'O Brasil está
sendo tirado da UTI', diz general Augusto Heleno
Agência Brasil
Ele tem 45 anos
dedicados à vida militar e à defesa dos interesses brasileiros, já atuou como
comandante militar da Amazônia e hoje está ao lado da maior
autoridade do país, aconselhando sobre os próximos movimentos de um Brasil que
se redesenha. O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança
Institucional do governo de Jair Bolsonaro, foi o entrevistado do
programa Impressões, da TV Brasil, que vai ao ar
nesta segunda-feira (23).
O ministro, que
comanda a segurança do presidente da República, fez um balanço do primeiro ano
do governo Bolsonaro. “O primeiro ano do presidente, a gente comparando
com o esporte, é um ano de aquecimento, onde vai conhecer as coisas. Ele
imagina fazer muita coisa que a estrutura não vai permitir que faça. A
burocracia vai impedir que faça. Ele tem que se adaptar a todas as conjunturas
que o obrigam a se limitar àquelas regras do jogo. Este primeiro ano é de
adaptação.”
O general também
tratou de questões consideradas prioritárias para o próximo ano, como educação,
saúde, meio ambiente e investimentos em infraestrutura, principalmente no que
se refere à Região Nordeste. “Ele [o presidente], desde o início, tem na
cabeça que se quiser modificar o Brasil, tem que modificar o Nordeste. Não
podemos mais ter aquela imagem do Nordeste com aquela seca na época
da estiagem, não podemos admitir que o semiárido seja um foco de pobreza
extrema, que as pessoas tenham que sair do Nordeste para sobreviver em outras
regiões do país”. E revela que as conversas do presidente com o ministro
de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, vão gerar melhorias. “Fica
muito evidente que ali [no Nordeste] será investida não só uma quantidade
razoável de dinheiro, mas também a esperança de modificação daquele estado de
coisas. Investimento para colocar água no Nordeste, colocar energia, melhorar o
sistema de comunicação viária, não só com estradas, mas com ferrovias e
turismo.”
Apesar disso,
Augusto Heleno reconheceu que ainda há muito por fazer em algumas áreas
prioritárias. “Desde o primeiro momento, ele [o presidente], colocou como
prioridades absolutas a educação e a saúde. Só que elas foram tão comprometidas
ao longo desses 16 anos e até mais, que é muito difícil você recuperar”. Para o
ministro, o país precisa apostar na educação profissional. “O nosso ensino
profissionalizante foi muito descuidado, nós precisamos de mão de obra técnica.
Não adianta só doutores, você precisa ter mão de obra técnica para
ocupar esse espaço que fica entre o ensino médio e a universidade, que é gente
que precisa botar a mão na massa”.
Ao comentar sobre a
economia, o general Heleno demonstrou otimismo. “Para a infelicidade de alguns
idiotas de plantão, como dizia Nelson Rodrigues, é muito triste o Brasil estar
dando certo, né? Mas é obvio que o Brasil está dando certo”. Ele disse que após
passar por uma gestão desastrosa, o país agora está se recuperando. “Nós
recebemos um país que foi empobrecido pela corrupção, pela falta de gestão,
pela falta de honestidade pela coisa pública. E no momento em que ele
empobreceu, nós estamos tendo que puxar ele lá da UTI. O Brasil foi para a UTI
e está sendo tirado da UTI. E rapidamente os índices estão aparecendo. E essa
recuperação está aparecendo para o mundo. E temos certeza de que o mundo quer
investir no Brasil”.
Em resposta às
críticas recebidas pelo governo às questões que envolvem a Amazônia e o meio
ambiente, o general ponderou: “O próprio governo reconhece que
poderia ter sido mais eficiente na preservação do meio ambiente. Só
que o governo foi acusado de um descuido que não é verdadeiro. Nós temos uma
região que chama a atenção, que é a Amazônia oriental, onde realmente houve um
desmatamento exagerado". O ministro cita a Amazônia Legal, que
tem mais de 5 milhões de quilômetros quadrados e que, segundo ele, é uma região
muito preservada. “Não há nenhum outro país do mundo com esse tamanho de
área preservada. E aí sofremos críticas severas, raivosas, de países que
pelaram suas reservas e hoje cantam “marra”, que são os grandes
preservadores da humanidade. Mentira! Interessa a eles criar essa campanha
contra o Brasil para que se aproveitem da Amazônia mais tarde”, concluiu
Augusto Heleno.
