quinta-feira, 15 de abril de 2021

VÍCIO EM SEDUZIR DO HOMEM

 

Simone Demolinari 

“Sou casado, feliz e não tenho interesse em trair minha esposa. Alias, nunca traí. Mas fico me insinuando para as mulheres como se eu fosse solteiro. Tento conquistá-las. Sinto uma vontade incontrolável de conquistar outra mulher, mas quando ela topa eu não tenho coragem de realizar a traição. Já me dei mal várias vezes pois pessoas já mostraram prints meus para minha esposa. Sou mau caráter ? Sou um galinha? Por que eu me prejudico tanto?”

O vício em seduzir é popularmente conhecido como síndrome de Don Juan. Trata-se de uma necessidade permanente em seduzir outras pessoas. O objetivo é o desafio da conquista , como se fosse um jogo. 

O nome Don Juanismo tem a ver com o famoso personagem Don Juan, que, segundo a lenda, era um jovem conquistador, impiedoso e cruel que buscava apenas a conquista e o sexo, abandonando as mulheres logo após atingir seu objetivo. Portanto, é chamado de Don Juan aquele que faz de tudo para conquistar e, tão logo consegue, perde o interesse. 


Mas, apesar de o nome da síndrome ser baseado em um personagem homem, ela pode ocorrer em ambos os sexos. 

Há uma forte ligação entre a necessidade de seduzir com a baixa autoestima. Além disso, há um notório medo de ser traído

Podemos dividir os indivíduos que sofrem dessa síndrome em duas categorias: os que consumam a conquista e os que não consumam. A primeira categoria, após conquistar o objeto de desejo, inicia um breve romance, geralmente de grande intensidade, afinal de contas deposita-se muito investimento naquela conquista. Mas, com a mesma velocidade que começa, termina, pois o conquistador vai, aos poucos, perdendo o interesse. A pessoa conquistada, já apaixonada, fica sem entender o motivo do afastamento, do desinteresse e, por fim, do sumiço do então apaixonado. Muitos nem voltam para terminar, muito menos para contar o que aconteceu. Estão já preocupados com a nova conquista.

Já a segunda categoria é a dos que não consumam a conquista, seduzem, paqueram, investem, mas até garantir o interesse da outra parte. Uma vez certificado disso, perdem o interesse. É uma espécie de aferição do seu prestígio. 

Para ambos os casos, quanto mais “difícil” ou “proibido” for a conquista, mais instigante ela se tornará.

A pergunta que fica é: por que isso acontece?

Há uma forte ligação entre a necessidade de seduzir com a baixa autoestima. Além disso, há um notório medo de ser traído, por isso, num ato inconsciente, o sedutor se mantém aquecido na prática, pois no menor risco de traição, ele não deixa barato. 

O Dom Juanita é um sofredor ao mesmo tempo que também faz o outro sofrer. Sofre pelo vazio emocional que sente, pela baixa autoestima e o constante medo da traição (mesmo que tenha parceiros confiáveis. O problema está nele, e não do outro). E faz sofrer, pois não se preocupa com o sentimento alheio, tratando o outro como objeto para satisfazer as suas necessidades que, após satisfeitas, o descarta sem o menor pudor. Uma lástima!

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