Soviética em 4 de outubro de 1957, era uma esfera de 58 cm que pesava 83,6 kg. Voou durante 22 dias a uma altitude entre 228 e 947km, sem nenhuma função específica. Levava a bordo nada além de dois transmissores de rádio de 1 W, com duas longas antenas, operando entre 20,005 e 40,002 MHz e emitindo um único e obstinado - "bip,bip,bip" -, sintonizado por qualquer rádio-amador. Era, portanto, absolutamente inofensivo. Mas causou pânico nos EUA. Por quê?
Porque a parte mais importante desse lançamento espacial pioneiro não era o satélite. O Sputnik I não passava do "escada", como se diz em linguagem teatral, para o personagem principal, o foguete lançador (19 m de altura, dois estágios, 240 ton na decolagem) batizado com o nome de R7, o temido "Semyorka", que emergia no palco da política mundial, em plena Guerra Fria, como poderoso míssil balístico intercontinental, capaz de lançar ogivas nucleares no outro lado do Terra, ou seja, nos EUA, rompendo, assim, a decantada invulnerabilidade do território norte-americano.
Daí que um pequeno satélite, instalado nos ombros do gigante R7, gerou uma grande mudança global. As potências rivais tinham agora que sentar-se à mesa de negociações para discutir a nova situação geopolítica do mundo e atender, até onde permitissem seus planos estratégicos, aos ardentes anseios de paz de todo um planeta à beira da catástrofe nuclear.
Antes, dizia-se abertamente, o país que dominar o espaço, dominará o mundo. Inaugurada a Era Espacial por quem menos se esperava fosse capaz de tamanho feito, passou-se a apregoar o uso pacífico do espaço. Mas essa visão não durou muito. De certo modo, serviu para acalmar a opinião pública, alarmada com a ameaça da terceira guerra mundial, fadada a ser um choque de extermínio total. Apesar da perspectiva atordoante, a Guerra Fria não iria parar simplesmente porque os humanos tinham, enfim, chegado ao espaço.
Já em 1956, antes, portanto, do lançamento do Sputnik-1, os EUA aprovavam o projeto do primeiro satélite de reconhecimento, o Corona (resolução de 12m), que viria revolucionar os sistemas de inteligência a partir de 1960, substituindo o avião de espionagem U-2. Um desses aparelhos, pilotado por Francis Gary Powers, funcionário da CIA, foi abatido pela URSS e exibido no desfile de 1º de maio daquele ano. Em 1961, a URSS lançava seu primeiro satélite de reconhecimento, o Zenit (resolução de 10-15m).
A Guerra Fria crescia e se aperfeiçoava. Contudo, por acordo mútuo as duas grandes potências decidiram deixar de lado o espaço exterior como zona de conflito bélico - a mesma situação criada para a Antártida pelo Tratado de 1959, em vigor ainda hoje.
Não por acaso, apenas dez anos após o lançamento do Sputnik-1, o Tratado do Espaço, de 1967, foi capaz de proibir a colocação em órbita de armas de destruição em massa (nucleares, químicas e biológicas) e desmilitarizou totalmente a Lua e demais corpos celestes. Mas não logrou fechar o espaço para os voos suborbitais dos mísseis balísticos de grande alcance portadores de ogivas nucleares, nem para o emprego de outros tipos de armas, e muito menos regulamentar o chamado uso militar passivo do espaço (reconhecimento, comunicação, mapeamento, precisão de tiro etc.), de modo a impedir que ele vá além das ações de defesa e se torne uma forma de agressão.
Hoje, o uso de pequenos, micros e nano satélites é tendência universal sem volta. Os satélites militares são todos apresentados como sendo de defesa. Mas quantos o são efetivamente? E como adotar critérios imparciais e objetivos, reconhecidamente justos e válidos para toda a comunidade internacional, separando o joio do trigo? É aí que a porca torce o rabo.
Menores, mais rápidos, melhores e mais baratos (M-MR-M-MB). Assim são vistos hoje os pequenos satélites, sejam quais forem seus nomes - microsat, cubesat, cansat, nanosat, picosat etc. Suas vantagens não deixam qualquer dúvida. Eles podem ser desenvolvidos com infraestrutura simples e de baixo custo. Você gasta bem pouco para montar seu próprio pequeno satélite. Esse benefício não tem preço. As forças armadas de inúmeros países já sabem disso faz tempo. Os países em desenvolvimento também. Muitas universidades do mundo inteiro, idem. Pequenas e médias empresas, idem, idem. Jovens estudantes, inclusive de graduação e em especial os de engenharia, talvez tenham sido os primeiros a projetarem e lançarem pequenos satélites, não importando as dificuldades enfrentadas.
Estamos assistindo à invasão do espaço por enxames de pequenos satélites. Já se faz um único lançamento com dezenas deles. Eis alguns exemplos recentes:
Em 19/11/2013, 29 satélites, sendo 28 pequenos, foram lançados por um foguete Minotauro-1, dos EUA, a partir da base de Wallops. Um deles efetua missão de comunicação para a Força Aérea norte-americana. O lançamento custou 28,8 milhões de dólares - menos de um milhão por satélite, em média.
Dos 28 pequenos satélites, 11 eram de pesquisas incentivadas pela Nasa, entre eles o TJ3Sat, projetado por alunos do ensino médio da Escola Superior Thomas Jefferson para a Ciência e a Tecnologia, de Alexandria, Virgínia, EUA. Trata-se de um módulo sintetizador de voz que lê textos em voz alta e envia a gravação ao satélite para serem baixados pela Internet. A Escola Superior Thomas Jefferson, por sinal, oferece um curso especializado em nano satélites, junto com engenheiros da indústria espacial. Os 11 satélites têm forma cúbica com 10 cm de cada lado e volume de 0,95 litros. Pesam 1,36kg, no máximo, e cumprem missões científicas, tecnológicas ou educativas.
A iniciativa faz parte da 4ª missão "Decolagem Educativa de Nano Satélites", da Nasa. Dela participaram nove universidades norte-americanas (Alabama, Drexel, Florida, Hawai, Kentucky, Louisiana at Lafayette, New Mexico, St. Louis, Thomas Jefferson High School e Vermont) e o Centro de Pesquisa Ames da Nasa.
"Os avanços da comunidade de pequenos satélites estão permitindo acelerar o desenvolvimento das tecnologias de voo, que serão transferidos à indústria espacial", frisou Jason Crusan, diretor da divisão de Sistemas Avançados de exploração da Nasa e supervisor do programa. E anunciou: "Nossas futuras missões se apoiarão no trabalho desta comunidade". Para Leland Melvin, diretor associado de Educação da Nasa, tais satélites oferecem às "melhores e mais brilhantes mentes jovens" a chance "de descobrir a emoção da exploração espacial e, ao mesmo tempo, enfrentar os desafios tecnológicos e de engenharia".
Um dia depois desse lançamento múltiplo, seu recorde foi batido pela Rússia. Em 21/11, um foguete Dnepr lançou 32 satélites, a maioria deles cubesats, de carona com o satélite DubaiSat-2, de observação da Terra de 300kg, produzido pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Avançadas dos Emirados Árabes Unidos.
Entre os cubesats, estavam os britânicos Funcube-1, de 1kg e 10 cm de altura, e os KHUSat 1 and 2, além de um cubesat peruano com um sensor de temperatura de 8 cm de altura e 97 gramas - o sensor de bolso (Pocket-PUCP), considerado o menor satélite funcional jamais posto em órbita da Terra.
O Funcube-1, criado pela Amsat-UK (Radio Amater Satellite Corporation do Reino Unido), leva a bordo um transponder que transmite sinais capazes de ser captados por escolares usando um simples receptor USB.
Detalhe curioso: o Funcube-1, ante as dificuldades de obter licença de acesso ao espaço no Reino Unido, só logrou voar graças às facilidades da lei dos Países Baixos. É como se fosse uma nave de bandeira holandesa. O uso de bandeira alheia, comum na marinha mercante, começa a chegar ao espaço. Os juristas espaciais tendem a rejeitar tal solução, pois ela pode confundir a definição do Estado Lançador que deve responder por eventuais danos causados a terceiros.
Os cubesats KHUS-1 e -2 (também chamados de Cinema-2 e -3) resultam da parceria entre três Universidades: da Califórnia, Berkeley, EUA; Kyung Hee, Coreia do Sul; e Imperial College, Reino Unido. Os satélites têm a missão de estudar o ambiente próximo da Terra e sua interação com o Sol. O famoso Imperial College, de Londres, contribuiu com um mini magnetômetro, batizado com o nome de "Mágico", que registra as condições na magnetosfera - as bolhas de linhas do campo magnético que envolvem o planeta e desviam muito da matéria lançada pelo Sol em nossa direção. O Cinema-1 foi lançado em setembro de 2012, o que significa que o projeto já tem mais de um ano.
Na Ásia, há também forte interesse pelos pequenos, micro e nano satélites. Não por acaso, a APSCO (Asia Pacific Space Cooperation Organization - Organização de Cooperação Espacial da Ásia Pacífico) promoveu em setembro passado, na capital da Mongólia, Ulan Bator, um curso sobre o estado d'arte dos pequenos, micros e nano satélites e suas tendências futuras, visando promover o desenvolvimento, a inovação e as aplicações desses satélites nos países membros - Bangladesh, China, Indonésia, Irã, Mongólia, Paquistão, Peru, Tailândia e Turquia.