O ministro
do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, bateu boca com
a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) na tarde desta quarta-feira (6), durante uma
audiência pública na Câmara. Ele afirmou que a ditadura militar brasileira foi
uma contrarrevolução que evitou que o País virasse uma "grande Cuba"
e que a anistia "levou uma terrorista à Presidência da República".
"Há duas visões da História do Brasil. Para mim, não foi golpe, foi contrarrevolução. Se não houvesse contrarrevolução, hoje seríamos Cuba. A sua posição é a posição que a esquerda adotou. Essa radicalização política não interessa a ninguém", disse ao responder à deputada.
Sâmia também insistiu para que o ministro se posicionasse claramente contra as declarações feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que sugeriu a necessidade de "um novo AI-5" para conter uma possível "radicalização" da esquerda no País. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, Heleno deu uma declaração favorável à fala do deputado. Na entrevista, o ministro comparou a dificuldade para emplacar uma regra como o AI-5 ao ritmo lento que tramita no Congresso o pacote anticrime de Sérgio Moro.
Na comissão, Sâmia lembrou os casos de tortura na ditadura e disse que Heleno, ao não condenar veementemente a ideia de um novo AI-5, "flerta com a possibilidade" de algo semelhante ser feito novamente.
"O senhor até agora não teve a oportunidade de repudiar a declaração [de Eduardo Bolsonaro]", disse. "Eu não vou repudiar, porque ele já repudiou. Ele disse que falou uma coisa que não é o que ele pensa. Não vou falar mais nada", disse. Diante da insistência da deputada, Heleno retrucou: "A senhora vai me torturar porque eu não quero falar?"
O ministro afirmou ainda que a anistia realizada após a ditadura militar "levou uma terrorista à Presidência da República e a vários cargos importantíssimos da República. Isso é questão de visão, de lado", disse fazendo referência à ex-presidente Dilma Rousseff, que foi presa e torturada durante a ditadura militar. Ela integrou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que deu origem à VAR-Palmares, movimento contrário à ditadura.
Heleno participou como convidado de audiência pública realizada pela comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia sobre o monitoramento dos movimentos sociais, em especial dos povos indígenas. O convite já havia sido feito ao ministro antes das declarações que ele deu na semana passada ao Estado em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
"Há duas visões da História do Brasil. Para mim, não foi golpe, foi contrarrevolução. Se não houvesse contrarrevolução, hoje seríamos Cuba. A sua posição é a posição que a esquerda adotou. Essa radicalização política não interessa a ninguém", disse ao responder à deputada.
Sâmia também insistiu para que o ministro se posicionasse claramente contra as declarações feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que sugeriu a necessidade de "um novo AI-5" para conter uma possível "radicalização" da esquerda no País. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, Heleno deu uma declaração favorável à fala do deputado. Na entrevista, o ministro comparou a dificuldade para emplacar uma regra como o AI-5 ao ritmo lento que tramita no Congresso o pacote anticrime de Sérgio Moro.
Na comissão, Sâmia lembrou os casos de tortura na ditadura e disse que Heleno, ao não condenar veementemente a ideia de um novo AI-5, "flerta com a possibilidade" de algo semelhante ser feito novamente.
"O senhor até agora não teve a oportunidade de repudiar a declaração [de Eduardo Bolsonaro]", disse. "Eu não vou repudiar, porque ele já repudiou. Ele disse que falou uma coisa que não é o que ele pensa. Não vou falar mais nada", disse. Diante da insistência da deputada, Heleno retrucou: "A senhora vai me torturar porque eu não quero falar?"
O ministro afirmou ainda que a anistia realizada após a ditadura militar "levou uma terrorista à Presidência da República e a vários cargos importantíssimos da República. Isso é questão de visão, de lado", disse fazendo referência à ex-presidente Dilma Rousseff, que foi presa e torturada durante a ditadura militar. Ela integrou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que deu origem à VAR-Palmares, movimento contrário à ditadura.
Heleno participou como convidado de audiência pública realizada pela comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia sobre o monitoramento dos movimentos sociais, em especial dos povos indígenas. O convite já havia sido feito ao ministro antes das declarações que ele deu na semana passada ao Estado em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

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