segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

CLIMA DE GUERRA NAS FRONTEIRAS DA VENEZUELA - CHANCELERES DE VÁRIOS PAÍSES REUNEM PARA AVALIAR A CRISE


Brasil condena violência nas fronteiras com a Venezuela

Agência Brasil 










O governo brasileiro, em nota, condenou os episódios de violência registrados nas fronteiras do Brasil e da Colômbia com a Venezuela. O comunicado foi divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores nas primeiras horas deste domingo (24). Para o governo brasileiro, os atos caracterizam “o caráter criminoso do regime (do presidente Nicolás) Maduro” e um “brutal atentado aos direitos humanos”.
“O governo do Brasil expressa sua condenação mais veemente aos atos de violência perpetrados pelo regime ilegítimo do ditador Nicolás Maduro, no dia 23 de fevereiro, nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, que causaram várias vítimas fatais e dezenas de feridos”, diz a nota.
No documento, o Itamaraty apela para que todos os países reconheçam Juan Guaidó como governo legítimo.
“O Brasil apela à comunidade internacional, sobretudo aos países que ainda não reconheceram o Presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo legítimo de Guaidó e exigindo que cesse a violência das forças do regime contra sua própria população”, diz o texto.
Na nota, o governo brasileiro ressalta que o uso da força contra o povo venezuelano, que vive um momento de profunda crise humanitária, é inadmissível.
“O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro. Trata-se de um brutal atentado aos direitos humanos, que nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica e diante do qual nenhuma nação pode calar-se".
O Brasil lidera o ranking de países da América Latina com o melhor preparo militar, segundo estudo recente que levou em consideração mais de 50 fatores para avaliar as principais potências da região. Com índice de 0,3198, o País está à frente do México (0,6289), na segunda posição, e Argentina (0,7056), terceiro lugar. A Venezuela aparece na sexta colocação (0,7876), atrás ainda do Peru e da Colômbia, respectivamente na quarta e quinta posição no ranking.

O levantamento que aponta o índice de forças de países latinos foi desenvolvido pelo site Global Firepower e, entre os itens avaliados, contou com informações como o tamanho das tropas, a quantidade e o tipo de armas, o desempenho em conflitos anteriores - entram na análise a performance militar nas 1ª e 2ª Guerras -, alianças, assim como a análise de fatores geográficos e logísticos.

Em comparação com os outros países, o Brasil se destaca pelo investimento militar. Em 2017, foram US$ 29,28 bilhões investidos, contra apenas US$ 0,46 bilhão da Venezuela. Na comparação entre o número de militares, o Brasil aparece com 1,98 milhão de soldados, enquanto a Venezuela possui uma média de 123 mil. Uma das justificativas para o mau desempenho dos vizinhos venezuelanos está na queda de investimentos devido ao baixo desempenho do PIB.
Sob tensão e em clima de guerra, presidentes, vice-presidentes e chanceleres  de 14 países, entre eles o Brasil, e mais os Estados Unidos se reúnem nesta segunda-feira (25), em Bogotá, na Colômbia. O presidente da Colômbia, Iván Duque, coordena o encontro com o  Grupo de Lima e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para discutir o acirramento da crise na Venezuela.
Na reunião, Pence deve propor a imposição de novas sanções contra o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Para o governo brasileiro, é fundamental que mais países reconheçam o governo interino de Juan Guaidó como legítimo, de acordo com nota divulgada ontem (24) pelo Itamaraty.
Pelo Twitter, na sua conta pessoal, Pence afirmou que o esforço, durante a reunião em Bogotá, será para garantir liberdade e democracia para os venezuelanos. “Expressar solidariedade com os líderes regionais pela liberdade e contra Maduro. Encontro com o presidente colombiano Ivan Duque e o único presidente legítimo da Venezuela, Juan Guaidó. É hora de uma Venezuela livre e democrática.”
Brasileiros
Na reunião, o Brasil será representado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ambos viajaram ontem e, nos últimos dias, Araújo esteve em Pacaraima (RR) e na fronteira da Colômbia. Em nota, o governo brasileiro repudiou os atos de violência tanto nas áreas próximas ao Brasil quanto na  colombiana.
Araújo se reuniu com Guaidó e os presidentes da Colômbia, do Chile, Sebastián Piñera, e do Paraguai, Mario Abdo, na fronteira com a Venezuela. Eles acompanharam a organização da ajuda humanitária internacional para a população venezuelana.
Especial
O presidente interino, Juan Guaidó, também participará da reunião em Bogotá. Ele chegou ontem (24) à capital colombiana. Será a primeira vez, na história recente, que um integrante venezuelano participará de reunião com o Grupo de Lima, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.
De acordo com a chancelaria colombiana, entre os objetivos da reunião está a aprovação de uma declaração conjunta que contribuirá para continuar criando as “condições para a liberdade e a democracia na Venezuela”.
Solidariedade
Há dois dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, participou de um evento público em que defendeu a legitimidade de Guaidó, criticou a gestão de Maduro e demonstrou preocupação com a grave crise humanitária e o esforço internacional para conter as dificuldades da população venezuelana.
Nesse domingo (24), pelo segundo dia consecutivo, houve registros de violência nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Bolívia. Também há informações de vítimas e deserções de militares, antes aliados a Maduro.

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