Trump e Putin conversam por telefone sobre situação
da Venezuela
Estadão Conteúdo
Os presidentes dos
Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, conversaram, nesta
sexta-feira(3), por telefone, sobre a situação da Venezuela. Os mandatários
também trataram de temas ligados à Ucrânia, Coreia do Norte e a um possível
acordo de controle de armas atômicas envolvendo a China.
Segundo a secretária
de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, Trump disse ao homólogo russo que
“os Estados Unidos estão com o povo da Venezuela”.
Em sua conta pessoal
no Twitter, Trump classificou a conversa como “muito produtiva”. “Tive uma boa
e longa conversa com o presidente Putin. Como eu sempre disse, muito antes da
caça às bruxas começar, se dar bem com a Rússia, com a China e com todos é algo
bom, e não algo ruim”, escreveu Trump, referindo-se a outro dos temas abordados
durante o telefonema, as suspeitas de uma possível interferência da Rússia na
eleição presidencial norte-americana, em 2016, vencida pelo republicano.
Já o Kremlin, em
nota, informou que Putin e Trump também trataram das relações comerciais
bilaterais e eventual cooperação econômica. Sobre a Venezuela, o presidente
russo ressaltou que só os venezuelanos têm o direito de determinar o futuro de
seu país e que qualquer interferência externa com vistas a mudar o governo
local é prejudicial às perspectivas de uma solução política da crise.
Putin ainda informou
Trump sobre a reunião que teve com o líder norte-coreano Kim Jong-un, em
Vladivostok, em abril.
O deputado e
autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse nesta
sexta-feira (3), que a oposição tem procurado conversar com todos os setores
dispostos a contribuir para uma “transição política pacífica” no seu país.
Guaidó confirmou que, nas últimas semanas, líderes oposicionistas se reuniram
com representantes das Forças Armadas e de outros segmentos a fim de
convencê-los da constitucionalidade da destituição de Nicolás Maduro do poder e
da realização de novas eleições.
“Vamos conversar com
todos os funcionários civis e militares. Não importa de onde venham. [Vamos
falar] com todos que estejam dispostos a colaborar com o fim da usurpação, com
o governo de transição e com a realização de eleições livres”, disse Guaidó ao
participar, em Caracas, de uma entrevista coletiva junto com representantes da
Junta Diretiva da Assembleia Nacional.
Na quinta-feira (2),
o líder oposicionista Leopoldo López disse a repórteres que, embora
cumprindo prisão domiciliar, com restrições à atividade política, realizou
reuniões políticas em sua própria casa e, “por mais de três semanas”, se reuniu
com oficiais das Forças Armadas. “Na minha condição de preso domiciliar, me
reuni com comandantes, com generais e com distintos representantes das Forças
Armadas e dos organismos policiais. Nos comprometemos em contribuir com o fim
da usurpação”, disse López, referindo-se ao mandato presidencial de Nicolás
Maduro.
López, Guaidó e
outros porta-vozes da oposição asseguram que o objetivo do movimento que tenta
catalisar a insatisfação popular em meio a grave crise econômica e política que
atinge o país é destituir Maduro do poder e realizar eleições. “É possível uma
transição democrática, rápida, para realizarmos eleições livres”, assegurou
Guaidó.
Militares
O autodeclarado
presidente voltou a garantir que os militares que deixarem de cumprir as ordens
chavistas a fim de contribuir para a transição de governo serão anistiados e
respaldados. “Não pretendo que os militares se ponham ao lado de Juan Guaidó ou
da Assembleia Nacional, mas sim da Constituição que nos garante a realização de
uma eleição livre no menor espaço de tempo possível”, disse Guaidó antes
de voltar a apelar à população que saia às ruas no sábado (4).
“Sabemos que temos
que continuar com os protestos, de forma cívica, pacífica”, disse Guaidó,
refutando perguntas que classificavam como um fracasso a convocação da
última terça-feira (30), quando milhares de venezuelanos atenderam ao chamado
dos líderes da oposição, que garantiam ter obtido o apoio militar necessário
para derrubar Maduro.
“Fracasso é que não
haja luz [no estado de] em Maracaibo. Que Maduro continue usurpando funções”,
afirmou Guaidó. “Vamos seguir e vamos vencer. Estamos muito perto disso. Temos
muito respaldo, e não apenas internacional. Somos cada vez mais [gente] nas
manifestações. Há dias em que mais gente sai às ruas, outros em que sai menos,
mas continuamos sendo maioria.”
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