Na África, cabe destacar o trabalho em curso na área dos pequenos satélites realizado na Nigéria, África do Sul, Marrocos, Egito, Gana, Sudão, entre outros.
Na América Latina, a Agência Espacial Brasileira (AEB) vem de propor na reunião de Bogotá, realizada em 29 e 30 de outubro passado entre agências espaciais da região, a criação da Aliança Latino-Americana de Agências Espaciais (ALAS), para coordenar programas e projetos de interesse comum, inclusive um de cooperação entre universidades da região para a construção de pequenos, micros e nano satélites.
A Organização das Nações Unidas (ONU), através de seu Escritório de Assuntos Espaciais, com sede em Viena, Áustria, tem sido muito ativa no apoio à formação de especialistas em tecnologias de pequenos, micros e nano satélites nos países em desenvolvimento. Desde 1971, há mais de 40 anos, portanto, o Programa de Aplicações Espaciais da ONU organiza workshops, seminários, simpósios e encontros de peritos, com caráter prático, para beneficiar o mundo mais carente.
Em 2009, o Escritório da ONU lançou a Iniciativa de Tecnologia Espacial Básica (Basic Space Technology Initiative - BSTI), para atender à demanda de pessoal especializado no desenvolvimento de pequenos, micro e nano satélites, inclusive com planos de criação da necessária infraestrutura de construção e testes, bem como o incremento da cooperação internacional e do conhecimento do direito que regulamenta tais atividades.
O mais recente simpósio da BSTI teve lugar na Universidade Zayed, na Cidade Acadêmica de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 20 a 23 de outubro deste ano, e tratou de um tema que fala por si: "Missões de Pequenos Satélites para as Nações em Desenvolvimento". O evento conheceu 27 trabalhos, de 15 países, inclusive do Brasil - Fernando Stancato abordou o desenvolvimento de pequenos satélites no INPE.
"Os recursos naturais da floresta amazônica no Brasil, sobretudo os minerais e os de propriedades medicinais (ervas, cascas de árvores, seivas e raízes diversas), podem ser explorados com o emprego de micro e nano satélites" - afirmou Muhammad Shadab Khan, engenheiro indiano, no Simpósio sobre "Aplicações Inteligentes e Economicamente Eficazes de Micro e Nano Satélites nos Países em Desenvolvimento", organizado pela ONU e pelo Japão, em Tóquio, em 2012. Já pensamos nisso?
Nano lançadores à vista? O norte-americano Garrett Skrobot, considerado um pioneiro dos cubesats, confidenciou ao jornal "Space News" que, estimulado pelo "boom" dos micro e nano satélites, ele vem trabalhando com o Programa de Inovação em Pequenos Negócios da Nasa na busca de tecnologias para viabilizar nano lançadores. "Se tivermos nosso próprio sistema de lançamento, podemos programar lançamentos em pontos específicos no tempo requerido" - prevê Skrobot.
Vale notar que os países em desenvolvimento já começam a sentir a necessidade de contar com lançador próprio para seus pequenos, micro e nano satélites.
Uma razão para a miniaturização de satélites é reduzir o custo: satélites maiores e mais pesados requerem foguetes maiores e o custo de lançamento é mais elevado; satélites menores e mais leves podem ser lançados a bordo de veículos lançadores menores e mais baratos e, algumas vezes, podem ser lançados em conjunto. O lançamento pode ser feito em "piggyback", isto é, junto com um satélite maior em um grande foguete. Satélites miniaturizados podem ser projetados e construídos com um custo menor, o que favorece sua produção em massa, embora apenas satélites de comunicação e para posicionamento global utilizem "constelações" com dúzias de satélites. Essas constelações ou grupos de satélites muitas vezes é chamado de swarms.
Além do custo mais baixo, a principal razão para uso de satélites miniaturizados é a possibilidade de se realizar missões que um satélite maior não poderia fazer, tais como:
·         constelações (swarms) para uma comunicações envolvendo um fluxo baixo de dados;
·         usar formações para colher dados de múltiplos pontos;
·         inspeção orbital de satélites maiores;
·         pesquisas universitárias

