EUA confirmam saída de tratado de desarmamento nuclear com a Rússia
Da Redação
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Brendan Smialowski/AFP O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o
presidente russo, Vladimir Putin, em reunião na Finlândia: Washington acusou
Moscou de violar tratado - 16/07/2018
O governo dos Estados Unidosconfirmou
nesta sexta-feira, 2, a retirada do tratado sobre armas nucleares assinado com
a Rússia durante a Guerra Fria. A decisão abre caminho
para uma nova corrida armamentista.
Em 1º de fevereiro, Washington anunciou a retirada
do acordo bilateral. O processo de saída tem duração de seis meses e foi
concluído hoje.
O presidente russo, Vladimir Putin, ratificou em 3
de julho a suspensão da participação de Moscou no acordo. A saída dos dois
países acaba com o tratado INF que, ao proibir o uso de mísseis com alcance de
entre 500 e 5.500 quilômetros, permitiu a eliminação dos projéteis balísticos
SS20 russos e Peshing americanos espalhados pela Europa.
Os europeus manifestaram preocupação com o risco de
uma nova corrida armamentista no continente, mas a Otan apoiou a postura
americana, alegando que o míssil russo 9M729 violava o tratado INF. Moscou
rebateu as acusações e afirmou que sua nova arma tinha alcance máximo de 480
quilômetros.
“O tratado INF foi útil para nós, mas funciona
somente se as duas partes o respeitarem”, declarou recentemente o novo
secretário da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper.
O Tratado de Armas Nucleares Intermediárias
(INF, na sigla em inglês) foi firmado em 1987 com a antiga União
Soviética. O acordo permitiu a destruição de milhares de armas americanas e
soviéticas e manteve mísseis nucleares fora da Europa por três décadas.
O fim do tratado pode ser benéfico para os Estados
Unidos, opinou no mês passado o então secretário da Defesa, Ash Carter.
“Do ponto de vista militar, e não político, não é
tão ruim”, afirmou durante uma conferência no think tank Council on Foreign
Relations, acrescentando que “poderíamos fazer um bom uso do que chamamos de
ataque convencional rápido”.
De fato, o Pentágono comemora o fato de poder
modernizar seu arsenal para contra-atacar o crescente poder da China, que tenta
estabelecer sua supremacia militar na Ásia.
“A maior parte do arsenal chinês é integrado por
mísseis de alcance intermediário, e devemos estar seguros de ter as mesmas
capacidades se, infelizmente, entrarmos em conflito com eles algum dia”,
destacou Esper.
Washington afirmou que não deslocaria novos mísseis
nucleares na Europa, mas não fez nenhuma promessa sobre as armas convencionais.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres,
qualificou o fim do tratado como um passo perigoso que “provavelmente
aumentará, e não reduzirá, a ameaça representada pelos mísseis balísticos”.
“Quando expirar amanhã, o mundo perderá um freio
indispensável na guerra nuclear”.
(Com AFP)
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