Eleições de 2020 desafiam PSDB a se manter no topo e PT a se reerguer
Douglas Rodrigues
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Sérgio Lima/Poder360 O governador de São Paulo, João Doria, durante congresso
do PSDB realizado em dezembro de 2019, em Brasília
O desafio do ano para o PSDB
(Partido da Social Democracia Brasileira) será manter seu poder nas cidades
mais importantes do Brasil. A sigla tem o comando de 30 das 96 cidades mais
populosas do país, grupo que reúne as 26 capitais e outros 70 municípios com
mais de 200 mil eleitores.
Os tucanos governam hoje 20,9 milhões de eleitores
em todo o país, tendo alcançado nas eleições municipais de 2016 resultado nunca
alcançado nos últimos 24 anos. Manter
isso vai ser difícil. O resultado das urnas em 2018 decepcionou a sigla. O
candidato à Presidência pelo PSDB naquele governo, o ex-governador de São Paulo
Geraldo Alckmin, não conseguiu decolar em
nenhum momento do pleito e terminou a disputa na 4ª posição, alcançando só 4,8%
dos votos (5 milhões).
Em todo o país todo, o MDB
(ex-PMDB) segue como a sigla com maior número de prefeitos. Mas, no segmento
dos grandes centros urbanos, fica em 2º lugar, com 15 prefeituras. Depois, está
o PSB,
com 7. Em seguida, aparecem o DEM, PSD e PDT
com 6 cidades cada.
O PT quer aproveitar o entusiasmo com a liberdade do
ex-presidente Lula para se reerguer e
reconquistar o comando de grandes prefeituras. O partido vem perdendo força nos
municípios de 2008 para cá. Naquele ano, chegou a ter o comando de 25 cidades
com 200 mil ou mais eleitores. Em 2012, esse número caiu para 18. Em 2016, o partido
passou a contar apenas com 1 prefeito em grandes cidades: Marcus Alexandre na capital acreana, Rio
Branco. No entanto, o político renunciou ao cargo em 2018 para disputar o
governo estadual. Não obteve sucesso.
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Eleitorado de 2020
Atualmente o Brasil tem 5.570 cidades. Não há
eleições municipais no Distrito Federal e em Fernando de Noronha (PE). Em
Brasília (capital federal), onde há 2 milhões de eleitores, há 1 governador e
deputados distritais. Já a cidade pernambucana é considerada 1 distrito do
Estado, não tem prefeito e o número de eleitores é pequeno –pouco mais de
2.700. O governador pernambucano nomeia 1 administrador para cuidar
da região.
Ao todo, 5.568 municípios vão eleger seus prefeitos
e vereadores em outubro de 2020. A maior parte dos eleitores se concentra nos
grandes centros urbanos.
As 96 cidades mais importantes do país –apesar de
representarem apenas 1,7% dos municípios totais– concentram 38,7% do eleitorado
(55,8 milhões). Portanto, o desempenho de cada partido nesse grupo é
importante.
Aliás, é só nelas que há possibilidade de 2º turno.
Isso ocorre quando nenhum dos candidatos a prefeito obtém, pelo menos, 50% dos
votos válidos (eis a explicação do TSE).
A Constituição determina que o 1º turno seja sempre
realizado no 1º domingo de outubro do ano eleitoral (4 de outubro em 2020). O
2º turno, quando houver, será no último domingo do mesmo mês (25 de outubro de
2020).
No Brasil inteiro, há 147,4 milhões de pessoas
habilitadas a votar nas eleições municipais. No G96, os tucanos governam 20,9
milhões de eleitores. Em seguida estão MDB (5,8 milhões) e Republicanos (4,8
milhões)
Eis a evolução dos partidos em todo o país:
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Bolsonaro quer
partido próprio
A onda bolsonarista que varreu as eleições de 2018
deve ter impacto em 2020. O presidente Jair Bolsonaro quer fundar o partido
Aliança pelo Brasil e ter representantes em várias cidades. Ele lançou a sigla em 21 de
novembro de 2019.
A agremiação, no entanto, precisa estar registrada
no TSE até 6 meses antes do pleito para poder disputar prefeituras. Ou seja, no
começo de abril. Antes disso, deve coletar ao menos 492 mil assinaturas.
No último domingo (29), a sigla anunciou já ter ultrapassado a marca de
100.000 assinaturas. É provável que a legenda, com o apelo do presidente,
consiga coletar todas as assinaturas necessárias e entregar até 20 de janeiro.
Será difícil que processo de validação e registro seja concluído em tempo.
Seria 1 recorde. A ver.
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