Gabriel André – Quora
1. Falta de sono
Durante o sono o cérebro consolida as memórias do dia anterior, organiza o pensamento e exercita a criatividade; além disso, prepara o cérebro para as atividades do dia seguinte. “Um sono de boa qualidade é tão importante para a saúde do cérebro que a recomendação médica atual é de que se deve dormir mesmo que seja com medicamentos indutores do sono, reservados àqueles casos em que não houve resposta aos tratamentos comportamentais como a higiene do sono”, ressalta Einstein F. Camargos, professor do programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas (Mestrado e Doutorado) da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB).
Como corrigir: Aposte em algumas técnicas que ajudam na indução do sono. Desligue aparelhos eletroeletrônicos e apague as luzes. A escuridão ajuda na produção de melatonina, hormônio do sono. Procure dormir, ao menos, 8 horas e, ao longo do dia, invista no gerenciamento do estresse para não levar para a cama os problemas do dia-a-dia. Veja mais dicas para pegar no sono melhor.
2. Sobrecarga mental
O cérebro tem uma capacidade limitada de lidar com afazeres simultâneos. Por isso, o estresse da vida cotidiana moderna tem sido muito prejudicial à saúde mental. “No esforço realizado pelo cérebro em controlar as emoções, algumas áreas deixam de ser estimuladas ou mesmo reabilitadas, levando a uma perda funcional importante que pode se expressar como prejuízos na atenção e queixas de memória”, explica Camargos. Além disso, o estresse crônico libera hormônios —como adrenalina — mantendo o sistema de alerta ativo. “Esse excesso de hormônio pode aumentar os níveis de inflamações e, consequentemente, causar danos celulares, que ao longo do tempo podem danificar o sistema cerebral e elevar a chance de doenças neurodegenerativas”, alerta Wyse.
Como corrigir: Nada de querer abraçar o mundo. Evite fazer várias coisas ao mesmo tempo, realize cada atividade no seu tempo e foque nos problemas importantes e específicos. “Tire o melhor do seu cérebro reduzindo a taxa de distratores”, sugere Teles. Outra dica é evitar ambientes pesados e bagunçados, evitando assim o bombardeio de estímulos.
3. Rotina
É bem menos trabalhoso seguir um roteiro já traçado, mas a rotina automatiza os processos mentais. Por conta dela, deixamos de raciocinar, criar e perdemos a chance de exercitar os neurônios. “Os trabalhos repetitivos, relações interpessoais que caíram na mesmice, falta de projetos, planos, metas, enfim tudo isso leva a uma preguiça cognitiva”, confirma Teles.
Como corrigir: Busque coisas novas e faça a rotina de jeito criativo, alterando caminhos e ambientes, conhecendo pessoas e lugares novos. É importante alimentar o cérebro de vivências intelectualmente mais interessantes. Segundo Wyse, a leitura é uma motivação importante para o cérebro, pois o força a realizar novas conexões, recordar alguma situação, vivenciar uma nova história. Na prática, faz o cérebro trabalhar.
4. Sedentarismo
A atividade física age no sistema nervoso central em vários níveis. “Reduz a ansiedade, derruba os níveis de cortisol e adrenalina, estimula a formação de redes dentro do hipocampo (região responsável pela memorização) e melhora o sono”, informa Teles. Por isso, ficar parado é um problema para a saúde cerebral. Além disso, a falta de atividade física aumenta o risco de obesidade, pressão alta, colesterol elevado, problemas cardíacos, doenças que podem ainda aumentar o risco de doenças isquêmicas, o conhecido AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Como corrigir: Comece devagar e pare de adiar aquela caminhada. Ao se movimentar, ocorre otimização da concentração, do processo criativo e do pensamento lógico. A prática de atividade física tende a elevar a autoestima, ativando regiões cerebrais ligadas ao prazer. “Com isso, o circuito cerebral libera dopamina, o hormônio do prazer que mantém o cérebro ativo e alegre”, fala Wyse.
5. Tecnologia
Não dá mais para viver desconectado, afinal o computador e o smartphone tornaram-se essenciais para a vida social e profissional. Porém, nas redes sociais consumimos uma quantidade enorme de informação sem ao menos conseguir assimilar ou pensar sobre cada uma delas. “Há ainda o risco de terceirização cognitiva, pois as pessoas delegam ao celular, por meio de vários aplicativos o ajuste e lembrete de datas, horários e tarefas e, com isso, a pessoa começa a ficar mais sedentária mentalmente”, alerta Teles.
Como corrigir: É importante não permitir que se desenvolva um grau de dependência, apostando na delimitação de tempo. Pode ter acesso à tecnologia, mas sem ficar refém disso. Também é possível criar vínculos em redes sociais, mas sem abrir mão do mundo real, pois as interações sociais fazem o cérebro trabalhar e ativam a região do prazer.
6. Notícias ruins
Assim como se escolhe o que colocar no prato, também é importante ficar atento às notícias que estão alimentando o nosso cérebro. Uma overdose de informações negativas ativa memórias ruins e interfere na liberação de dopamina.
Como corrigir: É fundamental, de tempos em tempos, equacionar o tipo de estimulo que tem recebido do externo. Aqui, a proposta não é ficar alienado, mas procurar alimentar o cérebro também com informações positivas para ativar os neurônios do bem, como dopamina (prazer) e serotonina (bem-estar).
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