Satélites maiores, geralmente usam foguetes à base de monopropelentes ou bipropelentes para propulsão e controles de altitude; esses sistemas são complexos e exigem uma quantidade mínima de volume/área de superfície para dissipar o calor produzido. Esses sistemas são usados em microsats maiores, enquanto que microsats menores e nanosats têm que usar propulsão elétrica, ou a base de gás comprimido, líquidos vaporizáveis (tais como o butano ou o dióxido de carbono) ou outros sistemas de propulsão inovadores que sejam simples, baratos e escaláveis.
Microsats podem usar sistemas convencionais de rádio in UHF, VHF, banda-S e banda-X para transmissão de dados, embora frequentemente satélites miniaturizados utilizem tecnologias mais recentes para se compararem aos grandes satélites. Satélites muito pequenos, como os nanosats e microsats menores podem carecer de fonte de energia ou tamanho suficiente para os grandes radio transponders, e vários inovadores sistemas miniaturizados de comunicação tem sido propostos, tais como receptores a laser, antenas especiais e redes de comunicação satélite-para-satélite. Poucas dessas propostas podem ser efetivamente usadas na prática.
A parte eletrônica precisa ser rigorosamente testada e modificada para uma maior miniaturização ou ser resistente ao ambiente espacial (vácuo, microgravidade, temperaturas extremas, e exposição à radiação). Satélites miniaturizados possibilitam testar novos hardwares com um custo relativamente baixo. Além disso, como a relação custo/risco das missões é muito menor, pode-se incorporar tecnologias de ponta, porém não testadas em condições espaciais, aos micro e nanosats, o que não seria conveniente de fazê-lo em missões mais caras, com menor apetite por riscos.

