quarta-feira, 24 de julho de 2019

SITUAÇÃO DA LUA AO LONGO DOS ANOS


O homem e a lua

Manoel Hygino






Dados da Nasa revelaram que junho atingiu recorde de temperatura no mundo, marcado por severa onda de calor na Europa, com superação de recordes. Mantida a tendência, julho permanecerá com termômetros acima da média global. Não foi exatamente assim no Brasil, com frentes de ar frio do Polo Sul trazendo tempo variável, com ventos fortes durante os dias até agora. A baixa umidade relativa do ar preocupava.
No meio do mês, mais especificamente no dia 15, registrou-se o eclipse parcial da lua, o último do ano, pois o próximo, total, visível, ocorrerá em maio de 2022. O do dia 15 coincidiu com a data que a missão Apollo 11 completou 50 anos, com decolagem rumo à lua. O foguete, comandado pelo norte-americano Neil Armstrong, desceu em nosso satélite, deixando os terrestres com olhos pregados à tela das televisões. O astronauta faleceu em 2012, com 82 anos, restando agora apenas a memória.
Mas tudo lembra entre nós gerações de brasileiros, que – na falta de rádio e televisão, que ainda não existiam – se entregavam às serenatas, que davam um brilho melancólico às noites de luar no interior brasileiro, inclusive as de minha cidade mineira lá do Norte.
Nelson Viana, nascido em Curvelo, formado em agrimensura em Ouro Preto, por Montes Claros se apaixonou. Ali viveu mais de trinta anos, casou, tornou-se figura singular e escreveu sobre os fatos e pessoas que ali via, numerosos e preciosos livros, que são resgate de uma época e de seus personagens...
“... E as serenatas passaram pelas noites enluaradas... Eram chorões, com flautas, bandolins, violões, pistons e cavaquinhos, tocando valsas, schoticts, mazurcas ou polcas em voga, e eram seresteiros inveterados, que cantavam modinhas sentimentais como a “Casa branca da serra”, “Pela janela da saudade” ou “A pequenina cruz do teu rosário”, provocando fundos e doloridos suspiros nos recessos das alcovas, as jovens românticas cujo coração madrugava para o amor, modinhas amarguradas, ternas modinhas que eles cantavam molhando a voz de pranto, nas horas em que as ruas dormiam silenciosas nos mistérios da noite cheia de encantamento e de luar...”.
Seresteiros há que resistiram às agruras do tempo, mas desapareceram aqui os velhos ritmos e as letras de músicas possivelmente tidas como perenes. A lua só aparece para os demais jovens de hoje quando envolvem um fenômeno raro, mas previsto pelos cientistas e que lhes atraí a atenção.
Pior ainda:
Estudo da Nasa revela que a lua está encolhendo à medida em que o seu interior se resfria. De forma lenta, mas em pausas, a lua perdeu mais de 50 metros nos últimos 100 milhões de anos. Cientista do Museu do Ar e do Espaço dos EUA revela que o encolhimento faz com que a superfície da lua ganhe elevações e escarpas. O efeito também causa abalos sísmicos.
“Tal como uma uva se enruga na medida em que encolhe até se tornar uma uva-passa, escarpas se formam na lua conforme o satélite natural da terra diminui”, explicou a Nasa.
Mas, ao contrário da casca da uva, que é flexível, a crosta da lua é rígida e se quebra quando seu tamanho diminui, formando falhas onde um segmento é empurrado para cima de outro.
Como será, então, a lua ou o que dela sobrar?


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