sexta-feira, 29 de março de 2019

COMO QUE VOCÊ USA OS SEUS MECANISMOS DE DEFESA?


Mecanismos de defesa

Simone Demolinari










Temos uma certa tolerância para suportar estresse e sofrimento. Contudo, quando a dor ultrapassa certo ponto, acionamos alguns mecanismos que buscam amenizar o que estamos sentindo. São os chamados “mecanismos de defesa”.
Bom exemplo disso é a “negação”. Quando recebemos uma notícia triste, nosso comportamento imediato é não aceitar. Quando alguém toma conhecimento de que é portador de uma doença grave, tende a diminuir a gravidade ou mesmo a acreditar que seu corpo reagirá de forma especial até sanar a patologia. Alguns, de forma mais incisiva, negam enfaticamente, colocam exames numa gaveta e ignoram completamente o diagnóstico. Continuam vivendo como se nada tivesse acontecido.
Outro mecanismo comum é a “repressão”. Nele tendemos a suprimir determinado desejo quando o mesmo não está de acordo com o código moral interno. Este mecanismo é muito comum em pessoas com rígida educação religiosa ou quando se tem pais muito severos. Através da repressão as pessoas sufocam seus desejos acreditando que assim ele desapareça. Porém, quanto mais se reprime, maior é o conteúdo que vai para o inconsciente, de onde ficam enviando sinais, os chamados “atos falhos”. Outras vezes, o que é reprimido pode surgir em sonhos.
Antigamente, era bastante comum reprimir um desejo sexual por pessoa do mesmo sexo. Incapazes de lidar com a homossexualidade, muitos se casavam rápido e tratavam logo de ter filhos. A intenção era de que aquele desejo desaparecesse, porém, viviam sendo lembrados pela voz silenciosa do inconsciente. Muitos, sem conseguir se manter reprimidos, levavam uma vida homossexual paralela.
Outra forma usada para ajudar a atenuar a dor é a “racionalização”. Racionalizar não significa “usar a razão” e sim substituir a verdade por uma explicação aparentemente lógica e mais fácil de ser aceita. Funciona como uma espécie de fuga da realidade. Bom exemplo é alguém que promete parar de fumar, mas não consegue manter o prometido. A partir desse fracasso, inicia-se uma racionalização, como por exemplo se apoiar numa história real de alguém que fumou até 90 anos sem ter nenhum problema pulmonar. Espécie de “mentira verdadeira”.
Usamos tantos mecanismos que às vezes nem nos damos conta deles. A fantasia é outro esquema mental que usamos com frequência. Quem a pratica geralmente não consegue fazer uma autocrítica, mas quem convive geralmente percebe e comenta: “fulano de tal vive num mundo imaginário”.
A fantasia ocorre quando a pessoa cria uma situação que, na verdade, só acontece na imaginação dela. Existem duas formas de manifestação desse mecanismo: a primeira é quando a pessoa verbaliza algo muito diferente da realidade e tem um teor de mentira, mas na verdade é uma imaginação fértil. E a outra forma é a não verbal, em que a pessoa apenas pensa na situação imaginária, por exemplo: alguém que foi abandonado pelo par amoroso passa horas fantasiando uma vingança mental ou então se imagina ganhando na loteria e esnobando quem o largou.
Esses mecanismos existem para nos ajudar a lidar e superar situações de extrema dificuldade. Porém, se faz muito importante reconhece-los. Quanto mais conscientes estamos das nossas defesas, menos utilizamos esse artifício e mais maduros emocionalmente ficamos para lidar com nossos dissabores.


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