quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

INDEPENDÊNCIA DO BANCO CENTRAL

 

‘A independência formal reforça a independência no uso dos instrumentos’

Por uma feliz coincidência Roberto Campos – o neto – é o primeiro presidente da instituição sonhada pelo avô

Affonso Celso Pastore*, O Estado de S.Paulo

Foi somente em 1966, sob a iniciativa de Roberto Campos, que no Brasil foi criado um banco central. No texto da lei seus diretores teriam mandato fixo e não coincidente com o do Presidente da República. A ilusão durou pouco.

Quando Campos tentou convencer Costa e Silva de que a independência era importante porque o banco central era “o guardião da moeda”, ouviu dele: “o guardião da moeda sou eu”. Tinha início um longo período de “superinflação”, que jogou o país na armadilha do lento crescimento.

Roberto Campos Neto é o primeiro presidente da instituição sonhada pelo avô. Foto: Marcos Correa/PR

Plano Real deu um primeiro passo à frente conferindo à instituição a independência no uso dos instrumentos, e hoje o Congresso aprovou a Lei que dá independência formal aos seus diretores, que passam a ter mandato fixo e não coincidente com o do Presidente da República.

Por uma feliz coincidência Roberto Campos – o neto – é o primeiro presidente da instituição sonhada pelo avô. A Lei estabelece que sem prejuízo de seu objetivo fundamental – atingir a meta de inflação -, a instituição tenha também por objetivos: zelar pela estabilidade e eficiência do sistema financeiro; e suavizar as flutuações da atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

A independência formal reforça a independência no uso dos instrumentos. Comemoremos este importante avanço!

*EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL E SÓCIO DA A.C. PASTORE & ASSOCIADOS.

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