Um satélite é qualquer objeto que orbita ao redor de outro, que se denomina principal. Os satélites artificiais são naves espaciais fabricadas na Terra e enviadas em um veículo de lançamento. Os satélites artificiais podem orbitar ao redor de luas, cometas, asteróides, planetas, estrelas ou inclusive galáxias. Depois de sua vida útil, os satélites podem ficar orbitando como lixo espacial, até que reentrem na atmosfera terrestre, ou podem ser direcionados, através do uso de propulsores, ao espaço profundo.
Os satélites artificiais podem ser catalogados ou agrupados segundo sua massa, como mostrado abaixo:
  • Grandes satélites: cujo peso seja maior a 1000 kg;
  • Satélites médios: cujo peso seja entre 500 e 1000 kg;
  • Mini satélites: cujo peso seja entre 100 e 500 kg;
  • Micro satélites: cujo peso seja entre 10 e 100 kg;
  • Nano satélites: cujo peso seja entre 1 e 10 kg;
  • Pico satélite: cujo peso seja entre 0,1 e 1 kg;
  • Femto satélite: cujo peso seja menor a 100 g.

sábado, 31 de maio de 2014

QUITAÇÃO DE DÍVIDA

BRASILEIROS QUITAM A SUA DÍVIDA DE 2014 COM OS GOVERNOS

Hoje, no dia trinta e um de maio, todos os trabalhadores brasileiros completam a sua contribuição obrigatória, depois de trabalharem 151 dias, desde o início do ano, para os cofres públicos, dedicando cinco meses do ano de todo o esforço do seu trabalho para quitarem a dívida de 2014 para o pagamento de impostos e taxas.
Os impostos que todos os brasileiros pagam são os seguintes: Tributos incidentes sobre salários e honorários, tais como Imposto de Renda e Contribuições Previdenciárias, os tributos embutidos nos produtos e serviços, como PIS, CONFINS, ICMS, IPI, ISS e também sobre o patrimônio, como, IPTU, IPVA, ITCMD, ITBI e ITR. As taxas de limpeza pública, coleta de lixo, emissão de documentos, bem como as contribuições, como no caso da iluminação pública. Estas despesas aumentam ainda  se forem incluídos os gastos em saúde, educação e outros serviços particulares.  
Comparação com o tempo dedicado para acertar as contas com os fiscos municipal, estadual e federal do Brasil com o de outros países. Na Noruega, 154 dias, na Hungria, 142 dias, na Alemanha, 138 dias, na Bélgica, 102 dias.
Nos países acima citados, o investimento do capital recolhido pelo governo é percebido no aumento da qualidade de vida da população e nos investimentos realizados que são vistos e todos percebem.
Aqui no Brasil, apesar dos altos impostos, as verbas públicas somem e não há dinheiro para investimentos em obras e melhoria da qualidade de vida da população, não vemos eficiência do governo para gerir a máquina pública e administrar os gastos.  
Entra governo e sai governo, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Isto é, sai uma panela e entra outra e nada se resolve.
À proposito do assunto em pauta, transcrevo o artigo do Jornalista Manoel Hygino editado no Jornal Hoje em dia do dia 31/05/2014, que através da comparação com um episódio ocorrido na Marinha Mercante Britânica com a situação política atual do Brasil, alerta para a situação apropriada do momento onde ocorrerá uma eleição importantíssima este ano e nós que pagamos muitos impostos, saibamos contribuir para as mudanças profundas que esperamos que ocorram após as eleições.



Manoel Hygino (Jornalista)

Yves Mello enviou a Fernando Guedes e este me reencaminhou um caso muito interessante e que de perto diz respeito ao período político que atravessamos. Refere-se a episódio envolvendo a Marinha Mercante Britânica, cujos marujos em uma embarcação não tomavam banho nem trocavam de roupa, há meses.

Por óbvias razões, o odor fétido percorria todas as áreas. O fato não escapou, como não poderia, à sensibilidade olfativa do comandante. Este convocou a sua cabine o imediato e o advertiu severamente:
– Mr. Simpson: o navio exala mau cheiro desagradável e pútrido. Manda os homens trocarem suas roupas. Imediatamente.
O imediato, atento, obedeceu: “Aye, aye, Sir...”.
Partiu para a parte inferior da embarcação, reuniu seus homens e transmitiu a ordem:
– Marinheiros, o capitão se queixa do fedor a bordo e manda que todos troquem suas roupas. Assim, tu, David, troca a camisa com John; John, troca a tua com Peter. Peter troca com Alfred; Alfred com Gilbert.
Todos mudaram suas roupas, por força do que, contente, o imediato voltou ao seu superior e comunicou: “Sir, todos já trocaram de roupa”. Imediatamente, o capitão, visivelmente aliviado, mandou que a viagem fosse reiniciada. Só no decorrer de algumas milhas constatou-se que os marinheiros apenas tinham permutadas as roupas entre si, sem serem lavadas e sem que os marujos se banhassem. O mau cheiro logo voltou e impregnou desagradavelmente todo o ambiente. 
Como a marinha era de Sua Majestade Real, o episódio automaticamente evoca Shakespeare, que – na voz e palavras do príncipe dinamarquês Hamlet- reclama, após o assassinato do pai, monarca, do ambiente na corte: “Há algo de podre no reino.”
Em resumo, a moral da história: não basta eliminar o odor desagradável com a simples substituição das roupas, se as causas – em outras palavras: a decomposição, a degradação – continuam. No caso da vida política brasileira, é indispensável mudar. Não só as roupas, mas também figuras que as vestem.
A hora se me afigura extremamente apropriada, até porque há uma eleição importantíssima este ano. O homem deste país, o que trabalha, produz e paga impostos, espera que haja uma transformação profunda, mas evidentemente tem de comprometer-se consigo mesmo e com o futuro. Em uma democracia, todos somos responsáveis por nosso próprio destino. 
Sabem todos os brasileiros de onde vem o mau cheiro, podem percebê-lo, identificar seus agentes e contribuir, assim, para eliminar as causas e prevenir contra os efeitos perversos. Acresce que, agora, o mundo está de olho no Brasil. Não podemos demonstrar incapacidade política e despreparo para a prática da democracia, tão duramente reconquistada. 

