Bolsonaro: projeto pode economizar mais que reforma
da Previdência
Agência Brasil
Bolsonaro afirmou
que o governo estuda um projeto que poderá gerar melhor resultado fiscal do que
a economia estimada com a reforma da Previdência, que é de cerca de R$ 1,16
trilhão em 10 anos
O presidente Jair
Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (22), durante café da
manhã com a bancada de deputados federais do Nordeste, no Palácio do
Planalto, que o governo estuda um projeto que poderá gerar melhor resultado
fiscal do que a economia estimada com a reforma da Previdência, que é de cerca
de R$ 1,16 trilhão em 10 anos.
"Não quero
adiantar aqui, brevemente estará sendo apresentado aos senhores antes, em
especial aos presidente da Câmara e líderes, um projeto que, com todo respeito
ao Paulo Guedes, a previsão de nós termos dinheiro em caixa é maior do que a
reforma da Previdência em 10 anos. E ninguém vai reclamar desse projeto, com
toda certeza será aprovado com unanimidade nas duas Casas", disse
Bolsonaro.
Procurada
pela Agência Brasil, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da
República (Secom/PR) informou não ter detalhes sobre a proposta, que "será
divulgada oportunamente". À tarde, após reunir-se com Bolsonaro no Palácio
do Planalto, o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, conversou
com jornalistas sobre a proposta mencionada pelo presidente e disse que ainda
vai analisar detalhadamente o texto para verificar, inclusive, sua viabilidade.
Segundo Cintra, trata-se de um medida de reavaliação patrimonial de bens
declarados por pessoas físicas e jurídicas. Ele não soube explicar como o
governo aumentaria receitas, mas negou que haverá aumento de imposto.
"A temática é
essa, reavaliação de patrimônio, que normalmente são declarados pelos valores
históricos e que poderiam, eventualmente, ser declarados para valores de
mercado e, logicamente, isso vai implicar uma agilização de mercado,
facilitação de negócio e alguma arrecadação extra por aqueles que optem ou que
vierem a optar por um regime diferenciado. Mas não tenho os detalhes, não
recebi o projeto ainda, é apenas uma solicitação do presidente para que a
Receita se debruce sobre esse projeto", afirmou.
Questionado sobre o
valor da arrecadação que o projeto poder gerar aos cofres públicos, Cintra
disse que essas projeções serão analisadas. "O presidente tem indicações,
mas nós vamos confirmar isso no momento oportuno", acrescentou.
Após a aprovação da
reforma da Previdência, o governo vai acelerar as privatizações para travar
despesas com juros da dívida, anunciou o ministro da Economia, Paulo Guedes
nesta quarta-feira (22), em palestra de abertura do seminário Previdência:
por que a reforma é crucial para o futuro do país?, organizado pelos
jornais Correio Braziliense e Estado de Minas.
Segundo o ministro,
com a reforma os investimentos vão voltar a crescer, devido à previsibilidade
para a economia de duas décadas. Assim, para o ministro, o país poderá crescer
entre 2,5% e 3,5% por ano. “Com essa reforma, abrimos os portões para uma fase
nova”, disse.
Guedes disse que as
duas grandes despesas do país atualmente são com a Previdência, em cerca de R$
750 bilhões, este ano, e os gastos com juros, em cerca de R$ 350 bilhões. Para
conter essas despesas com juros, o ministro disse que fará privatizações.
Segundo o ministro,
a meta é gerar US$ 20 bilhões em receitas com as privatizações, sendo que o
governo já gerou mais de US$ 11 bilhões. A maior parte são de concessões. “Por
enquanto não tem peixe grande. Daqui a pouco vão entrar os grandes também. Com
as privatizações, vamos travar essa despesa que é uma vergonha para o Brasil”,
afirmou Guedes.
Cirurgia
O ministro comparou
a reforma da Previdência a uma cirurgia, que ninguém gosta de fazer, mas é
necessária.
Paulo Guedes
argumentou que a reforma é necessária devido ao envelhecimento da população,
com menos jovens no mercado de trabalho contribuindo no futuro, por haver
privilégios no sistema atual, e por considerar que a forma de financiamento é
uma “bomba-relógio”. “A forma de financiamento da Previdência é uma arma de
destruição de emprego. O trabalhador ganha pouco e custa muito, custa o dobro
para a empresa”, disse.
Guedes reafirmou
ainda que será necessário aprovar a reforma com economia de pelo menos R$ 1
trilhão, para que se possa implementar o sistema de capitalização para os
jovens que entrarem no mercado de trabalho. “No regime de poupança garantida
[capitalização], o jovem está levando poupança para o futuro. O custo de
transição não é para todo mundo. É só para os jovens. Vamos democratizar a
poupança, vamos levar o país a crescer. As vantagens são extraordinárias. O
Brasil vai crescer mais rápido, quando se acumula capital, se aumenta
produtividade da mão de obra”, disse.
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