Fernández toma posse como presidente da Argentina nesta 3ª feira
Ighor Nobrega
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Reprodução Alberto Fernández e Cristina Kirchner, presidente e vice eleitos na
Argentina
Alberto Fernández, 60 anos, assume nesta 3ª feira
(10.dez.2019) o cargo de presidente da Argentina. O peronista foi eleito em 27 de outubro, no 1º turno, com mais de 48% dos
votos, derrotando o então presidente Mauricio Macri.
A cerimônia será realizada às 10h no horário local
de Buenos Aires.
Fernández tem como vice a ex-presidente Cristina
Kirchner (2007-2015) e defende bandeiras associadas ao espectro ideológico de
esquerda. Crítico do liberalismo econômico de Macri, que levou a uma crise
cambial na Argentina, Fernández afirmou que é preciso mais diálogo com a
sociedade para definir metas.
“Espero que os nossos opositores nestas 4 anos
estejam conscientes de onde nos deixaram e nos ajudem a reconstruir o país a
partir das cinzas que deixaram”,
afirmou Fernández ao ser eleito.
O novo presidente assume o país em 1 cenário de
forte recessão, com alta nos juros, pobreza escalando, peso despencando e
dívida bilionária. Entenda abaixo.
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Fornecido por Poder360 Jornalismo e Comunicação S/S LTDA.
Nas redes sociais, Fernández já fez elogios
ao ex-presidente Lula, solto em novembro. Ele publicou uma foto na qual aparece
com várias pessoas de sua equipe de campanha fazendo o sinal com a mão da letra
L, em referência ao lema “Lula Livre”.
“Também hoje é aniversário do meu amigo Lula, 1 homem
extraordinário que está preso injustamente por 1 ano e meio. Parabéns pra você,
querido Lula. Espero te ver em breve”, disse na ocasião.
Atacado
por Bolsonaro, Fernández cobrou “respeito” do mandatário brasileiro, que apoiou a
reeleição de Macri. Em resposta, o brasileiro disse que não compareceria à posse
do argentino.
Nesta 2ª
feira (9.dez.2019), Bolsonaro foi convencido a enviar 1 integrante do 1º
escalão do governo para a cerimônia. O escolhido foi o vice,
Hamilton Mourão, num gesto para “valorizar o relacionamento com a
Argentina, em especial, nos aspectos comerciais“, segundo explicou
o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros.
RELAÇÕES COM O BRASIL
A
Argentina é 1 dos principais parceiros políticos e econômicos do Brasil.
Trata-se do 3º maior parceiro comercial do Brasil, atrás somente de China e dos
Estados Unidos.
Somadas
as capacidades do Brasil e Argentina, os países representam cerca de 2/3 do território,
da população e do PIB da América do Sul.
Em 2018,
as trocas comerciais entre as duas nações totalizaram US$ 26 bilhões, valor que
representou diminuição de 3,89% em relação ao ano anterior em razão da redução
das exportações brasileiras (US$ 15 bilhões, -15,1%) e aumento das importações
de produtos argentinos (US$ 11 bilhões, +17,1%). Os dados são do Ministério das
Relações Exteriores.
O
presidente Jair Bolsonaro apoiou publicamente a tentativa de reeleição de
Mauricio Macri. O brasileiro declarou ao jornal
argentino Clarín que a Argentina teria “tudo
para decolar” com a reeleição de Macri.
ERA KIRCHNER
A eleição
de Fernández representa, também a volta da família Kirchner à Casa Rosada.
Cristina Kirchner governou a Argentina de 2007 a 2015. O país teve 12 anos de
kirchnerismo no poder. O período teve início em 2003, com o mandato do marido
de Kirchner, Néstor Kirchner, que morreu em 2010. Prosseguiu com a eleição da
então primeira-dama em 2007 e sua reeleição em 2011.
Na
eleições de 2015, Mauricio Macri derrotou o candidato apoiado por Kirchner,
Daniel Scioli.


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