Nova York e Europa mostram dados encorajadores sobre controle da
COVID-19
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TIMOTHY A. CLARY Vista parcial da rua 42, em Nova York, deserta no meio da
pandemia de coronavirus, em 19 de abril de 2020
Os países europeus mais afetados pela nova pandemia
de coronavírus e Nova York, epicentro do surto nos Estados Unidos, mostraram
sinais encorajadores neste domingo na luta contra a doença que ainda mantém
mais da metade da população mundial confinada.
Os Estados Unidos, com mais de 328 milhões de
habitantes, chegaram a 40.661 mortes (1.997 nas últimas 24 horas) neste
domingo, quase metade delas no estado de Nova York, segundo levantamento da
Universidade Johns Hopkins.
Andrew Cuomo, governador do estado, que também
possui quase um terço das 740.000 infecções no país, anunciou pela primeira vez
uma diminuição nas infecções.
"Passamos o pico e tudo indica que estamos em
declínio neste momento", disse Cuomo durante uma conferência de imprensa,
mas alertou que a continuidade dessa tendência depende das ações tomadas.
Itália, Espanha, França e Inglaterra também
registraram quedas na taxa de infecção e também relataram menos mortes por
COVID-19.
Segundo uma contagem da AFP, o Velho Continente
representa quase dois terços das 160.000 mortes registradas em todo o mundo.
No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS)
alertou que a pandemia está longe de ser combatida, com "números ou
aumentos constantes" na Europa Oriental e no Reino Unido.
Na África, oficialmente ultrapassou os 1.000
óbitos, três quartos das quais foram registrados na Argélia, Egito, Marrocos e
África do Sul.
- Debate sobre confinamento -
O acúmulo de evidências sugere que o confinamento e
o distanciamento social foram a chave no combate a essa pandemia, que surgiu no
centro da China no final de 2019.
Mas governos de todo o mundo estão debatendo como e
quando começar a diminuir as restrições ao movimento de pessoas, o que causou
paralisia na economia global.
Os especialistas também expressaram preocupação com
o eventual prolongamento do confinamento e os possíveis problemas de saúde
mental que isso pode causar.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está
confrontando os governadores estaduais por uma possível suspensão das medidas
de confinamento no país, uma discussão que endureceu após o apoio explícito do
chefe de Estado republicano aos protestos contra as restrições.
O vice-presidente Mike Pence disse que todos os
estados têm a capacidade de realizar a quantidade necessária de testes de
COVID-19 para permitir uma reabertura preliminar da economia e retomar
parcialmente a vida normal do país.
No entanto, governadores de vários estados disseram
que sua capacidade de teste está bem abaixo dos níveis exigidos para evitar
novos surtos.
Trump também atacou a China e alertou que este país
poderá enfrentar "consequências" se for "intencionalmente
responsável" pela propagação do vírus.
O laboratório da cidade chinesa de Wuhan, apontado
como uma possível fonte do coronavírus, disse que isso é "impossível"
e descartou toda a responsabilidade pelas dúvidas do Ocidente e acusações de
Trump.
Segundo os cientistas chineses, o vírus pode ter
passado de um animal para outro em um mercado que vendia animais vivos em
Wuhan, epicentro da pandemia.
- Bolsonaro mantém ceticismo -
Na América Latina, a crise da saúde ameaça deixar
uma conta pesada. A região está perto de 5.000 mortes e registrou quase 100.000
infecções.
Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro discursou
para manifestantes que, quebrando a quarentena por causa do novo coronavírus,
se reuniram em frente ao Quartel Central do Exército para solicitar intervenção
militar e o fechamento do Congresso.
Bolsonaro critica constantemente líderes
parlamentares, governadores e prefeitos que defendem medidas de quarentena e de
distanciamento social para conter a disseminação do coronavírus, que no Brasil,
com 210 milhões de habitantes, já causou pelo menos 2.462 mortes entre 38.654
casos confirmados.
A enorme disponibilidade de testes de coronavírus,
um fator-chave para amenizar as restrições de movimento, está longe de ser uma
realidade na região.
Na Bolívia, o governo boliviano admitiu que, nos 40
dias de pandemia no país, apenas 3.900 testes foram realizados. Até o momento,
foram registradas 520 infecções e 32 falecimento neste país, com 11,3 milhões
de habitantes.
- Páscoa ortodoxa em isolamento -
No meio da epidemia, e depois de católicos,
protestantes e judeus, mais de 260 milhões de cristãos ortodoxos celebraram a
Páscoa neste domingo em condições excepcionais, embora em algumas áreas as
regras de distanciamento sejam flexíveis.
O presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, que
minimizou a gravidade da epidemia, visitou uma capela no país neste domingo e
criticou aqueles que "reduzem o caminho para as pessoas irem à
igreja".
Na Geórgia, Ucrânia e Bulgária, os fiéis também se
reuniram para celebrar a Páscoa.
Já na Romênia, Sérvia, Albânia e Macedônia do
Norte, as igrejas permaneceram fechadas.
Na Grécia, milhares de policiais, apoiados por
helicópteros e drones, tentavam impedir as pessoas de sair às ruas.
Em um discurso televisionado, o patriarca russo
Kirill destacou "a terrível doença que atingiu nosso povo". A igreja
está vazia, mas "estamos juntos, uma grande família de crentes
ortodoxos", disse Kirill.
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