Novo
governador de Minas herda rombo bilionário e dívida com servidores e municípios
Lucas Simões
Ao assumir o cargo
de chefe do Executivo de Minas como o primeiro governador eleito pelo partido
Novo no país, o empresário de Araxá Romeu Zema terá que lidar com outras pedras
no caminho, além do rombo nos cofres públicos que pode chegar a R$ 30 bilhões.
O principal desafio
é o déficit do Estado. Aprovado em R$ 11,4 bilhões pela Assembleia Legislativa,
o valor deve ultrapassar a cifra apresentada pelo ex- governador Fernando
Pimentel (PT). A previsão de Zema e de Mateus Simões, vereador licenciado que
coordenou a equipe de transição, é a de que o montante seja quase três vezes o
que foi anunciado.
“Os valores mais
corretos só teremos a partir da segunda quinzena de janeiro. Mas, com certeza,
ultrapassa a previsão do governo (de Fernando Pimentel)”, diz Mateus.
O funcionalismo
público também espera de Zema uma solução para o parcelamento dos salários dos
633 mil servidores. A gestão petista chegou ao fim devendo, ainda, o pagamento
do 13º salário, um débito de cerca de R$ 2,1 bilhões. Agrava a situação a
dívida de R$ 11,9 bilhões que o Estado tem com os municípios, referentes a
repasses atrasados de ICMS, IPVA e Fundeb — por lei, 25% desses impostos devem
ser entregues pelo Estado às prefeituras.
Saída já ventilada
por Zema é propor uma lei para que o repasse caia diretamente nas contas dos
municípios, sem intermédio do Estado. “É uma visão interessante, mas teríamos
trabalho para aprovar uma legislação dessa magnitude. O correto seria garantir
os repasses e não ficar segurando todo mês”, avalia o presidente da Associação
Mineira dos Municípios (AMM) e prefeito de Moema, Julvan Lacerda.
ARTICULAÇÃO
Além de enfrentar a
questão financeira, Romeu Zema terá o desafio de dialogar com a classe
política, à qual não poupa críticas.
Para a Assembleia, o partido Novo conseguiu eleger três dos 77 deputados, sendo representado pelos estreantes Bartô, Guilherme Cunha e Laura Serrano.
Para a Assembleia, o partido Novo conseguiu eleger três dos 77 deputados, sendo representado pelos estreantes Bartô, Guilherme Cunha e Laura Serrano.
Mesmo apoiando o
favorito para a presidência da Assembleia – o deputado Agostinho Patrus (PV),
simpático a Zema –, a legenda do governador provavelmente irá enfrentar a
oposição do PT, que manteve a maioria no Legislativo estadual, com dez
parlamentares.
Os 77 deputados serão empossados em 1º de fevereiro, quando também ocorrerá a eleição da Mesa Diretora da Assembleia.
Os 77 deputados serão empossados em 1º de fevereiro, quando também ocorrerá a eleição da Mesa Diretora da Assembleia.
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