População de animais em florestas cai pela metade
desde 1970, aponta relatório WWF
Agência Brasil
Desmatamento, caça
ilegal, doenças e mudanças climáticas são os principais fatores
Desmatamento, caça
ilegal, doenças, mudança climática. Para os animais silvestres que vivem nas
florestas do mundo, as últimas décadas representaram uma hecatombe. Segundo um
relatório divulgado pela Organização Não Governamental (ONG) ambiental World
Wide Fund for Nature (WWF), a população desses animais diminuiu pela metade
desde 1970.
O estudo analisou
455 populações de 268 espécies de mamíferos, répteis, anfíbios e pássaros que
vivem em florestas e concluiu que houve um declínio de 53% na quantidade de
animais vertebrados entre 1970 e 2014. A WWF aponta que a situação é
particularmente crítica na Amazônia e em outras florestas tropicais. O estudo
também analisou populações de florestas temperadas, boreais e mediterrâneas.
Segundo a ONG, 60%
dessas perdas estão relacionadas ao desmatamento e à degradação drástica
do habitat das populações de animais. O texto ainda aponta que a
caça, a introdução de espécies invasoras, a disseminação de doenças e a mudança
climática também contribuíram para o quadro.
No caso do Brasil, a
WWF menciona a derrubada de árvores por madeireiros como principal causa da
diminuição da população de animais, mas queimadas também tiveram efeitos
duradouros sobre várias espécies.
Florestas temperadas
Em florestas
tropicais como a Amazônia, em média, a perda de população das espécies
estudadas superou o crescimento de todos os grupos somados. Já nas florestas
temperadas, o crescimento da população de algumas espécies, especialmente
pássaros, ajudou a reverter a tendência negativa na média de todas as
populações.
Ainda de acordo com
a WWF, a diminuição da população tem sido especialmente dura com anfíbios e
répteis, enquanto as populações de pássaros registraram mais anos positivos de
crescimento do que de declínio.
A análise também
menciona exemplos de como a população de algumas espécies pode ser recuperada.
Entre os casos mais otimistas mencionados pela WWF está o aumento das
populações de gorilas na África Central e Oriental, graças a medidas de
proteção, e de macacos na Costa Rica.
No caso da Costa
Rica, a WWF chama de positiva a tendência de aumento na proteção e regeneração
da floresta tropical. No entanto, a ONG adverte que enquanto as florestas têm
capacidade para recuperar mais rapidamente a sua cobertura vegetal, as
populações de vertebrados que habitam essas matas podem precisar de muitas
décadas para se recuperar totalmente.
Por fim, a WWF
lembra que as florestas são essenciais para que metas globais de conservação da
biodiversidade sejam atingidas e para combater as mudanças climáticas e
promover o desenvolvimento sustentável.
"As florestas
são importantes depósitos de carbono, e as florestas tropicais são alguns dos
habitats com maior biodiversidade do mundo, contendo mais da metade das
espécies terrestres do mundo. As florestas também fornecem outros serviços
ecossistêmicos vitais, incluindo alimentos, medicamentos, materiais,
purificação de água, controle de erosão e reciclagem de nutrientes. E mais de
um bilhão de pessoas dependem das florestas para sua subsistência",
conclui o estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário