Produção da
Fiat em Betim deve crescer 11% neste ano
Tatiana Moraes
Antonio Filosa disse que em 2018, a FCA vendeu 4,84 milhões de veículos,
102 mil a mais do que em 2017
Comandadas pelo
italiano de 45 anos Antonio Filosa, as operações da FCA na América Latina
contribuíram para que o grupo alcançasse, em 2018, desempenho recorde no
balanço global. No ano, a FCA vendeu 4,84 milhões de veículos, 102 mil a mais
do que em 2017. As vendas na América Latina também foram vultosas, crescendo
10% e alcançando 566 mil unidades em 2018. O Brasil foi o principal mercado da
região, com 434 mil veículos comercializados e uma expansão de 14%. E o cenário
deve permanecer em alta em 2019.
Em entrevista
exclusiva ao Hoje em Dia, o CEO para a América Latina afirmou que a
expectativa é a de que a fábrica de Betim registre aumento de 11% na produção.
O índice é maior do que estimado para o país, de 8%. Em crise, a Argentina, no
entanto, deve puxar o resultado da região para baixo. Ainda conforme Filosa,
cerca de R$ 14 bilhões serão investidos no país para modernizar as plantas,
permitindo o lançamento de 23 carros. Metade do aporte vai para a fábrica em
Minas.
Qual a previsão de crescimento para a planta de Betim em 2019?
Queremos aumentar mais ou menos 11% a produção. Os outros mercados puxam para baixo o índice para a América Latina, mas a fábrica de Betim terá elevação de 11%.
Qual a previsão de crescimento para a planta de Betim em 2019?
Queremos aumentar mais ou menos 11% a produção. Os outros mercados puxam para baixo o índice para a América Latina, mas a fábrica de Betim terá elevação de 11%.
A Fiat pretende
fazer um investimento de R$ 14 bilhões até 2023. Qual a parcela desse montante
vai para a fábrica de Betim?
Esse investimento não vem como um cheque em branco, com valores que poderemos usar livremente. O uso desse dinheiro depende de uma série de aprovações. Vamos discutindo os planos para cada região. A nossa região engloba a América Latina. O plano implica em investir R$ 14 bilhões, a maioria no Brasil. Tem uma parte para a Argentina, mas a maioria vai para Brasil mesmo. Como aqui temos dois polos automotivos, Betim e Pernambuco vão dividir esse valor. A casa é sempre a mesma, mas o coração é cada vez mais novo. Vamos modernizar as plantas.
Esse investimento não vem como um cheque em branco, com valores que poderemos usar livremente. O uso desse dinheiro depende de uma série de aprovações. Vamos discutindo os planos para cada região. A nossa região engloba a América Latina. O plano implica em investir R$ 14 bilhões, a maioria no Brasil. Tem uma parte para a Argentina, mas a maioria vai para Brasil mesmo. Como aqui temos dois polos automotivos, Betim e Pernambuco vão dividir esse valor. A casa é sempre a mesma, mas o coração é cada vez mais novo. Vamos modernizar as plantas.
A Fiat em Betim já
modernizou algumas linhas de produção. O investimento está incluído nesse
montante?
Sim, elas fazem parte desse investimento.
Sim, elas fazem parte desse investimento.
Os veículos que
serão lançados também integram parte desse novo ciclo de aportes?
Sim. O primeiro carro produzido na fábrica de Betim a partir desse novo ciclo de investimentos estará disponível no primeiro trimestre de 2020. Em 2021, haverá um lançamento a cada quatro ou seis meses, a depender do mercado. Um monte de coisas vai acontecer. Melhorias, novas versões, séries especiais e modelos novos fazem parte do plano. Ainda neste ano haverá renovação especial dos veículos que são fabricados em Goiana. Entre maio e junho sairá o novo Jeep Compass, que é produzido lá.
Sim. O primeiro carro produzido na fábrica de Betim a partir desse novo ciclo de investimentos estará disponível no primeiro trimestre de 2020. Em 2021, haverá um lançamento a cada quatro ou seis meses, a depender do mercado. Um monte de coisas vai acontecer. Melhorias, novas versões, séries especiais e modelos novos fazem parte do plano. Ainda neste ano haverá renovação especial dos veículos que são fabricados em Goiana. Entre maio e junho sairá o novo Jeep Compass, que é produzido lá.
O ambiente pode
ajudar muito nas decisões porque a economia brasileira é movida pelo consumo
interno. Então, quanto melhor estiver a economia, maior será o consumo interno
e mais provável será que as grandes empresas globais decidam investir no país.
Para falar um pouco sobre a ideia que a nossa empresa tem do Brasil,
recentemente o nosso CEO global Michael Manley comunicou resultados para os
acionistas e para os analistas. Um analista perguntou qual era a previsão dele
para a América Latina e ele respondeu que estava muito otimista com o novo
governo no Brasil, porque ele começou a fazer coisas corretas. E se o meu chefe
fala isso eu tenho bastante confiança nesse cenário otimista. <CW35>Além
disso, o nosso acionista está muito confiante no Brasil. O país está claramente
caminhando para um desenvolvimento industrial cada vez mais competitivo. A
previsão é a de que haja aumento de 2,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em
2019. Baseado nisso, estamos otimistas em investir. Em paralelo, temos desafio
grande como a Argentina, que não fechou 2018 fechou bem.
Em vídeo nas redes
sociais, o governador do Estado Romeu Zema adiantou um possível investimento da
Fiat no país. Que investimento seria esse?
O Brasil está disputando com a Ásia a instalação de uma fábrica de motores. A Ásia é mais competitiva que Betim. Por outro lado, Betim tem outros valores que pesam, como mão de obra qualificada, profissionais de produção, engenharia e qualidade flexíveis, 1,5 mil engenheiros. Todos eles superqualificados e competentes. Todos esses pontos serão colocados na mesa de decisão dos nossos acionistas e do nosso investidor global. Estamos fazendo nesse momento a análise de viabilidade. Podemos dizer que Betim tem 49% de chances e Ásia 51%.
O Brasil está disputando com a Ásia a instalação de uma fábrica de motores. A Ásia é mais competitiva que Betim. Por outro lado, Betim tem outros valores que pesam, como mão de obra qualificada, profissionais de produção, engenharia e qualidade flexíveis, 1,5 mil engenheiros. Todos eles superqualificados e competentes. Todos esses pontos serão colocados na mesa de decisão dos nossos acionistas e do nosso investidor global. Estamos fazendo nesse momento a análise de viabilidade. Podemos dizer que Betim tem 49% de chances e Ásia 51%.
Por que investir em
motores?
O motor é perene, tem grande percurso. Você conhece o motor Fire há 20 anos. Ele foi usado em diversos modelos, é uma tecnologia que fica. Os modelos de carros mudam muito, em cinco anos, dez anos. Outra característica é que os motores são globais. Na Ásia, também usam motores brasileiros. No Brasil, também usamos motores europeus. E a FCA precisa de duas novas categorias de motores mundialmente. Dentro dessas categorias, precisa desenvolver cinco motores. Se fizermos aqui no Brasil, vamos exportar. Se for feito na Ásia, vamos importar. A FCA está aumentando as vendas de um ano para outro em 15%. O aumento tem sido grande no Nafta, por exemplo. Precisamos de motores para suprir esse aumento.
O motor é perene, tem grande percurso. Você conhece o motor Fire há 20 anos. Ele foi usado em diversos modelos, é uma tecnologia que fica. Os modelos de carros mudam muito, em cinco anos, dez anos. Outra característica é que os motores são globais. Na Ásia, também usam motores brasileiros. No Brasil, também usamos motores europeus. E a FCA precisa de duas novas categorias de motores mundialmente. Dentro dessas categorias, precisa desenvolver cinco motores. Se fizermos aqui no Brasil, vamos exportar. Se for feito na Ásia, vamos importar. A FCA está aumentando as vendas de um ano para outro em 15%. O aumento tem sido grande no Nafta, por exemplo. Precisamos de motores para suprir esse aumento.
A empresa está em
fase de investimento em novas linhas de produção e modelos de veículos. Quantos
serão fabricados em Minas Gerais?
Entre séries especiais, modelos completamente novos e atualizações, vamos lançar 25 até 2023. Acredito que uns 20 sejam produzidos em Minas.
Entre séries especiais, modelos completamente novos e atualizações, vamos lançar 25 até 2023. Acredito que uns 20 sejam produzidos em Minas.
Serão contratados
novos funcionários?
Depende sempre do mercado. Se o mercado dobrar, tenho que aumentar as pessoas. Mas, como o mercado retraiu, infelizmente tivemos que fazer otimizações. O mercado é uma fonte de análises e a outra é a competitividade. Para ser sustentável, a fábrica tem que ser competitiva. Não adianta não ser competitivo. Tudo isso entra na lógica, na conta para saber se precisa contratar. Fizemos um plano de investimento para até 2023 e esse plano engloba tecnologias novas, inovações, modelos. E, nesse sistema, esperamos contratar mais no longo prazo mais pessoas.
Existe a possibilidade de voltar o terceiro turno na planta de Betim? Ou de o quadro de funcionários voltar ao que era no passado?
Terceiro turno é muito difícil. Este ano não existe essa possibilidade. Somos uma empresa multimarca e multiplantas. Nós temos Fiat em Betim e Pernambuco. Aqui, trabalhamos em dois turnos e temos uma planta lá que trabalhamos em três. Por enquanto, ficaremos assim. Agora, se a demanda dobrar, tudo bem. Mas acho que não haverá um aumento tão significativo da demanda por enquanto.
Quais as previsões para a Fiat em 2019?
A demanda por automóveis vai aumentar 8% no Brasil, mas vai cair muito na Argentina, puxando a média para baixo. Tudo que é produzido aqui e vai para a Argentina vai cair quase que pela metade. Os nossos estudos são regionais, por cidades e por países. Falando de país, vamos crescer no Brasil. Falando da região latino-americana, não vamos crescer, ficaremos estáveis. As fábricas produzem pra vários mercados. A Argentina caiu muito. O Chile, a Colômbia e o Peru ficaram estáveis.
Depende sempre do mercado. Se o mercado dobrar, tenho que aumentar as pessoas. Mas, como o mercado retraiu, infelizmente tivemos que fazer otimizações. O mercado é uma fonte de análises e a outra é a competitividade. Para ser sustentável, a fábrica tem que ser competitiva. Não adianta não ser competitivo. Tudo isso entra na lógica, na conta para saber se precisa contratar. Fizemos um plano de investimento para até 2023 e esse plano engloba tecnologias novas, inovações, modelos. E, nesse sistema, esperamos contratar mais no longo prazo mais pessoas.
Existe a possibilidade de voltar o terceiro turno na planta de Betim? Ou de o quadro de funcionários voltar ao que era no passado?
Terceiro turno é muito difícil. Este ano não existe essa possibilidade. Somos uma empresa multimarca e multiplantas. Nós temos Fiat em Betim e Pernambuco. Aqui, trabalhamos em dois turnos e temos uma planta lá que trabalhamos em três. Por enquanto, ficaremos assim. Agora, se a demanda dobrar, tudo bem. Mas acho que não haverá um aumento tão significativo da demanda por enquanto.
Quais as previsões para a Fiat em 2019?
A demanda por automóveis vai aumentar 8% no Brasil, mas vai cair muito na Argentina, puxando a média para baixo. Tudo que é produzido aqui e vai para a Argentina vai cair quase que pela metade. Os nossos estudos são regionais, por cidades e por países. Falando de país, vamos crescer no Brasil. Falando da região latino-americana, não vamos crescer, ficaremos estáveis. As fábricas produzem pra vários mercados. A Argentina caiu muito. O Chile, a Colômbia e o Peru ficaram estáveis.
Com o rompimento da
barragem da vale em Brumadinho, é possível que haja um aumento no preço do
minério, impactando o aço. Podemos esperar elevação no preço do carro?
O impacto no preço do carro não é direto assim. O minério de hoje vira aço daqui a meses. Então, no curto prazo não haverá mudança no preço. Mas tem impacto na economia sim, tanto regionalmente quanto para as indústrias da Fiat. Estamos analisando os números. É importante ressaltar que o que houve em Brumadinho foi uma tragédia enorme. Famílias foram separadas e nosso primeiro pensamento é com relação a essas pessoas. A única coisa que pode ser feita é o apoio
O impacto no preço do carro não é direto assim. O minério de hoje vira aço daqui a meses. Então, no curto prazo não haverá mudança no preço. Mas tem impacto na economia sim, tanto regionalmente quanto para as indústrias da Fiat. Estamos analisando os números. É importante ressaltar que o que houve em Brumadinho foi uma tragédia enorme. Famílias foram separadas e nosso primeiro pensamento é com relação a essas pessoas. A única coisa que pode ser feita é o apoio
A Fiemg estima,
ainda, forte redução no PIB. Qual o impacto real para a Fiat?
Ainda não tenho análises concretas do impacto econômico. Estamos acompanhando a Fiemg. Mas, se reduz o PIB de um Estado, o crescimento da indústria é afetado e a demanda por carros também.
Ainda não tenho análises concretas do impacto econômico. Estamos acompanhando a Fiemg. Mas, se reduz o PIB de um Estado, o crescimento da indústria é afetado e a demanda por carros também.
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