O mau tempo precisa, mais do que isso, exige transformações. Principalmente depois da Copa, as atenções estarão muito voltadas para nós. Chegou o momento de correspondermos às expectativas.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

DOAÇÃO A UNIVERSIDADE



As Universidades, como qualquer outra instituição, precisam de dinheiro para desenvolver uma série de atividades, incluindo as pesquisas, para a sua subsistência e desenvolvimento.

É nesse ponto que os países desenvolvidos levam vantagem e tiram proveito dos financiamentos que conseguem e desenvolvem suas pesquisas sem a burocracia existente como aqui no Brasil. Por isso pertencem ao primeiro mundo. 

VAMOS ACABAR COM A BURROCRACIA!

Diferentemente dos EUA, doação a universidade é rara no Brasil

Para especialistas, elite nacional não se sente comprometida com educação e futuro do país

LUCIANNE CARNEIRO (EMAIL)

RIO e SÃO PAULO — A visita da presidente Dilma Rousseff ao Massachusetts Institute of Technology (MIT) e à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, abriu o debate sobre o financiamento de universidades brasileiras com recursos de ex-alunos e empresas. Prática comum nos EUA — onde os fundos, chamados de endowments, chegam a reunir mais de US$ 30 bilhões, como é o caso de Harvard —, a doação ainda é rara no Brasil, embora comecem a aparecer iniciativas pingadas. De acordo com o professor de Política Educacional da Faculdade de Educação da USP Romualdo Portela de Oliveira, há na elite dos EUA uma percepção de responsabilidade com a educação, e as doações são muito frequentes:
— No Brasil, temos coisas pontuais, isoladas, algo infinitamente menor. Nossas elites têm muito pouco compromisso com o futuro da nação. Há uma percepção de que isso é responsabilidade do Estado.
Em artigo publicado ontem no GLOBO, Elio Gaspari afirma que poucos dos bilionários brasileiros patrocinam filantropias relevantes, seja por avareza ou por temer má gestão dos recursos. Procurados pela equipe, alguns dos principais bilionários brasileiros (segundo a “Forbes”) não comentaram o assunto.
Para Oliveira, da USP, as doações a universidades refletem uma preocupação social e permitem ganhos para a educação. O Brasil, segundo ele, poderia aprender com o exemplo bem-sucedido dos EUA.
— Ainda que a universidade seja pública, e a maior parte do financiamento venha do governo, não há problema que empresas e pessoas ajudem na sua manutenção — diz.
Para o advogado Felipe Sotto-Mayor, diretor da Endowments do Brasil — que estrutura fundos para universidades —, ainda não há cultura de o brasileiro investir nas universidades que estudou:
— A elite brasileira estuda de graça aqui e doa para a universidade lá de fora, onde fez MBA.
A Fundação Lemann, por exemplo, criada pelo empresário Jorge Paulo Lemann, quarto homem mais rico do país, financia programas de gestão escolar e de bolsas de estudo em várias universidades do mundo. E assinou com a Capes acordo de cooperação para o programa Ciência Sem Fronteiras, que prevê a criação de uma rede de apoio aos bolsistas de pós-graduação de Harvard e outras cinco universidades americanas. O convênio foi assinado em Harvard, durante a visita de Dilma.
Burocracia e falta de estrutura dificultam
O fato de os recursos não serem bem utilizados é um receio de ex-alunos e empresas. Outra dificuldade é a burocracia e a falta de estrutura para as doações.
— Há casos de pessoas que tentam doar por aqui e encontram uma série de dificuldades — conta o professor da USP.
