STEPHEN KANITZ
Nos meus 40 anos de administrador e macroeconomista nunca vi tantas pessoas desanimadas e descrentes quanto ao futuro do Brasil como agora.
Em 1993 também havia um desânimo geral com inflação de 2.500%, juros altos etc., por isso eu escrevi “O Brasil Que Dá Certo”, mostrando o outro lado.
O futuro não será tão róseo para eu escrever um novo livro, mas esse artigo dará um alento, e mais importante, já está aí com você.
Na época, como previ, com umas poucas medidas tudo se modificou com o Plano Real que veio em 1994.
A frase chave acima é “com umas poucas medidas tudo se modificou”, e vai acontecer de novo logo, logo, creiam.
A reforma administrativa vem aí, a previdência já foi, algumas estatais serão desestatizadas, e o clima mudará para um moderado otimismo.
A vacina está aí, o Brasil está atrasado, mas não tanto, e em mais dois meses veremos a luz no final do túnel. E os ânimos irão melhorar.
De fato, conseguiram enterrar a Lava Jato, o que é desanimador, mas por outro lado acabaram com os departamentos da corrupção de todas as empreiteiras.
Estancaram as privatizações, mas por outro lado muitas estatais são agora super rentáveis, rendendo dividendos ao governo, meno male.
O PIB não cresce, mas nossa população está caindo.
Teremos capacidade ociosa, maternidades que com pouca mudança virarão hospitais geriátricos.
Nossas despesas colossais com educação deixarão de ser pressionadas.
Baixamos nossa taxa de natalidade de 2,4 para 1,7, por mulher.
O que significa que crianças terão mais recursos para roupas e educação, providas pelas suas próprias famílias e não pelo Estado.
O PIB crescerá um pouco em 2021, mas crescerá muito mais em 2022, um ano eleitoral de gastos públicos maiores.
Em 2022, o PIB ultrapassará 7% ao ano.
Só o turismo aumentando 100% (que é voltar ao normal) contribuirá com 5%. Voos todos lotados, turismo interno bombando, gerando emprego.
Além do que teremos toda a demanda represada de 2019 e 2020, especialmente depois de uma pandemia.
A agroindústria está bombando, justamente a nossa vocação.
Demograficamente estamos caminhando para 10 anos de renda individual máxima com 60% da população entre 30 e 65 anos. Essa é a faixa de renda máxima.
Um trabalhador de 55 anos, ganha quatro vezes mais do que um jovem de 18.
Uma das razões da desigualdade brasileira é que nossas idades também são mal distribuídas. Não mais.
Hoje, a parte jovem e pobre está diminuindo.
Vamos ganhar muito mais do que cada um ganhava há 20 anos, quando tínhamos de 10 a 45 anos. Só isso, já é uma boa notícia.
Os juros baixos irão continuar, bem como a lenta migração de recursos que financiavam o deficit público para financiar a produção.
O mundo está recomendando investir no Brasil, os Estados Unidos e a Europa possuem problemas maiores.
Só em saneamento básico os investidores estrangeiros deverão colocar 600 bilhões em investimentos.
O pior em duas, três semanas, já terá passado.
Vamos, anime-se, e seja mais ativo politicamente.
Esse é o nosso verdadeiro problema.
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