Acordo do Brexit é aprovado, mas Parlamento impõe nova derrota a Johnson
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Jessica Taylor/Reuters Primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, fala ao
Parlamento - 04/09/2019
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson,
obteve nesta terça-feira, 22, a aprovação preliminar do Parlamento para o seu
acordo de saída da União Europeia
(UE). Logo depois, contudo, sofreu mais uma grande derrota com a
rejeição pelos legisladores do cronograma acelerado proposto para terminar de
discutir a sua proposta antes de 31 de outubro, a data marcada para o Brexit.
O acordo de Johnson para o Brexit foi aprovado por
329 votos a favor e 299 votos contrários. Esta foi a primeira vez que a Câmara
dos Comuns apoiou uma proposta de saída negociada pelo governo britânico com o
bloco europeu.
A medida foi uma vitória para o premiê, mas foi
logo ofuscada pela decisão dos legisladores de votar a chamada “moção do
programa”, que estabelecia um cronograma acelerado para o Parlamento discutir e
votar todas as emendas e detalhes do acordo. O objetivo de Johnson com a medida
era garantir que todo o pacto estivesse aprovado até esta quinta-feira, 24,
sete dias antes do prazo máximo para o Brexit
A Câmara dos Comuns, contudo, rejeitou o cronograma
por 322 votos contra e 308 a favor. Isso significa que as legislações
necessárias para minimizar os impactos de uma saída da UE não estarão
finalizadas até a data prevista do divórcio.
Johnson havia dito anteriormente que se não
conseguisse votar todo o acordo até 31 de outubro convocaria novas eleições.
Após as votações desta terça, contudo, o premiê
afirmou que irá “pausar” a tramitação da proposta de acordo que negociou com a
UE e aguardar a resposta do bloco sobre o pedido de extensão do prazo do Brexit
enviado durante o final de semana.
“Nossa política permanece que nós não devemos postergar,
que devemos deixar a UE em 31 de outubro e isso será o que eu direi à UE”,
disse Johnson ao Parlamento, em meio a muitos gritos e vaias dos legisladores.
O primeiro-ministro disse ainda estar muito
“alegre” com a aprovação do seu acordo, e afirmou que “pela primeira vez em
muito tempo a Casa aceitou suas responsabilidades de forma unida”. Porém,
reconheceu que seu governo também deve “tomar o único caminho responsável e
acelerar as preparações para um cenário de saída sem acordo”.
Johnson convocou o Parlamento para uma sessão no
sábado 19 para votar o acordo, algo que não acontecia desde a guerra das
Malvinas em 1982. Os legisladores, contudo, adiaram a decisão e obrigaram o
premiê a enviar o pedido de extensão do prazo à UE.
Johnson, que disse em diversos momentos que
preferiria “morrer em uma vala” antes de pedir a prorrogação do início do
Brexit para o final de janeiro, aparentemente tentou sabotar sua própria
solicitação de adiamento ao enviar um documento à UE sem sua assinatura.
Ainda assim, a Comissão Europeia afirmou que a
forma como a carta foi enviada “não muda nada” e o bloco considera o pedido de
extensão de qualquer maneira.
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