Pouco a pouco, no entanto, algumas iniciativas começam a aparecer. A Escola Politécnica da USP tem hoje dois fundos para receber recursos de ex-alunos e empresas. O primeiro deles foi organizado pela diretoria e estruturado pela Endowments do Brasil, e já arrecadou quase R$ 400 mil. O outro é o Fundo Patrimonial Amigos da Poli, criado por ex-alunos, com meta de levantar R$ 10 milhões até o fim do ano.
— Queremos retribuir para a Poli tudo que recebemos e contribuir para seu crescimento. Já conseguimos R$ 5 milhões — diz Diego Martins, diretor do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, acrescentando que universidades como Yale e Harvard têm mais de um fundo.
Além do fundo da Poli, a Endowments do Brasil também é responsável pelo projeto do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da USP. E negocia hoje com uma universidade do Rio e com a Faculdade de Direito da FGV de São Paulo.
— É mudança lenta. Para formar um fundo, porém, é preciso negociar com possíveis doadores e diferentes áreas das universidades — diz Sotto-Mayor.
Em outras universidades, ainda que não haja fundos organizados, iniciativas começam a ganhar fôlego. A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP (FEA/USP) lançou uma campanha para equipar sua biblioteca, depois de grande ampliação da unidade. Quase R$ 300 mil da meta de R$ 1 milhão já foram arrecadados de pessoas físicas. Outros R$ 700 mil, de um total de R$ 7 milhões, vieram de empresas, pela Lei Rouanet.
— Conseguimos R$ 8,5 milhões com o governo para obras físicas. Mas decidimos fazer essa campanha para equipar a nova biblioteca e movimentar a cultura de doação — diz o diretor da FEA/USP, Reinaldo Guerreiro.
O Instituto Coppead, da UFRJ, por sua vez, tem seis cátedras patrocinadas por empresas — Ipiranga, L’Oréal, Amil, Fiat, Visagio e Organizações Globo.
— As empresas financiam essas cátedras permitindo mais investimento em pesquisa, sem contrapartida — diz Kleber Figueiredo, diretor do Coppead.
* COLABORARAM: Ronaldo D’Ercole e Lino Rodrigues
Uma tradição de séculos
As doações de milionários, ex-alunos e empresas são parte fundamental do orçamento das universidades americanas e estão até mesmo na origem de muitas dessas instituições de ensino.
— As doações são muito importantes na cultura americana e constituem parte substantiva dos orçamentos das universidades — afirma Romualdo Portela de Oliveira, professor de Política Educacional da Faculdade de Educação da USP.
Oliveira explica, por exemplo, que a Cornell University foi criada em 1865, com a doação do empresário Ezra Cornell. Hoje, o fundo da universidade reúne US$ 5,059 bilhões.
Para se ter uma ideia, o valor dos dez maiores fundos de universidades americanas, os endowments, ultrapassava US$ 140 bilhões no ano passado, segundo dados do Instituto de Ciências da Educação dos EUA. O maior dos fundos é o da Universidade de Harvard, com US$ 31,728 bilhões. Os recursos patrocinam desde projetos de pesquisa, construção de salas ou prédios até bolsas para alunos.
As universidades americanas estão totalmente organizadas para receber esses recursos. Há setores que trabalham especificamente para entrar em contato com ex-alunos e organizar encontros para “passar o chapéu”. Além disso, os alunos são constantemente informados dos projetos e unidades financiados por esses fundos.
— Os endowments permitem que as universidades cresçam ainda mais. Universidades como Yale e Stanford têm muitos fundos diferentes que acumulam patrimônio e contribuem fortemente para os projetos — diz Diego Martins, diretor do Fundo Patrimonial Amigos da Poli, da Escola Politécnica da USP.



AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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